Combinar álcool e remédio faz mal? Essa é uma dúvida muito comum nos consultórios assim que o médico prescreve um tratamento medicamentoso.
E, sim, a combinação entre álcool e medicamento é uma decisão perigosa e que pode trazer consequências negativas para a saúde.
Para você ter uma ideia, as bebidas alcoólicas são capazes de interferir e até mesmo neutralizar as propriedades farmacológicas de mais de 5 mil tipos de medicamentos.
Dessa maneira, elas comprometem a eficácia do tratamento e, ainda, podem desencadear efeitos colaterais potencialmente letais.
Tendo isso em vista, elaboramos este guia para esclarecer todas as dúvidas sobre o efeito do álcool com medicamentos.
Afinal, quais são os riscos associados a essa combinação? Quantas horas depois de tomar remédio pode-se beber?
Continue a leitura e descubra as respostas para essas e outras perguntas!
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define o que é interação medicamentosa como:
[…] resposta farmacológica, toxicológica, clínica ou laboratorial causada pela combinação do medicamento com outros medicamentos. Também pode decorrer da interação do medicamento com alimentos, substâncias químicas ou doenças.
Logo, a interação medicamentosa ocorre quando determinadas substâncias são ingeridas junto com determinado medicamento. Essa mistura pode afetar a maneira com que o fármaco é absorvido, metabolizado ou eliminado pelo corpo.
Isso pode levar a modificações na eficácia terapêutica ou ao aparecimento de efeitos colaterais indesejados.
Como pontuamos anteriormente, misturar medicamentos com outras substâncias – como o álcool – pode causar alterações na absorção, metabolização e eliminação do fármaco.
Dependendo do medicamento, os efeitos podem ser diferentes (maiores ou menores), por isso, é importante não misturá-los.
Veja alguns casos logo adiante!
A combinação entre álcool e remédio faz mal porque ela pode diminuir a absorção do medicamento. Isso acontece porque as substâncias, quando ingeridas em conjunto, podem “competir” por silos de absorção no aparelho gastrointestinal.
Assim, a eficácia do medicamento é comprometida, uma vez que a concentração do fármaco no organismo é reduzida.
Combinar bebidas alcoólicas com medicamentos pode interferir na atividade de enzimas do fígado que são responsáveis pelo metabolismo.
Quando isso acontece, existe a possibilidade de intensificação das atividades dessas enzimas. Logo, ocorre a metabolização mais rápida dos medicamentos, o que diminui sua eficácia.
Por outro lado, é possível que haja a inibição dessas enzimas. Assim, ocorre a concentração do princípio ativo no organismo, o que eleva o risco de efeitos colaterais.
O álcool é metabolizado por enzimas presentes no fígado, que “quebram” o álcool em substâncias como acetaldeído e ácido acético. Em seguida, ele é eliminado na urina.
Quando o medicamento é ingerido junto com a bebida alcoólica, ambos “disputam a atenção” das enzimas hepáticas. Sendo assim, pode ocorrer a acumulação excessiva do fármaco no organismo, o que potencializa o risco de efeitos colaterais.
A interação entre álcool e medicamentos pode levar a modificações na efetividade do tratamento e à potencialização de efeitos colaterais.
As bebidas alcoólicas podem afetar a forma como o corpo metaboliza e processa os princípios ativos, alterando sua eficácia e levando a um quadro de intoxicação nos sistemas nervoso, cardiovascular, digestivo e endócrino.
O efeito do álcool com medicamentos pode variar entre brando e extremamente grave – a depender das doses ingeridas (tanto da bebida alcoólica como do remédio), do princípio ativo do medicamento e de como cada organismo pode reagir.
Sem perder isso de vista, entenda abaixo porque combinar álcool e remédio faz mal.
