NATIVOS NORTE AMERICANOS

Ola pessoal, essa semana terá um post diferente, a sim como já trouxe para vocês um pouco da história da máfia, agora vamos falar sobre tribos indígenas, mantendo um foco nos nativos norte americanos, o post é longo então peguem algo para comer e leiam com calma, boa leitura.

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Os primeiros povos das américas já viviam no continente a milhares de anos, esses povos são conhecidos como índios, nativos americanos ou indígenas e no Canadá também são conhecidos como as primeiras nações, muitos desses povos ainda vivem no continente mas a maioria foram dizimadas ao longo do tempo. Os primeiros povos da américa provavelmente vieram da Ásia para o Alasca, os pesquisadores acreditam que isso ocorreu entre 60 mil e 20 mil anos atrás, durante esse período, possivelmente havia terra firme onde hoje se encontra o estreito de Bering, que separa a Ásia da América do Norte.

Por volta de 10.000 a.C, esses povos se espalharam pelas Américas do Norte, caçava grandes animais, como o mastodonte, outros pescavam e juntavam sementes e plantas silvestres e com o tempo alguns povos começaram a se dedicar à agricultura. Os povos da américa do Norte formavam mais de 240 grupos, ou nações. Os chipewyans e os crees viviam na região ao sul do Ártico, onde hoje estão o Canadá e o Alasca, eles dependiam de renas, alces e castores para se alimentar, além de confeccionar tendas e roupas com as peles dos animais

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No leste da América do Norte estavam os iroqueses, no norte, e os creeks, no sul, eles usavam cascas e galhos de árvores para construir casas, armas, ferramentas e canoas, suas roupas eram confeccionadas com peles de veado e de outros animais, eles caçavam, pescavam e colhiam plantas e frutos, além de plantar milho, abóbora, feijão e tabaco. Entre os povos das grandes planícies do cento da América do Norte se destacavam os cheienes e os sioux, os nativos obtinham dos bisões quase tudo de que precisavam para viver, comiam sua carne, faziam roupas com sua pele e construíam ferramentas usando seus ossos.

Já nas regiões áridas do sudoeste dos Estados Unidos viviam os índios pueblos e navajos, eles aprenderam a cultivar grãos usando pouquíssima água, alguns construíam suas casas com pedras e adobe que é um tipo de barro. Muitos grupos de índios habitavam a costa oeste dos Estados Unidos, vivendo de caça e pesca, os chumashs construíam casas em forma de cúpula e o miwoks tinham uma parte da casa que ficava embaixo da terra. Os atuais estados de Nevada e de Utah, no sudoeste árido foram o refúgio de grupos como os shoshones, ao norte dessa região viviam os nez-percés, flatheads e outros grupos, no inverno viviam em aldeis e no verão acampavam em tendas.

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Na costa noroeste, uma área que se estende entre a atual Califórnia e o Alasca, viviam os tlingits e os kwakiutls, entre outros povos, eles pescavam no mar e nos rios, alguns povos caçavam baleias, esses grupos construíam casas grandes e canos de madeira muito resistentes. Em 2010, a população indígena norte americana era de aproximadamente 2,9 milhões, esse número inclui os esquimós e outros povos do Ártico, eles representam cerca de 1 por cento da população do país. Um terço deles mora em reservas ou próximo a elas, além disso, cerca de 2,3 milhões de norte americanos têm algum ancestral indígena.

Diversos índios do oeste dos Estados Unidos foram viver em reservas criadas pelo governo, mas, essas reservas eram pequenas ou ficavam em locais diferentes da qual esses povos viviam, suas condições eram de pobreza, além disso muitos povos ficaram desenraizados e foram abandonando suas tradições culturais perdendo totalmente suas referências. Em 1934, o governo começou a mudar o tratamento dado aos ídios, foi aprovado leis que concediam aos povos indígenas mais poder sobre suas terras, mas todos sabem que as coisas não foram bem a sim e muitos nativos continuam lutando e fazendo reivindicações contra o governo.

