Terra da Gente

Por Nicolle Januzzi


Os ornitorrincos vivem a maior parte do tempo na água. — Foto: Adam Phillips (Blog - Explordia.com)/Arquivo Pessoal

“É um animal sui generis (do seu próprio gênero); com a natureza tríplice de peixe, pássaro e quadrúpede, e não é aparentado com nada que nós já tenhamos visto.”

Foi assim que o naturalista inglês Thomas Bewick descreveu pela primeira vez, em 1800, os ornitorrincos em seu livro História Geral dos Quadrúpedes, quando analisou dois indivíduos mortos enviados da Austrália.

Na época, os cientistas europeus, quando viram o bicho pela primeira vez, acreditaram que os animais eram uma falsificação de taxinomistas asiáticos, devido à tamanha diferença entre as outras espécies conhecidas.

Ilustração de 1863 mostra os ornitorrincos. Esses animais pesam em torno de 1,5 kg e medem cerca de 51 cm (cabeça, corpo e cauda). — Foto: John Gould

O ornitorrinco é o único representante vivo da família Ornithorhynchidae e a única espécie do gênero Ornithorhynchus.

Mais de 200 anos depois, os ornitorrincos, que são naturais da Austrália e da Tasmânia, continuam intrigando por suas características peculiares. Uma das mais famosas é o fato deles, junto com as equidnas, serem os únicos mamíferos que botam ovos, ou seja, são ovíparos.

“As fêmeas escavam tocas e fazem a postura de um a três ovos semelhantes ao dos repteis, de casca meio escamosa. Quando os filhotes nascem com cerca de 18 milímetros se alimentam lambendo o leite que escorre das glândula nos pêlos e se deposita na barriga da mãe, já que ela não possui mamas”, explica o biólogo Dhiordan Lovestain.

Os ornitorrincos podem viver até 20 anos na natureza. — Foto: AFP Photo

Os ornitorrincos também são um dos únicos mamíferos venenosos. De acordo com o pesquisador, apenas os machos possuem esporões nas patas traseiras que são conectados a glândulas de veneno. “Eles usam o veneno para atacar outros machos durante a época de acasalamento. Embora não seja letal para humanos, causa extrema dor local”, afirma.

Além disso, esses animais semiaquáticos são carnívoros e, para conseguirem se alimentar, possuem um ótimo aliado: o bico. “O bico possui cerca de 40 mil receptores que são capazes de identificar sinais eletromagnéticos e encontrar as presas mesmo sem usar a visão, audição ou olfato”, diz Lovestain.

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