Geração de ouro deixa Bélgica perto da Copa e pode surpreender em 2014

Do UOL, em São Paulo

  • REUTERS/Yves Herman

    07.jun.2013 - Marouane Fellaini comemora gol da Bélgica sobre a Sérvia pelas Eliminatórias Europeias

    07.jun.2013 - Marouane Fellaini comemora gol da Bélgica sobre a Sérvia pelas Eliminatórias Europeias

A vitória por 2 a 0 sobre a Escócia, nesta sexta-feira (06), aliada ao empate entre Sérvia e Croácia por 1 a 1 deixou a Bélgica muito perto de retornar à Copa do Mundo. Líder do grupo A, chegou aos 22 pontos e colocou cinco de vantagem sobre a segunda colocada Croácia, única seleção que ainda pode tirar a vaga direta para o Mundial.

Mas a classificação para a Copa do Mundo seria apenas o começo. A Bélgica tem planos mais ambiciosos. Apontada como a geração mais talentosa que o país já teve, conta com jogadores que estão entre os mais importantes do Campeonato Inglês. Os sete principais clubes da Premier League têm um belga entre os principais jogadores do time.

As maiores estrelas são o atacante Eden Hazard, 22 anos, do Chelsea, os zagueiros Jan Vertonghen, 26, do Tottenham, e Vincent Kompany, 27, do Manchester City. Além deles, a transferência do meia Marouane Fellaini, 25, do Everton para poderoso Manchester United, mostra o moral que os belgas desfrutam neste momento. E faz os belgas sonharem em repetir a ótima performance de 1986, quando terminaram a Copa do México em quarto lugar, melhor resultado de sua história.

Toda essa ascensão não está acontecendo por acaso. Desde a pífia campanha na Eurocopa 2000, que o país sediou junto com a Holanda, a Federação Belga implantou mudanças pontuais na formação dos jogadores e no modo de a seleção atuar. A partir de então, o sistema tático adotado das categorias de base à seleção principal é o mesmo: todas jogam no 4-3-3. Outra medida foi melhorar a qualidade dos treinadores, exigindo melhores qualificações para quem quisesse trabalhar no país.

Embora a seleção principal tenha ido razoavelmente bem na última Copa do Mundo que disputou, em 2002, quando parou nas oitavas-de-final contra o Brasil, os primeiros resultados diretos da nova filosofia vieram somente alguns anos depois. Em 2007, a Bélgica foi semifinalista no Campeonato Europeu Sub-17 e Sub-21. No ano seguinte, já com nomes como Kompany e Fellaini no time, também chegou às semifinais das Olimpíadas.

O principal componente desta seleção é, no entanto, o batido discurso de união, que, neste caso, não é apenas da boca para fora. O país é notoriamente dividido entre a Valônia, no sul, onde o francês é a língua mais falada, e Flandres, no norte, onde o flamengo é a língua predominante. O separatismo é forte. Mas em uma seleção na qual os principais jogadores têm origens africanas, do Congo (Kompany, Romelu Lukalu e Christian Beneke) ou Marrocos (Fellaini e Nacer Chadli), essa divisão não é importante. Não existem panelinhas ou grupos separados no elenco. Agora resta saber se essa união será revertida na confirmação da classificação e em uma campanha histórica no Brasil. Para valões e flandrinos comemorarem juntos.

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