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ESQUIMÓS:

Os esquimós ocupam o extremo norte do planeta desde 5 mil a.C, atualmente, são cerca de 150 mil pessoas, ocupando uma faixa litorânea com cerca de 3 mil km de extensão, que cobre a Sibéria, o Alasca, o norte do Canadá e a groenlândia, dentre as dezenas de etnias, os inuits são os mais populosos, eles são tão comuns no Canadá e na Groenlândia que lá inuit define os moradores das áreas geladas, o termo “esquimó” é pejorativo, significa “comedor de carne crua”, em geral eles são baixos, com 1,60 m de altura, braços e pernas curtos e fortes, costumam ser pacíficos e solidários, todos trabalham para o bem da comunidade e não há classes sociais.

As mulheres fazem o vilarejo funcionar, enquanto os homens viajam para obter comida, quanto mais posses, mais esposas o esquimó pode ter, em geral, no máximo são três, as crianças, consideradas reencarnações dos antepassados, são carregas nas costas pelas mães para evitar o vento frio, em comunidas tradicionais, elas não vão à escola e aprendem as atividades dos pais na prática. A alimentação dos esquimós é baseada em carne, como o frio inibe a agricultura e o cozimento que é muito demorado e demanda muita energia, os povos comem muita carne defumada, preparada pelas mulheres em buracos no chão.

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Os iglu que são suas casas, não é feito de gelo pelo menos os tipos mais comuns, mas sim de madeira, cada um costuma ter cerca de 25 x 15 metros, com telhado inclinado para impedir desabamento por acúmulo de neve. A vila também tem um barracão em que as mulheres fabricam roupas e barcos, a base dos vestuário é pele de foca, de urso e de raposa, para melhorar o aquecimento, os pelos são voltados para dentro, a fabricação é responsabilidade das mulheres, que mascam o couro e o deixam curtindo na urina delas, para facilitar a costura, são usados os tendões dos próprios animais.

Dependendo da região, a roupa é mais rústica, manchada de urina ou mais uniforme e com adereços, resultado do contato com o ambiente urbano. Dependendo da região, os povos do gelo caçam salmão, foca, urso, raposa ou baleia, grupos que vivem no Ártico canadense pescam grandes mariscos em perigosas cavernas naturais que surgem, uma vez por ano e por poucas horas, no gelo que cobre lagos e mares, no Alasca a caça às baleias é feita com pequenos barcos e harpões, quando encontram uma baleia no raso, os esquimós a cercam e lançam as armas até vencer o bicho pelo cansaço.

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Os iglus de gelo, só são feitos nas viagens de caça e pesca, eles são feitos com grandes blocos de neve compactada, cortados no solo. Os tijolos são dispostos em espiral, subindo até o teto e coberto por um bloco que, ao mesmo tempo, sela e sustenta a construção, o “cimento” também é gelo derretido com lamparinas de óleo de baleia, o formato arredondado evita que a neve se acumule e derrube o iglu, que pode acomodar até 20 pessoas. A entrada, cavada no chão , barra o ar gelado, as camas ficam o mais alto possível, uma fogueira garante a iluminação e o aquecimento que aumenta a temperatura de -45 graus para 16 graus.

Para se locomover por camadas de gelo de até 2 km de espessura, o melhor meio de transporte são os trenós puxados por cães, os malamutes predominam na região do Canadá, e os ruskies, na Sibéria, os veículos, para até quatro pessoas, chegam a 40 km/h, a navegação é feita com barcos de pele de baleia. A partir do contato permanente com novas culturas principalmente com russos, as tribos foram expostas a doenças e epidemias até então desconhecidas, que nos séculos 18 e 19 dizimaram milhares de pessoas.

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IROQUOIS:

Os iroqueses viveram na região dos Grandes Lagos onde hoje é o estado de Nova York, composta de cinco nações os caiugas, mohawks, oneidas, onondagas e sênecas que constituíam a condeferação iroquesa. A condeferação iroquesa foi um dos exemplos que inspirou os fundadores dos Estados Unidos em sua organização política, uma sexta tribo, a dos tuscaroras, se juntou à confederação em 1722. As casas dos iroqueses eram comunitárias, as moradias eram suficientemente grandes para abrigar várias famílias, sua estrutura de madeira era recoberta de cascas de árvores.

