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Viúva de Pitta diz que ex-prefeito foi o Judas da política e injustiçado

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A empresária Rony Golabeck, viúva do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, disse nesta sábado que seu marido foi um "Judas" na política. Sem citar nomes nem explicar quem Pitta teria traído, Golabeck afirmou que o ex-prefeito foi injustiçado e foi alvo de acusações que nunca foram provadas.
 
Sergio Neves/AE

"O Celso [Pitta] nunca reclamou de nada. Ele só lutava para que as pessoas o conhecesse", afirmou a mulher, durante o velório do ex-prefeito. Golabeck adiantou que pretende escrever um livro sobre a história de Pitta, a quem classificou de "um homem" guerreiro.

Pitta morreu ontem, às 23h50, vítima de câncer no intestino. O corpo do ex-prefeito está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. O enterro também será hoje, às 17h, no cemitério Getsêmani, no Morumbi, zona oeste da cidade.

Ele estava internado desde o último dia 3 no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde fazia o tratamento contra o tumor, descoberto em janeiro deste ano. Pitta começou o tratamento contra o câncer em janeiro deste ano, quando foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino. Desde o início do ano, fazia tratamento com quimioterapia no hospital.

Golabeck contou que Pitta descobriu o câncer em dezembro do ano passado e que teve muita dificuldade com a quimioterapia.

Além de Golabeck, a mãe de Pitta também acompanha o velório. Os filhos do ex-prefeito ainda não chegaram à Assembleia. A ex-mulher de Pitta, Nicéa Camargo, não foi localizada.

Dois integrantes da Executiva Estadual do PTB, Celso Silvino e Antonio Luiz Rodrigues, representam o presidente estadual do partido, deputado Campos Machado, que está fora de São Paulo. Uma bandeira do PTB foi colocada sobre o corpo do ex-prefeito.

O deputado Paulo Maluf (PP), padrinho político de Pitta, enviou um telegrama de pêsames à família do ex-prefeito. "Nossos pêsames pelo falecimento de Celso Pitta, que lamentamos", diz o telegrama assinado por Maluf.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também lamentou a morte de Pitta. 'Meus votos de pesar à família e aos amigos em um momento que todos nós sabemos que é muito difícil', disse Kassab por meio de sua assessoria.
 

Pitta administrou a Prefeitura de São Paulo no período de 1997 a 2000. Sua gestão foi marcada por uma série de denúncias. A principal delas foi o esquema de corrupção batizado de "escândalo dos precatórios".

Ele acabou afastado do cargo por 18 dias --sendo substituído por seu vice-prefeito, Regis de Oliveira--, mas retomou o cargo em seguida. Concorreu a deputado federal e perdeu em duas ocasiões, mas manteve sua filiação ao PTB.

Em julho do ano passado, Pitta foi preso pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Satiagraha, que investiga crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. O ex-prefeito e os demais investigados presos foram soltos depois.

A investigação da PF resultou em uma denúncia do Ministério Público Federal, que acusou Pitta por corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa. Todos os pedidos foram integralmente aceitos pela Justiça Federal.

O advogado Remo Battaglia, que defendia Pitta, todos os processos contra o ex-prefeito vão continuar para a apurar a responsabilidade dos supostos crimes ou irregularidades. Porém, a possibilidade de punição acaba com a morte. Battaglia não soube dizer quantos processos tramitam na Justiça contra Pitta.
 
Fonte: Folha Online
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