Fiat Mille Fire Economy vai custar a partir de R$ 23,24 mil (Foto: Divulgação)
O Uno Mille já não é mais o carro mais barato vendido no Brasil. Recentemente, o compacto da Fiat perdeu o posto para o carro chinês M-100, da Effa Motors, que desembarcou por aqui por R$ 22,9 mil. Ainda assim, a concorrência chinesa ainda não assusta a Fiat, que acaba de lançar duas novas versões do modelo, desta vez mais econômico e barato. O Mille Fire Economy Flex 1.0 custa a partir de R$ 23,24 mil, enquanto o Mille Way Economy Flex 1.0 chega às concessionárias por R$ 23,74 mil.
Além de pequenas mudanças visuais e mecânicas, o que mais chama a atenção do motorista é o “econômetro” no painel de instrumentos. O ponteiro percorre três faixas – branca, amarela e verde – indicando como está a queima de combustível momentânea. A branca indica o ponto-morto e a amarela indica que o motorista está pisando com vontade excessiva no acelerador. A faixa verde é a ideal para uma direção econômica.
O G1 avaliou o novo Mille Economy durante uma competição de quilometragem por litro organizada pela Fiat no Autódromo Júlio Ventura, em Fortaleza (CE). Ao volante, o esforço era enorme para se manter durante todo percurso de 10 quilômetros na linha verde (ideal), sem avançar a amarela (sinônimo de maior consumo de combustível).
Ainda assim, bastou uma leve subida para o motor expor a fragilidade típica dos modelos de 1,0 litro. Resultado: o ponteiro do econômetro do painel (novidade da linha 2009) entrou na “zona proibida” para quem busca economia. Ao final da prova, conseguimos fazer 20 km/l. Os mais pacientes chegaram a alcançar os 25 km/l - uma prova de que o carro é econômico, sim, mas para aqueles que não tem pressa (é impossível repetir essa marca em uso no trânsito normal).
Tabela mostra os principais concorrentes do Fiat Mille (Foto: Editoria de Arte/G1)
Com pouco mais de 800 kg, 3,6 metros de comprimento, 1,5 metro de largura e 1,4 metro de altura, o acabamento do novo Fiat Economy, assim como o seu painel, não passaram por nenhuma modernização notável, mas o carro é espaçoso e proporciona conforto aos ocupantes.
Fiat Mille Way Economy é a versão 'aventureira' do popular (Foto: Divulgação)
Ainda assim, o Mille é uma prova de que os carros populares ainda
pecam na segurança. Ao contrário do Uno que é exportado para
outros países, airbags e freios ABS, por exemplo, não entram na
lista de itens opcionais. Segundo a montadora, eles não fazem
parte dos planos porque, no mercado brasileiro, o preço ainda é
um dos maiores fatores determinantes de compra.
Com o "novo" Mille, a Fiat prevê um
crescimento de 10% nas vendas e tenta se manter na liderança já
assumida há sete anos entre as montadoras. Isso porque, se não
bastassem os chineses de olho no mercado brasileiro, a
Volkswagen toma fôlego e se aproxima da Fiat com as vendas do
Novo Gol. “Os chineses não representam ainda em volume e
qualidade o que o brasileiro espera, mas podem evoluir e, aí,
sim, representar risco para o mercado brasileiro”, acredita
Cledorvino Belini, presidente da Fiat no Brasil.
As pequenas mudanças apresentadas podem representar o último alento do Mille. Recentemente, o diretor de estratégia de produtos da Fiat, Carlos Eugênio Dutra, confirmou a possibilidade de a montadora desenvolver um novo modelo com base na plataforma do Mille já para 2010. No entanto, Belini garantiu que o Mille não tem data para se despedir.
Painel conta com mostrador do nível de consumo instantâneo (Foto: Divulgação)
Por fora, não há mudanças significativas, como já era de se
esperar. Há 25 anos no mercado, o Mille ganha apenas
transformações sutis. O Economy, por exemplo, traz de novo
apenas lanternas traseiras fumê e pára-choques na mesma cor da
carroceria. Já o Way sai de fábrica com o kit de mesmo nome,
antes opcional. Nele, passam a ser itens de série suspensão
elevada, moldura nos pára-lamas e pára-choques e grade na cor
cinza.
Para permanecer na briga dos carros populares, o
desafio da marca para a linha 2009 foi deixar o carro mais leve
e econômico, retrabalhando o motor sem que ele perdesse a
potência de 65 cavalos. Para isso, válvulas e bielas tiveram
redução de massa e os pneus de baixa resistência ao rolamento
perderam uns “pneuzinhos”.
Agora, um sensor também permite com que a partida seja feita de modo seqüencial, injetando combustível em um cilindro por vez. Já a caixa de marchas da versão Economy recebeu uma quinta marcha mais alongada, fazendo com que o motor trabalhe em rotações mais baixas em velocidade de cruzeiro o que resulta e menos gasto de combustível.
Com isso, a Fiat garante que conseguiu reduzir o
consumo de combustível em 10% no Mille Economy, que com gasolina
faz 15,6 km/l na cidade e 22 km/l na estrada, e 5% no Way, que
percorre 15 km/l nos centros urbanos e 21 km/l na estrada.