Edifício Andrea desabou há exatos 30 dias — Foto: José Leomar/Diário do Nordeste via AP

O Edifício Andrea, localizado no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, desabou há exatos 30 dias. No entanto, até o momento, as causas da tragédia que matou nove pessoas não foram esclarecidas. A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), por meio do Núcleo de Perícia e Engenharia Legal e Meio Ambiente (Nupelm), revelou que “ainda não é possível estabelecer um prazo para a conclusão do laudo” que deve apontar os motivos da queda.

Um mês depois do desabamento do Edifício Andrea, perícia ainda não foi concluída

Um mês depois do desabamento do Edifício Andrea, perícia ainda não foi concluída

A edificação tinha 7 andares e desabou às 10h28 do dia 15 de outubro de 2019. Na ocorrência, outras 7 pessoas foram resgatadas com vida. Os trabalhos de resgate duraram 5 dias, em mais de 103 horas de busca, e envolveram centenas de bombeiros e voluntários. O prédio, onde residiam 11 famílias, tinha começado a passar por reparos estruturais um dia antes da queda, segundo moradores relataram em depoimento à Polícia Civil.

Na última quinta-feira (14), o órgão informou que 36 pessoas foram ouvidas durante as investigações, incluindo o engenheiro responsável pelas obras de reparo, mas que também precisa de mais tempo para concluir as análises. Uma extensão do prazo deve ser solicitado à Justiça cearense. Desta forma, ainda não há como apontar causas e culpados do desabamento.

Um inquérito foi instaurado no mesmo dia do ocorrido e ficou a cargo do 4º Distrito Policial, no Bairro Pio XII. Nas oitivas, um dos sobreviventes do desabamento afirmou ter sentido o prédio "chacoalhar" por três vezes antes de desmoronar. Outro morador resgatado disse que, momentos antes do desmoronamento, viu que havia "acabado de cair" a estrutura de concreto que envolvia as ferragens do pilar abaixo da varanda.

Quatro colunas chegaram a passar por intervenção, conforme o depoimento de Anita Grazielle Rodrigues, filha da síndica do condomínio, Maria das Graças Rodrigues, que não resistiu ao colapso da estrutura. Vídeos a que o G1 Ceará teve acesso mostram, inclusive, um pedreiro destruindo o concreto que reveste a parte metálica nas colunas de sustentação.

Vídeo mostra trabalhadores fazendo reparos em colunas antes do desabamento

Vídeo mostra trabalhadores fazendo reparos em colunas antes do desabamento

Já a versão do engenheiro e proprietário da empresa Alpha Engenharia, José Andreson Gonzaga dos Santos, é que as obras só começariam na data em que a edificação desabou. Ele se apresentou voluntariamente à Polícia para prestar esclarecimentos.

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