Andy Warhol travestido em auto-retrato, em obra de 1980, que está em cartaz na exposição. (Foto: Divulgação)
Poucos artistas conseguiram manter tanto a contemporaneidade quanto Andy Warhol (1928-1987). Com a fábrica de celebridades instantâneas do “Big Brother Brasil” a todo vapor e internautas ganhando fama no Twitter, poderia haver momento mais oportuno para uma mostra retrospectiva da obra do astro da Pop Art no país?
“Andy Warhol, mr. America”, em cartaz a partir
deste sábado (20), na Estação Pinacoteca, em São Paulo, reúne
170 criações do artista, entre pinturas, gravuras, fotografias,
filmes e instalações.
Confira as obras que estão na mostra
“Warhol já trabalhava com computadores nos anos
80, sempre estava procurando pela próxima onda. Ele teria
descoberto a importância da internet antes que qualquer um”,
aposta o curador da exposição, o canadense Philip Larratt-Smith.
“Com certeza ele iria se aproveitar do YouTube para lançar seus
filmes. Aliás, o conceito de suas produções para o cinema tinham
muito a ver com os realities shows. Numa versão até mais
radical, pois não havia edição”.
Segundo o curador, além de trazer os icônicos
retratos coloridos de Marylin Monroe e Mao Tse-Tung e a lata de
sopa Campbell – críticas a sociedade narcisista e do consumo
padronizado do pós-guerra – “Andy Warhol, mr. America” tem o
objetivo de mostrar o lado “político” do artista.
“Warhol costuma ser visto como um popstar, que só
se inspirava em coisas superficiais, que andava com famosos,
como se não tivesse nenhum osso político em seu corpo”, analisa
Larratt-Smith. “No entanto, o que ele fez foi documentar o
colapso entre as esferas públicas e privadas da vida cultural e
social americana. E conseguiu fazer isso por meio de um código
vanguardista e de apelo popular”.
A lata de sopa Campbell (1969) e o retrato de Marylin Monroe (1967) são destaques da mostra. (Foto: Divulgação)
O autor da expressão “15 minutos de fama”
conseguiu ele mesmo se tornar o maior superstar do mundo das
artes. “Ele podia andar pelas ruas de Nova York e ser
reconhecido por junkies e donas de casa. Diferente do que
acontecia com Jackson Pollock [1912-1956] ou Tom Wesselmann
[1931-2004], por exemplo”, compara Larratt-Smith.
São Paulo será o último ponto de parada da mostra,
que já passou por Bogotá e Buenos Aires. “Andy Warhol, mr.
America” ficará em cartaz na Estação Pinacoteca até o dia 23 de
maio.
Andy Warhol, mr. America
Quando:
terça a domingo, das 10h às 17h30. Até 23 de maio.
Onde: Estação Pinacoteca – General Osório, 66,
Luz.
Ingressos: R$ 6 (sábado – grátis)
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