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Kadafi abasteceu campanha de Lula com US$ 1 milhão, acusa Palocci

Palocci investe contra Lula desde o início das tratativas das negociações do acordo de delação premiada que até hoje não foi fechado

  • Data: 08/12/2017 11:12
  • Alterado: 16/08/2023 02:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Kadafi abasteceu campanha de Lula com US$ 1 milhão

Palocci

Crédito:Reprodução

Capturado e morto em 20 de outubro de 2011, o ex-ditador líbio Muamar Kadafi enviou ao Brasil, “secretamente”, US$ 1 milhão para financiar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. É o que o ex-ministro do petista, Antonio Palocci, teria afirmado nas tratativas de um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, segundo reportagem da revista “Veja”, divulgada nesta sexta-feira, 8.

Em setembro, Palocci fez divulgar uma carta, escrita de próprio punho da cadeia e entregue aos advogados para ser digitada e impressa, de três páginas e meia. Explosivas, as palavras do ex-ministro foram endereçadas à presidente nacional do partido, a senadora Gleisi Hoffmann.

Cirurgicamente montada e retocada, a carta coloca o PT e Lula contra a parede, ao afirmar que seus dois governos e de sua sucessora foram corrompidos pelo “tudo pode” e pelos “petrodolares”. Antes, no dia 6 de setembro, Palocci confessara negociar propinas com a Odebrecht e incriminara Lula ao revelar um suposto “pacto de sangue” entre o ex-presidente e o empresário Emílio Odebrecht, em 2010, em que foi acertado R$ 300 milhões em corrupção ao PT. Lula sempre negou todas as acusações feitas por Palocci.

Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, quando foi alvo da 35ª fase da Lava Jato, a Operação Omertà. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, ele foi condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos, 2 meses e 20 dias de prisão pelo juiz Sérgio Moro em junho deste ano.

Kadafi sempre manteve relação cordial com o ex-presidente brasileiro, sendo referido pelo petista como “amigo” ou “irmão”. Durante seu mandato, Lula se reuniu pessoalmente quatro vezes com o ditador, que governou o país com mão de ferro durante 41 anos. Em 2009 foram duas vezes. Uma delas foi na Cúpula América do Sul-África, realizada na Isla Margarita, Venezuela, no dia 26 de setembro.

Na época, houve muitas críticas à aproximação de Lula com Kadafi. Aconselhado por seus assessores mais próximos (o ex-ministro Celso Amorim e o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia), Lula dizia que o Brasil não tinha preconceitos e que se tratava de uma diplomacia pragmática.

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  • Data: 08/12/2017 11:12
  • Alterado: 16/08/2023 02:08
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