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Por Tiago Lemos — Salvador


Depois de anunciar a aposentadoria do boxe, em 2022, Adriana Araújo, de 42 anos, decidiu voltar aos ringues. Ao ge, a baiana revelou que vai enfrentar a canadense Melinda Watpool, no dia 14 de abril, em Pickering, no Canadá, pela categoria médio (até 72 kg). A medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, assinou contrato para o combate na última quinta-feira.

#Tbt Olímpico: Adriana Araújo

#Tbt Olímpico: Adriana Araújo

A luta é organizada pela ProBox e terá um total de oito rounds. A vontade da lutadora baiana é vencer o combate e seguir nos trilhos das vitórias para ter chance de buscar o título mundial de boxe.

"Creio que tenho chances, só precisava de oportunidades".

- A minha expectativa é a melhor. Apesar de ter tempo que não subo no ringue para lutar, eu nunca parei de treinar, sempre me mantive em atividades, tanto no boxe como também na parte física - iniciou Adriana Araújo.

Adversária de Adriana, Melinda Watpool tem 34 anos e está em plena atividade. Além disso, a lutadora vai lutar em seu país e contará com o apoio da torcida.

Sei que, para eles, sou uma atleta em fim de carreira. Mas sei que posso surpreender com a minha humildade e experiência. Sei que Deus está comigo e isso já basta".
— Adriana Araújo

Melinda Watpool, adversária de Adriana Araújo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Vale lembrar que Adriana Araújo não luta profissionalmente desde outubro de 2020, quando perdeu para Chantelle Cameron, por decisão unânime.

Na ocasião, a lutadora baiana não bateu o peso da categoria super-leve e, mesmo que vencesse a oponente inglesa, não ficaria com o título da WBC.

No total, a pugilista baiana possui um cartel de seis vitórias, sendo uma por nocaute, e uma derrota.

Adriana Araújo durante derrota para Cameron — Foto: Mário Palhares

História vencedora em construção

Com a medalha de bronze em Londres, Adriana se tornou a primeira mulher do Brasil a ganhar medalha olímpica no boxe. Foi também a centésima medalha brasileira e que encerrou um jejum de 44 anos sem pódio nesta modalidade.

Baiana de Salvador, ela nasceu em Brotas e começou a lutar por acaso, já que queria ser jogadora de futebol. Foi uma amiga que convenceu Adriana a treinar no boxe. A baiana logo se destacou e passou a treinar com homens.

Adriana também tem um ouro no II International Women Tournament, no Cazaquistão, em 2011. Ela foi sete vezes campeã Pan-Americana (2005, 2007, 2008 2009, 2010, 2011 e 2012) e ouro nos Jogos Sul-Americanos 2010, na Colômbia.

A volta aos ringues quase aconteceu em março de 2023, mas a luta foi cancelada após contusão de sua oponente, Mary Spencer.

Adriana Araujo — Foto: Edilson Dantas

A vontade de abrir um restaurante, um dos seus planos pós-aposentadoria, ainda está de pé, mas Adriana conta que busca conquistar estabilidade financeira.

- Ainda tenho [vontade], mas precisa de grana. Tenho esse sonho e creio que vou conseguir, por isso que não me aposentei 100%, vejo a oportunidade de ganhar dinheiro no boxe profissional.

"Ainda tenho muito boxe, muita coisa para oferecer. Sou uma jovem senhora. Mesmo tendo acenado para a aposentadoria, nunca parei, sempre me mantive treinando, ainda tenho sonhos e metas", garantiu.

Adriana Araújo e Robenilson de Jesus — Foto: Arquivo pessoal

Agora, Adriana Araújo segue com a rotina de treinos em Salvador para fazer uma boa luta em abril. Seu treinador é o ex-pugilista Robenilson de Jesus. A parceria dos dois nos treinamentos já dura seis anos.

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