História do cinema mundial: Expressionismo Alemão

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História do cinema mundial: Expressionismo Alemão

O Expressionismo Alemão é uma corrente que ganhou força na década de 20 e que visava expressar os sentimentos mais do que o realismo físico. Por isso, a distorção visual observada em suas obras, inclusive no cinema: cenários – muitas vezes pintados como um quadro – com perspectivas irreais; apelo gótico, sombrio, violento; rostos com maquiagem reforçada, bastante jogo de luz e sombra, vilões sobrenaturais, como fantasmas e medos; interpretação exagerada e teatral. Alguns historiadores consideram essas criações como uma apologia ao nazismo, que viria logo depois. As histórias são fantasiosas, de lendas, magia e ficção científica, e possuem uma temática recorrente de loucura, traição e insanidade.

O que mais chama atenção nessa corrente cinematográfica é a psicologia e os sentimentos dos personagens. Por isso, pouco importa o fato da cenografia, caracterização e enredo serem totalmente irreais.

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Fausto, de Eine Deutsche Volkssage (1926)

A inspiração visual vinha também de outras artes, como a pintura e o teatro. Como referência expressionista, temos o quadro O Grito, de Edvard Munch (1893), e as obras do escritor Franz Kafka, com sua histórias fantasiosas e um tanto quanto assustadoras, chocantes.

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O Grito

Segundo alguns críticos, alguns cineastas alemães quiseram dar às suas produções um ar mais elevado e que pude ser exportado para outros países, para tentar retomar o prestígio cultural que a Alemanha perdeu depois da primeira guerra.

O filme O Outro (1913), de Max Mack, é primeiro representante do gênero, e também o primeiro de cunho psicanalítico. Mas foi com O Gabinete do Dr. Caligari (de Robert Wiene, 1920), que trazia cenários bizarros e tom de pesadelo, que a corrente ganhou fama também na Europa e EUA. Sua estética de filmagem e jogos de luz chamaram a atenção de outros cineastas renomados mundo à fora, como Alfred Hitchcock, da Inglaterra. Alguns anos depois, os principais nomes do cinema expressionista alemão, como Murnau, Fritz Lang e Paul Leni seguiram carreira em Hollywood, levando suas técnicas para o cinema americano.

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Gabinete do Dr. Caligari

Apesar desse período ser majoritariamente presente na Alemanha dos anos 1918 a 1933, o Expressionismo Alemão teve importante repercussão em filmes que você, com certeza, já assistiu. Um dos mais emblemáticos e que conta com uma das trilhas sonoras mais conhecidas do mundo é Psicose, de Alfred Hitchcock (1960) – sim, aquele com a sombra da faca atrás da cortina do chuveiro!; Blade Runner: Perigo Iminente de Ridley Scott (1982); as obras de Tim Burton, em geral, especialmente Eduardo Mãos de Tesoura (1990); Sombras e Nevoeiro, de Woody Allen (1991) e Batman Returns (1992), onde a própria Gotham City foi baseada no filme Metropolis, de Fritz Lang (1926).

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Metropolis

E você, já assistiu filmes do Expressionismo Alemão? O que acha dessa corrente?

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