Conforme mencionamos, o álcool pode interferir na capacidade do organismo de absorver, metabolizar ou eliminar determinados medicamentos. Por isso, um dos riscos que a mistura oferece é o não funcionamento adequado do medicamento para tratar condições ou sintomas para os quais ele foi originalmente prescrito.
Praticamente todo medicamento é passível de gerar efeitos colaterais. Entretanto, quando misturados com bebida alcoólica, esses efeitos podem ser maximizados.
Por exemplo, um medicamento antialérgico que tem como um de seus efeitos colaterais a sonolência pode dar ainda mais sono se for ingerido junto com o álcool. Quando isso acontece, aumenta-se o risco de acidentes.
Tanto o álcool como os medicamentos são metabolizados pelo fígado. Ao ingerir ambas as substâncias em conjunto, o fígado pode ficar sobrecarregado, sofrer danos e, em alguns casos, entrar em um processo de falha.
O uso de álcool e medicamentos, principalmente aqueles destinados à regulação da pressão arterial, pode causar efeitos cardiovasculares indesejados, como arritmia cardíaca e hipotensão.
Ao interferir na capacidade do organismo de metabolizar os medicamentos, a bebida alcoólica eleva a concentração do princípio ativo na corrente sanguínea. Com isso, aumenta-se o risco de ter um quadro de overdose – especialmente em se tratando de medicamentos com efeitos depressores no sistema nervoso central.
Os riscos que mencionamos no tópico anterior são mais gerais. Há de se considerar também os efeitos que o álcool pode ter quando ingerimos tipos específicos de medicamentos, como antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios. Entenda!
Alguns efeitos da mistura de álcool com antibióticos incluem:
Em paralelo, quando combinadas com antibióticos, as bebidas alcoólicas podem inibir o efeito do medicamento e dificultar o combate aos agentes infecciosos. Por conseguinte, o quadro de infecção que o antibiótico deveria combater pode se agravar.
Caso você faça uso de um medicamento anti-inflamatório junto com alguma bebida alcoólica, é bem provável que o princípio ativo diminua seu efeito no organismo. Isso acontece porque o álcool interfere na fase de eliminação do medicamento, fazendo com que isso ocorra mais rapidamente.
Assim, o anti-inflamatório não consegue atingir seu potencial máximo no corpo. Adicionalmente, essa combinação pode sobrecarregar o fígado e aumentar o risco de úlcera gástrica e sangramentos.
Assim como os anti-inflamatórios, a eliminação dos analgésicos e antitérmicos tende a acontecer com maior velocidade quando combinados com bebida alcoólica.
Falando especificamente sobre o ácido acetilsalicílico (conhecido também pelo nome comercial Aspirina ou AAS), trata-se de um medicamento utilizado para baixar a febre e aliviar dores leves e moderadas.
Ao ingerir esse fármaco junto com alguma bebida alcoólica, a tendência é que os efeitos do álcool no organismo sejam potencializados. O mesmo vale para a dipirona.
Já no caso do paracetamol, a combinação com o álcool eleva o risco de desenvolver um quadro de hepatite medicamentosa e outros problemas no fígado. Aliás, outros possíveis efeitos dessa mistura são:
Veja também: 10 tipos de hepatite e seus sintomas
As pílulas anticoncepcionais costumam ter hormônios em sua composição que impedem que haja a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Se essas pílulas forem ingeridas junto com bebida alcoólica, pode ocorrer redução da sua eficácia.
E mais: o álcool pode intensificar os efeitos colaterais dos anticoncepcionais, como náuseas, vômitos, tonturas e dor de cabeça.
Os ansiolíticos são medicamentos que, de modo geral, têm efeito calmante. Porém, se utilizados em conjunto com bebidas alcoólicas, esse efeito sedativo pode ser maximizado.
Como consequência, aumenta-se a sonolência e dificuldade de concentração, além de comprometer a coordenação motora.
