Libertadores Os cruzamentos foram definidos no sorteio desta terça-feira, em Luque, no Paraguai. Foto: Conmebol Os cruzamentos foram definidos no sorteio desta terça-feira, em Luque, no Paraguai. Foto: Conmebol

Libertadores-2023: história, retrospecto e palpites sobre os duelos das oitavas de final

Publicado em Esporte

O debate de ideias promete altíssimo nível nos playoffs da Libertadores. Explico: dos 16 técnicos classificados para as oitavas de final, seis disputaram pelo menos uma vez na vida a finalíssima do principal torneio de clubes do continente. Três deles conquistaram o título. Outros dois estampam no currículo o troféu da Copa Sul-Americana. Portanto, teremos no total oito professores com currículos relevantes na etapa de mata-mata da competição continental.

 

Protagonista da melhor campanha da fase de grupos, o português Abel Ferreira disputou duas decisões com o Palmeiras e ganhou ambas. Derrotou o Santos em 2020 e desbancou o Flamengo na final de 2021. O lusitano esteve nas semifinais contra o Athletico-PR no ano passado. Para azar do lusitano, ele terá pela frente nas oitavas de final novamente  Luiz Felipe Scolari, agora comandante do Atlético-MG.

 

O Olimpia teve o segundo melhor desempenho. Sabe quem comanda o tradicional time paraguaio? Diego Aguirre! O uruguaio levou o Peñarol ao vice na temporada de 2011. Teve o azar de bater de frente com o melhor técnico brasileiro à época, Muricy Ramalho, e um Neymar impossível com a camisa do Santos. O menino brindou o alvinegro com o tri. O debate tático de Diego Aguirre será contra Jorge Sampaoli, dono da prancheta do Flamengo.

 

Quarto colocado no ranking entre os classificados, o Boca Juniors é escalado por Jorge Almirón. O técnico argentino levou o modesto Lanús à final contra o Grêmio, em 2017. O técnico argentino perdeu a taça para o iluminado Grêmio de Luan e Renato Gaúcho à época. O adversário dele nas oitavas será Álvaro Gutierrez. O meia do Uruguai na conquista da Copa América de 1995 contra o Brasil tem dois títulos da primeira divisão do país vizinho, ambos pelo Nacional.

 

O Internacional aposta em Mano Menezes. Em 2007, o técnico colorado disputou o título pela primeira vez usando o agasalho do arquirrival Grêmio. Disputou o título com o Boca Juniors liderado por Miguel Russo à beira do campo e Juan Roman Riquelme dentro das quatro linhas. Vem aí um embate interessante com o promissor técnico Martin Demichelis.

 

Reformado depois de anunciar a aposentadoria, Luiz Felipe Scolari é um dos mais vitoriosos entre os técnicos classificados para as oitavas. Ganhou uma Libertadores pelo Grêmio, em 1995, e outra no Palmeiras, em 1999. Vice em 2022 pelo Athletico-PR, é mentor, agora, do Atlético-MG. Vem aí mais um confronto promissor com Abel Ferreira, de quem é uma das referências como treinador.

 

Paulo Autuori também coleciona dois troféus. O comandante brasileiro do Atlético Nacional da Colômbia brindou o Cruzeiro com a Libertadores em 1997. Fez o mesmo na passagem pelo São Paulo, em 2005. O tricolor paulista venceu o Athletico-PR na final continental. O oponente é mais um treinador promissor da safra argentino: o ex-volante/meia Fernando Gago.

 

Dois treinadores não disputaram a final da Libertadores, mas são campeões da Sul-Americana. Martin Anselmi levou o Independiente del Valle ao título do segundo torneio mais importante do continente no ano passado contra o São Paulo. Semifinalista da Libertadores em 2012, Jorge Sampoli ganhou a Sul-Americana pela Universidade de Chile na edição de 2011.

 

História, retrospecto e palpites sobre os duelos das oitavas de final

 

Atlético Nacional-COL x Racing-ARG
Comandado pelo técnico brasileiro Paulo Autuori, o time colombiano volta a enfrentar o Racing em um mata-mata da Libertadores depois de 34 anos. A única vez aconteceu na edição de 1989. O Atlético Nacional venceu na ida por 2 x 0, perdeu na volta por 2 x 1 e avançou. À época, a trupe liderada por Francisco Maturana à beira do campo; e René Higuita dentro das quatro linhas, marchou rumo ao título inédito naquela temporada. A venda do meia Matías Rojas para o Corinthians enfraquece o Racing. Atenção para o bom futebol e o faro artilheiro de Pabón sob a batuta de Autuori.

