Navio Stellar Banner está encalhado há duas semanas na costa do Maranhão — Foto: Divulgação/Marinha do Brasil
Uma embarcação contratada pela empresa Polaris Shipping, proprietária do navio Stellar Banner, que está encalhado há duas semanas na costa do Maranhão, chegou nesta terça-feira (10) ao litoral do estado. O barco que tem bandeira dos Países Baixos, será usado na operação que vai retirar parte das 4 mil toneladas de óleo que estão no navio.
O navio Defender partiu do Gabão, país localizado na África Central e é do tipo AHTS (Anchor Handling Tug Supply), barco utilizado para reboque, ancoragem de unidades flutuantes de petróleo e transporte de cargas. A capacidade da embarcação é de mais de 3 mil metros cúbicos.
Barco 'Defender' tem bandeira dos Países Baixos e veio da África Central. — Foto: RIA MAAT/Marine Traffic
O plano de remoção do óleo do navio foi aprovado nessa segunda-feira (9), mas por conta das condições climáticas não favoráveis da região onde o Stellar Banner está encalhado, a Marinha do Brasil decidiu adiar para esta quinta-feira (12). A previsão é que a operação dure cinco dias.
De acordo com a Marinha, o plano de contingência para evitar possíveis vazamentos de óleo e minério de ferro no Oceano Atlântico, ainda está na fase final de ajustes junto à Vale e as empresas que foram contratadas para a aprovação.
Operação
Cerca de 255 militares da Marinha do Brasil estão atuando diretamente na operação de resgate do navio Stellar Banner. A operação conta com o apoio do navio de apoio oceânico ‘Iguatemi’, do navio hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’, de um helicóptero UH-15 e quatro embarcações da Capitania dos Portos do Maranhão.
Cinco rebocadores sendo três com materiais de combate à poluição causada por óleo também estão servindo de apoio no local. Além disso, estão sendo usados um drone com câmera térmica, um helicóptero S-76C e três embarcações de suporte às atividades contingência de derramamento do óleo.
Navio Stellar Banner está encalhado a 100 km da costa do Maranhão. — Foto: Reprodução/TV Globo
Área afetada
A área afetada no casco do navio é de cerca de 25 metros, segundo o chefe de Estado-Maior do Comando do 4º Distrito Naval, Robson Neves Fernandes. O representante da Marinha também informou que seis mergulhadores têm feito inspeções no casco da embarcação de 340 metros de comprimento.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, veio a São Luís acompanhar o trabalho da Marinha e do Ibama, e reforçou que não há vazamentos de óleo no oceano. "Já não há óleo no mar. O que chegou a ser detectado foi uma pequena quantidade de óleo nos primeiros dias, que já foi dissipado e já não há mais detecção de óleo no mar", enfatizou.
Ricardo Salles descartou qualquer comparação com as manchas de óleo que atingiram o litoral do nordeste, Espirito Santo e Rio de Janeiro no fim do ano passado. Para o ministro, são duas situações com circunstâncias e proporções completamente distintas.
Ministro Ricardo Salles durante coletiva de imprensa em São Luís — Foto: Lucas Vieira/G1
Tripulação
De acordo com a Polaris Shipping, dos 20 tripulantes Stellar Banner, 12 são coreanos são coreanos e oito são de nacionalidade filipina. Após o resgate, seis estão ainda na região ajudando na operação de salvatagem e seguindo as instruções da Capitania dos Portos.
A empresa afirmou que os outros 14 tripulantes da embarcação já estão em terra firma e devem ser repatriados após entrevistas com autoridades em São Luís.
Navio Stellar Banner segue encalhado no Oceano Atlântico, próximo ao Maranhão — Foto: Ibama
Segurança nos tanques
Na sexta-feira (28), o Ibama havia verificado o vazamento de 333 litros de óleo no mar e o poluente havia se espalhado por uma área de 0,79 km². No sábado (29), o instituto afirmou que não visualizou mais as manchas de óleo encontradas anteriormente.
Técnicos também trabalharam para vedar ainda mais os tanques de combustível e reforçar as travas dos compartimentos de carga, onde está o minério. O navio hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’, da Marinha, também está na área para reforçar as operações.
Inquérito
A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.
Buracos na estrutura do Stellar Banner
O navio Stellar Banner tem capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e possui 340 metros de comprimento, o equivalente a quase quatro campos de futebol. A embarcação foi abastecida pela Vale e saiu do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, com destino a um comprador em Qingdao, na China.
Navio Stellar Banner sofre fissura no casco no meio do Oceano Atlântico — Foto: Divulgação
Segundo a Capitania dos Portos, o navio apresentou ao menos dois locais com entrada de água nos compartimentos de carga por volta das 21h30 desta terça (25) e começou a afundar no Oceano Atlântico. Uma fissura no casco pode ter sido a causa. O comandante do navio emitiu um alerta de emergência via satélite e levou a embarcação para um banco de areia.
Equipes da Capitania dos Portos e da Vale foram encaminhadas para o local e cerca de 20 tripulantes foram evacuados. A empresa Polaris Shipping, proprietária do navio, informou que todos os membros da tripulação estão seguros e que está realizando inspeções para evitar maiores danos.
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