Os iroqueses tiravam das florestas vizinhas os materiais usados para fazer canoas de madeira e recipientes para uso doméstico. Roças de milho, feijão e abóbora eram plantadas perto das aldeias e cuidadas pelas mulheres, depois da colheita do outono, os homens se mudavam temporariamente para as florestas, iniciando a temporada de caça, na primavera, as famílias se reuniam para pescar em rios e lagos próximos às aldeias. Os iroqueses eram dividios em clãs, e os filhos sempre pertenciam ao clã da mãe.

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Ninguém podia casar-se com um membro de seu próprio clã, a confederação iroquesa decidia sobre questões que afetavam todas as tribos iroquesas, o grupo era composto por 50 chefes, quando um desses líderes morria, as mulheres do clã ao qual ele pertencia escolhiam seu sucessor. Quando combatiam outros grupos indígenas, os guerreiros iroqueses frequentemente capturavam prisioneiros, os prisioneiros às vezes eram adotados, para tomar o lugar de parentes mortos, no final do século XVII, boa parte da população iroquesa era composta de pessoas adotadas de outras tribos.

Conhecidos pelos jesuítas, e outras tribos, como uma confederação de costumes guerreiros, os iroqueses eram, naturalmente, voltados para o combate, os iroqueses não usavam nenhum tipo de proteção indo para o combate com sua pintura de guerra e suas calças. Suas principais armas em combates tribais eram machados de pedras, tacapes e lanças, que usavam em curta distância, para combmates em longas distância, as armas usadas eram um arco e flecha, geralmente com as flechas possuindo pontas de ossos de tartaruga ou veado, e zarabatanas. O mais surpreendete dos iroqueses, é que eles se adaptaram muito rapidamente às táticas europeias, logo passando a também usar armas de fogo que conseguiam com os colonos, principalmente franceses e ingleses.

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As táticas de guerra iroquesas eram altamente flexíveis, exigindo um grande conhecimento e domínio sobre o terreno, o que não era difícil para eles, entretanto, outros fatores que marcaram os guerreiros iroqueses foi a sua alta organizaçao e moral, superando seus inimigos com articuladas estratégias e, com isso, sendo capazes de vencer até mesmo os europeus. Além de conflitos intertribais, os iroquois ficaram conhecidos por se envolverem com as potências europeias e servirem de aliados valiosos de alguns colonizadores europeus, uma das batalhas as quais os iroquois participaram junto com os europeus foi a batalha do lago George.

A batalha teve começo quando o general inglês William Johnson, junto com seus aliados iroqueses liderados por Hendrick Theyanoguin, foi emboscado pelas forças francesas lideradas pelo barão Dieskal, Jean Erdman, apesar da emboscada inicial pelo Barão Dieskal, os britânicos e iroqueses conseguiram resistir e reagir contra a ofensiva francesa, mesmo com o ataque surpresa sendo repelido, houve uma breve resistência por parte dos aliados indígenas dos franceses, os caughnawagas, principalmente porque os britânicos haviam matado seu líder, resultando em uma pequena confusão em suas linhas. Ainda assim, o barão Dieskal forçou os índios a atacarem, mas eles acabaram batendo em retirada com um novo contra ataque.

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O resultado da batalha foi inconclusivo, mas considerado uma vitória britânica, já que as tropas francesas foram obrigadas a se retirar e o barão Dieskal acabou sendo capturado pelos britânicos, ambas as forças possuíam aproximadamente 1500 homens, com os britânicos tendo 200 guerreiros mohawks, parte dos haudenosaunee, atuando como aliados. Os franceses, em contrapartida, possuíam aliados entre outras tribos indígenas, que também estavam presentes na batalha. Por existirem várias versões dessa mesma batalha, o número de baixas é incerto, mas, aparentemente, ambos os lados sofreram um número similar de mortes, com 331 perdas para o lado britânico e 339 para o lado francês.

