15/05/2013 11h03 - Atualizado em 15/05/2013 12h33

Copa das Confederações testará só estádio no DF, e Mundial não terá VLT

Adiada duas vezes, inauguração do Mané Garrincha será em 18 de maio.
Previsto para Mundial, Veículo Leve sobre Trilhos fica pronto só em 2015.

Lucas NaniniDo G1 DF

Foto aérea do Estádio Nacional de Brasília mostra a arquibancada, painel eletrônico e gramado (Foto: Reprodução/Tv Globo)Imagem aérea do estádio mostra arquibancada, painel eletrônico e gramado (Foto: Reprodução/TV Globo)

A 30 dias da Copa das Confederações, a única obra no Distrito Federal que deve ficar pronta para o evento é o Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, que vai sediar a partida de abertura da competição, no dia 15 de junho, entre Brasil e Japão. Até dia 8 de maio, as obras no local estavam 97% concluídas. Nenhuma obra de mobilidade urbana estará pronta para o torneio, considerado pela Fifa o grande teste para a Copa do Mundo de 2014.

Na Copa das Confederações, Brasília será palco apenas do jogo de abertura. Já na Copa do Mundo, a capital vai receber sete partidas, incluindo uma da Seleção Brasileira na primeira fase. É o estádio onde mais partidas vão ser disputadas no Mundial, junto com o Maracanã, no Rio de Janeiro.

Funcionários da obra do Estádio Nacional de Brasília observam arena ainda em construção, nesta terça-feira (14) (Foto: Fabrício Marques/Globo Esporte)Operários da obra do Estádio Nacional ainda fazem
ajustes (Foto: Fabrício Marques/Globo Esporte)

Estádio inacabado
A inauguração do estádio já foi adiada duas vezes. Em 2012, o governador Agnelo Queiroz havia anunciado que inauguraria a obra às 11h do dia 31 de dezembro. Depois, a conclusão foi prometida para o dia 21 de abril, aniversário de Brasília, mas acabou adiada novamente sob alegação de que as chuvas prejudicaram o plantio da grama.
Diversas etapas das obras no Estádio Nacional foram questionadas pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal. O último levantamento feito pelo Núcleo de Fiscalização de Obras, realizado em abril, mostrou que foram celebrados 19 aditivos, que fizeram o valor total do estádio saltar de R$ 696,6 milhões para R$ 1 bilhão.

A nova previsão de inauguração é no dia 18 de maio, dia da final do campeonato candango. Ainda assim, as obras de revitalização do entorno da arena – entre elas uma passagem subterrânea entre o estádio e o centro de Convenções Ulysses Guimarães e o Parque da Cidade – não vão ficar prontas nem para a Copa do Mundo, no ano que vem.

Orçadas em R$ 360 milhões, as obras tinham irregularidades como a ausência de informações no projeto básico, falta de clareza na definição das etapas de execução, restrição injustificada à competitividade, ausência de licença ambiental e deficiências nas planilhas de preços, segundo o Tribunal de Contas.

A ligação para veículos entre a W4 Norte e a W5 Sul e a via ligando o Estádio Nacional ao Autódromo Nelson Piquet são outras promessas do governo para serem concluídas antes da Copa do Mundo. O governo também promete construir ciclovias e calçadas, além de parte do paisagismo do entorno do Estádio Nacional.

Obras do VLT na Asa Sul em Brasília (esquerda) e previsão de projeto pronto (direita) (Foto: GDF/Divulgação)À esquerda, obras do VLT na Asa Sul em Brasília; à
direita, imagem do projeto Foto: GDF/Divulgação)
Vista aérea do trecho da DF-047 onde já começaram as obras de acesso ao aeroporto JK. Conclusão do serviço está prevista para janeiro de 2014 (Foto: Reprodução/TV Globo)Vista aérea da DF-047, onde começaram obras de
acesso ao aeroporto (Foto: Reprodução/TV Globo)

Mobilidade urbana
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), anunciado para a Copa do Mundo de 2014, só deve ficar pronto depois da competição. Quando estiver concluído, o VLT ligará o Aeroporto Juscelino Kubitschek ao final da Asa Norte, em um percurso de 22,6 km, com 25 estações.

