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Por Marco Condez

André Durão

Foi uma longa espera, mas o título de Bicampeão da Libertadores veio premiando campanha quase perfeita. Palmeiras foi o melhor time da fase de grupos da edição de 2020. Com equipe segura defensivamente e intensa nas transições de ataque, confirmou o favoritismo nos confrontos eliminatórios. Assustou com a derrota para o River Plate na semifinal, mas, soube se adaptar às condições que o jogo final impôs e mereceu a vitória.

A partida final, contra o Santos, foi evidenciada por tensão e forte marcação exercida pelos dois times, o que tornou as defesas superiores aos ataques. Esse cenário marcou praticamente todo o jogo, mas em clássicos equilibrados como esse, uma única falha pode ser fatal. E, foi exatamente isso que ocorreu.

No lance do gol, uma falha de marcação do Santos, bastou para que os atacantes do Palmeiras Rony e Breno Lopes tivessem participação decisiva para converter o gol da vitória, confirmando que o Palmeiras costuma ser letal nas jogadas pelas laterais, quando lhe é cedido espaço. Além disso, a expulsão de Cuca tirou o foco da equipe do Santos e colaborou para que o time se desestruturasse.

A diferença entre os elencos de Palmeiras e de Santos é grande e para neutralizar essas lacunas, a equipe santista necessitava que todos os seus jogadores estivessem focados para terem atuações impecáveis. E, ao longo do jogo ficou evidente que as grandes estrelas santistas, o atacante Marinho e o meio-campista Soteldo não estavam em jornada inspirada.

Porém, o Santos foi aguerrido. Teve boas oportunidades de sair com a vitória na final, mas esbarrou no goleiro palmeirense Weverton que estava bem posicionado e conseguiu fazer defesas importantes. Apesar do momento conturbado que o clube santista enfrenta fora de campo, fez campanha muito acima das expectativas. Com Cuca no comando, melhorou sensivelmente seu desempenho, conseguiu se blindar e fazer boas partidas, tanto que foi a segunda melhor campanha na Libertadores.

Por outro lado, o técnico palmeirense tem aproveitado bem a fartura de opções que o elenco do Verdão oferece. Abel Ferreira foi inteligente, pois utilizou Breno Lopes, que estava no banco de reservas e possui estatura alta para que lances de bolas aéreas fossem melhor aproveitados. Breno, veio da equipe do Juventude que disputava a série B e ainda não é titular pois está em período de adaptação ao elenco, se tornou o pivô dessa vitória, mas não foi relacionado para disputar o Mundial de Clubes.

Essa característica de possuir elenco farto, já foi motivo de críticas no Palmeiras, mas atualmente com o técnico português, tem proporcionado versatilidade à equipe, que lhe confere a capacidade de mudar algumas características do jogo, quando necessário. Abel Ferreira tem tornado essa fartura ainda maior, com a utilização de jogadores da categoria de base do clube, ratificando uma das razões pelas quais foi contratado.

O técnico Abel Ferreira efetivou o jovem volante Danilo como titular. O Jogador tem papel importante na proteção da zaga e além disso, consegue funcionar como meio-campista quando a equipe tem a posse da bola. Também manteve Patrick de Paula e Gabriel Menino que foram revelados na gestão de Vanderlei Luxemburgo. Gabriel Veron, atacante veloz que trabalha pela lateral também foi mantido. Essa mescla de jovens no elenco tem trazido bom retorno técnico para o Palmeiras.

Abel Ferreira está fazendo um bom trabalho, que em pouco tempo está se tornando produtivo. Justiça seja feita a Vanderlei Luxemburgo que iniciou essa campanha vitoriosa, mas Abel Ferreira trouxe a intensidade, a letalidade e a segurança para a equipe, que se tornaram os diferenciais táticos do Palmeiras na atual temporada.

O desafio da Libertadores já foi concretizado, agora o tão sonhado título do Mundial de Clubes é a meta. Serão dois jogos difíceis, o primeiro contra o vencedor do confronto entre Tigres, do México e Ulsan, da Coréia do Sul. Se vencer, provavelmente, enfrentará o poderoso Bayern de Munique, da Alemanha, que na semifinal joga contra o Al Duhail, do Catar.

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