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Juliana Knust comemora sua independência

Juliana Knust, 22 anos, a Sandra de Celebridade, acabou de sair da casa dos pais para morar sozinha, venceu um princípio de anorexia, terminou um namoro há um mês e está encarando de frente seu novo desafio: sua estréia numa novela das 8

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2016, 23h48 - Publicado em 17 dez 2015, 19h15

O Gilberto Braga diz que você é a aposta dele em Celebridade. Dá medo?

Fiquei muito feliz quando ele falou que eu era a aposta desta novela. Mas, caramba, é uma responsabilidade grande! Na festa de lançamento de Celebridade ele chegou e disse: “Gosto de lançar gente, lancei a Malu Mader, o Felipe Camargo, quero lançar você”. Imagina! Fiquei com medo de não corresponder à expectativa, porque era uma grande chance e eu tinha de mostrar meu trabalho. Mas fui relaxando e agora estou mais segura.

Por que você foi morar sozinha?

Morava em Niterói e tinha de pegar a Linha Amarela [via expressa que liga a Barra da Tijuca à Avenida Brasil] para ir e voltar do Projac. Há cinco meses estava passando por lá e me vi no meio de um tiroteio. Estava tudo engarrafado, as pessoas dando ré, buzinando. Os caras passavam de metralhadora do meu lado dando tiro, minha perna tremia, não consegui dirigir. Durou uns 15 minutos, consegui sair por um canteiro, peguei uma outra rua, não sabia se arrumava um lugar para me esconder, se buzinava, se olhava para o canto.

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Ir morar sozinha foi difícil?

A minha casa vivia cheia, cachorro, gente entrando e saindo. Era estranho chegar e não ter ninguém. Sem falar que sempre morei em casa, essa coisa de mudar para apartamento, olhar pela janela e ver a vida dos vizinhos é muito doida. Estranhei, ficava na varanda viajando na casa dos outros, dava para ver o que eles estavam fazendo.

Você é boa dona de casa?

Como muito na rua, tenho comida pré-pronta na geladeira e minha mãe faz sopa e congela para mim. Cozinhar mesmo, só sei fazer ovo, Miojo e brigadeiro [risos]. A roupa eu vou juntando até ficar um saco legal. Levo para casa, mamãe lava e passa!

Como é virar adulto de vez, passar a pagar as contas?

Estou aprendendo a administrar meu dinheiro e dando mais valor às coisas. Agora entendo quando meus pais falavam “desliga a luz, menina”, ou “olha a torneira aberta”. Eles morrem de rir quando eu digo que não vou usar o forninho elétrico porque ele puxa muita luz. Quando o dinheiro sai do seu bolso, muda tudo.

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Você está namorando?

Não Depois de quatro anos e meio eu e o Fábio, que é músico, terminamos há um mês. Vimos que não estava dando mais, não estávamos mais em total sintonia como já estivemos. Não teve briga, nada. Fábio é meu grande amigo, sempre foi. Quando a gente namora muito tempo divide tudo com a pessoa, não toma suas decisões sozinha. Tudo é a dois. Agora eu que estou levando a minha vida e decidindo. Mas claro que bate uma saudade, sinto falta do Fábio, embora nos falemos sempre.

Você engordou oito quilos para fazer Malhação. Isso mexeu com sua auto-estima?

Fiquei um ano sem ir à praia, saí do manequim 36 para o 40. Mas nem pensava muito nisso, estava feliz com o papel, com a minha vida. O pior de tudo é que não engordei o quanto queriam, ainda tive de usar enchimento debaixo da roupa. O duro é que, quando saí de Malhação, a cada trabalho que pintava me pediam para emagrecer. Uma hora pirei com as cobranças, ia para casa chorando, queria abandonar tudo.

O que aconteceu?

Com o tempo vi que precisava cuidar de mim. Reaprendi a comer e fui emagrecendo. Só que não parei mais. Passei três meses fazendo a dieta da proteína e fiquei esquelética, as pessoas falavam: “Juliana, você está feia, chega”. Eu estava horrível, era um cabeção andando, os ossos todos aparecendo e não via isso.

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Como assim?

Por causa dessa minha revolta em ter de emagrecer, acho que pensei: “ah é, então tá, vou mostrar para vocês”. Fui pirando, pirando, pirando e depois não tinha quem tirasse da minha cabeça que tinha de parar. Fazia Sandy & Junior, me olhava no espelho e me achava gorda. Cheguei a 50 kg [ela tem 1,63 m]. Não comia doce, carboidrato, viajava e não provava comidas típicas. Tive princípio de anorexia, foi uma barra.

Quando você percebeu que estava mal?

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Viajei e tive uma crise de hipoglicemia [queda drástica do nível de açúcar no organismo] no avião. Comecei a passar muito mal, parecia que estavam amassando meu cérebro, chorava e achava que ia morrer. Graças a Deus tinha um médico no vôo e ele me ajudou. Fazia três meses não punha açúcar na boca.

O que você fez?

Vi que precisava me tratar, estava doente. Fui procurar ajuda e fazer terapia. Hoje como de tudo. Se exagero num dia, compenso no outro. A anorexia estava querendo me pegar, mas não pegou. É um processo louco. Tem gente que morre. Sei que tem muita leitora da CAPRICHO passando por isso, então é preciso realmente escutar os outros, porque você não percebe, não vê o que está acontecendo. Ouça quando as pessoas dizem que você está magra demais. Procure ajuda. A saúde é o mais importante na vida.

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