Por Phelipe Caldas, g1 PB


Pedro Américo, artista plástico paraibano — Foto: Reprodução/Além do Ipiranga

Era uma vila “pequena, pacata e provinciana” no interior da Paraíba. E que, a despeito do que uma descrição dessa pudesse sugerir, tinha um comércio pujante, que atraía pessoas de diversos municípios dos arredores. Essa era a Vila Real do Brejo de Areia em 29 de abril de 1843, três anos antes de a localidade ser alçada à condição de cidade de Areia. Naquele sábado, pois, num imóvel da chamada Rua do Sertão, Feliciana Cirne de Figueiredo entrava em trabalho de parto. Em casa mesmo, ajudada por uma parteira, ela dava à luz Pedro Américo de Figueiredo e Melo, o terceiro filho de Feliciana com o comerciante Daniel Eduardo de Figueiredo e Melo. Seria mais um simples súdito interiorano do Brasil Imperial se não fosse o detalhe de que, contra todos os prognósticos, aquela criança se tornaria um homem do mundo, respeitado em toda a Europa, considerado um dos maiores pintores de toda a história brasileira.

O nome do paraibano Pedro Américo voltou à evidência neste ano por causa do bicentenário da Independência. Isso porque ele é o autor da obra “Independência ou Morte”, que também é conhecida por “O Grito do Ipiranga” e retrata de forma ufanista o instante fundador do Brasil independente. Trata-se de uma grandiosa tela de 7,60m por 4,15m que se transformaria em um dos quadros brasileiros mais populares e mais reproduzidos da história.

Quadro ‘Independência ou Morte’, de Pedro Américo, no Museu do Ipiranga — Foto: Globo Repórter

Pedro Américo, pois, nos últimos anos, virou alvo de interesse de pesquisadores, escritores, intelectuais. Ganhou livros sobre suas obras. E, além do mais, uma nova biografia, escrita pelo conterrâneo Thélio Queiroz Farias, que acaba de sair a partir de uma parceria da Cepe Editora e da Editora A União, dentro das comemorações dos 200 anos de independência.

O curioso, contudo, é que Thélio, atualmente presidente da Academia de Letras de Campina Grande, buscava referendar a trajetória de pintor do paraibano, mas descobriu facetas até então inimagináveis. E impressionantes. São as informações do livro e do próprio autor que norteiam esta reportagem.

A obra “Além do Ipiranga: a extraordinária vida de Pedro Américo” é resultado de uma pesquisa de seis anos, em que o autor conversou com todos os familiares vivos do artista e leu mais de mil documentos inéditos. Conta a história de uma figura que se transformou em símbolo de seu tempo.

"Além do Ipiranga: a extraordinária vida de Pedro Américo”, de Thélio Queiroz Farias — Foto: Além do Ipiranga/Reprodução

“Como pesquisador, eu tinha uma noção de que ele tinha escrito alguns livros. Mas eu nem tinha ideia do que de fato iria encontrar. Impressionou-me as suas facetas, a respeitabilidade que ele tinha. A vida aventurosa que ele manteve numa época em que isso era difícil de se conseguir”, comenta Thélio.

Para, em seguida, completar sobre as inúmeras versões de um mesmo homem:

“Pedro Américo não foi apenas pintor. Foi também escritor, ensaísta, fotógrafo, arquiteto, político, deputado constituinte, historiador, romancista, professor, filósofo, arqueólogo”, frisa o autor.

O livro de Thélio foi lançado inicialmente em Campina Grande, em 18 de agosto. Já foi lançado também em São Paulo, em 27 de agosto; e em João Pessoa, na terça-feira (6). Já nesta quarta-feira (7), dia do bicentenário da independência, o lançamento é em Areia, terra natal do pintor.

Thélio Queiroz Farias no lançamento de seu livro em João Pessoa — Foto: Phelipe Caldas/g1

Talento precoce

Pedro Américo tinha apenas três anos quando, em 1846, viu a localidade em que nascera ser alçada à condição de cidade. Ele, no entanto, não parecia muito preocupado com essas questões. Porque, mais ou menos nessa época, de um jeito completamente imprevisto, começava a ensaiar os seus primeiros dotes artísticos, ao usar miolo de pão para fazer pequenas esculturas.

Pouco depois, profissionalizou mais o trabalho. Passou a usar cera, argila, tudo o que via pela frente. Em paralelo a isso, começou a desenhar.

“O lápis foi o seu primeiro brinquedo”, destaca o autor.

Eram apenas os primeiros passos. Mas, a bem da verdade, não haveria mais pausas em sua trajetória como artista. O desenrolar dos acontecimentos seriam quase caóticos se não fosse a questão inescapável de que tudo ele fazia com muita qualidade e perfeição.

