Zé Limeira o poeta do absurdo

Para receber um grande artista como Renato Teixeira resolvi me ancorar numa lenda da sabedoria sertaneja, Zé Limeira, homem que vale a pena prestar a atenção:

“Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraíba falada,
Cantando nas Escritura,
Saudando o pai da coalhada,
A lua branca alumia,
Jesus, José e Maria,
Três anjos na farinhada”.

“Napoleão era um
Bom capitão de navio,
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo,
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio”.

“Meu verso merece um rio
Todo enfeitado de coco,
Boa semente de gado,
Bom criatoro de porco,
Dizia Dom Pedro Segundo
Que a coisa melhor do mundo
É cheiro de arroto choco”.

Aonde Limeira canta
O povo não aborrece
Marrã de onça donzela
Suspira que bucho cresce
Velha de setenta ano
Cochila que a baba desce!

Do livro “Zé Limeira, poeta do absurdo” do paraibano Orlando Tejo (1935-2018) #poesia

Zé Limeira foi lembrado e homenageado por Eduardo Tornaghi no encontro com Renato Teixeira. Estiveram presentes recepcionando Renato; Silvio Tendler, Katya Teixeira, Osni Ribeiro, José Carlos Meihy,Janine Malanski

Quem foi Zé Limeira

  • Zé Limeira (1886-1954)foi um cordelista/repentista brasileiro. Ficou conhecido como Poeta do Absurdo. Nasceu no sítio Tauá, em Teixeira, considerado o principal reduto de repentistas no século XIX. Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio.
  • O livro Zé Limeira, o poeta do absurdo, de autoria do jornalista e poeta paraibano Orlando Tejo (1935 – ) recriou a figura mitológica do cantador nordestino. Para alguns, o livro é que, de fato, inventa o personagem e estaria mais próximo à criação literária do que do recorte biográfico. [Zé Limeira tornou-se tão famoso, devido ao livro de Tejo, que hoje certamente muitos versos absurdos de outros poetas são transferidos para ele. Isso sem falar nos versos (…) que teriam sido escritos por ´Otacílio Batista e outros amigos de Tejo, depois que este se preocupou com a pequena quantidade de versos autênticos que teria recolhido”, escreve Bráulio Tavares. Fonte: Wikipédia

0 comentário sobre “Zé Limeira o poeta do absurdo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas HTML tags e atributos:

<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>