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Por Eduardo Deconto e Márcio Luiz — Porto Alegre

O jogo virou. De "sem mundial", o Grêmio passou a ser "o primeiro gaúcho campeão mundial Fifa" nesta sexta-feira. Pelo menos foi assim que alguns dos heróis da conquista sobre o Hamburgo em 1983, no Japão, reagiram à decisão da Fifa de reconhecer como campeões mundiais as equipes ganhadoras do antigo Mundial Interclubes, disputado de 1960 a 2004.

Embora todos deixem claro que já se consideravam campeões mundiais independente da decisão da Fifa – classificada como "corrupta" pelo ídolo Hugo De León –, alguns gremistas que estiveram em campo em Tóquio comemoram a chancela da entidade. Principalmente por conta da rivalidade com o Inter, campeão mundial em 2006.

Já o Grêmio, que também sempre se considerou campeão do mundo, reagiu com indiferença e não se manifestou oficialmente sobre a decisão nem em suas redes sociais. O presidente Romildo Bolzan Júnior reforçou esse posicionamento e afirmou que a Fifa só oficializou o que "culturalmente" já estava no "coração de todos os gremistas".

Confira a repercussão com campeões mundiais pelo Grêmio em 1983:

Hugo De León, capitão do Grêmio em 1983

"O que fizemos está na história do futebol. Não estamos preocupados com esta entidade corrupta".

Paulo Roberto, ex-lateral direito

"É um reconhecimento, mas para mim, em particular, sempre me considerei campeão do mundo. Até porque na época tinha participação da Fifa. Só faltava ser homologado. Usar a Fifa é importante para o clube, mas para nós, para mim, como atleta, que participei como todos que participaram, a nossa alegria de ter conquistado o título sempre foi a mesma. O Grêmio sempre foi campeão mundial. Fico contente pelo reconhecimento. É um reconhecimento ao trabalho, ao clube. Todos são campeões Fifa. O primeiro campeão do mundo Fifa vai ficar legal".

Tarciso, ex-atacante

"É muito importante esse reconhecimento para acabar com essa gozação dos colorados que o Grêmio não é campeão do mundo. Hoje o Mundial representa todos os continentes, mas naquela época era Europa e América do Sul e isso não pode desvalorizar o nosso título. Fomos campeões em 1983 naquela regra. Eu, sinceramente, estou contente. Espero que o Grêmio faça uma homenagem a esse título, pela importância dele. Foi o primeiro título mundial do Rio Grande do Sul. Colocou o nome do Grêmio no Japão, no mundo todo. Foi importante para todos os gremistas".

Valdir Espinosa, técnico do Grêmio em 1983

"Foi feita justiça. O reconhecimento foi justo, correto, a competição poderia ter formato diferente, mas toda as equipes trabalhavam para estar lá, ter aquela conquista. É muito legal, bacana. Se oficializa que o Grêmio continua sendo o primeiro clube gaúcho a ser campeão do mundo. Foi um título conquistado dentro de campo. E isso ninguém tiraria da gente".

Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio

"Deram a oficialidade do que para nós já era oficial. Do que já era oficial e culturamente não ia alterar absolutamente. Está no coração de todos os gremistas".

Hugo De León dá a volta olímpica com a taça do Mundial de 1983 — Foto: Memorial Grêmio FBPA

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