Horse Society Lifestyle #09

Page 1

TOP DESTINOS DO HIPISMO INTERNACIONAL

Aachen Saint-Tropez Cannes Rotterdam

ARTE EQUESTRE

Os cavalos de Roma ENTREVISTA EXCLUSIVA

Jean Maurice Bonneau




E D I TORIAL

Esporte de alto nível

N

Sumário

ão nos restam dúvidas de que o coração do hipismo mundial bate na Europa. É lá que o esporte equestre de alto rendimento impera soberano, onde todos os finais de semana, competições de altíssimo nível acontecem em praticamente todos os países europeus, distribuindo milhares de euros em premiações diárias.

conseguimos ir embora da Holanda, país onde o hipismo é fortíssimo! Aproveitamos para dar uma passadinha em Rotterdam, principal polo econômico dos Países Baixos, para ver de perto a performance da equipe brasileiro na Copa das Nações, competição que serviu como teste para o PAN 2015 onde, aliás, tivemos um dos piores resultados da historia do nosso hipismo.

É lá que a seleção brasileira montou a sua base, e a equipe da Horse Society foi conferir de perto o que eles estão fazendo e como estão vivendo.

O técnico do time, o ex-cavaleiro francês Jean Maurice Bonneau, fez uma análise do desempenho do Brasil na ocasião, e nos contou com exclusividade os detalhes sobre o trabalho que vem realizando junto à CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) para desenvolver o hipismo nacional e formar novos cavaleiros que tenham condições de competir no circuito de alto rendimento .

Acompanhamos o time Brasil em ação nos torneios mais importantes do mundo, começando pela Alemanha, no CHIO Aachen, passando pela Riviera Francesa, onde fomos prestigiar o Athina Onassis Horse Show, nas proximidades da pequena vila de Saint Tropez. Também fomos ali, na sua vizinha Cannes, onde aconteceu a 6a etapa do Global Champions Tour, o maior circuito hípico do mundo. Neste meio tempo, fomos procurar pelos cavalos no Museu Olímpico, que fica na cidade de Lausanne, na Suiça, onde também funciona a sede da FEI (Federação Equestre Internacional) e, em seguida, passamos por Roma para apreciar um pouco das históricas obras de arte equestre espalhadas por toda a lendária cidade. Ainda na Europa, visitamos a top Camila Mazza Smit na pequena cidade de Knegsel e quase não

Entre os que já chegaram lá, trazemos nesta edição, Marlon Zanotelli, o ginete maranhense que conquistou a Europa e o Brasil com a sua humildade e determinação, e o paulista Pedro Veniss que defende a bandeira brasileira desde criança e hoje é o principal cavaleiro da equipe de alta performance do nosso país.

Direção de arte: Nilmon Filho e Aida Nunes Jornalista Responsável: Amanda Julieta Foto de capa: Aida Nunes Fotografia: Aida Nunes

HORSE SOCIETY Lifestyle

Brazucas pelo mundo 22 Athina Onassis Horse Show 26

62 CHIO Rotterdam 66 O Brasil na Holanda 68 Pan 2015 70 Ping Pong 72 Campeonatos brasileiros

Arte equestre 34

76 Perfil Novos Talentos

Entrevista com Jean-Maurice Bonneau 38

78 Especial: Copa Chuin

Moda 42

82 Filantropia

Global Champions Tour 52 Papo Vet 56 Museu olímpico 58

52

Um forte abraço, AIDA DE MENDONÇA NUNES, publisher @aidamnunes

Fotografia de moda: Pedro Accioly Colaboraram nesta edição: Márcia Nunes, Patsy Zurita, Bruna Matos, Rogério Saito, Elizabeth Brosnan, Manuela Cunha, Carola May e Sara Paes Projeto gráfico e diagramação: Nilmon Filho

Contato comercial: atendimento@lemidia.com Tel. +55 (11) 3078-5840

w w w. h o r s e s o c i e t y. c o m . b r

|

CHIO Aachen 16

Quer saber mais? Confira tudo isso e mais um pouco nas próximas páginas e divirta-se como nós nos divertimos preparando este material!

