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Por Gabriel Fricke e Guto Rabelo — Direto de Paracas, Peru

Jonne Roriz/COB

Uma prata com sabor de ouro. Aos 39 anos, o atleta Bruno Fontes viveu nesta sexta-feira um momento especial ao subir no segundo lugar mais alto do pódio na vela nos Jogos Pan-Americanos. E por vários motivos. O principal deles foi para honrar a memória de seu pai. Recentemente, o atleta teve um duro golpe em sua vida pessoal. Em fevereiro, perdeu seu pai, Fernando, o "seu Fefê", que era seu grande amigo, e na Baía de Paracas, a 250km de Lima, a capital do Peru, pôde homenageá-lo com a maior conquista de sua carreira.

- Se eu pudesse falar com ele, diria que eu consegui. (choro). Minha relação com ele era muito forte, porque ele era cadeirante. ele era o centro da família. Apesar de estar na cadeira, ele nunca demonstrou fraqueza. ele cuidava da família, era o núcleo da família. Foi uma pancada forte (choro), mas estou feliz de conquistar o que eu queria e ele também - comentou.

Seu Fefê e o velejador Bruno Fontes, prata no Pan de Lima 2019 — Foto: Reprodução

O outro motivo foi que essa foi a última regata de Bruno Fontes como atleta. Logo depois da conquista da prata na classe Laser, ele anunciou sua aposentadoria para os jornalistas. O brasileiro vai se tornar treinador na China, encerrando com "chave de prata", mas com sabor de ouro, a sua carreira como atleta.

- Hoje é minha aposentadoria, então está f*** (choro). Esse ano perdi meu pai, então está muito difícil para mim. Se eu pudesse escolher um enredo, um lugar, uma regata... Cara, é o sonho de uma vida, de mais de 20 anos nessa categoria. Tive muitos obstáculos enfrentando o (Robert) Scheidt. e hoje estou migrando para o projeto da China, vou ser técnico. Com dor no coração de ter que ir embora por falta de incentivo do nosso país, mas estou feliz de ter virado essa chave - falou.

Bruno Fontes conquista uma prata especial no Pan de Lima — Foto: Washington Alves/COB

Chefe de missão da vela do Brasil no Pan de Lima, o bicampeão olímpico Torben Grael explicou que Bruno Fontes é um velejador não tão alto para sua classe, a Laser, mas que na base da determinação, esforço e trabalho, chegou à tão almejada medalha de prata. O atleta ficou radiante com a conquista e, segundo Torben, teve uma participação muito constante nos Jogos, sendo agraciado com esse pódio.

Seu Fefê e o velejador Bruno Fontes, prata no Pan de Lima 2019 — Foto: Reprodução

Em junho deste ano, Bruno fez seu último adeus ao pai, com o importante ritual de espalhar as cinzas de seu Fefê no oceano. A medalha foi por ele:

- Depois de ter pedido a prata em Guadalajara, em uma regata parecida com essa, eu tive a oportunidade e não deixei escapar. É uma medalha em Pan, não tenho a olímpica também. O enredo foi perfeito. Queria o ouro, mas a prata é muito bem vinda - finalizou.

O Pan de Lima

O Pan de Lima reúne cerca de 6.580 atletas de 41 países das Américas. Dos 39 esportes, 22 valem como classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. No total, o Brasil terá 485 atletas em ação na capital do Peru. E os canais SporTV transmitem ao vivo os principais eventos até o dia 11 de agosto.

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