Apesar de sua histórica aliança com os ingleses, esse foi justamente um dos fatores pelos quais eles se viram envolvidos na guerra de independência americana, incapazes de manter sua neutralidade devido a proximidade territorial, assim como a sua aliança com os ingleses, os americanos receberam ordens de George Washington para a destruição dos haudenosaunee, após a perseguição pela guerra, a confederação ficou bastante enfraquecida e teve de se retirar de seus territórios nos EUA, permanecendo majoritariamente no Canadá. Entretanto a situação começou a mudar no início do século XX e a criação da liga das nações, já que a administração mudou do Reino Unido diretamente, para políticos canadenses, complicando um pouco mais a situação dos nativos iroqueses. Atualmente, muitos haudenosaunee lutam para conseguir reconhecimento de sua nação tanto pelas autoridades americanas quanto as canadenses, uma situação crítica para os primeiros habitantes da América, que perderam boa parte do prestígio e reconhecimento que tiveram na história.

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CHEYENNE:

A nação cheyenne era composta por duas tribos unidas, o sotaae'o e os tsitsistas, que se traduziam por “like people hearted”, a nação era composta por 10 aldeias, que ficava espalhada por todas as grandes planícies, desde o Colorado do Sul até às Black Hills a, sul do estado de Dakota. No início dos anos 1800 foi feita uma cisão da tribo em duas facções, a banda do sul que ficou perto dos rios Platte e a banda do norte que viveu perto das Black Hills junto às tribos Lakota que pertencia aos índios Sioux.

Os Cheyenne, de Montana e Oklahoma falavam a língua Cheyenne, com apenas um pouco de palavras diferentes entre os dois locais, a linguagem da tribo é tonal e faz parte do grupo de maior língua, os algonquinos. Em 1851, foi criado um território para a tribo que foi criado em Colorado do Norte pelo tratado de Fort Laramie, hoje esse antigo território inclui cidades de Fort Collins, Denver e Colorado Springs, depois devido a corrida do ouro, eles foram expulsos por colonos e acabaram indo para locais mais pobres e agrestes do território americano.

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A cultura Cheyenne tinha a sua existência e tradições baseada nas manadas de bisontes, o búfalo supria os índios de todas as suas necessidades alimentares e de todos os materiais como roupas e armas, as mulheres fabricavam os vestuários de toda a tribo, as vestimentas eram simples mas bem adaptadas para o clima rigoroso e variável das grandes pradarias. Os Cheyenne eram exímios caçadores mas não exterminavam os animais, abatiam apenas aquilo que necessitavam para se alimentar e abastecer.

Era um povo integrado que sabia respeitar profundamente a natureza, era um povo recoletor, segundo eles a terra não pertencia a ninguém, a terra era sagrada e por isso não cultivavam nela coisa alguma, viviam do que a natureza produzia. O contato entre eles e o homem branco ficou cada vez mais frequente e permaneceu calmo até que que ocorreu o que ficou conhecido como “Massacre do Riacho de Areia” em novembro de 1864, onde foram mortos mais de 100 cheyennes e arapahos que estavam sob os cuidados do grande chefe “chaleira preta”, e sob a proteção do exército norte americano.

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O ato inegável de genocídio e as mutilações que ocorreram, fizeram com que os Cheyennes não tivessem alternativa, a não ser entrar em mais de 20 guerras por ano, o que só terminou com a dizimação deles, embora fossem superados eventualmente pelo exército norte americano, os Cheyennes, Sioux e Arapaho puderam derrotar o mesmo exército em várias batalhas, inclusive a mais famosa conhecida como batalha do pequeno grande chifre, onde foram mortos 240 soldados americanos incluindo o tenente coronel George armstrong Custer que era bem famoso na época.

Apesar da vitória, provou-se só ser a última grande vitória, após isso o sentimento de vingança pelos militares foi enorme que culminou com que o búfalo fosse erradicado fazendo a iminente destruição dos Cheyennes e outros povos nativos. Hoje em dia os cheyennes continuam lutando para manter seu modo tradicional de vida e preservação do seu idioma e religião, mas grande parte deles já foi assimilada pelo mundo moderno.

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SIOUX:

A origem do termo tem a ver com a expressão serpente e era o termo costumeiramente utilizado pelas tribos inimigas que conheciam esta intrigante civilização, que se auto intitulava como dakota. A civilização sioux é bastante diversificada, e ainda se subdivide em outros 3 grandes grupos, os tétons, yanktons e santees. As principais atividades econômicas dos sioux giravam em torno da agricultura, onde a plantação de milho possuía expressivo destaque, além disso realizavam atividades de caça a animais de grande porte como búfalos e bisões.

