Por Hellen Monteiro, Renato Menezes, g1 AC — Rio Branco


Famílias atingidas por cheia do rio Acre estão deixando casas em Assis Brasil — Foto: Asscom/Prefeitura de Assis Brasil

O rio Acre continua subindo na capital e em demais municípios do interior do Acre, deixando centenas de pessoas desabrigadas e desalojadas. Na manhã deste sábado (24), Assis Brasil e Jordão decretaram situação de emergência por conta do aumento do manancial e o governo do Acre publicou, no Diário Oficial do Estado (DOE), o decreto que dispõe sobre o estado de alerta em decorrência das chuvas.

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Até a última atualização desta reportagem com as medições das 8h emitidas pelo 'Boletim Rios do Acre', os municípios que registraram transbordo foram: Rio Branco e Brasiléia, sendo estes da bacia do Rio Acre; e Jordão, da bacia do Rio Tarauacá-Envira. Na cota de alerta, estão Assis Brasil, que já havia transbordado no dia anterior, Xapuri e Tarauacá, que está a 10 centímetros da cota de inundação que é de 9,50m.

Em Assis Brasil, o rio chegou a atingir a cota de 12,50 metros na sexta (23), dez centímetros acima da cota de transbordo. Já neste sábado (24), o nível marcou 12,34 metros. 34 famílias estão desalojadas, com o total de 161 nesta situação. Já com relação às desabrigadas, são 57 famílias, sendo 331 pessoas. Há quatro abrigos sendo disponibilizados para os atingidos.

Em Brasiléia, a medição das 11h está em 11,94 metros, 54 centímetros acima da cota de transbordo que é de 11,40m. 181 famílias foram retiradas de suas casas. Há 160 pessoas desalojadas e 21 desabrigadas que foram levadas para dois abrigos montados na cidade.

Brasiléia já atinge cota de transbordamento e está próximo dos 12 metros; centenas de famílias já foram atingidas — Foto: Arquivo pessoal

Em Xapuri, que também é banhado pelo Rio Acre, o manancial se encontra na cota de 12,99 metros, próximo da cota de transbordo que é de 13,40 metros.

Em Jordão, de acordo com o decreto publicado nesta sexta-feira (23), a quantidade de chuva do dia 22 e 23 de fevereiro ultrapassou 90 milímetros, fazendo com que o rio Tarauacá, que banha o município, ultrapassasse a cota de transbordamento no município que é de 7,50 metros. Ainda no decreto, a prefeitura informa que grande parte dos atingidos é a população indígena que vive no local. Até o fechamento desta reportagem, ainda não há a atualização do nível do rio e nem da quantidade de famílias afetadas pela cheia.

O governador do Acre disse, neste sábado (24), que a equipe acompanha a situação nos municípios e que o governo federal vai ser avisado.

"A bancada federal já tomou a iniciativa, saiu na frente. Eu pedi para entrar em contato daqui a pouco com o ministro da integração, Waldez Góes, pra tratar desse assunto. Eu, amanhã, já estou também dependendo dessa situação, tenho uma agenda que eu vou ter que ir para Brasília e para Minas Gerais, mas acompanhando sempre de perto essa situação. Por isso que eu estou me antecipando já indo em alguns municípios, pra que não falte a atenção. E correndo contra o tempo, pedindo o apoio de todos, o governo federal e fazendo a parte burocrática também. Soltando os devidos decretos pra que a gente possa avançar", afirma.

O governador ainda explicou que é necessário um trabalho conjunto dos município e estado. "Não adianta eu chegar em Brasília se não soltar os decretos de emergência como estão sendo feitos, tanto o Estado quanto o município. Com relação ao envolvimento das nossas bancadas, federal, estadual, e vereadores também das cidades", finaliza.

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