Outros efeitos que essa mistura pode acarretar são:
Diabéticos que fazem uso de insulina ou outro medicamento para controlar a diabetes precisam ter cautela no consumo de bebidas alcoólicas. O etanol pode levar a uma queda perigosa nos níveis de açúcar no sangue, resultando em hipoglicemia.
Isso ocorre porque o álcool interfere na capacidade do fígado de liberar glicose no sangue, além de aumentar a sensibilidade do corpo à insulina.
Os medicamentos psicotrópicos são prescritos para tratar condições relacionadas à saúde mental, como depressão, ansiedade, transtornos bipolares e esquizofrenia, entre outros.
A interação desses medicamentos com o álcool pode ter efeitos graves e até mesmo fatais, tendo em vista que ambos atuam no sistema nervoso central (SNC).
Por exemplo, tanto os medicamentos psicotrópicos quanto o álcool têm efeitos sedativos e depressores no SNC. Quando combinados, podem resultar em sonolência extrema, falta de coordenação motora, dificuldade de concentração e problemas de memória.
A mistura de medicamentos psicotrópicos com bebidas alcoólicas pode prejudicar a função cognitiva, o que inclui habilidades de pensamento, tomada de decisão e julgamento. Consequentemente, o paciente é levado a comportamentos de risco e acidentes.
Os medicamentos anticonvulsivantes são prescritos para tratar e prevenir as convulsões em pessoas com epilepsia e outras condições neurológicas. A interação desses medicamentos com o álcool pode ter efeitos graves e comprometer o controle das convulsões, além de trazer outros riscos à saúde.
Por exemplo, o álcool é um depressor do sistema nervoso central e pode diminuir o limiar para o desencadeamento de convulsões em pessoas predispostas.
Os inibidores de apetite são medicamentos prescritos para ajudar a controlar o peso corporal, pois aumentam a sensação de saciedade. A interação desses medicamentos com o álcool pode interferir na absorção e metabolismo dos inibidores de apetite, diminuindo sua eficácia
Essa combinação pode também potencializar os efeitos colaterais desses medicamentos, como náuseas, tonturas, dores de cabeça e problemas gastrointestinais.
Os anticoagulantes são prescritos para prevenir a formação de coágulos sanguíneos em pessoas com condições que aumentam o risco de trombose, como fibrilação atrial e trombose venosa profunda.
A interação desses medicamentos com o álcool pode maximizar o principal efeito dos anticoagulantes, que é tornar o sangue “mais fino”, reduzindo a capacidade de coagulação, o que aumenta o risco de hemorragias.
Além disso, o álcool pode interferir na absorção e no metabolismo dos anticoagulantes. No caso, fica mais difícil para o médico ajustar a dose corretamente e manter a anticoagulação dentro de uma faixa segura.
O tempo que você deve aguardar para ingerir bebida alcoólica após fazer o uso de algum medicamento pode variar de acordo com o tipo de fármaco que você vai tomar, a dose e a frequência.
Em geral, recomenda-se evitar o consumo de álcool enquanto você estiver seguindo um tratamento medicamentoso – em especial quando for o caso de sedativos ou depressores no sistema nervoso central.
O ideal é que você busque orientação seu médico ou farmacêutico sobre esse tipo de restrição e siga as recomendações presentes na bula dos medicamentos.
Então, ficou claro quais são as consequências e os riscos associados à combinação de álcool com medicamentos?
Vale a pena ressaltar que é essencial evitar o consumo de álcool enquanto estiver tomando medicamentos, a menos que seja expressamente autorizado pelo seu médico.
Sempre informe o médico sobre qualquer consumo de álcool, incluindo a frequência e a quantidade. Dessa forma, ele poderá fazer os ajustes adequados na medicação para garantir sua segurança e a eficácia do tratamento.
Lembre-se de que a mistura irresponsável de álcool e medicamentos pode ter sérias consequências para a saúde. É extremamente importante seguir as orientações médicas para garantir o uso seguro e eficaz dos medicamentos.
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