Títulos em jogo: 2 x 1
Palpite do blog: Atlético Nacional

 

Nacional-URU x Boca Juniors-ARG
O confronto reúne nove títulos continentais: seis do Boca Juniors e três do Nacional de Montevidéu. Duelaram recentemente nas quartas de final da Libertadores de 2016. O Boca Juniors avançou nas cobranças de pênaltis, em La Bombonera, por 4 x 3, depois de dois empates por 1 x 1, na capital uruguaia e em Buenos Aires. O técnico Jorge Almirón tem experiência em mata-mata. O dono da prancheta do Boca levou o Lanús à final na temporada de 2017 contra o Grêmio.

Títulos em jogo: 3 x 6
Palpite: Boca Juniors

 

Deportivo Pereira-COL x Independiente del Valle-EQU
Estreante na Libertadores, o time colombiano conquistou o título nacional de 2022 ao superar o Independiente Medellín nos pênaltis, por 4 x 3. Fundado em 1944, quase faliu devido ao acúmulo de dívidas. Caiu para a segunda divisão em 2011 e voltou à elite em 2019. É azarão contra um bicampeão da Copa Sul-Americana, atual vencedor da Recopa e finalista da Libertadores em 2016 contra o Atlético Nacional.

Palpite: Independiente del Valle

 

Atlético-MG x Palmeiras
Luiz Felipe Scolari e Abel Ferreira são os mentores dos três títulos do time alviverde na Libertadores. Felipão em 1999, Abel nas temporadas de 2020 e 2021. Somente um deles seguirá em frente. Há uma atração fatal entre os dois times não somente na Libertadores. Duelaram nas quartas de final da temporada passada com triunfo do Palmeiras e nas semifinais de 2021, também com sucesso paulista. Mediram forças nas semifinais da extinta Copa Mercosul, em 2000, e nas quartas da Sul-Americana, em 2010. Paulinho é o artilheiro isolado da Libertadores com sete gols. O meia Arthur está à caça dele com cinco.

Títulos em jogo: 1 x 3
Palpite: Palmeiras

 

Bolívar-BOL x Athletico-PR
O clube boliviano é um dos parceiros do Grupo City na América do Sul e volta a disputar a fase de mata-mata depois de nove anos. Chegou às semifinais em 2014 e foi eliminado pelo San Lorenzo. Houve confrontos na fase de grupos de 2002. O Bolívar venceu o então campeão brasileiro por 2 x 1, em Curitiba, e um empate insano por 5 x 5 na altitude de 3.600m de altitude, em La Paz. O Furacão terminou em último lugar no Grupo 4 contra América de Cáli, Olmedo e Bolívar. Um desempenho frustrante em um grupo acessível à época.

Títulos em jogo: 0 x 0
Palpite: Athletico-PR

 

River Plate-ARG x Internacional-BRA
Um dos duelos mais legais determinados pelo sorteio. Confronto inédito na fase de mata-mata da Libertadores. Os únicos duelos foram pela fase de grpos, todos na edição de 2019. O Internacional empatou por 2 x 2, em Porto Alegre, e levou de Buenos Aires o mesmíssimo resultado à época. O time colorado avançou em primeiro lugar e os Millonarios na segunda posição. A contratação do equatoriano Enner Valencia eleva o patamar do ataque de Mano Menezes para dois duelos duros com a trupe de Martín Demichelis, ex-treinador das categorias de base do Bayern de Munique.

Títulos em jogo: 4 x 2
Palpite: River Plate

 

Argentinos Juniors-ARG x Fluminense
Em 1985, o campeão brasileiro enfrentou o adversário duas vezes na fase de grupos. Perdeu no Rio de Janeiro por 1 x 0, e em Buenos Aires pelo mesmo placar. O Argentinos Juniors conquistou o título naquela versão. Os dois times se reencontraram na mesma etapa da Libertadores na ediçào de 2011. O Fluminense amargou empate por 2 x 2, no Rio, e triunfou por 4 x 2, em Buenos Aires, em uma partida heroica na qual confirmou a passagem para as oitavas de final do torneio continental.

Títulos em jogo: 1 x 0
Palpite: Fluminense

 

Olimpia-PAR x Flamengo
Para o time paraguaio, uma oportunidade de revanche das quartas de final de 2021. Comandado à época por Renato Gaúcho, o atual campeão da América avançou com 9 x 2 no placar agregado. A partida de volta, inclusive, foi disputada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, com goleada carioca por 5 x 1. O retrospecto aponta outros seis confrontos pela fase de grupos na edições de 2012, 2002 e de 1981, ano da primeira conquista do Flamengo. O clube carioca perdeu dois dos oito confrontos com a equipe paraguaia.

Títulos em jogo: 3 x 3
Palpite: Flamengo

 

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