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08/03/2014 18h56

Em sua estreia nos Jogos Sul-Americanos, Yane Marques é ouro no Chile

Além da medalha de dourada no pentatlo moderno da pernambucana, o Brasil ainda faturou o bronze na mesma modalidade com Priscila Oliveira
 
Santiago - Medalha de ouro nos Jogos do Pan-Americanos do Rio, em 2007, e de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a pernambucana Yane Marques finalmente completou, neste sábado (08.03), em Santiago, no Chile, sua trinca de pódios nas competições poliesportivas que envolvem delegações de diversos países em nível continental ou mundial.
 
Atual número 4 do ranking mundial (a brasileira é a única atleta do planeta no circuito mundial a se manter no top 5 do ranking nos últimos três anos), Yane não deu chances para suas rivais e faturou a medalha dourada naquela que foi sua primeira participação em Jogos Sul-Americanos na carreira.
 
Luiz Roberto Magalhães/Portal Brasil 2016
Luiz  Roberto Magalhães/Portal Brasil 2016#Yane Marques e Priscila Oliveira: ouro e bronze para o Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Santiago
Yane Marques e Priscila Oliveira: ouro e bronze para o Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Santiago
 
Beneficiada pelo Programa Bolsa Atleta Pódio, Yane não escondeu a alegria pelo resultado e também pelo fato de voltar a viver o clima de competir ao lado de atletas de tantas modalidades diferentes, o que não acontecia desde os Jogos Olímpicos de Londres. Além disso, a vitória garantiu a ela a vaga nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015.
 
"É muito bom voltar a viver esse clima dos Jogos de novo depois de Londres", vibrou Yane, que veio para o Chile ciente de que tinha todas as chances de voltar para casa com o ouro, apesar de ressaltar que nem sempre o resultado esperado acontece. "Não trabalho com favoritismo, porque existe sempre uma incognita que é o hipismo. Além disso, posso atirar mal... Mas não vou ser hipócrita a ponto de não reconhecer que hoje eu sou a melhor atleta da América do Sul", disse a brasileira, sem que a declaração soasse pedante, pois se há algo que Yane Marques jamais ostentou é um ego inflado.
 
Feliz pela vitória, Yane agora faz planos para voltar a viver mais duas vezes a rotina dos Jogos antes de competir no Rio, em 2016, que, segundo ela planeja, deve marcar sua última participação em Jogos Olímpicos. "Agora estou mais tranquila, pois conquistei a vaga para o Pan de Toronto. Terei, então, mais três Jogos pela frente: o Pan e os Jogos Mundiais Militares, em 2015, e, depois, os Jogos do Rio, em 2016. Vai ser muito bom participar desses dois eventos antes do Rio, que é o foco de todo o meu trabalho até lá", destacou.
 
Yane terá pouquíssimo tempo para curtir a medalha de ouro no Chile. Neste domingo (09.03), ela embarca para o Brasil, onde inicia a preparação para seu próximo compromisso. Em duas semanas, ela disputa uma etapa da Copa do Mundo no Egito. Depois,  compete na China e, se tudo der certo, na etapa final, nos Estados Unidos.
 
Aos 30 anos, Yane Marques vive um momento iluminado no esporte, tendo atingido um patamar de excelência no pentatlo moderno que é raro não só para os brasileiros mas para atletas de qualquer outro país. Segundo seu técnico, Alexandre França, apenas quatro competidoras em toda a história conseguiram subir ao pódio na modalidade em Jogos Olímpicos e em Campeonatos Mundiais. E com a medalha de prata de Yane Marques no Mundial de 2013, ela integra esse seleto grupo.
 
Ainda assim, a pentatleta não se sente mais especial do que os demais atletas da delegação brasileira no Chile "Às vezes alguns me olham de um jeito diferente (como se a estivessem admirando)", reconheceu. "Mas quando alguém faz isso eu finjo que não é comigo. Eu sei que todos nós estamos trabalhando do mesmo jeito, enfrentando as mesmas dificuldades, a mesma rotina de treinos... Não sou mais especial do que ninguém que está aqui", ensina.
 
Com a medalha de ouro no peito e celebrando a conquista ao lado da companheira Priscila Oliveira no pódio, só o que Yane e Priscila não puderam fazer foi se emocionar com o Hino Nacional em Santiago, que acabou não sendo executado na Escola Militar por problemas técnicos. A solução? Cantar o Hino à capela. Mais um momento especial e marcante na brilhante carreira de Yane Marques.

Luiz Roberto Magalhães, da equipe do Portal Brasil 2016