Em fraca atuação de Ronaldo, Portugal arranca empate com Estados Unidos e evita adeus

Marcus Alves, de Manaus (AM), para o ESPN.com.br
Getty
Cristiano Ronaldo sentou no gramado após chance perdida
Cristiano Ronaldo sentou no gramado após chance perdida

Um corte de calcanhar, outro corte, mais um, drible seco e passe para o lado.

Mesmo vaiado pela maioria de torcedores americanos na Arena da Amazônia, em Manaus, Cristiano Ronaldo desafiava a tudo e a todos, inclusive, ao calor de 31ºC e 62% de umidade de ar, atuando durante 45 minutos com camisa de mangas longas. O craque fez o que pôde: se movimentou em campo, distribuiu passes e assumiu o papel de líder na orientação dos companheiros.

Não conseguiu apenas assegurar a sonhada vitória que aumentaria as chances de classificação para as oitavas de final. Com o empate em 2 a 2 com os Estados Unidos neste domingo, Portugal precisará de praticamente um milagre na última rodada para seguir adiante na Copa do Mundo.

Além de vencer Gana e tirar um saldo negativo de quatro gols na próxima quinta-feira, no Estádio Nacional, em Brasília, os portugueses terão de acompanhar o confronto entre Estados Unidos e Alemanha no mesmo dia e rezar para que os dois concorrentes não fiquem no empate.

Definitivamente, uma missão complicada.

Com quatro desfalques - Fabio Coentrão, Rui Patrício e Hugo Almeida, todos lesionados, e Pepe, suspenso -, Portugal entrou em campo sabendo que apenas um resultado lhe serviria: a vitória. Até por isso, começou pressionando desde o início.

Logo aos cinco minutos, a equipe conseguiu abrir o placar. Miguel Veloso desceu pela esquerda e arriscou cruzamento na área. Na hora de cortar, Geoff Cameron se atrapalhou, espanou para trás e deixou a bola sozinha para Nani aguardar a queda de Tim Howard e chutar para abrir o placar.

Portugal não poderia pedir melhor arrancada em campo.

Reuters
dempsey eua gol portugal
Americanos poderiam sair classificados

Os Estados Unidos, no entanto, não se acanharam com o gol e, mesmo atrás no marcador, tocavam melhor a bola e viam o experiente Clint Dempsey chamar o jogo, sendo responsável pela maioria das chances. Ele era auxiliado também pelo rápido Fabian Johnson. Em uma dessas combinações, Johnson fez fila aos 13 minutos e foi derrubado na entrada da área. Dempsey mandou com perigo, por cima da meta defendida por Beto.

Na sequência, os europeus sofreram mais uma baixa, com um choque envolvendo Helder Postiga no meio-de-campo e a contusão do centroavante.

Aos 18 minutos, Michael Bradley deu belo lançamento para Dempsey dentro da área. O destaque americano chutou para excelente defesa de Beto. No escanteio, ele ficou mais uma vez com a sobra e tentou encobrir o goleiro português com um toque leve.

O mesmo Bradley resolveu arriscar de fora da área, pegou mascado, mas viu a bola passar raspando a trave aos 27 minutos.

Cristiano Ronaldo, que corria de um lado para o outro, era vaiado nessa altura da partida pelos mais de 30 mil torcedores adversários presentes na Arena da Amazônia. Não havia o que fazer também: o atacante até tentava, mas sentia falta de um parceiro na frente - Nani sumiu depois do gol e Eder, que entrou no lugar de Postiga, deixava a desejar em praticamente todas as bolas.

Ronaldo resolveu, então, decidir sozinho e arrancou em velocidade aos 41 minutos. Pressionado pela marcação, encontrou Nani livre do outro lado e passou para o meia do Manchester United. Tim Howard salvou os Estados Unidos de ficarem ainda mais atrás no placar em boa finalização.

Fim de primeiro tempo com jogo equilibrado. Na volta do intervalo, Portugal ainda teve uma chance em voleio de Eder dentro da grande área e ficou nisso.

O domínio foi todo dos Estados Unidos.

Aos 10 minutos, o empate quase veio em corte espetacular de Ricardo Costa praticamente em cima da linha do gol em cruzamento de Fabian Johnson, defesa parcial de Beto e Bradley chegar chutando.

Ele não teve o que fazer aos 19: em rebote de escanteio, Jermaine Jones ficou com a bola na entrada da área e bateu cruzado para deixar tudo igual. O camisa 22 de Portugal não teve qualquer reação e apenas viu o chute estufar a rede.

Os comandados de Jürgen Klinsmann não se davam por satisfeitos. Em nova confusão na área, Dempsey, um dos melhores em campo, aproveitou o bate e rebate para desviar finalização de Graham Zusi e virar o placar com 36 minutos para o delírio dos torcedores americanos que foram até Manaus acompanhar a partida.

Quando tudo parecia definido, Portugal conseguiu, então, o empate que manteve o time pelo menos até a próxima quinta-feira na competição. Em uma última tentativa, aos 50 minutos, Cristiano Ronaldo cruzou com perfeição para Varela cabecear para o fundo do gol de Howard e mudar tudo mais uma vez.

Com o resultado, os Estados Unidos desperdiçaram a chance de liderarem de forma isolada o grupo G e ficaram com quatro pontos, ao lado da Alemanha. Portugal e Gana surgem na sequência com um ponto.

FICHA TÉCNICA:
ESTADOS UNIDOS 2 X 2 PORTUGAL

Local: Arena da Amazônia, em Manaus (AM)
Data: 22 de junho de 2014, domingo
Horário: 19h (de Brasília)
Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Assistentes: Hernan Maidana (ARG) e Juan Pablo Belatti (ARG)
Cartões amarelos: Jones (Estados Unidos)
Gols:
Estados Unidos: Jones, aos 18 minutos do segundo tempo, e Dempsey, aos 35 minutos do segundo tempo
Portugal: Nani, aos quatro minutos do primeiro tempo, e Varela, aos 49 minutos do segundo tempo

Estados Unidos: Howard; Johnson, Cameron, Besler e Beasley; Beckerman e Jone; Zusi (Gonzalez), Bradley e Bedoya (Yedlin); Dempsey (Wondolowski)
Técnico: Jurgen Klinsmann

Portugal: Beto; João Pereira, Ricardo Costa, Bruno Alves e André Almeida (William); Miguel Veloso, João Moutinho e Raul Meireles (Varela); Nani e Cristiano Ronaldo; Hélder Postiga (Eder)
Técnico: Paulo Bento

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