A Horse Society Lifestyle é uma publicação da Horse Society Lifestyle LTDA. Todos os direitos estão reservados. Fica proibida qualquer reprodução do conteúdo. Os artigos de opinião são de exclusiva responsabilidade dos autores. A Horse Society Lifestyle não se responsabiliza pelos anúncios e mensagens publicitárias incluídos nessa edição.

6

Horse Society Tour Brasil 12

Voltando para o Brasil, vimos o Nordeste reinar absoluto nas categorias de base e corremos para a nossa fantástica Bahia para saber o que vai acontecer na comemoração dos 10 anos de Copa Chuin, sem dúvida a mais bonita festa do mundo hípico nacional.

Com o campeão olímpico Nino des Buissonnets

Publisher Aida de Mendonça Nunes aida@horsesociety.com.br

Rapidinhas 10

34

66

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

7


8

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

9


RAPID INH AS

De malas prontas O carioca João Eduardo Ferreira de Carvalho está pronto para o próximo grande passo da sua carreira. O top está de malas prontas para a Europa e vai acompanhado da noiva, a amazona Karina Rocha Mello, que é proprietária do Haras Equiprime.

HorseWorld 3D

Fotos: divulgação

Foto: Carola May

Disponível para os sistemas operacionais Android e IOS, o HorseWorld 3D é um jogo para quem não dispensa a diversão com os cavalos nem no mundo virtual. Neste game gratuito você aprende a cuidar do seu próprio cavalo, tem aulas no picadeiro e, claro, participa de competições em busca de prêmios.

Recorde Mundial Durante a realização do Longiness Rio Equestrian Festival, ao som da música “Maluco Beleza” de Raul Seixas, o medalhista olímpico Luiz Felipe de Azevedo tentou quebrar os recordes brasileiro e mundial de salto em altura em muro. O carioca, conhecido como Felipinho, precisava bater sua própria marca, de 2.32m, e a do cavaleiro alemão Franke Sloothaak, que saltou incríveis 2.40m em 1991. O cavaleiro, infelizmente, acabou batendo no muro. Não foi dessa vez. Foto: Marta Villela

Testando Construído em 2007, o Centro de Hipismo das Olímpiadas do Rio 2016, em Deodoro, teve o seu primeiro evento-teste para os jogos, após uma série de ajustes. A prova, realizada em agosto, foi vencida pelo cavaleiro Márcio Jorge e acompanhada de perto pelo prefeito do município, Eduardo Paes. A paisagista e artista plástica Marta Villela também participou do evento e assina os obstáculos Paraty e Festa Junina, que estarão nos percursos montados nos Jogos Olímpicos.

10

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Horse Bar Os amantes do hipismo têm um novo ponto de encontro em São Paulo, o Horse Bar. Inaugurado em agosto deste ano na Sociedade Hípica Paulista, o charmoso espaço é ideal para quem quer desfrutar de boas bebidas e bate-papo na companhia de amigos e familiares. Tudo isso com uma vista privilegiada para a pista de grama e o picadeiro coberto.

Curitiba proíbe carroças e charretes A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em primeiro turno o projeto da Prefeitura que prevê a proibição do uso de carroças e charretes na cidade. O projeto proíbe o uso de veículos de transporte de cargas ou de pessoas e a também a exploração dos animais. Quem descumprir a norma pode ter o animal apreendido definitivamente e pagar multas, que podem chegar a R$ 200mil.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

11


H S T OU R BR A SIL

Confira o lançamento da edição 8 no Brasil

Mariana Cassetari e Felipe Braga

Diego Gomes e Ricardo Castelar

Andre Giovanini, Yane Marques e Carlos Avelar

Francisco Costa Carvalho e Stephanie Macieira

Gabriel Marques e Anita Schmidek Ivo Roza

Erica de Lorenzo e Beth Miranda

12

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

João Manuel e Cecilia Gentile

João Coelho

Emanuela Canuto

Mário Zanotelli Filho e familia

Renato Junqueira

Pelé

Cesar Almeida

Zé Luís Carvalho e Stephanie Foster

Alberto de Souza

Gustavo e Luciana Rabelo

Thiago e Lara Freitas

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

13


14

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

15


I N T ERNACION A L

Com uma estrutura completa, o Chio Aachen 2015 contou também com uma programação voltada para o entretenimento e cultura, com a apresentação da Symphony Orchestra Aachen e o Concours d’Elegance, um desfile de 25 carruagens tradicionais da Alemanha, Bélgica e Holanda, além de uma área gourmet com o melhor da cozinha internacional e especialidades regionais.