Principal projeto para melhorar a mobilidade urbana em Brasília para o torneio, a obra fazia parte da Matriz de Responsabilidade, documento assinado pelo governo do Distrito Federal e enviado à Fifa quando a cidade se candidatou como sede de jogos da Copa de 2014.

Os trabalhos foram suspensos pela Justiça e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) cinco vezes antes da anulação do contrato pela 7ª Vara de Fazenda Pública do DF, em abril de 2011.

A retirada da lista da Matriz de Responsabilidade ocorreu porque atrasos tornaram impossível a conclusão da obra até junho de 2014. A expectativa do Metrô, responsável pelo VLT, é que o veículo, orçado em R$ 1,55 bilhão, atenda 12 mil pessoas por dia quando for concluído.

Outra obra prevista na Matriz de Responsabilidade é a duplicação da rodovia DF-047, que dá acesso ao aeroporto JK. Os trabalhos tiveram início no fim de janeiro. A previsão é que o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER) conclua a obra em janeiro de 2014, a tempo da Copa do Mundo. O serviço está orçado em R$ 58,6 milhões e prevê também a construção de passagens subterrâneas sob o balão de acesso ao terminal.

Outras obras anunciadas
O governo chegou a anunciar uma série de obras nas vias de acesso do Distrito Federal e de melhoria na qualidade de serviços para o público das competições internacionais de futebol, previstas para 2013 e 2014.

O Bus Rapid Transit (BRT), sistema de ônibus trafegando em faixa exclusiva que vai ligar Santa Maria, Gama e Park Way ao Plano Piloto, estava previsto para ser entregue em dezembro deste ano. O Consórcio BRT-SUL é responsável pela execução do trecho 1 do corredor exclusivo, que terá 35 km de extensão. O projeto recebeu o nome de Expresso DF (Eixo Sul). O governo do DF afirma que a obra será concluída até a Copa do Mundo.

A ampliação do aeroporto JK teve início em setembro do ano passado, quando o consórcio Inframerica assumiu a administração do terminal. A previsão da concessionária é que o número de passageiros aumente em um terço até a Copa do Mundo.

O consórcio Inframerica anunciou que as obras da fundação do Pier Sul, que vai receber novas pontes de embarque, devem ser concluídas em junho. (Foto: Lucas Nanini/G1)Ampliação do Aeroporto JK teve início em setembro
do ano passado (Foto: Lucas Nanini/G1)

A concessionária anunciou que as obras da fundação do pier sul devem ser concluídas em junho deste ano. O local vai ser usado para receber novos acessos às aeronaves e receber mais 15 pontes de embarque até a competição do ano que vem. Para a Copa das Confederações, o consórcio espera que 18 mil pessoas passem pelo terminal para assistir à abertura da competição.

O contrato de concessão do aeroporto foi assinado no último dia 14 de junho e tem validade de 25 anos. Com um investimento previsto de R$ 2,8 bilhões, o terminal deve ampliar sua capacidade de 15 milhões de usuários por ano para 20 milhões, em 2014, e para 41 milhões, no final do convênio.

O consórcio informou que R$ 750 milhões serão investidos no processo de expansão. Até o Mundial de 2014, os terminais 1 e 2 serão reformados. Uma nova unidade será construída com 15 novas pontes de embarque, totalizando 28 acessos às aeronaves.

Expectativa do comércio
Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que dois terços dos comerciantes do DF não estão se preparando para a Copa das Confederações. O número é superior à estatística nacional apontada pelo estudo. Em todo o país, 59% dos lojistas não estão se preparando para a competição.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Álvaro Silveira Júnior, o governo não tem criado programas de financiamento para o setor. "O governo investe em obras, em estádio, aeroporto, vias de acesso, mas se esquece do comércio. A Copa das Confederações é uma competição muito rápida, é um jogo só em Brasília. É bom para saber o que fazer para a Copa do Mundo. Dá tempo para o governo arrumar uma linha de crédito", afirmou.

O governo do Distrito Federal informou que, em abril deste ano, foi aprovada a liberação de R$ 41 milhões em financiamentos a empresas locais, sendo R$ 19 milhões a empresas do ramo de turismo, R$ 17 milhões a comércio e serviços e R$ 4 milhões para indústrias. Também disse que tem programas para incentivos para pequenos produtores e cursos para a qualificação da mão de obra na capital.

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