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O que é Amputação? Quais os Tipos, Causas, Próteses Ortopédicas

A amputação é um procedimento médico no qual uma parte do corpo é removida cirurgicamente. Embora seja um tema delicado, compreender os diferentes níveis de amputação, suas causas e consequências é fundamental para promover a conscientização e o entendimento sobre essa condição. Neste artigo, exploraremos em detalhes o que é amputação, os diversos níveis existentes, bem como as causas subjacentes a essa condição.

O que é Amputação?

A amputação é a remoção cirúrgica de uma parte do corpo, geralmente como último recurso para tratar uma doença, lesão ou condição médica grave. Essa intervenção pode envolver a perda de uma ou mais extremidades, como braços, pernas, dedos, mãos, pés ou até mesmo partes do rosto. Embora a amputação seja frequentemente associada a traumas graves, ela também pode ser necessária em casos de doenças vasculares, tumores, infecções graves ou malformações congênitas.

Tipos de Amputação

níveis de amputação
fonte: https://amputeieagora.com.br/2020/05/18/causas-de-amputacao/

Veja também: Liner para prótese: o que é? Para que serve?

Amputação de Membro Inferior

Amputação Transtibial

A amputação transtibial é realizada abaixo do joelho, preservando o máximo possível do comprimento do membro inferior. Nesse procedimento, o osso da tíbia é seccionado e a parte inferior da perna, incluindo o pé, é removida. A amputação transtibial é frequentemente realizada quando há condições como lesões traumáticas graves, complicações vasculares ou doenças graves que afetam a parte inferior da perna.

A principal vantagem da amputação transtibial é a preservação do joelho, o que permite melhor controle e ajuste da prótese. Os indivíduos que passam por essa amputação podem usar próteses com maior facilidade e ter uma marcha mais natural em comparação com amputações mais altas. A reabilitação geralmente se concentra no fortalecimento dos músculos remanescentes, no treinamento de marcha e na adaptação ao uso da prótese.

Amputação Transfemoral

A amputação transfemoral envolve a remoção da parte superior da perna, incluindo o joelho. O osso do fêmur é seccionado, resultando em um coto de amputação mais alto em comparação com a amputação transtibial. Essa amputação é realizada quando a preservação do joelho não é viável devido a condições como doenças avançadas, traumas graves ou complicações vasculares.

A amputação transfemoral requer uma reabilitação mais intensiva devido à perda do joelho, o que pode resultar em dificuldades adicionais para a marcha e estabilidade. A reabilitação se concentra no fortalecimento dos músculos remanescentes, no treinamento de marcha com prótese e no desenvolvimento de habilidades de equilíbrio. O ajuste adequado da prótese e o treinamento para sua utilização são cruciais para maximizar a funcionalidade e a independência do indivíduo.

Desarticulação de Joelho

A desarticulação do joelho envolve a remoção cirúrgica da perna no nível da articulação do joelho. Essa amputação preserva o máximo possível do comprimento do membro, permitindo uma melhor adaptação à prótese. A desarticulação do joelho é frequentemente realizada quando a amputação transtibial não é viável devido a lesões graves ou problemas circulatórios.

Desarticulação do Quadril

A desarticulação do quadril é uma forma de amputação mais radical, na qual toda a perna é removida juntamente com a articulação do quadril. Esse procedimento é realizado em casos de doenças graves, infecções ou lesões que afetam todo o membro inferior e quando a preservação do quadril não é possível. A reabilitação após essa amputação é desafiadora e pode requerer um suporte especializado.

Hemipelvectomia

A hemipelvectomia é uma forma extremamente rara de amputação, na qual metade da pelve e a perna correspondente são removidas. Esse tipo de procedimento é geralmente reservado para casos graves de tumores ósseos, lesões traumáticas graves ou infecções avançadas. A hemipelvectomia tem um impacto significativo na mobilidade e na qualidade de vida do indivíduo, exigindo um programa de reabilitação intensivo.

