A velejadora Patrícia Freitas foi o destaque do Brasil no quarto dia de regatas na Olimpíada. Após mais três etapas da classe RS:X feminina, disputadas na raia da Escola Naval, a brasileira manteve a regularidade, venceu uma das corridas (além de um 3º e um 10º) e fechou o dia no 5º lugar da categoria. Ela tem 47 pontos perdidos, 12 a mais do que a líder, a italiana Flávia Tartaglini. Nas raias em alto mar o dia foi de muito vento e ondas de até três metros.

- Fiquei bem satisfeita. Com esse vento muito rondado dava para perder muito ponto. Consegui me manter sempre entre as dez, além de fazer um 1º e um 3º. Meu técnico ficou bem feliz. Estou em 5º no geral. Dá para chegar junto. Ainda mais que os pontos da regata da medalha são dobrados. A previsão para amanhã (sexta-feira) é de menos vento. Pode bagunçar os resultados. Vou tentar me aproximar cada vez mais do topo - afirmou Patrícia.

Patricia Freitas sobe na classificação geral após mais três regatas e agora é a 5ª colocada (Foto: Benoit Tessier/Reuters)

Na RS:X masculina, Ricardo Winicki, o Bimba, não conseguiu o mesmo desempenho de Patrícia. Mesmo assim ele se manteve na luta pela medalha e terminou o dia em 8º após mais três regatas (21º, 9º e 9º), com 80 pontos perdidos no total. O líder da classe é o holandês Dorian van Rijsselberghe, atual campeão olímpico, com 16 pontos perdidos.

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- O vento estava numa direção que acho que nunca velejei na vida aqui na Baia de Guanabara. Nunca dá essa direção. Tentei ficar entre os dez nas três regatas. Essa 21ª colocação estava fora dos planos, mas faz parte. Estava muito difícil, o vento subia, descia, aumentava, girava de um lado para o outro. Olimpíada é isso ai, sempre tem a Lei de Murphy. Você treina 20 anos na Baia e pega um vento inédito - lamentou.

Ricardo Winicki, o Bimba, tem Olimpíada irregular e está em oitavo lugar na tabela (Foto: REUTERS / Brian Snyder)

Jorge Zarif teve um dia irregular, com um 2º e um 19º lugares, caindo de 4º para 10º na classificação geral. Sem ter falado com a imprensa na quarta-feira, ele explicou porque entrou na raia errada após confundir as cores das boias. Admitiu que foi culpa sua, mas reclamou com a organização da competição por ter colocado marcações com cores parecidas. 

Depois de ter uma regata adiada na última quarta por causa da falta de vento, a classe Nacra 17 Mista teve quatro etapas nesta quinta. Samuel Albrecht e Isabel Swan só foram bem na terceira delas, com um 2º lugar. O vento instável e algumas decisões erradas, como a própria Isabel descreveu, atrapalharam o desempenho da dupla. Somando ainda o 17º, o 9º e o 16º lugar nas outras regatas, os brasileiros fecharam o dia na 8ª posição geral - com 45 pontos perdidos. A dupla australiana lidera a categoria.

Isabel Swan e Samuel Albrecht controlam o Nacra 17 com o Pão de Açúcar ao fundo (Foto: Gregorio Borgia/AP Photo)

Na classe 470 feminina, a dupla Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan teve problemas no barco. Primeiro um cabo rompeu antes da primeira regata, na raia de Niterói. Depois, o mastro entornou depois do barco virar. Fecharam o dia com um 10º e um 13º lugares, caindo da 4ª para a 9ª posição geral. Elas acumulam 20 pontos perdidos, contra apenas seis da dupla da Nova Zelândia.

- Entre a primeira e a segunda a gente tentou arrumar melhor o cabo porque não tinha ficado muito bom. Foi o tempo justo para arrumar, mas o barco virou antes da largada e saimos atrás de todo mundo. Foi bem confuso. A gente ainda conseguiu recuperar alguma coisa. Teve muito vento, condições extremas. Mas tem bastante regata pela frente - disse Fernanda.  

Princesa Anne da Grã-Bretanha visita velejadores na Marina da Glória (Foto: Leonardo Filipo)

Na 470 masculino, Henrique Haddad e Bruno Bethlem seguem muito longe do topo. Após mais dois resultados ruins (25º e 17º), eles fecharam o dia na 23ª posição com 59 pontos perdidos. A dupla da Croácia lidera com apenas 4 pontos perdidos.

A princesa britânica Anne Elizabeth esteve nesta quinta na Marina da Glória. Ela foi até a rampa de acesso à água conversar com alguns velejadores, dentre eles Giles Scott, da Finn. De acordo com o favorito ao ouro na classe foi apenas uma conversa de "boa sorte" aos atletas. 

Pela programação, estão previstas 20 regatas de oito categorias diferentes a partir das 13h05. Mais duas da 470 masculina e feminina, mais três da RS:X masculina e feminina, outras duas da Laser e da Laser Radial. A 49erFX de Martine Grael e Kahena Kunze estreiam junto com a 49er de Marco Grael e Gabriel Bortes, com três regatas cada. A Finn e a Nacra 17 Mista descansam.

Na RS:X masculina e feminina já foram 9 regatas e faltam 3, mais a medal race, com os dez melhores barcos e dobro da pontuação;
Na Laser e Laser Radial já foram 6 e faltam 4, mais a medal race;
Na Finn já foram 6 e faltam 2, mais a medal race;
Na 470 masculino e feminino já foram 4 e faltam 6, mais a medal race.
Na Nacra 17, já foram 6 e faltam 6, mais a medal race;
Na 49er e 49er FX serão 12, mais a medal race.