“Sem dúvida, é o concurso mais importante do calendário. Eu acho que aqui é considerada a Meca do hipismo, então você sempre quer participar com seus melhores cavalos” Rodrigo Pessoa

Luciana Diniz e Fit For Fun

CHIO AACHEN A Alemanha foi mais uma vez destaque internacional com a realização de um dos principais concursos de hipismo do mundo, o Chio Aachen 2015. O tradicional evento, que acontece desde 1924, agitou a primavera alemã e teve a participação de 70 cavaleiros de 17 nacionalidades diferentes e 180 cavalos, que competiram nas disciplinas de Salto, Adestramento e Atrelagem.

Q

uem foi a Aachen entre os dias 29 e 31 de maio teve a oportunidade de conferir os melhores atletas do hipismo internacional em ação. Localizada no oeste da Alemanha, próxima às fronteiras da Bélgica e dos Países Baixos, esta cidade histórica, que foi decretada capital do Sacro Império Romano-Germânico pelo imperador Carlos Magno, é referência mundial no esporte equestre. Anualmente, Aachen atrai turistas apaixonados pela equitação vindos de diversos países. Só neste ano, foram cerca de 100 mil espectadores, que

16

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

lotaram o Main Stadium e o Deutsche Bank Stadium para ver de perto as emocionantes disputas por prize-money de nada menos que 1,4 milhão de euros. Além dos prêmios do concurso, os tops internacionais tiveram mais um motivo para correr atrás do troféu na cidade: o Rolex Grand Slam. Trata-se de um desafio histórico criado em 2013 pelos três maiores eventos hípicos do mundo, que premia com 1 milhão de euros o ginete que vencer sucessivamente os GPs do Chio Aachen, CSIO Spruce Meadows Masters (Canadá) e CHI Geneva (Suíça).

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

17


I N T ERNACION A L

Kent Farrington

Meca do Hipismo Mesmo com uma edição mais enxuta em 2015, o CHIO Aachen continua sendo a menina dos olhos do hipismo mundial. Rodrigo Pessoa que o diga: ele é o brasileiro que mais participou da competição na história, estreando nas pistas do evento em 1989. “Sem dúvida, é o concurso mais importante do calendário. Eu acho que aqui é considerada a Meca do hipismo, então você sempre quer participar com seus melhores cavalos, ter um bom desempenho. Ganhar uma prova aqui quer dizer que você realmente está em boa forma e que você ganhou de excelentes concorrentes”, avalia o campeão olímpico. Pessoa não saltou com seu cavalo principal, Status, que teve um abcesso no casco e só pôde saltar nos concursos seguintes da agenda internacional, em Saint-Tropez e Cannes.

Além dele, o maranhense Marlon Zanotelli também representou o Brasil no concurso, conquistando o 5º lugar na prova a 1.50m e o 3º lugar na prova de cavalos novos, com obstáculos a 1.45m. Montando Rock´n Roll Semilly, Zanotelli foi o único brasileiro a saltar o GP de Aachen, a 1.60m, prova mais importante do concurso, e terminou na 31ª posição, com dezesseis pontos perdidos. Quarenta conjuntos participaram da primeira volta e apenas os 18 melhores foram classificados para a segunda rodada. O britânico Scott Brash foi o grande vencedor do Grand Prix após o jump-off, zerando o percurso. O segundo e terceiro lugares ficaram com o alemão Daniel Dausser e o francês Simon Delestre, respectivamente.

