O duelo entre Taubaté/Funvic e Vôlei Canoas  disputado neste sábado pela Superliga masculina de vôlei foi marcado pelos protestos dos jogadores contra a corrupção na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Usando narizes de palhaço e errando saques de maneira proposital no início do confronto, os atletas mostraram sua desaprovação sobre o atual momento da modalidade no Brasil.

O organizador do movimento foi Gustavo Endres, meio-de-rede do Vôlei Canoas, conforme revelou à Gazeta Esportiva o supervisor técnico do Taubaté/Funvic, Ricardo Navajas.

"O Gustavo foi quem organizou. Ele é o presidente da Comissão e liderou o movimento para reclamar do que tem acontecido ultimamente no vôlei", disse Navajas.

Um dos motivos da reclamação dos jogadores é a série de denúncias contra a CBV. Em relatório, a CGU detectou erros em 13 contratos, somando R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013 pela entidade com montante do Banco do Brasil - que suspendeu o patrocínio até que a entidade se readéque às normas. O período é referente à época em que Ary Graça presidia a instituição e seu mandato será investigado.

Gustavo é o atual presidente da Comissão de Atletas da Superliga e tem histórico na defesa de seus companheiros de profissão. No início do ano, o jogador se posicionou contra o ranqueamento de jogadores no torneio nacional, que limita a participação de atletas de alto nível por equipe.

Em outro caso, Gustavo defendeu Bruninho após ele fazer de maneira diferente uma determinada jogada ensaiada pelo seu técnico e pai, Bernardinho, durante as Olimpíadas de 2008. O treinador discutiu com seu filho, mas o meio-de-rede intercedeu na bronca.

Aos 39 anos, Gustavo conta com grande experiência no vôlei internacional. Ele foi campeão olímpico pela Seleção Brasileira em 2004, em Atenas, e bicampeão mundial, em 2002 e 2006. Ainda por cima, atuou por diversas equipes da elite da Itália.