Por g1 MT


Omolu, orixá da cura — Foto: 7'Kali

A lei que declara as religiões de matriz africana e afro-brasileiras como Patrimônio Cultural de Mato Grosso foi sancionado pelo governo estadual. A intenção, segundo a proposta, é reconhecer a influência destas fés no estado.

Segundo o projeto apresentado à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e aprovado em segunda votação dia 29 de junho, nos séculos XVIII e XIX, em Mato Grosso, existiram três eixos de acesso à região e entrada de escravos no mercado local: a Rota de Tropeiro, chamada Estrada de Terra da Chapada dos Guimarães; outra pela Carreira Sul, no traçado monçoeiro que partia do Rio de Janeiro e São Paulo através do Rio Tietê; e uma última rota, chamada Carreira Norte, que ia do Grão-Pará até o atual município de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).

Nesses caminhos, foram introduzidos aproximadamente 30 mil negros africanos escravizados nas vilas e povoados de Mato Grosso. A religiosidade dessas pessoas influenciou a cultura e a tradição no estado, diz o projeto.

Conforme a justificativa, em Cuiabá, a Igreja do Rosário, construída pelos escravos no século XVIII, e São Benedito sofreram enorme influência da cultura negra. A santa era padroeira dos escravos e a maior parte dos primeiros frequentadores da igreja eram os negros que estavam à margem da sociedade.

"O município de Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km de Cuiabá, foi a primeira capital de Mato Grosso e ficou sob o controle social e político de pessoas negras por mais de 100 anos. O estado tem forte influência das religiões de matrizes africanas e que merece o reconhecimento da sociedade", diz trecho da proposta.

O projeto é de autoria do deputado estadual Allan Kardec (PSB-MT).

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