R E S U LTA D O S 1. Hello Sanctos - Scott Brash, GBR 2. Cornet d´Amour - Daniel Deusser, ALE 3. Ryan Des Hayettes - Simon Delestre, FRA

18

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

4. Chiara 222 - Ludger Beerbaum, ALE 5. Voyeur - Kent Farrington, EUA 6. SFN Zenith N.O.P. - Jeroen Dubbeldam, HOL

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

19


C HI O AACH E N

Scott Brash

Mario Zanotelli

Katty King

Steve Guerdat

Daniel Deusser

Ludger Beerbaum Jeroen Dunbledan

Elizabeth Madden

20

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Alexandre Gadelha

Patsy Zurita

Thereza Tourinho

Luciana Diniz

Rodrigo Pessoa

Maristela e Marcel Zanotelli

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

21


BR AZU CAS PE LO M UN DO

Entrevista com

Brazucas

Marlon Zanotelli

pelo Mundo

QUANDO VOCÊ DECIDIU MORAR NA EUROPA? Eu vim no dia 1º de abril de 2008. Fazia muito tempo que eu queria vir, mas meu pai, graças a Deus, nunca deixou. Sempre me fez estudar, aprender o inglês e, pelo menos, começar minha faculdade.

Quando deixou o Brasil em busca de um sonho, Marlon ainda não sabia, mas esse seria o passo decisivo que colocaria o seu nome entre os melhores cavaleiros do país. A vida no exterior tem sido árdua para o jovem maranhense, mas já começou a render bons frutos: sete anos depois, ele vive a felicidade de ser o brasileiro mais bem colocado no ranking da Federação Equestre Internacional (FEI).

À

frente de nomes de peso como Pius Schwizer, Michael Whitaker e Eric Lamaze, Marlon Modolo Zanotelli não está entre os 30 melhores cavaleiros do mundo por acaso. A conquista é o resultado de uma pitada de sorte e muito trabalho, já que competir entre os tops internacionais exige dedicação quase que exclusiva ao hipismo. A fórmula para o sucesso pode até parecer simples, mas é tão difícil, que muitos atletas acabam desistindo no caminho. Desde abril de 2008, Marlon vive na pequena cidade de Bolchot, localizada na província de Limburg, na Bélgica. Cercado por muito verde, o município faz fronteira com a Holanda e é uma área de grande importância ecológica, abrigando algumas espécies de animais em risco de extinção e aves raras. Bolchot também é conhecida no país pela produção de cerveja e tem até um museu dedicado à bebida. A região tem a localização perfeita para quem quer se dedicar ao hipismo na Europa, próxima aos locais onde são realizadas as grandes competições internacionais. Mas nem tudo são flores. Além das diferenças culturais entre a Bélgica e o Brasil, o frio exagerado e a distância da família e dos amigos foram as maiores dificuldades encontradas por Marlon no continente. O ritmo de trabalho foi outro ponto ao qual ele teve que se habituar: ao longo do dia, o cavaleiro monta diversos cavalos e realiza serviços como limpeza do material e cuidados com os animais. Apesar de não ser comum na terra tupiniquim, ajudar a executar as atividades relacionadas à equitação é praxe entre os cavaleiros no exterior.

22

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

E COMO FOI O PROCESSO PARA VOCÊ MORAR AQUI? PARA CONSEGUIR UM VISTO? Nos primeiros três meses, eu fiquei aqui com o visto de turista e, depois, dei entrada nos meus papéis como independente. Aí que eu digo graças a meu pai, de eu ter a faculdade, de eu ter terminado meu curso e tudo. Senão, não conseguiria. SEM A ESCOLARIDADE, VOCÊ NÃO CONSEGUE? Não, não consegue. Eu me formei em Marketing.

Para estar no centro do hipismo mundial, treinando e competindo com atletas de alto nível de diversos países, Zanotelli acorda cedo todos os dias e, antes mesmo do café da manhã, já está montando o primeiro cavalo. “Não tenho dia de folga”, diz. Mas o sacrifício, ele garante que vale a pena. Marlon abriu um espaço na agenda e recebeu a reportagem da Horse Society na propriedade Asford Farm, onde trabalha para o empresário Enda Carrol. O resultado você confere nas próximas linhas.

