No dia da do sepultamento de João Pedro Teixeira, cerca de 5 mil camponeses tomaram as ruas de Sapé em protesto. Um mês depois, um ato organizado pelos trabalhadores em prol do dia 1º de maio reuniu cerca de 40 mil pessoas na Capital. Documentos de 1964 mostram que após dois anos da morte de João Pedro Teixeira, dobrou o número de associados da Liga Camponesa de Sapé, chegando a 24 mil pessoas.

Discurso histórico do tribuno campinense Raimundo Yasbeck Asfora, pronunciado em 03 de abril de 1962, no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa, poucas horas após o sepultamento do líder da Liga Camponesa de Sapé, João Pedro Teixeira, morto no dia anterior.

“Um tiro franziu o azul da tarde e ensangüentou o peito de um camponês. Foi assim que João Pedro morreu. Eu o vi morto no hospital de Sapé. Peguei na alça do seu caixão e, ao lado de outros companheiros e milhares de camponeses, levei-o ao cemitério. Estava com os olhos abertos. A morte não conseguiu fechar os olhos de João Pedro”.

“Os seus olhos, os olhos de João Pedro, estavam escancarados para a tarde. E, dentro deles, eu vi – juro que eu vi – havia uma réstia verde que bem poderia ser saudade dos campos ou o fogo da esperança que não se apagara. (…) É inútil matar camponeses. Eles sempre sobreviverão”.

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