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Iniesta em ação contra  o Uruguai na primeira rodada

De mundos tão diferentes, Iniesta e Chong-Hue vivem nesta quinta-feira, no Maracanã, um daqueles encontros que só a bola pode proporcionar. Em comum, o fato de serem os autores dos principais títulos internacionais de suas seleções. Iniesta, na Copa do Mundo de 2010, contra a Holanda. Chong-Hue na Copa das Nações da Oceania, em 2012, contra a Nova Caledônia. Dois gols. Duas vitórias por 1 a 0 que selaram a participação de ambos na Copa das Confederações do Brasil e, consequentemente, o duelo desta terça-feira. 

Aos 29 anos, eleito o terceiro melhor jogador do mundo em 2012, campeão de todos os torneios possíveis pelo Barcelona, autor de gol do título na última Copa do Mundo, currículo não falta para Andrés Iniesta. Bem diferente de Steevy Chong-Hue, atacante taitiano de 23 anos, amador e vendedor de celulares no país natal.  No Templo do Futebol, um vai à caça do outro na segunda rodada da Copa das Confederações. 

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Chong Hue (13) comemora o gol de Jonathan Tehau (17)

 maior ícone do futebol plástico exibido pela Espanha há quase cinco anos deverá ficar no banco de reservas, apenas assistindo aos suplentes espanhois contra Taiti. Mas Chong-Hue e seus companheiros não falam de outra coisa: desejam, sim, levar a camisa de Iniesta de volta para o Taiti, como uma espécie de relíquia. 

A esperada troca de uniformes poderá ocorrer em uma daquelas rápidas junções de mundos tão distantes no Templo do Futebol. Chong-Hue começou a jogar futebol aos 19 anos, pelo AS Samine, do Taiti. Nunca mais parou. Mas, também, nunca ingressou no mundo profissional. Até hoje é amador. Entre 2011 e 2012 teve rápida passagem pela Bélgica, no BX Brussels, das divisões inferiores do futebol nacional. Não vingou e voltou para o Taiti, onde defende o AS Dragon. 

"Discutimos entre nós e todos querem a camisa de Iniesta. Vamos ver na hora", divertiu-se Chong-Hue, camisa 13 da seleção taitiana. 

Ao realizar o sonho de chegar no Maracanã, a seleção do Taiti desembarcou no estádio uma hora mais cedo do que o previsto. 30 minutos antes da atividade, subiram para o gramado apenas para admirar e imaginar uma arquibancada toda a favor do simpático time taitiano. Se há a certeza de derrota para a Espanha, existe, também, a fé na afinidade com o povo brasileiro no Maracanã. 

"Vamos ser apoiados por todos no Maracanã, é o que espero. A tarefa mais difícil vai ser enfrentar o melhor time do mundo", opinou o atacante do Taiti. 

Ícone do toque de bola que encantou o mundo, Iniesta sabe o papel de destaque ocupa, seja na Espanha ou no Barcelona. Na véspera da partida de volta da seleção espanhola ao Maracanã após 63 anos, apareceu na sala de imprensa do estádio, bem recheada de jornalistas de todo o mundo. No discurso de Iniesta, a diferença de quem leva o futebol como profissão e está no topo do mundo, em caminho oposto a Chong-Hue.   

"É nosso trabalho. Cada um tem sua vida, tem obrigações a fazer. Para nós, sentimentos privilegiados. Não jogamos só para nós, para muita gente. Gente que se identifica com a gente. Trabalho do jogador é jogar, se cuidar", afirmou o meia espanhol. 

Por alguns dias de junho no Brasil, Chong-Hue também tem o futebol como trabalho. No encontro com Iniesta e o pedido pela camisa, a lembrança de um sonho proporcionado pelo incrível mundo da bola.