COMO É A SUA ROTINA DE TRABALHO? Hoje, eu tenho uma situação bem confortável. A gente conseguiu organizar um “sistema” em que os cavaleiros começam a montar o primeiro cavalo 7h30, todo dia. Todo mundo prepara o seu primeiro cavalo. Os tratadores começam às 6h30, limpando a cocheira e tudo. Normalmente, 8h15, por aí, a gente terminou de montar esse primeiro cavalo e os tratadores terminaram com as cocheiras. A gente toma café da manhã juntos, 20 minutos. Mas quando você chega... Acho que todo mundo passa por isso. Você acorda de manhã e tem que bater seis, sete, oito boxes. Você tem que preparar, montar, sete a dez cavalos sozinho, sem tratador. Você tem que fazer tudo. Você tem que limpar, aprender a tosar um cavalo, faz tudo. Muitas vezes, quando você chega aqui, você não sabe colocar uma bandagem no cavalo, não sabe botar uma liga no cavalo. Tudo isso, você vai aprendendo. Essa experiência, eu acho que não tem preço. Porque o montar em si é relativamente mais fácil. Essa administração por trás, esse gerenciamento dos cavalos, eu acho que é o mais importante e o mais delicado.

“Agora, com a questão das Olimpíadas, a CBH tem dado apoio financeiro para os cinco melhores cavaleiros do ranking mundial. Então, isso, pra gente, principalmente pra mim, tem sido muito importante” Marlon Zanotelli

A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HIPISMO JÁ TE APOIOU DE ALGUMA FORMA? COMO É QUE VOCÊ VÊ O INCENTIVO AO ATLETA POR PARTE DAS INSTITUIÇÕES NO BRASIL? Agora, com a questão das Olimpíadas, a CBH tem dado apoio financeiro para os cinco melhores cavaleiros do ranking mundial. Então, isso, pra gente, principalmente pra mim, tem sido muito importante.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

23


HS

BR AZU CAS PE LO M UN DO

COMO É QUE FUNCIONA ESSE APOIO? É UMA BOLSA? É como se fosse um salário mensal, uma ajuda de custos em geral. QUANTO É? PODE FALAR? Não sei se eu posso falar (risos). É BOM OU RUIM? Não, é bom. A ideia deles é poder focar nos cavalos, naquela questão de você não ter que estar preocupado se vai ter dinheiro pra pagar o fisioterapeuta, se você vai ter dinheiro pra pagar o seu básico. Pra você ter como estar bem estruturado se você precisar de um preparador físico, um preparador mental. Pra você ter como ter essas coisas, entendeu? E O QUE VOCÊ DIRIA PARA OS CAVALEIROS BRASILEIROS QUE PENSAM EM VIR FAZER CARREIRA NA EUROPA? Todo mundo fala “ah, é loucura”. Eu não acho que seja. Você tem que estar consciente de que você tem que pagar o preço porque você vai trabalhar muito, as pessoas aqui não te aliviam em nada. Você tem que fazer tudo. Agora, se é o que você quer realmente, vale a pena, não tem outro lugar melhor. Tanto é que os americanos estão aqui. Todo mundo, do mundo inteiro, japonês, o pessoal do Qatar, tá todo mundo aqui. Não é à toa que aqui é o centro do esporte. Você aprende muito e, é lógico, tudo tem que caminhar. Você tem que ter

24

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

talento, tem que ter força de vontade. São tantos fatores que influenciam pra você conseguir chegar, mas o mais importante é você trabalhar e acreditar que vai conseguir. Muitos vêm e desistem no meio do caminho. Porque é normal, é complicado, não é uma coisa fácil. Não só a questão dos cavalos e você trabalhar muito. Mas também a questão cultural, você está longe da família, você está longe dos seus amigos, você tem que abrir mão de festa, abrir mão de fim de semana.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

25


INTERNACIONAL

O evento Como já é tradição, os anfitriões Doda e Athina ofereceram ao público e atletas que estiveram no Athina Onassis Horse Show um evento completo. Uma área VIP ofereceu diversas opções gastronômicas em um espaço que lembrava as tradicionais “boulangeries” da França, com ingredientes da culinária internacional e comidas típicas de região. Uma pequena cozinha orgânica servia sucos e saladas e os convidados poderiam se servir à vontade de frutas e amêndoas em uma cascata de chocolate ou de bebidas como whisky, champanhe e vinho rosé típico da região Cote d’Azur. Neste espaço, nomes de destaque internacional marcaram presença, como o sheik árabe e cavaleiro Ali Bin Khalid Al Thani e o estilista italiano Giorgio Armani, que ofereceu um jantar para Doda, Athina e alguns convidados em sua casa em Saint-Tropez.