Tornou-se conhecido na cidade ainda criança autodidata, distribuindo desenhos em forma de presente aos moradores de Areia, todos com muita qualidade artística e impressionante realismo. E não tinha nem mesmo oito anos de idade quando resolveu transformar a parede do comércio do pai num painel, pintando no local um galo que “só faltava cantar”, segundo relato dos moradores.

O galo, não tardou, virou ponto de visitação na cidade. E em pouco tempo Areia ganharia outras obras de seu artista precoce. Por exemplo, um cavalo esquálido puxado por um camponês, uma cadeira que parecia de verdade, uma imagem sacra numa igreja. Eram as primeiras obras de arte de Pedro, que no entanto não sobreviveriam ao tempo.

Areia hoje: nenhuma das obras de Pedro Américo feitas na cidade sobreviveu ao tempo — Foto: Prefeitura de Areia/Divulgação

Sua fama só fazia crescer nas redondezas. Virou um nome conhecido e requisitado, passou a vender pequenos desenhos com temáticas religiosas, ganhou dinheiro com a arte pela primeira vez em sua vida. Aos 11 anos, pintou um autorretrato que impressionava as pessoas que o viam. Ainda assim, nada fazia parecer por ora que se transformaria em um dos nomes mais famosos do Brasil e do mundo em seu tempo.

Descoberta do gênio, viagem para o Rio

Pedro Américo tinha dez anos de idade quando, em 1853, chegou a Areia o pesquisador francês Luís Jacques Brunet. Ele estava em território paraibano desde o ano anterior, fazendo expedições científicas pelo interior pouco explorado do estado, quando ouviu falar do menino prodígio que pintava como um artista consagrado.

Brunet, então, perguntou pelo “autor do galo” tão logo chegou ao município, e em pouco tempo de demonstrações ao vivo estava absolutamente convencido da genialidade do menino. Ele estimulou a veia artística de Pedro Américo, levou-o consigo numa expedição para que ele pintasse mais, e de volta a Areia escreveu pessoalmente para o governo central imperial pedindo para que esse custeasse os estudos do jovem. Para, assim, “lapidar o talento excepcional”.

Os trâmites não eram tão rápidos naqueles tempos. E, entre idas e vindas de correspondências e alguma dose de negociação, Pedro, com 11 anos e chamado de “menino desvalido”, finalmente foi chamado para o Rio de Janeiro para iniciar seus estudos no Colégio Dom Pedro II, o melhor do país à época.

“Não houve adolescência”, destaca Thélio, reforçando a precocidade do paraibano.

De fato. Ele iniciou os estudos no colégio aos 11 anos e rapidamente se tornou conhecido pelo seu talento. Na mesma época, durante uma visita do imperador à unidade educacional, pintou o monarca lendo um livro. O desenho acabou confiscado e levado ao diretor. Esse, contudo, mas sensível às artes, resolveu mostrar a pintura ao soberano em vez de censurar o menino. Pedro II se impressionou com o desenho e pediu para conhecer o estudante. Pela primeira vez, os dois Pedros se viam frente a frente.

Autorretrato de Pedro Américo de quando ele tinha 11 anos — Foto: Coleção dos Herdeiros de Paulo Pires do Rio/Além do Ipiranga/Reprodução

A trajetória seguia de forma acelerada. Aos 13 anos, ele se formou no colégio e foi transferido para a renomada Academia Imperial de Belas Artes. A missão, agora, era lapidar definitivamente o talento artístico. Foram mais dois anos de estudos e produções impactantes até a formatura, ficando conhecido por professores como “a joia da academia”. Pedro Américo tinha apenas 15 anos de idade quando se tornou um artista plástico formado pela Academia de Belas Artes. Sua sede de conhecimento, entretanto, parecia não se esgotar.

Viagens para a Europa

Pedro Américo era, antes de tudo, um jovem ousado. Porque, no alto de seus 15 anos, teve a coragem de escrever para o imperador para pedir uma bolsa de estudos na Europa com o objetivo de aperfeiçoar a sua arte. E conseguiu o que queria. Embarcou com 16 anos e se estabeleceu na França. Estudou na Escola Nacional Superior de Belas Artes e teve estágios com alguns dos grandes nomes das artes plásticas francesas da época.

Permaneceu cinco anos no Velho Continente. Viajou, contemplou, produziu, escreveu, espalhou sua fama, seu nome. Ganhou inúmeros prêmios ao pintar quadros que se tornariam famosos em toda a Europa. Começou a se estabelecer como artista internacional. Focou nos detalhes ao pintar. E só retornou ao Brasil com 21 anos, por ordem do imperador. Submeteu-se então a um concurso público na Academia Imperial de Belas Artes. Foi aprovado. Aos 22 anos, já era professor.

