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Facebook quer criar gadget capaz de ler os cérebros das pessoas (Foto: Getty Images)

Facebook quer criar gadget capaz de ler os cérebros das pessoas (Foto: Getty Images)

Em 2017, o Facebook anunciou que tinha planos de criar um gadget capaz de transformar o que as pessoas pensavam em um arquivo de texto no computador. A ideia era simples: o usuário imaginava a palavra e ela aparecia na tela. Dois anos depois, a empresa ainda não conseguiu alcançar esse objetivo, mas os investimentos da gigante fundada por Mark Zuckerberg na área só aumentam.

Para isso, a companhia decidiu financiar uma série de estudos em universidades norte-americanas. Em um deles, divulgado pela Universidade da Califórnia, os cientistas têm trabalhado nos chamados “decodificadores de voz”, capazes de determinar o que as pessoas querem dizer analisando somente sinais cerebrais.

Como aponta o MIT Technology Review, a pesquisa é importante por mostrar o quão próxima a empresa está de desenvolver um equipamento “vestível” para o cérebro dos usuários. Além disso, o artigo ressalta um fato que não deve ser esquecido: o Facebook pode ser a primeira gigante de tecnologia a ter acesso aos dados das pessoas direto de suas mentes.

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O objetivo do projeto, diz a empresa, é ajudar a comunicação de pessoas com deficiência de fala. Eventualmente, o Facebook espera criar um fone de ouvido inteligente que permita aos usuários controlar a música ou ambientes de realidade virtual com a própria mente. O projeto ainda está em fase de testes, mas a companhia espera lançar um protótipo até o final deste ano.

Privacidade
Para especialistas em ética na neurociência, será necessário criar regulações sobre como esses dados serão coletados, armazenados e usados. Nita Farahany, professora na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, acredita que o cérebro é o “único ‘lugar’ onde as pessoas são livres para pensar e fantasiar”. “Nós estamos próximos de atravessar a fronteira final da privacidade, acabando com todas as proteções que tínhamos”, afirmou ao MIT Technology Review.

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A empresa não diz quanto dinheiro colocou no projeto e nem quantas pessoas participaram dos primeiros testes. Mesmo assim, afirma que todo os dados coletados durante o processo são posse da universidade. Vale dizer, entretanto, que funcionários da empresa podem estudar as informações geradas pela pesquisa. “Nós levamos privacidade a sério”, afirmou Mark Chevillet, responsável pelo projeto dentro do Facebook.

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