Vista aérea do aeroporto de Nice - França

Praia da Pamplona

Seja da área VIP, reservada apenas para convidados, ou das democráticas arquibancadas, o público teve a oportunidade de conferir os melhores conjuntos do mundo nas pistas e o que não faltou foi emoção. E teve brasileiro fazendo bonito da competição. O destaque verde-amarelo foi o maranhense Marlon Modolo Zanotelli, que levou o terceiro lugar no pódio do Longines Gran Prix, além de conquistar o segundo lugar no Prix Midway Labs, na quinta-feira, e a sétima posição no Prix Julius Baer, que aconteceu na quinta-feira. Zanotelli completou o percurso do GP sem faltas em um tempo de 44s77, saltando obstáculos a 1.60m com o seu cavalo Zerlin M, e foi o único brasileiro entre os colocados, ficando atrás apenas do espanhol Sergio Alvarez Moyá e do alemão Marco Kutscher, grande campeão da prova.

Athina Onassis de Miranda

Athina Onassis 2015 Fruto do casamento e parceria entre a grega Athina Onassis e o brasileiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, o AOHS 2015 deu o que falar. Em sua segunda edição fora da Brasil, o evento levou para a deslumbrante cidade francesa de Saint-Tropez os melhores cavaleiros e amazonas do mundo.

A

Bardot, hoje é frequentada por milionários e estrelas de diversos setores artísticos, mas mantém os ares de cidadezinha interiorana. Essa combinação entre vida pacata, sempre em contato com a natureza, e eventos luxuosos parece ser o ingrediente do sucesso deste destino turístico.

Não é novidade que Saint-Tropez é, todos os anos, um dos destinos internacionais mais procurados por turistas do mundo inteiro. A região, que já foi uma pacata vila de pescadores e ganhou os holofotes após se tornar a queridinha do ícone Brigitte

Foi nesse clima que aconteceu a sétima edição do AOHS. O concurso levou para as pistas francesas os 35 melhores atletas do hipismo mundial, no CSI 5*, mas também abriu espaço para a competição entre atletas amadores no CSI 2*, incluindo celebridades como o ator Guillaume Canet e a herdeira real Charlotte Casiraghi. Ao todo, cerca de 119 cavaleiros e 200 cavalos, oriundos de mais de 20 países, competiram nas 14 provas do AOHS, que teve um total de 561 mil euros de prêmios em dinheiro.

temperatura subiu na tropical Praia da Pamplona, localizada no sul da França. De 4 a 6 de junho, a famosa praia naturista se tornou o centro das atenções em Saint-Tropez, por um motivo que vai muito além de suas águas transparentes ou do agito de seus clubes. É que a Pamplona sediou o evento mais badalado do hipismo internacional, o Athina Onassis Horse Show 2015. Foram três dias de tirar o fôlego de qualquer amante do esporte, com direito a paisagens incríveis, provas disputadíssimas e, claro, muita elegância e diversão.

26

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

27


INTERNACIONAL

Ainda na série 5*, o cavaleiro olímpico Pedro Veniss venceu o Prix Ville de Ramtuelle, a 1.45m, montando Rissoa d’Ag Bois Margot. Ele cumpriu a prova de duas fases sem faltas, desbancando 33 conjuntos. Já Rodrigo Pessoa foi o único brasileiro entre os colocados no Prix Giorgio Armani, prova de 1.50m, alcançando o 9º lugar com o cavalo Ferro Chin v. Lindenhof.

Para o paulista Pedro Andrade Costa e o seu AD Argos, que integram a equipe do casal Athina e Doda, foi só alegria. O conjunto se sagrou campeão do Prix Talent Advisors CSI2*, a 1.45, cumprindo o percurso sem penalidades. Os brasileiros Nando Miranda, Carlos Ribas, Katty King, Luciana Lossio e Viviane de Miranda também participaram das disputas.

Este ano, o concurso foi também a terceira etapa do prestigiado French Tour da Federação Equestre Francesa (FFE), que reúne oito competições internacionais de salto, no nível 5 estrelas (CSI 5*). As outras etapas do tour são realizadas nas cidades de Bordeaux, La Baule, Cannes, Paris, Chantilly, Dinard e Lyon. Ao final da competição, os cavaleiros comemoraram os resultados em duas badaladas festas paralelas. A primeira teve um espaço reservado para Doda e convidados na boate Les Caves de Roi, do Hotel Byblos, um dos mais famosos de Saint-Tropez. No dia seguinte, o agito foi à beira-mar e o local escolhido para festejar foi o badalado Bagatelle Beach.

