Por G1


Capa da revista 'Nature' com as 10 pessoas que mais fizeram a diferença na ciência — Foto: Nature

A renomada revista científica "Nature" elencou as 10 pessoas que mais se destacaram na área da ciência em 2019. A lista, que inclui o ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) Ricardo Galvão e a ativista Greta Thunberg, foi publicada nesta terça-feira (17).

"A nossa lista mostra alguns dos momentos mais importantes do ano para a ciência e destaca pessoas que tiveram papéis importantes nestes eventos. As histórias vão desde a primeira demonstração de um computador quântico que supera as máquinas convencionais, até os esforços para combater as mudanças climáticas, o desmatamento e a epidemia do ebola na África", disse o editor-chefe da revista, Rich Monastersky.

Brasileiro é o primeiro da lista dos cientistas mais influentes do mundo

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Veja a lista:

  1. Ricardo Galvão: o físico brasileiro chamou a atenção devido a embate com o presidente Jair Bolsonaro a respeito dos dados de desmatamento na Amazônia.
  2. Sandra Díaz: a ecologista foi presidente de um painel com 145 especialistas para produzir a avaliação mais completa até agora sobre a biodiversidade da Terra. Ela mostrou que um milhão de espécies estão perto da extinção.
  3. Greta Thunberg: a adolescente sueca e ativista criticou os baixos esforços dos países para desacelerar as mudanças climáticas.
  4. Victoria Kaspi: a astrofísica viabilizou um telescópio no Canadá com a capacidade de coletar dados ainda melhores sobre explosões de raios gama e flashes de radiação.
  5. Nenad Sestan: o neurocientista desafiou o que sabemos sobre a fronteira entre a vida e a morte e conseguiu "ressuscitar" o cérebro de porcos que haviam morrido horas antes.
  6. Jean-Jacques Muyembe Tamfum: o microbiologista da República Democrática do Congo liderou os esforços para combater a epidemia de Ebola, que já matou mais de 2,2 mil pessoas.
  7. Hongkui Deng: o biólogo publicou os primeiros resultados de um ensaio clínico que usa a tecnologia de edição genética Crispr para modificar as células de seres humanos adultos.
  8. Yohannes Haile-Selassie: o paleontólogo descobriu o crânio de um Australopithecus anamensis com 3,8 milhões de anos. Esse é o parente humano mais antigo e preservado.
  9. John Martinis: o físico mostrou que um computador quântico de sua equipe poderia fazer um cálculo mais rapidamente do que os melhores computadores de hoje em dia.
  10. Wendy Rogers: a especialista em ética trouxe evidências de que alguns transplantes de órgãos na China aconteciam sem o consentimento dos doadores.

O brasileiro

Ricardo Galvão, que ocupava o cargo de diretor do Inpe desde 2016, foi exonerado em agosto deste ano depois de rebater críticas do presidente Jair Bolsonaro aos dados do instituto, que indicavam alta no desmatamento na Amazônia.

Bolsonaro disse, em julho, que os números divulgados dias antes – e que registravam um aumento de 88% nos alertas de desmatamento – não coincidiam com a verdade, e que "parece até que [o presidente do Inpe] está a serviço de alguma ONG".

Após a fala, Galvão saiu publicamente em defesa da pesquisa (veja o vídeo abaixo). Em entrevista ao G1 na época, disse que a postura do presidente era uma afronta à ciência e ao instituto e comparou as acusações a uma "piada de um garoto de 14 anos".

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Na ocasião, a revista "Nature" publicou um artigo repercutindo os dados do Inpe sobre a Amazônia e a posição do presidente em questionar dados científicos.

Meses depois da demissão de Galvão, uma pesquisa do Inpe confirmou o que os alertas já indicavam: o desmatamento cresceu na Amazônia. Segundo o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), entre agosto de 2018 e julho de 2019, a área desmatada na Amazônia aumentou 29,5% em relação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018).

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