Onça-pintada bebe água no Pantanal Mato-grossense, que, neste momento, se tornou ponto de refúgio para quem quer aproveitar o período de Carnaval — Foto: REM/MT
As pousadas no Pantanal mato-grossense estão com movimento significativo durante o período de Carnaval neste ano. A proibição das festas carnavalescas na maioria das cidades do estado por causa da pandemia de Covid-19 que contribuiu para esse aumento.
O ritmo quente da bateria de samba foi substituído pela suavidade de uma orquestra natural com o canto dos pássaros ao raiar do dia.
De acordo com o recepcionista de uma das pousadas, Cristiano da Silva, é o melhor momento pelo qual passa o Pantanal após as secas intensas registradas nos dois últimos anos.
"Tem aumentado a procura principalmente nessa época do ano para contemplar a natureza. É um período muito bonito, com a cheia dos rios. O Pantanal está voltando a um bom nível de água depois de passarmos por duas secas intensas e queimadas. Então, parece que tudo está sendo restaurado e ficando mais bonito", disse.
Porém, as pousadas estão com um número limitado de hóspedes. O objetivo é evitar aglomerações e respeitar as regras de biossegurança.
Turistas lotam pousadas do Pantanal durante a folga do carnaval
A superintendente do polo socioambiental do Sesc Pantanal, Cristiane Caetano, disse que a forte estiagem afetou o equilíbrio do ecossistema pantaneiro e explicou a importância dos ciclos para o fortalecimento da biodiversidade.
"O Pantanal vive do ciclo da cheia e da seca. Quando não acontece isso, que foi o que a gente viveu ano passado em 2021 e 2020, os animais acabam buscando outras áreas e a reprodução dos peixes é afetada, acarretando em um desequilíbrio grande", disse.
Dia do Pantanal: conheça 5 curiosidades sobre o maior berço da biodiversidade brasileira — Foto: REM/MT
Maior incêndio da história no Pantanal
Dois anos depois do maior incêndio da história no Pantanal mato-grossense, o bioma ainda luta para se recuperar totalmente da seca e das queimadas.
Em 2020, ao menos 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal, segundo estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e de organizações não-governamentais.