ONDE FICAR: HOTEL BYBLOS Situado no coração de Saint-Tropez, pertinho do porto e das praias, o Hotel Byblos é uma boa pedida para quem não dispensa charme e conforto. O local foi inaugurado em 1967, com a presença de personalidades ilustres, como as atrizes Mireille Darc e Brigitte Bardot. Foi lá, em 1971, que o astro do rock Mick Jagger passou a lua de mel com sua primeira esposa, a então modelo e atriz Bianca Perez. Além das acomodações 5 estrelas que fizeram do hotel o favorito entre celebridades, o Byblos mantém o nightclub Les Caves du Roy, spa, fitness center e oferece deliciosas opções gastronômicas, com o melhor da cozinha mediterrânea. ONDE JANTAR: L’OPERA A vista privilegiada para o porto de Saint-Tropez é apenas uma das muitas maravilhas do restaurante L’Opera, o lugar perfeito para passar a tarde ou a noite desfrutando de frutos do mar e um bom vinho. À noite, o destaque fica com a performance de dançarinas e apresentação de DJs, sempre acompanhados de pratos da culinária francesa e drinks de dar água na boca.

Restaurante L’Opera

ONDE CURTIR O DIA: NIKKI BEACH Quando o assunto é praia, o Nikki Beach é uma das melhores opções para se divertir em Saint-Tropez. O clube é uma espécie de “balada na piscina” e, além de bebidas, oferece restaurante, loja de biquínis e festas temáticas durante a alta temporada. Localizado na praia da Pamplonne, a apenas 20 metros do AOHS, o beach club oferece a infraestrutura ideal para quem quer badalação diurna.

R E S U LTA D O S 1. Cornet’s - Marco Cristallo Kutscher, ALE 2. Carlo 273 - Sergio Alvarez Moya, ESP 3. Zerlin M - Marlon Modolo Zanotelli, BRA

4. Deauville S - Laura Kraut, EUA 5. Olympique Libellule - Timothee Anciaume, FRA 6. Concordija - Sheikh Ali Bin Khalid Al Thani, QAT

Doda Miranda

28

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

29


ATHINA ONASSIS HORSE SHOW

Sheik Ali Bin Khalid Al Thani

Maristela, Mario Zanotelli e Claudia Mathy

Alexa Pessoa

Doda Miranda

Maria Luiza Paiva e Luiza Le達o

Sergio Moya

Diego Bilbao e Carolina Drummond

Carlos Iaconelli

Ben Maher

Marlon Zanotelli

Alan Guimar達es

30

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Guilherme Jorge e Angela Covert

Marco Kutscher

Carlos Ribas

Nando Miranda

Pedro Cebulka

Laura Kraut

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

31


O ÍCONE DA HOTELARIA DE LUXO É TAMBÉM REFERÊNCIA NA ALTA GASTRONOMIA Reconhecido por sua excelência nos serviços, o Copa oferece também experiências gastronômicas memoráveis. Encante-se com o melhor da cozinha Pan Asiática no MEE, premiado com uma estrela Michelin.

Para reservas acesse o site belmond.com/copacabanapalace ou ligue para (21) 2545 8787

32

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

33


ARTE EQUESTRE

Vista aérea do Vaticano

Coliseu

Cavalos de Roma Roma é um dos poucos lugares do mundo que proporcionam um contato tão próximo com os primórdios da civilização oriental. A cidade, que tem um papel de importância única na história da humanidade, sobreviveu à passagem dos milênios e até hoje guarda objetos e construções de valor inestimável.

U

34

|

ma cidade cheia de história para contar. É o mínimo, é claro, que se espera de Roma, essa simpática senhora milenar, que contabiliza mais de 2.500 anos. Fundada em 753 a.C, data que ainda gera divergências entre os estudiosos, a capital da Itália é a quarta cidade mais populosa da União Europeia e já foi cenário de inúmeros episódios relevantes da história mundial.

uma área que, anteriormente, abrigava o palácio de Nero, imortalizado nos registros da história como um imperador tirano e cruel. O governante foi um grande incentivador da cultura e dos esportes, tendo até mesmo participado dos Jogos Olímpicos de 67, com o objetivo de melhorar as relações com a Grécia. Como atleta, Nero quase morreu em uma queda na competição, ao conduzir um carro de dez cavalos.

