Se na primeira fase de Todas as Flores, disponível no Globoplay, Galo foi um vilão pra lá de inescrupuloso, na segunda parte do folhetim não será diferente. E Jackson Antunes sabe que não tem como defender o personagem, que segundo ele precisa pagar pelos crimes cometidos (que não foram poucos).
“Não sei o que vai acontecer, mas toda pessoa tem que pagar pelos seus pecados e crimes. Aqui se faz, aqui se paga. Acho que morrer seria pouco para o Galo. No sertão, onde moro, ele seria capado com canivete e apanharia muito com rede de couro cru (risos)”, brinca.
Galo esfaqueia Diego
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Outra realidade
Brincalhão, gente boa e muito conversador, Jackson, de imediato, faz questão de deixa claro que é totalmente diferente do seu vilão, de Todas as Flores, que é apaixonado por Zoé (Regina Casé) e comete diversas atrocidades no ar. Porém, enfatiza que sem o arsenal de maldade de Galo e companhia a trama não teria como mostrar o lado bom de outros personagens como Maíra (Sophia Charlotte), Rafael (Humberto Carrão) e Judite (Mariana Nunes).
“No tribunal de julgamento, o Galo já estaria condenado na primeira instância. Ele representa o mal. As pessoas sabem que sou um cara do bem, um caboclo bom. Para existir o mocinho é preciso ter o vilão. Para o mal existir, é preciso existir o bem. Estou lá, na novela, para mostrar aquele homem horrível, que faz tudo pelo dinheiro”, explica.
Em Todas as Flores, Galo (Jackson Antunes) consegue sequestrar Rivaldinho
Carinhoso no set ❤️
Galo (Jackson Antunes) em cena, em Todas as Flores
Apesar de Galo dizer que cuida e abriga crianças de rua, indicando algumas para a fundação Cinco Horizontes - que promete aos jovens uma bolsa para capacitação profissional e ajuda financeira à família -, a realidade é bem diferente. Afinal, eles são mantidos em cativeiro e ao trabalho escravo, envolvendo reprodução e trafico humano. E tanto durante a gravação, nos intervalos ou fora do set, o ator garante que o clima com os pequenos é o melhor possível.
“Eu faço o trabalho com muito amor com aquelas crianças. Quando entro no set escuto é ‘tio Galo, tio Galo’. E falo: ‘Olha, vou fazer uma cena agora que vou balançar você? Vamos ficar com raiva um do outro. Mas depois irei dar um beijo na sua face. Será uma brincadeira de faz-de-conta. Porque televisão é assim: a gente finge que acredita e o público também’. Eu falo isso para eles”, conta.
Parceria de sucesso
Em seu terceiro trabalho com João Emanuel Carneiro - antes esteve presente em A Favorita e A Regra do Jogo -, Jackson Antunes brinca que o autor, com o jeito calmo, sereno, é dono em criar vilões de arrepiar nos folhetins. E alguns ficaram na história da dramaturgia, como a eterna Carminha (Adriana Esteves), de Avenida Brasil.
“Quando converso com o João (Emanuel Carneiro), ele com aquela voz tão suave, penso: ‘Nossa, dá medo do João, porque ele tem tantos personagens ruins’ (risos). Ele termina os capítulos bem e coloca um gostinho a mais para que as pessoas fiquem assistindo à novela. A gente está voltando a ter aquela tradição dos folhetins, acho isso muito legal até porque o nosso orgulho também é a telenovela”, finaliza.