Amputação de Pé

tipos de amputação de pé
Fonte: Blog Bionicenter

Existem diferentes tipos de amputações de pé, que variam de acordo com a extensão da remoção do membro inferior. Vamos abordar três tipos comuns:

Amputação de Dedos

A amputação de dedos é a remoção de um ou mais dedos do pé. Essa amputação pode ser realizada devido a condições como lesões traumáticas, deformidades graves, úlceras ou infecções graves que afetam especificamente os dedos do pé. A amputação de dedos geralmente preserva a maior parte do pé, permitindo ao paciente manter a estabilidade e o equilíbrio adequados. Após a cirurgia, é possível utilizar calçados especiais ou órteses para fornecer suporte e equilíbrio ao caminhar.

Amputação de Lisfranc

A amputação de Lisfranc envolve a remoção da parte média do pé, incluindo os ossos metatarsais e as articulações metatarsais. Essa amputação é realizada quando há lesões graves na articulação de Lisfranc, que conecta os ossos do tarso (ossos do pé) com os ossos metatarsais (ossos da parte frontal do pé). As lesões de Lisfranc podem ocorrer devido a traumas, fraturas graves ou luxações. Após a amputação de Lisfranc, é necessário o uso de uma prótese específica para o meio do pé para auxiliar na marcha e fornecer equilíbrio.

Amputação Transmetatarsiana

A amputação transmetatarsiana envolve a remoção dos ossos metatarsais e das articulações associadas na parte anterior do pé. Esse tipo de amputação é realizado quando há danos extensos no antepé devido a lesões, infecções ou complicações vasculares. A amputação transmetatarsiana permite preservar parte do pé, como o calcanhar e o retropé, o que ajuda a manter o equilíbrio e a funcionalidade do membro. O uso de uma prótese adequada é necessário após a cirurgia para auxiliar na locomoção e proporcionar suporte.

Amputação Syme

A amputação Syme é um procedimento no qual o tornozelo é removido juntamente com o pé, preservando o calcâneo (osso do calcanhar). Essa técnica é frequentemente utilizada para tratar condições graves, como infecções graves ou deformidades significativas no tornozelo e pé. A amputação Syme é vantajosa porque permite uma superfície de apoio adequada para o uso de próteses e oferece melhor estabilidade e mobilidade em comparação com amputações mais altas. Após a cirurgia, os indivíduos podem usar uma prótese transtibial (abaixo do joelho) para recuperar a função e a mobilidade.

Amputação Pirogoff

A amputação Pirogoff, também conhecida como amputação em calcanhar, é um procedimento em que o pé é amputado no nível do calcâneo (osso do calcanhar) e uma fusão é realizada entre o calcâneo e o osso tibial inferior (parte da perna). O objetivo dessa técnica é preservar a parte distal da perna e o tornozelo para manter a função e a estabilidade. A amputação Pirogoff é frequentemente realizada em casos de traumatismo grave do pé ou doenças graves que afetam especificamente o antepé. Após a cirurgia, é necessário o uso de uma prótese específica que se encaixe no calcâneo para restaurar a marcha e a funcionalidade.

Amputação Chopart

A amputação Chopart envolve a remoção da parte anterior do pé, incluindo a articulação de Chopart, que é a junção entre o tarso (ossos do pé) e os ossos metatarsais (ossos da parte frontal do pé). Essa amputação é realizada em casos de lesões traumáticas graves ou deformidades significativas na região médio-pé. A amputação Chopart preserva o calcanhar e permite uma base de apoio mais estável para a marcha. Após a cirurgia, é necessário o uso de uma prótese específica para o meio do pé para manter a mobilidade e a função.

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Amputação de Membro Superior

Amputação transradial

A amputação transradial é um tipo de amputação que ocorre no antebraço, especificamente abaixo do nível do cotovelo. Nesse procedimento, o osso do rádio e a ulna são seccionados, removendo a mão e uma porção do antebraço. Essa amputação é realizada quando há condições médicas ou traumas graves que afetam o antebraço e a mão, como lesões traumáticas, tumores ósseos, infecções graves ou má formação congênita.

Desarticulação do cotovelo

A desarticulação do cotovelo envolve a remoção do antebraço na articulação do cotovelo. Essa amputação preserva o comprimento do membro e mantém a função básica do cotovelo, permitindo melhor controle e utilização de próteses. A reabilitação é importante para maximizar a função do membro residual e para aprender técnicas adaptativas para as atividades diárias.

