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Por Leo Lepri

Alexandre Vidal / Flamengo

La Copa abriu as quartas de final com uma possibilidade REAL de semifinais absolutamente brasileiras. O detalhe curioso: nenhum mandante conseguiu vencer o primeiro jogo. E o Fluminense é o único brasileiro (desconsiderando o São Paulo, que faz um duelo regional) que vai decidir seu futuro fora de casa, semana que vem.

São Paulo 1x1 Palmeiras

O jogo foi apenas razoável no primeiro tempo e bom no segundo. São Paulo e Palmeiras fizeram outro clássico equilibrado e sem um protagonista claro. Em alguns momentos o Palmeiras foi melhor, neste preciso instante o São Paulo abriu o placar, e em outros o São Paulo dominava o jogo, justamente quando o Palmeiras empatou a partida. Desta loucura toda, de fato, não tinha mesmo como ter um vencedor. Crespo visita a Arena, semana que vem, com um bom retrospecto recente do Tricolor na casa do rival: demorou pra vencer lá, mas agora já são três jogos de invencibilidade (2 vitórias e 1 empate). Mas empatar só interessa se for com dois ou mais gols. O Palmeiras saiu com uma vantagem mínima do Morumbi.

Dica: O que agitou a internet brasileira foi o novo visual de Nestor Pitana. Na verdade, não é tão novo assim. Quando apitou o primeiro clássico uruguaio pela Copa Sul-Americana, Pitana já tinha passado a navalha. Mas ainda estamos nos acostumando. Pra quem não viu, ele está mais ou menos assim:

Olimpia/PAR 1x4 Flamengo

A sensação que o jogo deixou foi que se o torcedor continuasse assistindo aos melhores momentos, mesmo após o apito final, era bem possível que o Flamengo fizesse mais uns dois ou três gols. Isso mesmo, na REPRISE. Foi tamanho o volume de jogo, tantas as oportunidades criadas, que o quatro a um ficou barato pro Olimpia. Avisamos que o time paraguaio não vive lá seus melhores dias. O técnico uruguaio, uma glória do clube, Sergio Orteman coloca sua idolatria à prova e, dependendo do que acontecer neste fim de semana, tem clássico contra o Cerro pelo campeonato local, pode ser que nem faça o web check in para a viagem ao Rio de Janeiro, semana que vem. Novamente um clube brasileiro foi vítima de racismo. A Conmebol prometeu investigar e instaurou um processo para isso (mas cada vez soa mais como mera resposta burocrática).

Dica: Victor Salazar, o lateral direito argentino do Olimpia, assustou a todos depois de uma disputa de bola com Arrascaeta. Salazar caiu no gramado, ficou desacordado e, segundo informações do Olimpia, teve convulsões. Saiu do estádio direto pro hospital, onde constatou-se fratura em alguns ossos da face. Já recuperado do susto, ainda no leito hospitalar e conectado a um monte de fios, ele postou a foto abaixo para tranquilizar a todos e soltou: "Me contaram que isso aqui não terminou em vermelho".

River Plate/ARG 0x1 Atlético-MG

Ele chorou. Nacho Fernández fez o gol e se escondeu entre braços e abraços pra chorar. O último 10 do ciclo Gallardo, que até agora pena para encontrar um substituto, não só passou pelo River. Ele viveu o clube por cinco anos. Foi parte de momentos inesquecíveis e tem o carinho de torcedores, ex-companheiros e dirigentes. Uma história muito bonita que não podia passar sem este capítulo. Então, não era possível roteiro diferente que vitória do Galo com gol dele. O River desperdiçou muitas chances no primeiro tempo. Foi melhor pelo lado esquerdo, com Angileri, porque joga com Casco improvisado na direita, já que o ótimo Montiel foi negociado com o Sevilla. O roteiro se repete contra times brasileiros: Gallardo sempre se dá mal no primeiro jogo, em Buenos Aires. Geralmente consegue reverter na volta, mas este já não é mais AQUELE River. O time sofre com o assedio a seus principais jogadores e, desta vez, tem sofrido para encontrar as peças de reposição.

Dica: Na bronca pelo segundo tempo apresentado, o torcedor do River lembrou dessa MAGISTRAL aula tática do então rival, Schelotto, em um treino do Boca Juniors.

Fluminense 2x2 Barcelona/EQU

É muito bom este Barcelona. De fato, o único Barcelona possível. Fez um grande jogo no Maracanã e tomou o primeiro gol, que abriu o placar, numa falha grotesca entre o goleiro Burrai e o zagueiro Riveros (paraguaio, como manda ser o manual do bom zagueiro). Mas não foi afobado, jogou no tempo e talento do ótimo Damián "Kitu" Díaz, empatou com Preciado, que veio do banco, e virou quando tinha um homem a menos, na cobrança de pênalti de Cortez. Deixou escapar a vantagem no final, quando o ótimo lateral Byron Castillo fez DOIS pênaltis na mesma jogada, o árbitro só precisou escolher qual (e quase que não escolheu nenhum) e Fred deu números finais. Este é um Barcelona tão bom quanto aquele de 2017, semifinalista da Libertadores, que bateu o Botafogo na fase de grupos, eliminou Palmeiras e Santos nas oitavas e quartas de final, e só foi cair para o Grêmio, que seria o campeão, e mesmo assim vencendo o jogo em Porto Alegre. Com tantos brasileiros vindo por todos o lados, o VERDADEIRO BARÇA evoca suas melhores lembranças.

Dica: Uma menção honrosa a Damián Díaz. Não tem jogo que termine sem que este habilidoso meia não distribua um par de canetas, passes entrelinhas precisos, dribles no espaço de um AZULEJO. É camisa 10 de outros tempos, mas que resiste aos nossos. Prova que no futebol nem tudo é correria, quilômetros percorridos, zona de calor...

Copa Sul-Americana

A SULA MIRANDA também entra nos FINALMENTES, então vamos passar pelo que aconteceu nesta semana, também das quartas de final. O Rosario Central conheceu o Bragantino: perdeu por 4 a 3 no Gigante de Arroyito e tomou um baita susto quando o time brasileiro abriu dois gols de vantagem. Depois foi buscar na base do instinto goleador de Marco Ruben e Milton Caraglio, AQUELE, mas não foi o suficiente. O Santos venceu um confronto muito difícil, equilibrado, com o Libertad, na Vila Belmiro: 2 a 1. Série aberta, vantagem mínima, tudo pode acontecer. Como também pode em Curitiba: a LDU venceu o Athletico-PR por 1 a 0 no apagar das luzes num jogo em que teve mais volume, porém o Furacão conseguiu se segurar até onde deu. E por último este ótimo Peñarol, que se reconstrói recheado de garotos, bons talentos, que segue firme na Sula e usa o torneio para recuperar o seu protagonismo continental: 3 a 1 no Sporting Cristal em Lima.

Dica: E como é legal ver jogadores cantando, depois de uma vitória como visitante, ainda no hotel, feito torcedores. Mais ainda este clássico das arquibancadas sudacas, música da inesquecível Gilda, cantora argentina de cumbia.

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