Com torcida à brasileira e golaço, Itália bate o México no Maracanã

Pedro Henrique Torre e Tiago Leme, no Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br

Getty
Abraçado por De Rossi, Balotelli comemora sem camisa o gol da vitória italiana
Abraçado por De Rossi, Balotelli comemora sem camisa o gol da vitória italiana
Em meio ao confronto entre policiais e manifestantes fora do estádio, o Maracanã recebeu seu primeiro jogo oficial após a reforma para a Copa do Mundo de 2014, neste domingo. Após um ter um público mais frio na partida entre Brasil e Inglaterra, a vitória da Itália por 2 a 1 sobre o México, pela Copa das Confederações, contou com um pouco de torcida "à brasileira". Muito em conta pela presença de torcedores de times cariocas presentes no estádio. Pirlo e Balotelli fizeram os gols ialianos, e Chicharito Hernández descontou.

E todos tiveram sorte. Itália e México presentearam a todos os mais de 70 mil presentes no Maracanã com um bom espetáculo. De início, a Squadra Azzurra demonstrou que a grande superioridade técnica. Com um meio de campo recheado de jogadores com qualidade no passe, a posse de bola foi intensa. Todos, claro, sob a batuta do maestro Pirlo, que completava cem jogos com a camisa italiana. Logo aos seis minutos, Montolivo fez boa jogada e cruzou para Balotelli, que bateu forte, mas Corona fez bela defesa.

Na arquibancada os gritos de México e Itália foram abafados pelo coro de Flamengo, seguido por vaias e gritos de Vasco, Botafogo e Fluminense. De repente, olas explodiram no estádio e o tradicional e velho grito "Domingo eu vou ao Maracanã" voltou a ser entoado. Empolgados, mexicanos e italianos admiravam a festa da arquibancada e, também, a que rolava em campo.

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Por isso mesmo eles tiveram de prender o fôlego eo ver Giovanni dos Santos ganhar de Abate pelo lado esquerdo e rolar para Guardado, que bateu de primeira e carimbou a trave de Buffon. Insistentemente, o time de Cesare Prandelli jogava pelo lado esquerdo do campo, aproveiando os avanços de Giaccherini. Em um ataque, o meia cruzou para a área e Pirlo recebeu, mas foi travado. Os italianos clamaram por pênalti, mas o árbitro mandou seguir. Enquanto isso, a grande presença de helicópteros sobre o Maracanã, vigilantes ao confronto dolado externo, podiam ser notados.

Reuters
Chicarito foi para a cobrança...
Chicarito cobra o pênalti que resultou no gol mexicano

Aos 25 minutos, a festa no Maracanã esquentou de vez. Balotelli recebeu bola na intermediária, avançou e foi derrubado por Flores próximo à grande área. Da arquibancada, a torcida carioca pediu por Pirlo como se ele fosse craque de um grande time carioca.

"Pirlo! Pirlo! Pirlo!", foi o coro, seguido pela batida de palmas intermitente.

E o craque italiano não fez feio. Pelo contrário, retribuiu. Em cobrança de falta magistral, o volante acertou o ângulo direito do goleiro Corona, que chegou tarde. Soco de Pirlo no ar, vibração na arquibancada. Itália 1 a 0 sobre o México. A vantagem dos azzurri, no entanto, não foi suficiente para lhes dar o apoio da arquibancada. Divididos, os torcedores brasileiros, que comandavam a festa, explodiam com as boas jogadas dos dois lados.

Por isso veio a comemoração efusiva com a falha de Barzagli e o pênalti cometido sobre Giovani dos Santos. Chicharito, com categoria, deixou Buffon de um ladoe abola do outro. Tudo igual no Maracanã. A Itália ainda teve boa chance para desempatar, em cruzamento de Abate para Balotelli, mas Corona se antecipou e salvou a pátria mexicana. E os times desceram para o intervalo.

Na volta para o segundo tempo, a torcida permaneceu um pouco mais calada. Parecia até cansada por ter dispensado tanto fôlego na primeira etapa. A Itália continuou superior, com maior presença no campo adversário, troca de passes. Aos oito minutos, falta em posição parecida com o primeiro gol. De novo, da arquibancada, ecoaram os pedidos de Pirlo. De novo, ele cobrou. Desta vez, bem rasteiro e no rebote Montolivo quase marcou.

Ao México, restavam os contra-ataques puxados pela canhotinha de Giovani dos Santos. De um lado para o outro, o meia-atacante da seleção mexicana causava dor de cabeça para a defesa italiana. Mas o México era pouco incisivo. Ao perceber a superioridade em campo, Cesare Prandelli sacou o inoperante Marchisio e colocou Cerci em campo. Deu certo. Com mais presença no ataque, a Itália assustou. Primeiro, em duas cobranças de falta de Pirlo. Depois, a virada se concretizou.

Em joga pelo meio, Giaccherini lançou a bola para o alto da área. De costas, Balotelli girou sobre Rodríguez, tomou a frente e bateu forte, na cara de Corona. Um belo gol. Ao seu estilo, Balotelli tirou a camisa, comemorou com os braços para o meio e ouviu da arquibancada.

"Uh, terror! Balotelli é matador!".

Grande parte dos brasileiros, então, parecera escolher um lado. A cada toque da seleção itailana, um grito de olé surgia na arquibancada. Ao ser substituído por Gilardino, Balotelli foi ovacionado. Com os braços erguidos, aplaudiu a todos. E ouviu de novo.

"Ah, é Balotelli!". 

Fim de jogo, Itália com três pontos ao lado do Brasil no Grupo A. Pelo menos no lado de dentro, tudo azul no Maracanã.

FICHA TÉCNICA
MÉXICO 1 X 2 ITÁLIA

Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 16 de junho de 2013, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Público: 73.123 torcedores
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Astroza e Sergio Román (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Hector Moreno, Giovani dos Santos (México). Barzagli, De Rossi, Balotelli (Itália)
GOLS: MÉXICO: Chicharito Hernández, aos 33 minutos do primeiro tempo
ITÁLIA: Pirlo, aos 26 minutos do primeiro tempo. Balotelli, aos 32 minutos do segundo tempo

ITÁLIA: Buffon; Abate, Chiellini, Barzagli e De Sciglio; Pirlo, De Rossi, Montolivo, Giaccherini (Aquilani) e Marchisio (Cerci); Balotelli (Gilardino)
Técnico: Cesare Prandelli

MÉXICO: Corona; Flores, Francisco Rodríguez, Héctor Moreno e Salcido; Torrado, Aquino (Hiram Mier), Guardado e Zavala (Raul Gimenez); Giovani dos Santos e Chicharito Hernández
Técnico: José Manuel de La Torre

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