Os Sioux eram aliados dos índios Chayenne e tinham os crow como seus mais tradicionais inimigos, antes da chegada dos colonizadores espanhóis, essa civilização realizava constantes deslocamentos territoriais em busca das manadas selvagens de gado, com o contato com os espanhóis, os sioux passaram a utilizar o cavalo nas atividades de caça e, com isso acabaram sofrendo um processo de sedentarização.

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A dança do sol era um dos mais importantes rituais praticados pelos povos sioux, nessa cerimônia havia um processo de autoflagelação em que os participantes cravavam estacas pontiagudas na pele, que ficavam presas a um poste de madeira através de uma tira de couro, depois disso, ficavam várias horas do dia dançando em torno desse poste, até que a pele se desprendesse da estaca, neste momento, o ritual alcançava seu ponto máximo com o contato com os seres do mundo espiritual.

Depois do processo de independência dos Estados Unidos, os conflitos entre os colonizadores os povos sioux aumentaram significamente, a resistência dessa grande civilização indígena se prolongou até o final do século XIX e marcou o processo de destruição das populações nativas da América do Norte. Atualmente os remanescentes dos sioux se reduzem a pequenas populações que vivem nos estados de Dakota do Norte e Dakota do Sul.

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PUEBLO:

Os índios pueblo são um grupo de tribos que vivem no nordeste do Arizona e do noroeste do Novo México, os exploradores espanhóis deram-lhes o nome de “pueblo”, que em espanhol significa cidade ou aldeia, os europeus ficaram impressionados com suas aldeias. Os pueblos construíram casas grandes que tinham vários andares como prédios de apartamentos, eles usaram blocos de adobe ou de barro cozido ao sol, eles eram agricultores e cultivavam milho, no início também caçavam e colhiam plantas.

Os pueblos são descendentes do antigos povos anasazi, algumas de suas aldeias já existiam centenas de anos quando os soldados espanhóis chegaram em 1540, os pueblo obtinham a maioria de seus alimentos pela agricultura, eles cultivavam milho, abóbora, feijão e sementes de girassol, e também criavam perus. Mais tarde, eles adicionaram culturas introduzidas pelos espanhóis, como o trigo, a cebola, a melhancia, o pêssego e o damasco, os colonizadores também introduziram ferramentes de metal e o cavalo. Os pueblos caçavam veados, antílopes e coelhos, e recolhiam plantas selvagens.

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Os governantes espanhóis foram cruéis com os pueblos, em 1680, o líder pueblo chamado Popé liderou uma rebelião contra os espanhóis, os pueblos conseguiram afastar os colonizadores das suas terras por uns 12 anos, quando os espanhóis voltaram, a relação entre eles acabou melhorando.

No final do século XX, havia cerca de 60.000 índios pueblo, eles viviam em 19 aldeias, ao contrário de muitas outras tribos de nativos americanos, os pueblos modernos têm sido capazes de manter seu modo de vida tradicional.

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NAVAJOS:

Os navajos, que se autointitulam Dineh, eles são procedentes da região norte e hoje ocupam um planalto que atravessa a maior parte do Arizona, Novo México e Utah, em termos territoriais é considerado o maior espaço nativo dos Estados Unidos. Suas terras, são vastas e despovoadas, são forradas por pequenas porções de pinheiro, pinhão, artemísias e outras vegetações, passagens estreitas como o Canyon de Chelly e del Muerto se alongam por inúmeros quilômetros.

No século XVI os navajos pescavam e caçavam, os navajos se confrontaram com os espanhóis que chegavam para colonizar seu território e no início do século XIX entraram em conflito com os mexicanos, eles herdaram dos espanhóis o uso de cavalos, ovelhas e cabras o que estimulou intensamente sua vida econômica. O primeiro pacto dos navajos com os governantes norte americanos data de 1846.

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Porém, novas disputas econômicas os levaram a entrar em choque com os militares novamente em 1849, as hostilidades só cessaram em 1863, quando Kit Carson, caçador e militar do exército, intensificou a perseguição a o povo navajo e aprisionou oito mil integrantes da tribo, levados para a reserva de Forte Summer, no Novo México, depois de um percurso de aproximadamente de 600 quilômetros que ficou conhecido como a Grande Caminhada.

