France Presse

31/03/2015 16h57 - Atualizado em 31/03/2015 17h33

Anne Frank morreu antes do que se acreditava, segundo novo estudo

Estudo diz que ela morreu em fevereiro de 1945, e não em 31 de março.
Notícia foi divulgada pela Casa Anne Frank nesta terça-feira.

Da AFP

Anne Frank (Foto: Divulgação)Anne Frank ficou famosa após a morte, depois que o diário
que ela escreveu durante os anos de esconderijo foi
publicado (Foto: Divulgação)

A adolescente judia Anne Frank, que teve seu diário lido por milhões de pessoas, faleceu pelo menos um mês antes da data oficial de sua morte, segundo as conclusões de um novo estudo publicado nesta terça-feira (31).

Os pesquisadores usaram documentos e relatos de testemunhas para examinar com mais detalhes o trajeto de viagem das irmãs.

"A investigação joga nova luz sobre os últimos dias de Anne Frank e de sua irmã Margot", afirma um comunicado da Casa Anne Frank, divulgado na data de aniversário da morte da famosa adolescente.

"Suas mortes aconteceram em fevereiro de 1945, e não em março", afirmou a instituição.

Data anterior era 31 de março
As datas exatas das mortes das duas irmãs nunca foi determinada. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Cruz Vermelha informou que Anne e Margot Frank teriam morrido no campo de Bergen-Belsen entre 1 e 31 de março daquele ano. As autoridades holandesas adotaram a data de 31 de março, que era lembrada até hoje como o aniversário da morte de ambas.

O novo estudo, porém, examina o trajeto de viagem das duas irmãs, primeiro para Auschwitz-Birkenau e depois para Bergen-Belsen, enquanto os russos avançavam pela frente leste.

Os pesquisadores se basearam principalmente em documentos da Cruz Vermelha e do Memorial de Bergen-Belsen, mas também em "diversos relatos de testemunhas e sobreviventes como foi possível".

De acordo com quatro sobreviventes, Anne e Margot já sofriam de tifo no fim de janeiro.

"A maioria das mortes por tifo acontece 12 dias depois do surgimento dos primeiros sintomas", destacam os investigadores, que citam o Instituto Holandês de Saúde Pública.

"É improvável que ambas sobrevivessem até o fim do mês de março", afirma Casa Anne Frank.

Apesar de não ter como precisar a data exata da morte, Rachel van Amerongen, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, afirmou: "Um dia, elas simplesmente não estavam mais ali".

Vida registrada em diário
A família Frank se escondeu em 1942 em um anexo secreto de um edifício da empresa de seu pai, Otto, com o objetivo de escapar dos alemães.

A adolescente escreveu no local seu diário, que se tornou um dos relatos mais emblemáticos da ocupação nazista, até que a família foi detida e deportada.

Anne e Margot morreram vítimas de tifo em Bergen-Belsen, com 15 e 19 anos respectivamente. Sua mãe, Edith, faleceu em Auschwitz e o pai, Otto Frank, o único dos oito habitantes do anexo secreto que conseguiu sobreviver ao Holocausto, morreu em 1980 com 91 anos.

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