Amputação transumeral

A amputação transumeral é realizada no nível do braço, acima do cotovelo. Isso resulta na perda do antebraço, incluindo o cotovelo e a mão. Os indivíduos que passam por essa amputação enfrentam desafios significativos para realizar tarefas cotidianas, como alimentação e higiene pessoal. A reabilitação é essencial para aprender a utilizar uma prótese transumeral ou para adaptar-se às habilidades unilaterais.

Desarticulação do ombro

A desarticulação do ombro envolve a remoção do braço inteiro na articulação do ombro. É um procedimento cirúrgico raro e geralmente é realizado em casos de tumores ósseos agressivos ou traumatismos graves. Essa amputação resulta em uma perda considerável da função do braço e requer reabilitação especializada para se adaptar a uma prótese ou para desenvolver habilidades compensatórias.

Desarticulação do Punho

A amputação de desarticulação do punho é um tipo de amputação que ocorre no nível da articulação do punho, removendo a mão e uma porção do antebraço. Nesse procedimento, a articulação do punho é desarticulada, preservando o máximo possível do comprimento do membro e mantendo o cotovelo intacto.

Amputação do Metacarpo

A amputação do metacarpo é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção dos ossos metacarpais, que são os ossos localizados na palma da mão, entre os ossos do punho e os dedos. Essa amputação é realizada em casos de lesões traumáticas graves, tumores ósseos, infecções avançadas ou condições médicas que afetam especificamente o metacarpo.

Quais são as causas de Amputação?

As causas de amputação podem ser variadas e incluem:

  1. Trauma: Acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, ferimentos de guerra e lesões esportivas podem levar à necessidade de amputação.
  2. Doenças vasculares: Condições como a doença arterial periférica, que reduz o fluxo sanguíneo para os membros, podem levar à amputação em estágios avançados.
  3. Câncer: Tumores ósseos ou teciduais agressivos podem exigir a remoção de partes afetadas para evitar a disseminação do câncer.
  4. Infecções graves: Infecções bacterianas ou fúngicas graves e não controladas podem comprometer gravemente os tecidos e exigir a amputação para evitar a propagação da infecção.
  5. Malformações congênitas: Algumas condições congênitas podem resultar em anomalias estruturais nos membros, o que pode levar à necessidade de amputação para melhorar a função e a qualidade de vida do indivíduo.

Quais são as etapas após a amputação?

Após a amputação, existem várias etapas importantes no processo de recuperação e reabilitação. Embora cada caso seja único e possa variar dependendo do tipo e do nível da amputação, aqui estão algumas etapas comuns que os indivíduos costumam passar:

  • Cuidados pós-operatórios: Logo após a cirurgia, é essencial cuidar adequadamente do coto (a área residual onde ocorreu a amputação) para evitar complicações. Isso inclui curativos adequados, controle da dor, administração de antibióticos, se necessário, e acompanhamento médico regular para monitorar a cicatrização e a saúde geral.

  • Cicatrização e preparação do coto: Durante as primeiras semanas e meses após a amputação, o coto passará pelo processo de cicatrização. É importante seguir as instruções médicas para cuidar do coto, incluindo higiene adequada, curativos, uso de medicamentos prescritos e evitar atividades que possam prejudicar a cicatrização. Além disso, o coto pode ser moldado e preparado para o uso de uma prótese futura.

  • Enfaixamento do coto: O enfaixamento do coto é uma técnica utilizada para moldar e modelar o coto, auxiliando na cicatrização adequada e na preparação para o uso da prótese. O enfaixamento pode ajudar a reduzir o inchaço, controlar o formato do coto e proporcionar suporte. É comum que os profissionais de saúde ensinem os indivíduos ou seus cuidadores a realizar o enfaixamento adequado do coto para garantir o ajuste adequado da prótese e evitar complicações.

  • Reabilitação física: A reabilitação física é um componente essencial da recuperação após a amputação. Isso geralmente envolve fisioterapia e exercícios para fortalecer os músculos remanescentes, melhorar a mobilidade, promover o equilíbrio e desenvolver habilidades funcionais. A reabilitação física também pode incluir terapia ocupacional para ajudar os indivíduos a se adaptarem às atividades diárias e aprender técnicas específicas para o uso de próteses, se aplicável.

  • Avaliação e prescrição de prótese: Dependendo do tipo e do nível da amputação, uma prótese pode ser uma opção para ajudar na função e mobilidade. Um especialista em próteses trabalhará em conjunto com a equipe de reabilitação para avaliar o coto e prescrever uma prótese adequada. Isso pode envolver medições, moldagem e personalização da prótese de acordo com as necessidades individuais.