Depois de muito sofrimento neste local, um novo acordo foi promovido em 1868, quando os remanescentes dos prisioneiros foram reconduzidos para a moradia anterior e, depois de receberem gado e ovinos, decidiram conviver pacificamente com os colonos da América, a partir de então os navajos progrediram, o povo cresceu praticamente o dobro e a reserva foi ampliada.

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Na segunda guerra mundial muitos homens navajos se alistaram, e ficaram muito famosos por que se não fosse por Chester Nez e outros 28 índios que criaram uma linguagem secreta usado nas operações do Pacífico, o Estados Unidos provavelmente não teriam vencido a batalha contra o japão, o trabalho foi tão importante que permaneceu em segredo por décadas e eles só começaram a receber o merecido reconhecimento em 1968.

Sua filosofia espiritual é vinculada aos elementos naturais e movida pela procura de um elo harmônico entre os navajos e a natureza, neste universo as criaturas menores podem ter maior significância que os seres maiores e mais potentes, assim, as divindades mais poderosas são, às vezes, obscurecidas por criaturas singelas e modestas. Os ritos são estruturados em torno do Sol, ele representa a luminosidade, o calor e assim, sobrepuja as outras entidades e divindades. Também a Mulher que Muda, também denominada Istsá Natlehi, representa as forças da terra, com suas transformações sempre representadas pelas mudanças de estações, ela também evoca o poder feminino e o amor de mãe.

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APACHE:

Os apaches são os índios mais conhecidos da América do Norte por serem um povo guerreiro e muito exposto no cinema, eles se auto definem como Ti-neh, o povo, hambitavam uma área enorme no lado oriental do Novo México, que também invadia o Texas e o México, este povo orgulhoso e guerreiro se dividia em muitos grupos, sendo mais conhecidos os Jicarillas, os Mescaleiros e os Chiricahuas, mas haviam também os Kiowa, White Mountain, os tontos e outros. Os primeiros intrusos do território Apache foram os espanhóis, a partir de 1.500.

Haviam diferenças entre os vários grupos de Apaches, principalmente no modo de se vestir e nos acessórios que utilizavam, haviam os grupos mais dedicados ao pastoreio e caçadores de bisontes e outros voltados para os saques em fazendas e povoados, como os Mescaleiros, que viviam nas montanhas.

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Na cultura tradicional, as mulheres cuidavam do alimento, da madeira e da água, enquanto os homens tinham que caçar e guerrear, a poligamia era praticada quando as condições econômicas permitiam, a religião era fundamental na vida Apache, era pedido a proteção dos espíritos das montanhas. Usan era o seu deus, os feiticeiros eram muito respeitados nas tribos e detinham muitos poderes, frequentemente influenciando os chefes nos conselhos tribais, em que tomavam suas decisões mais importantes.

Por precisarem se locomover com grande frequência, suas tendas eram feitas de lã e gravetos, para montar e desmontar de forma rápida podendo sumir sem deixar vestígios em pouco tempo, quando se viam ameaçados. Viviam em região hostil, de escassos recursos naturais e por isso se especializaram em saquear as fazendas e povoados dos colonizadores brancos e via de regra roubavam também as outras tribos, sumindo rapidamente nas serras da região, onde construiam esconderijos, durante anos o exército sofreu na tentativa de subjugar os Apaches.

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Além do conhecimento do terreno, os Apaches contavam com a resistência conseguida em anos de vida dura e treinamento, sabe-se que os índios passavam por treinamentos muito rigorosos, eram atiradores admiráveis com o arco e flecha ou lançando suas machadinhas, também conseguiam cavalgar durante vários dias sem parar para dormir. Se o cavalo morria, eles continuavam a marcha a pé, algo muito marcante era seus gritos de guerra e os rostos com pinturas de combate.

Os exploradores espanhóis foram os primeiros não índios a entrar em terras apaches, mais tarde vieram os mexicanos e os americanos, o estabelecimento de americanos no território apache provocou uma guerra feroz entre os apaches e os militares americanos na segunda metade do século XIX. A última batalha dos apaches terminou com a rendição de Geronimo, em 1886. Alguns apaches se estabeleceram no estado de Oklahoma, outros se mudaram para uma reserva no Novo México, no início do século XXI, havia cerca de 100 mil apaches, muitos deles viviam em reservas no sudoeste dos Estados Unidos.

