Vanessa da Mata: "Música, para mim, era muito mais do que uma terapia" | A TARDE
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Vanessa da Mata: "Música, para mim, era muito mais do que uma terapia"

Cantora se apresenta na Concha Acústica do TCA neste domingo

Publicado sábado, 06 de maio de 2023 às 06:30 h | Autor: Matheus Calmon e Rafaela Souza
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Vanessa da Mata apresenta em Salvador, neste domingo, 7, seu mais novo show, inspirado no álbum “Vem Doce”, lançado no dia da mulher, em 2023. O concerto une hits do novo álbum com clássicos de sua carreira, trazendo referências de diversos gêneros e ritmos que a artista vem explorando. 

A música, que dá nome ao show e ao álbum, traz elementos de ritmos de diferentes origens, como o R&B, mas com toques de brasilidade. O espetáculo, com direção de Jorge Farjalla, reforça as referências de brasilidade buscadas no álbum e é dividido em três atos, cada um com um cenário próprio.

A apresentação na Concha Acústica do Teatro Castro Alves acontece no domingo, 7, com abertura dos portões às 17h30. O show é dividido em três atos, cada um com um cenário próprio, aludindo a diferentes nomes do modernismo brasileiro, como Oswald de Andrade, Lina Bo Bardi e Hélio Eichbauer.

Os ingressos são vendidos através do Sympla e na bilheteria do Teatro. Em meio aos preparativos para o espetáculo, a cantora bateu papo com o Portal A TARDE e falou sobre o show, música, carreira, sociedade, entre outros assuntos.

Em seus mais de 20 anos de carreira, a capital baiana sempre esteve em sua rota, tanto para shows quanto para passeios. Ela revela que a cidade tem importância especial para sua vida.

"Salvador faz parte da minha carreira desde o início. Tive a sensação de público que acompanha uma obra pela primeira vez com Brasil, vendo o comportamento e relação com letras e inteireza da minha carreira com Salvador e poucas outras cidades do Brasil logo nos primeiros shows", afirmou.

Sobre 'Vem Doce', álbum que dá nome ao show, a cantora afirma que considera uma obra mais ousada no sentido dos temas e ritmos. "Acho que venho diversificando mais e mais os ritmos dos discos porque encaro isso como fluidez e diversidade riqueza! Além disso, os parceiros são diferentes dos demais discos. Marcelo Camelo, Ana Carolina, Dom Lucas, João Gomes, L7nnon! As interpretações também estão mais fortes e condizentes com cada tema. Principalmente dos que falam de nossas carências brasileiras".

As faixas "Amiga fofoqueira" e "Vizinha enjoada", são exemplos da diversidade de ritmos e da exploração de elementos da cultura popular brasileira de forma leve.

"Eu me considero uma cronista brasileira de muita atualidade no sentido de prestar atenção nos nossos detalhes. Todas as pessoas de quem falo, aconteceram em minha vida em momentos diferentes. Gosto muito dessa brasilidade e dos ritmos, arranjos que compõem esse trabalho".

Entre as canções, ela também aborda temáticas importantes para a sociedade, como o combate à corrupção e racismo. A artista considera que a música é um elemento que sempre contribui para a mudança da sociedade, assim como em sua própria vida.

Eu me considero uma cronista brasileira de muita atualidade no sentido de prestar atenção nos nossos detalhes Vanessa da Mata, Cantora
  

"São companhias, diálogos, conversas, adendos, alentos, sinuosidades, extensões e rios de sentimentos e caminhos, abertura de cantos e dobraduras. A música, para mim, sempre deu mais do que o imaginável como ouvinte. Era muito mais do que uma terapia ou uma conversa entre amigos. 'Foice' dialoga e pede que olhemos os lados feios e consertemos", conta.

Questionada sobre alguma preferida ou queridinha entre as faixas do álbum, ela não consegue escolher. "Acho que 'Gêmeos', 'Foice', 'Face e Avesso', 'Fique Aqui', 'Vizinha Enjoada', 'Amiga Fofoqueira'. Enfim, não sei. Escolher só uma seria uma falta de consideração com as outras [risos].

Em "Vem Doce", a artista tem também canções com participações de outros artistas. Com João Gomes, ela regrava 'Comentário a Respeito de John', de Belchior. Em 'Fique Aqui', ela tem outra parceria, com L7nnon.

"São feats que trago para meus arranjos e corpo musical. João já cantava músicas minhas. L7nnon, conheci com o João. São meninos que meus filhos amam, por exemplo. Meninos que eu não conhecia e que fui me encantando com suas temáticas e jeito de levar a música! Foi muito bom estar com eles".

Analisando o cenário atual da música, Vanessa considera que a atualidade é extremamente passageira. "Tendo em vista que as plataformas digitais cresceram muito nos últimos cinco anos, o que vejo é que a música mudou de donos. Continuando bancando nossas produções e ganhando muito pouco. 3% do streaming é o que chega", afirma Vanessa, que segue.

"O que me assusta é que nossas leis não estão de acordo com quem produz, o que deveria ser no mínimo 50% sendo justo entre criação e distribuição 50/50 e estamos longe disso!".

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