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02/09/08 - 08h05 - Atualizado em 02/09/08 - 08h08

Achei! Marcelo Moreno, um boliviano de coração verde e amarelo

Filho de pai brasileiro, ex-jogador do Cruzeiro vive na Ucrânia a expectativa de jogar pela primeira vez contra o país que um dia defendeu

Cahê Mota Rio de Janeiro

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Desde que decidiu que seria jogador de futebol, ainda na infância, Marcelo Moreno espera para poder jogar um Brasil x Bolívia. A grande questão, no entanto, sempre foi por qual país ele estaria em campo. Nascido na cidade boliviana Santa Cruz de la Sierra e filho de brasileiro, o atacante optou por atender um pedido do pai, Mauro Martins, paulista de nascimento e boliviano de coração. Ou pelo menos tentar atender.

 

 

Editoria de Arte/Montagem

Marcelo Moreno defendeu o Brasil, nas categorias de base, e joga pela Bolívia, como profissional

- Era um sonho meu e do meu pai que eu jogasse pela seleção do país dele. Fui convocado na base, mas infelizmente não tive uma seqüência. Fiquei esperando por muito tempo uma nova oportunidade e ela não chegava. Conversei com meu pai e decidi defender meu país. Foi quando a Bolívia me chamou para a seleção principal - explica.

Convocado para as seleções sub-18 e sub-20 do Brasil, Marcelo viu seu sonho de vestir verde e amarelo em uma Copa do Mundo acabar em 12 de setembro de 2007, quando aceitou uma convocação da Bolívia para uma partida amistosa, contra o Peru. 

 


Moreno defendeu o Brasil sub-18 na Copa Sendai, no Japão, em 2005, e pela sub-20 no Torneio do Mediterrâneo, na Espanha, em 2006


- Me sinto tão boliviano quanto brasileiro. Minha história de vida está diretamente ligada a esses dois países que eu amo. Nunca posso esquecer o Brasil, tudo que tenho no futebol começou aí, começou no Cruzeiro.

 

Durante o verão ucraniano, visitar da namorada ajudaram na adaptação de Moreno

Artilheiro da última edição da Libertadores com a camisa do time mineiro, Moreno Martins, como é conhecido na Bolívia, deixou o futebol brasileiro em maio deste ano, rumo ao Shaktar Donetsk, da Ucrânia.

No Leste europeu, entretanto, os gols não são tão rotineiros quanto foram em Belo Horizonte. Para falar a verdade, ainda nem apareceram. Nada que atrapalhe os planos do boliviano, que, ainda sem ter sentido na pele o frio ucraniano, só perde a paciência mesmo quando o assunto é o cardápio de sua nova casa.

- Aos poucos a gente vai se acostumando. Por enquanto, o mais difícil está sendo a alimentação. O tempero é muito diferente. Faço questão de trazer alimentos do Brasil, como o feijão. Fui a um restaurante e não conseguia pedir um frango. A solução foi bater os braços e fazer o gesto para o garçom entender. Foi muito engraçado. O frio ainda não chegou, espero que quando chegue eu já esteja levando bem a situação - diz Moreno, que vive sozinho e conta com visitas esporádicas da namorada e do irmão para se adaptar.

A comunicação com os companheiros de grupo também tem sido complicada. Fluente no espanhol e no português, o ex-cruzeirense usa o pouco que sabe de inglês para se fazer entender, ou apela para os muitos brasileiros do Shaktar, como Jadson, Fernandinho, Ilsinho, William e Brandão.

- Somos todos amigos aqui, uma grande família. Isso tem me ajudado muito, tanto nos treinos quanto no idioma. Eles falam sempre como funciona o clube, como são as coisas.

 

Vibração contra o Brasil e pai vira casaca

Na Ucrânia, Marcelo Moreno veste a camisa 99

Concentrado com a seleção boliviana desde segunda-feira, Marcelo Moreno já vive a expectativa do retorno ao Brasil. Longe de Belo Horizonte, ele sabe que poucos serão os brasileiros que torcerão pelo seu sucesso no jogo do Engenhão, mas não tem dúvidas que um em especial irá virar a casaca.

- Ainda não conversei com meu pai sobre isso. Mas com certeza será assunto de uma conversa. Vamos ver se a gente aposta alguma coisa. Na verdade, ele sempre me deu forças, esteve sempre comigo, e não duvido que irá torcer para a Bolívia para ver o filho feliz.

Sobre a emoção de marcar um gol contra os brasileiros, o boliviano se mostra indiferente e garante que não irá se privar de vibrar bastante caso isso aconteça.


- Só vou poder saber isso na hora do jogo. Será a minha primeira vez contra o Brasil. Como a Bolívia precisa muito desses pontos, vou dar de tudo para fazer um grande jogo e gritar muito se fizer um gol.

 

Aos brasileiros, resta torcer para que o Moreno Martins da seleção boliviana, dia 10 de setembro, às 22h, no Engenhão, não seja tão artilheiro quanto o Marcelo Moreno que jogou no Cruzeiro.

 

 

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