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COMANCHE:

Os comanches eram originalmente um ramo do povo shoshone do estado de Wyoming, nos Estados Unidos, mudaram-se para o sul em etapas, atacando e deslocando outras tribos das planícies, obtiveram cavalos dos espanhóis no século XVII e tornaram-se hábeis criadores de equinos, usavam os animais para caçar bisões, sua principal fonte de alimentação era a carne desses animais, dos quais ainda retiravam o couro para fazer roupas e coberturas para suas tendas.

Durante as viagens, os comanches difundiram o uso de cavalos em outras tribos, no início do século XVIII, tinham se tornado uma tribo poderosa, em meados do século XIX, o ramo sulino dos comanches estava estabelecido numa reserva do território indígena que é o atual estado de Oklahoma. O ramo nortista da tribo lutou para proteger seus campos de caça contra colonizadores brancos.

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As campanhas contra os colonizadores norte americanos, envolvia sequestro e escalpos, em 1836, em uma dessas investidas contra os brancos, os índios sequestraram Cynthia Ann Parker, essa menina de nove anos acabou se tornando membro da tribo e gerou um filho índigena chamado Quanah, líder da tribo mais temida dos comanches, a Quahadi. Após anos de disputas, os Quahadis se entregaram, em 1875 e acabaram indo morar em uma reserva, o guerreiro e lider Quanah se adaptou bem ao seu novo ramo de vida, teve diversas mulheres e foi bem sucedido no ramo de criação de gado, morreu como o último chefe dos índios Comanches em 1911.

Muita gente morreu em violentas batalhas entre os comanches e soldados américanos, no fim do século XX, cerca de 10 mil comanches viviam nos Estados Unidos, cerca de 3 mil deles moravam em terras particulares na área de Lawton em Oklahoma.

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A TRILHA DAS LÁGRIMAS:

A trilha ou caminho das lágrimas foi o nome atribuído pelos nativos americanos às viagens de recolocações e migrações forçadas, orientadas pelo governo dos Estados Unidos da América às varidas tribos de índios que seriam agregadas no chamado “território indígena” que é o atual estado de Oklahoma, a referência desse nome foi extraída de uma descrição de um nativo da Nação Choctaw em 1831. Os nativos sofreram intensamente com as remoções e vários faleceram durante as viagens e acampamentos forçados, estima-se que, da tribo Cherokee, de uma população de 15 mil, pereceram cerca de 4 mil índios.

Centenas de escravos e afro americanos libertos, que habitavam com os índios, acompanharam nos nas tranferências pela trilha, em 1830, os povos Cherokee, Chickasaw, Choctaw, Creek e Seminole, designadas por alguns de “as cinco tribos civilizadas”, viviam com independência política e deveriam ser considerados americanos do sul. O processo de “transformação cultural” proposto por George Washington e Henry Knox, já acontencia com muita evidência, principalmente com os Cherokkes e os Choctaw.

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Considerou-se, inicialmente que a remoção dos índios fora proposta primeiramente por Thomas Jefferson, porém Andrew Jackson foi o primeiro presidente americano que, efetivamente, implementou uma modificação a tal nível, com aprovação da lei de 1830, o “indian removal act”. Os líderes políticos que conduziram os tratados de Nova Echota e a trilha de lágrimas foram assassinados, eram eles Major Ridge, John Ridge e Elias Boudinot, dos líderes do partido, apenas Stand watie escapou da morte, somente a população Cherokee se recuperou, sendo hoje o maior grupo nativo americano, todas as outras tribos ficaram drasticamente reduzidas.

“Todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”, a única coisa que faltou à declaração de independência dos Estados Unidos foi esclarecer com mais precisão que nem todos os homens nascidos em território norte americano seriam contemplados, a ignorância parece ser o que mais se atravessa os séculos.

“Tudo está ligado, como o sangue que une uma família, todas as coisas estão ligadas, o que acontece a terra recai sobre os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida, ele é só um fio dentro dela, tudo o que fizer à teia, estará fazendo a si mesmo”.

Tribo Sioux