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Por diversão, Ricardo monta time de vôlei de quadra e brilha na Paraíba

Campeão olímpico de vôlei de praia monta time apenas para 'brincar' nas horas livres, mas equipe já está nas semifinais do Campeonato Paraibano

Por João Pessoa

Ricardo, jogador de vôlei de praia na quadra (Foto: Larissa Keren /Globoesporte.com/pb)Ricardo montou time de quadra para se divertir e
já está mas semifinais do Paraibano
(Foto: Larissa Keren /Globoesporte.com/pb)

O campeão olímpico de vôlei de praia, Ricardo Santos, ainda joga em alto nível. E já disse que aos 37 anos vai tentar brigar nos próximos quatro para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, quando tentaria conquistar sua quarta medalha (além do ouro dos Jogos de Atenas 2004, tem também uma prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008). Mesmo com esse difícil objetivo à frente, ainda gasta tempo de seu lazer em quadra, jogando vôlei.

Ricardo reuniu o filho, um primo e alguns amigos e montou o R1 Bodycenter Academia, time que leva o nome da academia de ginástica que montou em João Pessoa, e está jogando o Campeonato Paraibano de Vôlei de Quadra modalidade adulto. Era para tudo ser uma grande brincadeira, mas o fato é que o campeão olímpico e sua turma já estão nas semifinais da competição.

Apesar dos bons resultados, Ricardo faz questão de dizer que o único objetivo do time é mesmo a diversão. Mesmo assim, durante as partidas, não é difícil ver o atleta reclamando com os companheiros de quadra quando alguém erra uma ou outra jogada.

- Este é meu momento de lazer. Meu jeito de me divertir fora do lado profissional. Eu amo voleibol. É um prazer jogar, seja na praia ou em quadra. Queremos motivar o esporte, mexer um pouquinho com o vôlei no Estado. Mas às vezes sofro dentro da quadra, pois eles não são profissionais e eu quero cobrá-los como se fossem. Nós não treinamos juntos. Só nos reunimos para jogar. Então vamos nos acertando durante o jogo mesmo – explica Ricardo entre risos.

Ricardo, jogador de vôlei de praia na quadra (Foto: Larissa Keren / Globoesporte.com/pb)Ricardo em quadra: vitória de virada após estar perdendo de 2 a 0 (Foto: Larissa Keren/Globoesporte.com/pb)

A falta de entrosamento ficou claro nos dois primeiros sets da última partida disputada, contra o Parayba Vôlei Clube/IFPB, no Ginásio do IFPB de João Pessoa. O time de Ricardo começou mal, e os adversários logo abriram 2 sets a 0. Os jogadores do R1 erravam saques, recepções e também deixavam a bola cair na quadra, esperando que um companheiro de equipe fosse na jogada. Mas, conseguiu reagir e chegar à virada por 3 a 2, garantindo a vaga nas semifinais.

O campeão explica ainda que sofre com a adaptação da praia para a quadra, o que dificulta um pouco o seu jogo.

Ricardo, jogador de vôlei de praia na quadra (Foto: Larissa Keren / Globoesporte.com/pb)Ricardo orienta os colegas de equipe
(Foto: Larissa Keren / Globoesporte.com/pb)

- O piso aqui é duro e não tem o vento que tem na praia. O posicionamento também é um pouco estranho, pois aqui a gente anda pela quadra e não fica num ponto fixo, como na praia. O fato de ter mais jogadores ajuda, porque você divide melhor as jogadas. Mas ao mesmo tempo é difícil, pois você acredita que o companheiro vai pegar a bola e as vezes ele não vai. Isso acontece basicamente por causa da falta de treinos do nosso time – justifica.

Torcida na praia não se repete na quadra

Durante o jogo contra o Parayba Vôlei Clube/IFPB, o baiano de nascença, que atualmente faz questão de dizer que é paraibano de coração, passou por uma situação que está pouco acostumado quando joga no Brasil. O time do medalhista olímpico não contou com o apoio da torcida, que era formada por alunos do IFPB. Quando Ricardo ou algum jogador do R1 Bodycenter pegavam na bola, a torcida vaiava intensamente.

Mas isso não afeta Ricardo, tão acostumado com competições internacionais. Nem tira seu bom humor. Após a partida, inclusive, o medalhista olímpico aproveitou para elogiar o nível dos times que vem enfrentando durante a competição.

Ricardo, jogador de vôlei de praia na quadra (Foto: Larissa Keren / Globoesporte.com/pb)Durante todo o jogo, torcida ficou contra Ricardo
(Foto: Larissa Keren / Globoesporte.com/pb)

- As equipes que a gente tem enfrentado são muito bem formadas e treinadas. Isso dificulta muito a nossa vida. Sobretudo, a equipe de hoje, que, apesar de ser muito jovem, já tem uma rotina de treinos forte e um técnico para orientá-los. Então, quando nós vencemos, é gratificante, pois estamos aqui para nos divertir – finalizou.

Depois da brincadeira, o trabalho

Um dia depois de se divertir nas quartas de finais do Campeonato Paraibano de Voleibol, Ricardo voltou à rotina de profissional na praia. Viajou na quinta-feira para Goiânia, para jogar ao lado de seu parceiro Pedro Cunha mais uma etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.