Recebido como “gênio da pintura” no Rio de Janeiro, poderia ter uma vida tranquila a partir de então. Mas ele não buscava tranquilidade, buscava aventuras. Pediu nova bolsa ao imperador, mas essa não foi aceita. Ao contrário, Pedro II informou que para viajar, apenas com uma licença sem vencimento. Definitivamente, não era o ideal. Mas Pedro Américo pegou o primeiro navio e retornou à França.

O imperador do Brasil Dom Pedro II em imagem colorida digitalmente: bolsa de Pedro Américo é cortada após primeira viagem a Europa — Foto: Marina Amaral/Arquivo pessoal

Sem o apoio oficial, contudo, a segunda jornada europeia não foi tão simples como a primeira. Apesar dos estudos, apesar do desenvolvimento de seu talento, apesar de diversas viagens por países da Europa e do norte da África, a permanência no continente era onerosa e ele não tinha uma fonte de renda fixa. Passou a fazer desenhos rápidos em busca de vendê-los, mas o apurado não era suficiente. Em pouco tempo, não tinha mais reservas. Chegou a passar fome. Vendeu muitas de suas medalhas de ouro, fruto de premiações artísticas. Acabaria preso por engano. Provocara suspeitas ao, maltrapilho, tentar vender uma peça de ouro. Chamaram a polícia, levaram ele à delegacia. Para só depois perceberem o equívoco.

Mas, na mesma época, e apesar de todas as dificuldades, da fome e da miséria, conseguiu finalizar o seu curso de doutorado em Ciências Naturais na Universidade de Bruxelas, apenas três anos depois de seu retorno ao continente. Foi aprovado com louvor, nota máxima e distinção. Conquistou o interesse da imprensa. Foi convidado pela monarquia belga para participar de um banquete na presença do renomado escritor francês Victor Hugo (autor de clássicos mundiais como Os Miseráveis e O Corcunda de Notre Dame).

“Esse é o detalhe mais impressionante na vida de Pedro Américo. Morou em palácios e morou na rua. Passou fome e frequentou banquetes. Foi realmente uma vida de muitas aventuras”, impressiona-se Thélio Queiroz Farias.

Universidade Livre de Bruxelas, onde Pedro Américo virou doutor em Ciências Naturais — Foto: SBGE/Divulgação

Fama de pintor histórico

Ainda na Europa, Pedro Américo chegou a ser aprovado num concurso para professor da mesma Universidade de Bruxelas, mas desistiu do cargo ao sentir saudades do Brasil e demonstrar interesse em revisitar o país.

Na volta para casa, passou por Lisboa, reencontrou um antigo professor, se apaixonou pela filha do mestre. Casou-se. Viveria com Carlota o resto de sua vida e com a esposa teria três filhos.

Ao chegar ao Brasil, já casado, assumiu finalmente o cargo de professor da Academia Imperial e fundou a disciplina História das Artes e Arqueologia, sendo considerado por isso o primeiro arqueólogo da história do país.

Foi nesta época que pintou quadros como “A Batalha de Campo Grande”, que retrata um importante episódio da Guerra do Paraguai, e também figuras como Pedro I, Pedro II, Duque de Caxias, entre outros. Consolidou assim sua fama de “pintor histórico” e “autor das glórias pátrias”, de quadros que enalteciam a monarquia e que se transformariam em discursos poderosos.

A Batalha de Campo Grande, de Pedro Américo — Foto: Pedro Américo/Domínio Público

Contratado pelo Império para reproduzir em quadro um “feito histórico brasileiro”, resolveu pintar “A Batalha do Avaí”, outro grande acontecimento da Guerra do Paraguai. Decidiu no entanto que ia pintá-lo na Itália. Viajou à Europa. Fixou-se em Florença.

A glória definitiva

Pedro Américo se fixou num palacete de Florença. O mesmo em que, quase quatro séculos atrás, morou Gioconda, a modelo do quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Pedro Américo estava no centro da arte mundial e, de certa forma, era paparicado pelo governo local, ciente da importância do artista para a cidade.

Como “A Batalha do Avaí” seria um quadro grande, de 11 metros de largura por 6 metros de altura, ele não tinha como ser pintado na residência do artista. A Prefeitura de Florença, então, cedeu a biblioteca do Convento da Santíssima Anunciação para que a obra fosse ali pintada. Nos anos seguintes, algumas das grandes obras das artes brasileiras seriam gestadas naquele ambiente por Pedro Américo.

O quadro foi lançado em Florença em 1877, estando Pedro Américo com 34 anos. Tornou-se um sucesso estrondoso. Na cidade italiana, foi visto por mais de 100 mil pessoas. Países como França, Áustria, Rússia, Holanda, Chile, Alemanha, Grã-Bretanha e Suécia exaltaram o artista. A Itália se orgulhava de ser o local de trabalho do paraibano. Críticos de arte europeus o chamavam de “Michelangelo dos tempos atuais”. Seria então incluído numa espécie de panteão de grandes artistas mundiais existente em Florença, ao lado dos mais consagrados artistas da história.

