O que é HPV?

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas — oral, genital ou anal —, tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 630 milhões de homens e mulheres — 1:10 pessoas — estão infectadas pelo HPV no mundo e, destas, cerca de 105 milhões são positivas para o HPV 16 ou 18 — explicados a seguir.

No Brasil, estima-se que haja, aproximadamente, 9 a 10 milhões de infectados por este vírus, sendo que, anualmente, 700 mil casos novos da infecção surgem.  No nosso país, é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente na mulher e no homem, e a quarta neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de pele não melanoma, mama e colorretal e, também, a quarta causa de morte por câncer em mulheres.

Bastante, né? Quer saber mais? Continue a leitura.

Tipos de HPV

Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas, dos quais 40 podem infectar o trato genital. Destes, 12 são de alto risco e podem provocar câncer e outros podem causar verrugas genitais. Os subtipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68 são os associados ao câncer. Dentre eles, o HPV 16 é o tipo mais encontrado nos casos de neoplasia de colo de útero.

Vacina HPV

Assim como há vários tipos de HPV, também há diferentes tipos de vacina.

A vacina bivalente protege contra cânceres relacionados aos HPV 16 e 18, que pode prevenir os de colo do útero; vulva e vagina; câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres.

A vacina HPV quadrivalente previne infecções por pelos tipos oncogênicos 16 e 18, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11.

E, há a vacina monovalente, que protege contra os subtipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, porém, ainda não está disponível no SUS. A vacina quadrivalente que protege contra o HPV foi incorporada de forma escalonada no SUS a partir de 2014.  Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por causar pelo menos 70% dos casos de câncer de colo do útero.

Leia mais: Entendendo o Condiloma Acuminado

Se liga só como é o esquema vacinal HPV:

A persistência da doença e progressão para lesões pré-neoplásicas e neoplasias acontece especialmente nos indivíduos vivendo com HIV/AIDS, transplantados de células tronco-hematopoiéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer (rádio e/ou quimioterapia).

O risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre essa população do que na população sem a doença ou transplante.

Sintomas HPV

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos. O diagnóstico do HPV é, atualmente, realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica.

  • Lesões clínicas: se apresentam como verrugas na região genital e no ânus (condilomas acuminados).  

Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas. Em geral, são assintomáticas. Essas verrugas, geralmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos.

  • Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinal/sintoma.

As lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para desenvolver câncer. Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.

O HPV na boca e garganta começou a aparecer mais nas últimas décadas. Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).

HPV na boca

Os principais sintomas de HPV na boca são:

  • Lesões ou pequenas verrugas esbranquiçadas, na boca ou na garganta, que podem se juntar e formar placas;
  • Feridas de cor branca, vermelha-clara ou da mesma cor da pele;
  • Aftas frequentes na borda da língua, bochechas ou céu da boca;
  • Dor de garganta constante;
  • Dificuldade para engolir;
  • Rouquidão;
  • Tosse com sangue;
  • Dor de ouvido constante;
  • Íngua no pescoço;
  • Garganta inflamada recorrentemente.

Transmissão de HPV

A principal forma de transmissão do HPV é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior e, também, há transmissão vertical.

Exame de detecção HPV

Exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau ou citopatológico do colo uterino, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero.  

Se você irá prestar alguma prova de Residência Médica ou Revalida, atenção:

Segundo as recomendações oficiais do Ministério da Saúde, o Papanicolau deve ser coletado somente a partir dos 25 anos em mulheres que tiveram atividade sexual. E, se liga, o exame não deve ser coletado antes desta idade, mesmo em pacientes que tenham tido sexarca no início da puberdade.  

Se o primeiro exame tiver resultado normal, nova coleta deverá ser realizada após 1 ano. Se ambos os exames, com intervalo de 1 ano, tiverem resultados negativos para malignidade e sem alterações, as coletas deverão ser realizadas a cada 3 anos até os 64 anos de idade.

Leia mais: Teste de Papanicolaou

Tratamento para HPV

Bom, e aí, você deve estar se perguntando: e o tratamento? Não há tratamento específico para eliminar o vírus. O tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado, dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões.

Podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo. Independente de realizar o tratamento, as lesões podem desaparecer, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume. Tudo vai depender da indicação de cada caso.

Confira a nossa playlist de dicas: HPV no Brasil.

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Bons estudos!

Por Julia da Silveira Gross

Graduada em Medicina pela Universidad del Norte (2021), revalidado pela Universidade Federal Fluminense, possui mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014), especialização em Fisiologia do Exercício (2013) e graduação em Educação Física pela UFRGS (2011).

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Postado em
9/2/23
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