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Os Jogos Mundiais Militares de Mungeyong, na Coreia do Sul, viram neste sábado o Brasil manter os títulos em três torneios que havia conquistado em 2011, na edição do Rio de Janeiro: vôlei masculino e feminino e futebol feminino. A competição termina neste domingo com o Brasil tentando manter a segunda colocação no quadro de medalhas. Tem 34 ouros contra 32 da China. A Rússia lidera com 59 ouros.
No vôlei de quadra, só deu Brasil nos JMM. Na decisão feminina, vitória sobre a China por 3 x 0, e na masculina, 3 x 1 em cima do Egito. Dois adversários que haviam vencido os times brasileiros durante a competição.
A seleção feminina do Brasil vinha de duas vitórias sobre a China em competições militares. Nos JMM de 2011 e no Mundial de 2014. Mas na Coreia havia perdido por 3 x 2. A sargento Bruna Honório da Silva, do Exército, recebeu o troféu de melhor jogadora do torneio. O saque foi o ponto alto das brasileiras, de acordo com a sargento Priscila Heldes. A sargento do Exército, Valeska Menezes, a Valeskinha, ressaltou a reação da equipe no primeiro set.
- Cada vitória tem um sabor diferente. Conseguimos reverter o placar de oito a zero no primeiro set, com muita paciência, com muita dedicação, com muito coração. E no final, a gente conseguiu ganhar por três sets a zero de uma equipe que é boa, é sensacional.
No torneio masculino, o Egito era considerado favorito. Jogou com seu time principal, que na última Liga Mundial teve bom desempenho. Até a final havia vencido todos os jogos por 3 x 0, inclusive o Brasil. Mas na final, os brasileiros abriram 2 x 0 com 25/22, perderam o terceiro pelo mesmo placar, e chegaram ao título com 29/27 no quarto set. Técnico do time, o tenente-coronel Rodrigo Taranto reconhecia a superioridade técnica dos adversários, mas ressaltou que o Brasil jogou com o coração. O Sargento Raphael Margarido, o Vinhedo, acredita que o Egito tenha entrado de salto alto e comemorou o sistema bloqueio-defesa, que desta vez funcionou. Campeão olímpico e dos JMM como jogador, Anderson Rodrigues celebrou o bicampeonato militar:
- A gente foi mais do que cem, a gente foi mil. Elas jogaram hoje como um grupo. Deixamos o individual de lado e partimos para o grupo. A dedicação foi maior do que tudo e estamos muito felizes por isso.
GOL NO FIM DA PRORROGAÇÃO DÁ OURO AO FUTEBOL FEMININO
No futebol feminino, o Brasil conquistou o bicampeonato dos JMM ao vencer a França de virada por 2 a 1. Bárbara Chagas marcou o gol do título no último minuto da prorrogação no Kafac Sports Complex.
- Estou muito emocionada. Nosso grupo estava muito unido desde a saída do Brasil. Viemos com a meta de sermos campeãs. Se contra a Coreia tivemos um jogo difícil, contra a França foi mais difícil ainda. Perdemos chances de gol que não podíamos ter perdido. Foi a vitória da dedicação deste grupo - disse Bárbara, mencionando a semifinal contra as donas da casa, vencida por 1 a 0 pelo Brasil.
Havia um clima de provocação no ar. No meio da semana, no refeitório da Vila Olímpica, as jogadoras francesas cantaram vitória após passarem pela Holanda por 2 a 0. O Brasil dominou a partida no início, mas em uma falha da zaga a França abriu o placar com Lea Garrec. O empate veio ainda no primeiro tempo com a atacante Daniele Batista. O jogo seguiu equilibrado e a decisão foi para a prorrogação. Quando a partida parecia ir para os pênalties, Bárbara acertou um chute.
Um dos nomes mais conhecidos do futebol feminino do Brasil, Andreia dos Santos, a Maycon, acompanhou o jogo do banco de reservas apoiada em muletas. Ela se lesionou na semifinal contra a Coreia. O treinador brasileiro Ricardo Costa Junior contou que o bicampeonato vem coroar todo o trabalho feito no Brasil.
- Esta conquista significa que há um trabalho sério feito pelo futebol feminino no Brasil. As jogadoras treinaram o ano inteiro. Um trabalho árduo, e o resultado mostrou que valeu a pena.
Paulo carvalho perde final do boxe, mas tira sangue de coreano
No boxe, o sargento da Marinha Paulo Carvalho perdeu a final do peso mosca ligeiro (até 49kg) para o coreano Jeong Ung Park por 2 pontos a 1. Foi a revanche do anfitrião, que havia perdido para o brasileiro nos JMM 2011, no Rio.
- Foi uma experiência muito boa ter participado em um mundial militar como esse. O nível dos lutadores é altíssimo. Não tenho a menor dúvida que eu fui campeão. Inclusive, já derrotei esse mesmo atleta na competição passada. Mas, agora, é manter o foco e continuar treinando.
Para o técnico do boxe, tenente da Marinha Nemo Carvalho Judice, os lutadores brasileiros tiveram problemas com a arbitragem caseira. Ele lembrou que o país disputou os JMM com a equipe reserva, já que a titular está no Mundial de Doha, no Catar. Outra medalha do Brasil no boxe foi o bronze do soldado do Exército Jackson Figueiredo dos Santos, categoria pena (até 56 kg), quando perdeu nas semifinais para Fahem Hammachi, da Argélia.
NATAÇÃO TERMINA COM 28 MEDALHAS E FUTEBOL MASCULINO FICA EM 6º
A natação do Brasil encerrou a participação nos Jogos Mundiais Militares com 28 medalhas, sendo dez de ouro, nove de prata e nove de bronze. No quadro geral da modalidade, ficou atrás apenas da China, que conquistou 11 medalhas de ouro.
A seleção brasileira masculina de futebol foi derrotada por 3 a 2 para o time do Qatar e encerrou participação nos Jogos Militares em sexto lugar. Na disputa pela medalha de ouro no masculino, a Argélia bateu Omã por 2 a 0 e conquistou o bicampeonato.