  • Treinamento e adaptação à prótese: Após a prescrição da prótese, os indivíduos passarão por um processo de treinamento para aprender a usar e se adaptar à prótese. Isso inclui aprender a colocar e retirar a prótese corretamente, praticar o controle dos movimentos, ajustar-se às sensações e aprender técnicas específicas para realizar tarefas diárias com a prótese. O treinamento pode ser conduzido por um especialista em próteses e também pode envolver sessões de terapia ocupacional.

  • Suporte psicológico e emocional: A amputação pode ter um impacto significativo na saúde mental e emocional. É comum que os indivíduos passem por uma série de emoções, como tristeza, raiva, frustração e ansiedade. O suporte psicológico e emocional, seja por meio de aconselhamento individual, terapia em grupo ou grupos de apoio a amputados, pode ser fundamental para ajudar na adaptação emocional, na aceitação do processo e no desenvolvimento

O que são Próteses Ortopédicas?

As próteses ortopédicas desempenham um papel essencial na reabilitação de indivíduos que sofreram amputações ou têm deformidades congênitas. Esses dispositivos personalizados são projetados para substituir membros ausentes ou melhorar a função de partes do corpo afetadas.

Essas próteses são fabricadas usando materiais duráveis e leves, como plástico, fibra de carbono, metal e silicone, e são adaptadas às necessidades e anatomia individuais do paciente.

Tipos de Próteses Ortopédicas

Existem vários tipos de próteses ortopédicas disponíveis, dependendo da localização e extensão da amputação, bem como das necessidades funcionais do paciente. Alguns exemplos incluem:

Próteses de Membros Inferiores

  • Próteses Transtibiais: projetadas para amputações abaixo do joelho;
  • Próteses Transfemorais: destinadas a amputações acima do joelho, mantendo o quadril;
  • Próteses de Pé e Tornozelo: focadas na substituição do pé e tornozelo;

Próteses de Membros Superiores

  • Próteses Transumerais: para amputações acima do cotovelo, substituindo o antebraço e a mão;
  • Próteses Transradiais: destinadas a amputações abaixo do cotovelo, fornecendo funcionalidade ao antebraço e à mão;
  • Próteses de Mão: projetadas para substituir partes da mão, como dedos ou articulações.

Outros Tipos de Próteses

  • Próteses de Quadril: utilizadas em casos de desarticulação do quadril, substituindo todo o membro inferior e o quadril;
  • Próteses de Ombro: projetadas para desarticulações do ombro, permitindo o movimento e estabilidade adequados.

Qual o Preço de uma Prótese Ortopédica?

O custo das próteses ortopédicas varia significativamente, dependendo de vários fatores, como o tipo de prótese, a complexidade do dispositivo, a marca, os materiais utilizados e o local onde é adquirido. É importante considerar os seguintes pontos relacionados aos custos das próteses ortopédicas:

  1. Consultas e Avaliações: As consultas iniciais com especialistas em próteses, avaliações e medidas podem estar associadas a custos de consulta médica.
  2. Fabricação Personalizada: Próteses ortopédicas são dispositivos customizados, o que implica em custos relacionados à fabricação e personalização do dispositivo de acordo com as necessidades específicas do paciente.
  3. Componentes e Materiais: Os materiais utilizados nas próteses, como fibra de carbono, silicone ou metal, podem ter diferentes custos associados.
  4. Manutenção e Substituição: As próteses ortopédicas exigem manutenção regular e podem precisar de substituição de componentes ao longo do tempo, o que pode incorrer em custos adicionais.
  5. Cobertura do Seguro e Auxílio Financeiro: Dependendo do país e do sistema de saúde, a cobertura do seguro de saúde ou programas de auxílio financeiro podem ajudar a reduzir os custos das próteses ortopédicas.

É importante ressaltar que os custos das próteses ortopédicas podem variar amplamente e é aconselhável consultar um especialista em próteses, bem como verificar a cobertura de seguro e os programas de assistência financeira disponíveis, a fim de obter uma estimativa mais precisa dos custos relacionados ao caso específico.

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1 comentário em “O que é Amputação? Quais os Tipos, Causas, Próteses Ortopédicas”

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