Maria Antonieta: a Rainha da Moda

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Amada e condenada, a última Rainha da França é um ícone da história como vilã durante a Revolução Francesa, mas o que poucos sabem é que a moda só passou a ganhar autonomia através dos caprichos de Maria Antonieta. Esta vinha de uma família nobre tradicional da Europa, os Habsburgo, e sua chegada na corte francesa de longe não foi aceita com bons olhos pela nobreza tradicional de Versailles.  Para se explicar como a moda ganhou força através da Rainha teremos que abordar um pouco da vida dessa ilustre personagem.

Maria Antonieta nasceu na Austría, enquanto este ainda se entítulava como Império Austríaco, ela é a penúltima de 16 filhos e de longe não era uma candidata obvia ao trono da Austria. Desde pequena Maria Antonieta teve uma infância sem grandes preocupações, ele teve o melhor que sua época podia oferecer e claramente foi educada com foco no casamento, contudo concentrem-se nesse enfoque do casamento, pois na história desta personagem é de fundamental importância. No século XVIII, o casamento por amor é uma realidade distante e oras até absurda de ser concebida, pois neste rumo Maria Antonieta desde pequena havia sido prometida para o pequeno Luís (que mais tarde assumiria o título de Luís XVI) e foi criada para ser uma Rainha da França.

 

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Maria Antonieta aprendeu o francês, os costumes da corte de Versailles e tudo o que concernia a postura de uma rainha, mas é ai que entra a chave para entender esta personagem. Olhar para a Rainha Maria Antonieta com o olhar de nossa época é anacrônico, pois caimos na ilusão de que com toda esta educação ela poderia ter feito algo pelo Reino de França. Ela podia ser a Rainha dos franceses, contudo não governava e muito menos tinha educação para aconselhar o marido, o Rei Luís XVI. Os deveres da mesma, na corte de Versailles, era gerar um herdeiro, apoiar o seu marido, criar seus filhos e organizar a corte para os eventos que a mesma solicitava (bailes, encontros e etc). A Rainha Maria Antonieta era prisioneira de seu mundo e de seu posto, por várias vezes reclamou em cartas para a sua mãe, a Imperatriz Maria Teresa, sobre a falta de desejo do seu marido por sexo, que acabava impedindo-a de cumprir sua função em tempo hábil. Em uma época em que o governo girava entorno de uma família um herdeiro seria uma benção para todo o reino, mas infelizmente Luís XVI demorou para dar a Maria Antonieta o tão sonhado filho que a deixaria confortável na corte de Versailles. E é nesta falta de virilidade do rei que Maria Antonieta adotou a moda como uma distração para as frivolidades da corte.

 

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“…obter informações sobre a última moda era tão trabalhoso que a costureira de Maria Antonieta achava que valia a pena viajar o continente todos os anos em um enorme berline cheia de bonecas vestidas nas últimas modes de Paris.” (James Laver; A roupa e a moda: uma história concisa; 1969)

 

Não é uma informação realmente útil, mas sim mais supersticiosa, mas Maria Antonieta era Sagitariana, como diz a astrologia, era uma pessoa divertida, impulsiva, animada, extrovertida e que gosta de se divertir. A moda para Maria Antonieta era uma diversão a parte, onde ela gostava de saber as últimas modas e aceitava a criatividade dos modistas como fonte de seu sucesso na corte. Antes de Maria Antonieta o monarca ditava como a corte deveria se vestir e isso ia se alterando conforme os desejos do rei (Luís XIV ficou muito conhecido por essas leis de vestuário). Com Maria Antonieta não ditando e sim aceitando a opinião dos modistas o papel se inverte e a moda passa agir não mais por normas estabelecidas e sim sendo guiada pelo próprio desejo de liberdade do estilista. A história é injusta com Maria Antonieta, a fazendo uma vilã do povo, pois de fato o povo não fazia parte de suas obrigações como esposa e rainha, mas ela tem sua relevância para a história e até hoje é ícone de beleza e sofisticação.

“Em princípio, um objeto em moda não precisa de nenhuma qualidade particular além de ser novo. O princípio da moda é criar uma velocidade cada vez maior, tornar um objeto supérfluo o mais rapidamente possível, para que um novo tenha uma chance” (Lars Svendsen; O princípio da Moda, Capítulo 2; Moda: Uma filosofia; 2004)

Esta procura do novo na moda, esse poder de lançar tendência é um legado dessa monarca que apesar de ter morrido sobreviveu na posteridade como uma das, se não a primeira Rainha da Moda.

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Fontes alternativas: Lever, Evely; Maria Antonieta – A Última Rainha da França ( que aliás recomendo, um livro que faz justiça as memórias dela) 

 

 

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