Um Só Planeta

Por André Paixão

O uso de veículos elétricos em aplicações comerciais tem crescido consideravelmente. Depois do ônibus da Mercedes-Benz e do caminhão da Volkswagen, surge agora o que é considerado o primeiro carro-forte elétrico do mundo. Ele foi criado sob medida pela empresa brasileira Eletra para a transportadora de valores Protege.

Ao contrário dos outros dois modelos citados acima, o veículo para transporte de valores não foi feito do zero. A base foi um outro carro-forte, com chassi do Volkswagen 8.160 e seis anos de uso. Até por isso, o hodômetro foi preservado, e acusa mais de 230 mil km rodados.

Carro-forte elétrico da Protege roda até 75 km com uma carga — Foto: Renan Sesicki/Autoesporte
Carro-forte elétrico da Protege roda até 75 km com uma carga — Foto: Renan Sesicki/Autoesporte

Porém, motor, câmbio e tanque de combustível foram extraídos e substituídos por motor elétrico, inversor e bateria. O processo de criação levou um ano e meio e custou R$ 1 milhão. Esse preço é mais de três vezes maior do que o de um carro-forte semelhante a diesel.

Já pronto, o blindado vai começar a rodar por São Paulo. Nos primeiros meses, a Protege vai avaliar sua viabilidade antes de fazer novos pedidos. “Estamos observando outras possibilidades, inclusive para trabalhar em conjunto com a Volkswagen, que já tem o e-Delivery”, afirmou Naldmon Oliveira, engenheiro do Grupo Protege.

Mas, por enquanto, ele é o único elétrico da frota de 800 carros-forte da empresa. Aqui vão alguns números: a autonomia é de 75 km. Pode parecer pouco, mas é o suficiente para um dia de operação normal.

Para carregar as baterias, foi instalado um carregador de 45 kW na base da empresa. São necessárias 2h30 para que elas fiquem totalmente cheias, ou 45 minutos para que 80% da autonomia seja recuperada.

Não foi possível tirar fotos do cofre ou do compartimento das baterias. Porém, o carro-forte elétrico tem uma carroceria diferente dos similares a diesel. Ele é maior, tem a cabine mais espaçosa e arejada.

Cofre e baterias ficam na parte traseira do veículo — Foto: Renan Sesicki/Autoesporte
Cofre e baterias ficam na parte traseira do veículo — Foto: Renan Sesicki/Autoesporte

Sempre que sai em missão, o carro-forte precisa ter quatro vigilantes a bordo. Para dirigir, é preciso, além da habilitação na categoria D, ter uma certificação na Polícia Federal. Como este que vos escreve não possui nenhuma das duas, não pôde dirigir.

A experiência a bordo do curioso veículo foi limitada ao banco do passageiro, onde foi possível ser surpreendido pela agilidade no trânsito, apesar dos 957 kg de baterias e do peso total aproximado de 7,5 toneladas (semelhante ao de um carro-forte a diesel).

Essa sensação é perfeitamente justificada pelos números do motor elétrico fornecido pela também brasileira WEG. O torque, de 1.800 kgfm, é o mesmo que a soma de 180 Renault Kwid, enquanto os 449 cv são quase três vezes mais do que os 160 cv de um modelo a combustão.

Conheça o primeiro carro-forte elétrico do mundo

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