A Batalha do Avaí, tela gigantesca de Pedro Américo — Foto: Pedro Américo/Domínio Público

No ano seguinte, o quadro seria exposto no Rio de Janeiro. Mas a glória viria mesmo em 1879, quando o quadro seria visto por mais de 275 mil pessoas na Exposição Geral de Belas Artes. Representava mais da metade da população carioca à época.

Nos anos seguintes, iria se revezar entre a Europa e o Brasil, entre aulas, quadros, escritos, fama. Em 1885, foi contratado para pintar aquele que seria o mais importante de seus quadros, “Independência ou Morte”, a ser colocado no Palácio do Ipiranga, que estava sendo construído justo como parte das comemorações da independência.

Mais uma vez escolheu Florença para realizar o trabalho. Foram três anos de dedicação. A exposição inicial da obra na cidade italiana aconteceria em 8 de abril de 1888, e em junho do mesmo ano partia para São Paulo para entregá-la ao Governo Imperial. Curiosamente, pouco mais de um ano antes da Proclamação da República. O homem que fez sua carreira artística no império, entregou a obra mais importante de sua carreira, sobre o início desse mesmo império, justo nos estertores do antigo regime.

Thélio, no entanto, explica que classificar Pedro Américo como um monarquista é uma meia-verdade. Porque, se por um lado ele foi um apadrinhado de Pedro II em alguns momentos da vida, “sempre se mostrou um republicano em suas cartas”.

Independência ou Morte, de Pedro Américo — Foto: Pedro Américo/Domínio Público

O intelectual, o aventureiro, o fim da vida

Apesar de ter ficado para a posteridade de forma mais marcante a inegável fama internacional de Pedro Américo como pintor e artista plástico, o paraibano era tido também como um excelente orador, discursando ao longo da vida nas mais impressionantes ocasiões, em idiomas como francês, inglês, italiano, alemão e espanhol.

Deixou como legado ainda um rico trabalho como filósofo, sendo autor dos “Estudos Filosóficos sobre as Belas Artes na Antiguidade”, além de uma série de outros livros de pesquisa. Atuou também como caricaturista. Sem contar que, para além da intelectualidade, foi um aventureiro nato. Fez expedições de navio, passeou por trilhas de ursos, andou de balão. Em ao menos quatro momentos da vida, chegou bem perto da morte por causa dessas experiências fantásticas.

Caricatura de Pedro Américo satiriza José de Alencar e Visconde do Rio Branco — Foto: Além do Ipiranga/Reprodução

Em meio a toda essa efervescência de Pedro Américo, entretanto, Thélio Farias faz questão de ressaltar o papel do artista paraibano como romancista. “Ele era um pintor genial, mas se destacou também como romancista”, opina.

Foram quatro os romances escritos em vida. Para Thélio, o melhor deles é “O Holocausto”, de 1882. O autor explica, inclusive, que o livro tem um papel importante para a literatura paraibana por ser o primeiro romance da história que tem o estado como referência.

“O romance regionalista brasileiro é tido como criado por José Américo de Almeida (com ‘A Bagaceira’, em 1928), mas isso começou bem antes com Pedro Américo”, defende Thélio.

Fato é que, com a Proclamação da República, Pedro Américo seria hostilizado pelo novo regime por ser ligado ao imperador deposto. Desgostoso com a situação, se aposentou da Academia de Belas Artes. Mas em 1890 seria eleito deputado constituinte pela Paraíba e ajudaria a criar a primeira Constituição Federal da República, a ser promulgada no ano seguinte.

Entre suas lutas, pautas ligadas à educação e às artes. Defendeu a fundação de três universidades, de uma galeria nacional de belas artes e a criação de uma legislação que tratasse de direitos autorais. Apesar dos esforços, não conseguiu aprovar nenhum de seus pleitos.

Em paralelo a isso, viu o interesse pelas artes plásticas diminuírem drasticamente no novo regime. Optou, então, por se mudar para Florença, onde continuou produzindo até perto do fim da vida. Ensaiou vários retornos para o Brasil, mas sua saúde o impediu de voltar. Morreu de forma súbita na cidade italiana em 7 de outubro de 1905, aos 62 anos de idade, após nove anos de agravamento sistemático de seu quadro clínico por causa de uma diabetes tipo 2.

Seu corpo foi trasladado para o Brasil e enterrado em João Pessoa, à época ainda chamada de Parahyba. Apenas na década de 1940, no centenário de seu aniversário, seus restos mortais foram transferidos para Areia. Só ali, era cumprido o seu último desejo de ser enterrado na cidade em que nasceu, amou e sofreu ao deixar para trás.

Advogado paraibano lança livro sobre história de Pedro Américo

Advogado paraibano lança livro sobre história de Pedro Américo

Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!