CR7 3 x 3 Espanha. Copa tem artilheiro isolado e primeiro grande clássico, em Sochi

Cristiano Ronaldo teve em Sochi, nesta sexta (15.06), a sua melhor atuação individual numa Copa do Mundo. Na estreia de Portugal contra a Espanha, em partida válida pelo Grupo B, o astro português anotou três gols e permitiu que a equipe saísse de campo com o empate no clássico ibérico.

O atacante do Real Madrid mostrou a que veio logo aos dois minutos de jogo. Sofreu um pênalti que ele mesmo converteu. Viu a Espanha empatar com um gol controverso e de muita habilidade de Diego Costa, aos 24. O controverso é porque, no início da jogada, Diego Costa dividiu com o zagueiro Pepe de forma que muitos avaliaram como faltosa. Cristiano não se abateu. Numa das poucas chances que teve no primeiro tempo, aos 44, chutou da entrada da área e o goleiro De Gea aceitou: 2 x 1.

A Espanha, contudo, mostrou porque vinha de longa invencibilidade de 20 jogos. No segundo tempo, apresentou um toque de bola dos dias mais gloriosos do Barcelona. Indicou que a troca de técnico três dias antes da estreia (Lopetegui deixou o grupo após fechar com o Real Madrid e Fernando Hierro assumiu o time) não afetou a performance da equipe.

A Fúria teve 62% de posse de bola e 92% de acerto nos passes. Envolveu os lusos nos momentos mais importantes. Foi buscar o empate com o mesmo Diego Costa, aproveitando uma bola cruzada para a área, de cabeça, por Busquets, aos 10 minutos. Chegou à virada com um chute inspiradíssimo de Nacho da entrada da área, aos 13. E parecia caminhar para levar os três pontos, cadenciando passes no meio de campo.

Uma falta anotada por Piqué em cima de Cristiano Ronaldo aos 41 minutos do segundo tempo, porém, mudou novamente a narrativa. De frente para a meta de De Gea, Cristiano Ronaldo se concentrou, respirou fundo e achou uma brecha suficiente ao lado da barreira para acertar um chute forte e curvado que foi morrer no ângulo do goleiro espanhol: 3 x 3, aos 43 minutos.

Terceiro hat trick

O Hat Trick (três gols na mesma partida) de Cristiano Ronaldo é o terceiro da história da seleção portuguesa em Copas do Mundo. Antes dele, Eusébio havia marcado quatro vezes contra a Coreia do Norte, em 1966, e Pauleta tinha anotado três diante da Polônia, no Mundial de 2002. Os três gols de CR7 levam o atacante português à condição de artilheiro isolado nesse início de Mundial. 

Com o resultado, a liderança do Grupo B está com o Irã, que venceu Marrocos por 1 x 0 com um gol contra aos 49 minutos da segunda etapa. Espanha e Portugal somam um e Marrocos fica com zero. Na segunda rodada, Portugal e Marrocos se enfrentam a partir das 9h (de Brasília) do dia 20 de junho, em Moscou. Espanha e Irã duelam em Kazan, no mesmo dia, a partir das 15h.

Com gol contra, o Irã assumiu a liderança do grupo na primeira rodada. Foto: Getty Images

O perfeito anti-herói

O atacante marroquino Aziz Bouhaddouz encarnou, na partida contra o Irã, o papel do anti-herói perfeito. Ele entrou aos 33 minutos do segundo tempo com a indicação de reforçar as ações ofensivas de sua equipe, que teve ao longo de todo o jogo mais volume (64% de posse de bola) e chances do que o país asiático. Em vez de resolver lá na frente, contudo, Bouhaddouz encaixou um peixinho perfeito, aos 49 minutos da segunda etapa, para marcar um gol contra a própria meta.

Um gol que selou o placar da partida em 1 x 0 para o Irã, acabou com 18 jogos de invencibilidade do time africano e gerou imediata frustração em toda a torcida marroquina. Tanto a que estava no estádio de São Petersburgo, que recebeu um público de mais de 62 mil pessoas, quanto a que assistia ao duelo pela televisão.

O Marrocos já tinha vivido, há dois dias, a frustração de ver os planos de sediar a Copa de 2026 serem adiados com a vitória da candidatura tripartite de Estados Unidos, Canadá e México.

Além disso, está num grupo que tem duas forças inegáveis do futebol mundial, casos de Portugal e Espanha. Assim, o duelo diante do Irã era a chance praticamente única de ter algum tipo de pretensão maior no Mundial.

O Irã, por sua vez, celebrou a sua segunda vitória na história das Copas do Mundo. A outra tinha sido diante dos Estados Unidos, por 2 x 1, na Copa de 1998, na França.

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