Neste domingo, diante do Chile, às 15h (de Brasília), no Estádio do Spartak, em Moscou, capital da Rússia, Camarões jogará a Copa das Confederações pela primeira vez desde 2003. 

Um torneio que ficará lembrado para sempre pela trágica morte de Marc-Vivien Foé.

O meio-campista tinha apenas 28 anos quando entrou em colapso e morreu em campo na cidade de Lyon, durante a vitória por 1 a 0 dos africanos sobre a Colômbia, na semifinal.

Tempos depois, foi revelado que ele sofria de cardiomiopatia hipertrófica - uma rara condição hereditária, que afeta menos de 0,2% da população mundial.

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Jogadores de Colômbia e Camarões entram em desespero após Foé cair desacordado em campo

Foé estará nos pensamentos de muitos jogadores de Camarões e torcedores neste domingo, quando a equipe entra em campo para enfrentar o Chile, pela grupo B da compeitção.

"Queremos jogar bem para homenageá-lo. Queremos honrar e respeitar o que ele fez por nosso país", disse Arnaud Djoum, meio-campista que vestirá a camisa 17 dos "Leões Indomáveis" na Copa das Confederações da Rússia - o mesmo número que Foé usou em 2003, na França.

Homenagens também certamente serão feitas por muitos torcedores do Manchester City, o clube que Foé defendia quando faleceu.

Apenas dois meses antes de sua morte, o africano havia escrito seu nome na história do time, ao marcar o último gol dos Citizens em sua última temporada no antigo estádio de Maine Road.

Foé havia sido contratado pelo City por empréstimo de uma temporada do Lyon na janela de transferências anterior, e estava muito próximo de ser comprado pelo clube inglês, depois de fazer um grande ano sob o comando do técnico Kevin Keegan.

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Foé é retirado de campo após cair desacordado. Horas depois, ele seria declarado morto no hospital

Ele foi desfalque em apenas três partidas da Premier League, marcando nove gols e ajudando o City a terminar em 9º lugar - na época, foi a melhor posição em uma década, e apenas um ano depois da equipe retornar da segunda divisão.

Foé era uma figura muito popular no vestiário do City. Tanto é que Keegan mal conseguiu falar de tanto que chorou após saber que seu comandado havia morrido em campo na partida da Copa das Confederações.

"Marc não era apenas um jogador especial. Era uma pessoa especial. Todos sentiremos falta de seu sorriso e sua personalidade. Nada era problema para ele, e ele era amado por todos os atletas e diretores", disse o treinador, à época.

"Foi um privilégio trabalhar com ele por uma temporada. Estávamos em meio ao processo para negociar sua transferência em definitivo, o que o tornaria de vez um jogador do Manchester City", revelou.

Após sua morte, os Citizens aposentaram a camisa 23 de Foé, e muitos fãs deixaram flores e presentes em homenagem ao camaronês no estádio do clube.

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Torcedor do Manchester City homenageia Marc-Vivien Foé após sua morte

Mas o City não foi o único clube pelo qual Foé teve um impacto significativo.

Depois de fazer sua estreia ainda adolescente pelo Canon de Yaoundé, um dos times mais importantes de Camarões, ele foi vendido ao Lens, da França, pelo qual conquistou a Ligue 1 (há inclusive uma placa em sua homenagem no estádio da equipe), e depois foi para o West Ham por 4,2 milhões de libras (R$ 17,7 milhões, na cotação atual) em 1999 - naquele tempo, ele foi a contratação mais cara da história dos Hammers.

Ex-comandante do West Ham, o técnico Harry Redknapp era fã do jogador e contou que estava tentando negociar sua ida para o Portsmouth quando ele estava se destacando no City.

"Ele teve uma ótima temporada pelo Manchester City e eu estava interessado em oferecer um contrato de dois anos a ele. Estávamos conversando sobre isso", contou, à época.

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Jogadores de Camarões usaram camisas de Foé antes da final contra a França, em 2003

"A notícia de sua morte foi um choque, ainda mais porque todos ficavam impressionados com sua ótima condição física. Ele se cuidava muito. Dificilmente aparecem pessoas tão legais quando Marc. Ele era um cara fantástico", lamentou.

Outro clube que Foé ficou próximo de vestir a camisa foi o Manchester United. Alex Ferguson estava de olho em sua contratação, mas o camaronês acabou quebrando a perna pouco antes da Copa do Mundo de 1998, o que fez os Red Devils saírem do negócio.

A lesão atrasou o desenvolvimento de sua carreira, mas, em sua última temporada em vida, pelo City, Foé mostrou que já havia retomado a forma que lhe tornou um dos meio-campistas que mais gosto dava de assistir na Europa.

A última partida de Camarões na fase de grupos da Copa das Confederações de 2017 será contra a Alemanha, no dia 25 de junho, um dia antes do aniversário de 14 anos da morte de Foé. E, mesmo tanto tempo depois, o impacto de sua triste partida ainda é sentido nos corações de muitos africanos e europeus.

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Jogadores de Camarões fazem oração para Foé no último treino antes da estreia na Copa das Confederações

*Jonathan Smith é setorista do Manchester City no ESPN FC. Tradução de Francisco De Laurentiis. O artigo original pode ser lido aqui: "Confederations Cup gives football chance to celebrate Marc-Vivien Foe"

FICHA TÉCNICA
CAMARÕES X CHILE

Local: Estádio do Spartak, em Moscou (Rússia)
Data: 18 de junho de 2017 (Domingo)
Horário: 15h(de Brasília)
Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia)

CAMARÕES: Fabrice Ondoa, Jerome Guihoata, Lucien Owona, Adolphe Teikeu e Jonathan Ngwem; Georges Mandjeck, Andre Zambo e Arnaud Djoum; Benjamin Moukandjo, Olivier Boumal e Karl Toko Ekambi. Técnico: Hugo Broos

CHILE: Claudio Bravo, Mauricio Isla, Gary Medel, Gonzalo Jara e Eugenio Mena; Francisco Silva, Charles Aranguiz, Marcelo Diaz e Arturo Vidal; Eduardo Vargas e Alexis Sánchez. Técnico: Juan Antonio Pizzi