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Por Ivan Raupp — Rio de Janeiro

John Buckle / Getty Images

O sucesso da Croácia nesta Copa do Mundo é o ponto alto de uma caminhada que não começou agora. Ela vem de pouco mais de uma década, desde o início da geração de Modric, Rakitic, Mandzukic e cia. E um brasileiro teve participação importante nesse processo: Eduardo da Silva.

Aos 35 anos, Eduardo atualmente joga no Legia Varsóvia, da Polônia, depois de passagens por Flamengo e Atlético-PR. Naturalizado croata, ele defendeu a seleção do país de 2004 até a Copa de 2014, no Brasil. Foram 38 jogos oficiais e 18 gols - contando amistosos, os números sobem para 64 partidas e 28 gols. O atacante está na expectativa para a final deste domingo contra a França.

Eduardo mostra sua foto de perfil no Whatsapp: na torcida pela Croácia campeã — Foto: Info Esporte

- Estou na torcida, muito orgulhoso de ver a Croácia na final de uma competição como a Copa. Joguei 10 anos pela seleção, e 70% dos jogadores e da comissão são os mesmos da minha época. Me sinto um privilegiado por ter uma história lá. Fico feliz por todos eles. A Croácia está vivendo um momento único no futebol - disse, em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com.

Carioca, Eduardo da Silva fez sucesso no Dinamo Zagreb, onde iniciou a carreira, e ali criou uma relação íntima com a Croácia. Ele é parte dessa "geração de ouro" e mantém contato com alguns jogadores. Contou que troca mensagens com Modric, Mandzukic, Vida e Corluka, na maioria das vezes para dar os parabéns por mais um resultado positivo. E se sente parte desse sucesso.

Eduardo da Silva comemora gol pela Croácia em 2012 — Foto: Michael Steele / Getty Images

- Claro. A Croácia me abriu as portas para o futebol mundial. Tudo começou depois da Copa de 2006. Fiz parte dessa geração. Conheço muito bem a mentalidade deles. Fizeram por merecer essa vaga na final, e acho que não vão deixar escapar essa Copa.

Muito se fala em Cristiano Ronaldo, mas vale lembrar que Modric foi o camisa 10 do Real Madrid e peça fundamental do time na conquista da última Liga dos Campeões. E o meia foi eleito o craque do Mundial de Clubes, onde os merengues venceram o Grêmio na final. Além, claro, de ser o capitão e líder dessa Croácia que está na final da Copa. Para Eduardo, o velho companheiro merece ser eleito o melhor do mundo pela Fifa.

- Melhor se ganhar a final, claro. Mas um país como a Croácia chegar à final da Copa do Mundo, mesmo se não ganhar... Ainda tem o peso da Liga dos Campeões. Para mim, ele tem que ser eleito o melhor do mundo. É um forte candidato.

- Não é por que joguei na Croácia e sou amigo dele, mas a gente tem que ser justo. Tem que ser o Modric. Para mim ele já é o melhor do mundo.

Eduardo e Modric criaram uma relação próxima na seleção — Foto: Bryn Lennon / Getty Images

Profundo conhecedor da seleção croata, Eduardo analisou a diferença da equipe nesta Copa em relação às competições anteriores, onde eles sempre ficavam pelo caminho.

- Acho que a principal qualidade é a mentalidade. Eles se uniram. Para alguns é a última competição com a seleção. Sempre houve pressão na Croácia. Eram grandes jogadores, que jogavam em grandes clubes, mas não havia resultado na seleção. A cobrança era muito grande, o que é normal. Agora eles se juntaram mesmo. Essa foi a chave para o sucesso.

Após a eliminação do Brasil nas quartas de final, Eduardo concentrou a torcida na Croácia. Ele está acompanhando a Copa direto da Polônia e está muito na torcida por seu segundo país. Mas evitou dar um palpite para a grande decisão.

- É final de Copa do Mundo. Não se joga bonito. O importante é fazer história, ser campeão. Vai ser um jogo difícil para ambos. Tudo é possível.

Eduardo comemora gol da Croácia na Copa de 2014 com Mandzukic e Perisic — Foto: Jeff Mitchell - FIFA / Getty Images

Pela primeira vez na final da Copa do Mundo, a Croácia enfrenta a França neste domingo, às 12h, em Moscou. TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com farão a transmissão ao vivo desse jogaço. Não perca!

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