Passear pelas ruas da cidade é como mergulhar no tempo, com destaque para o patrimônio arqueológico e artístico que deram ao Centro de Roma o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Prédios, monumentos, praças e vielas ilustram a história da Antiguidade, época em que os imperadores dominavam a região e travavam terríveis guerras pela soberania e expansão territorial.

Os cavalos, aliás, tiveram participação fundamental na história da humanidade. Não se sabe ao certo quando ocorreu a domesticação destes animais, mas eles acabaram fazendo uma grande revolução no cotidiano rural e urbano. Os cavalos passaram a ser usados como meio de transporte, mão de obra na agricultura e até mesmo como armas de guerra, recurso muito utilizado na Roma Antiga.

É lá que estão localizados os maiores símbolos do Império Romano, como o Coliseu, construído em

No combate, o poder equestre poderia determinar o vencedor da batalha. Quanto mais guerrei-

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

35


ARTE EQUESTRE

Pura arte Não é à toa que os cavalos estão presentes em praticamente todos os lugares da Roma contemporânea. É impossível passear pelas ruas da cidade e não se deparar com a arte equestre, seja em monumentos, prédios públicos, lojas ou museus. Os equinos têm papel de destaque na cultura romana, que tem justamente na arte uma das suas manifestações mais importantes.

Estátua equestre de Marco Aurélio na praça do Capitólio

ros montados, maior a probabilidade de vencer o inimigo. No início da República Romana, o serviço na cavalaria era exclusivo para os membros dos équites, uma classe abastada que logo se tornou uma elite social. Os carros de guerra, ou bigas, tipo de carruagem que se utilizava da tra-

36

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

ção dos cavalos, também foram muito comuns em Roma, bem como as corridas entre cavaleiros no circo romano. Reza a lenda que o imperador Calígula chegou a nomear seu cavalo como cônsul, cargo público oficial que tinha a função de comandar as tropas.

Ao longo dos milênios, o berço da arte no mundo, como é conhecida a Itália, fez o favor imortalizar estes animais através de obras belíssimas. É o caso da estátua equestre do imperador Marco Aurélio. A obra, talvez a mais icônica representação da arte equestre na cidade, é a única estátua de bronze sobrevivente de um imperador romano da era pré-cristã. Ela só se livrou de ser derretida porque foi confundida com uma imagem de Constantino, o primeiro governante católico do Império Romano. A estátua traz Marco Aurélio no dorso de seu cavalo e, atualmente, está exposta no Museu Capitolino, com uma réplica na Piazza del Campidoglio. O Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele II, localizado entre o Monte Capitolino e a Piazza Venezia, também chama atenção pela sua imponência. Projetada por Giuseppe Sacconi em 1885 e inaugurado em 1911, a obra é feita em puro mármore e apresenta uma grandiosa estátua de Vítor Emanuel II, primeiro rei da Itália unificada, além de duas estátuas da deusa Vitória. Do alto do monumento, a altiva deusa, que era adorada por generais na Roma Antiga, aparece em uma quadriga, espécie de carruagem conduzida por quatro cavalos.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

37


ENTREVISTA

foto: Pierre Costabadie

Entrevista com Jean-Maurice Bonneau O francês Jean-Maurice Bonneau tem muita história para contar. Como cavaleiro, ele integrou a equipe da França nas décadas de 1980 e 1990, quando conquistou importantes títulos. Em 1996, Jean-Maurice deu um passo decisivo em sua carreira e começou a atuar como treinador internacional. A primeira experiência foi com o Japão e durou quatro anos. Logo em seguida, o técnico passou a treinar a equipe francesa, da qual ficou à frente durante seis anos. Hoje, Bonneau é o técnico responsável pela equipe de saltos do Brasil e prepara os tops brasileiros para as Olímpiadas do Rio 2016. HORSE SOCIETY: ENTÃO, JEAN-MAURICE, FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ, SUA CARREIRA, SUA VIDA COMO CAVALEIRO. JEAN-MAURICE: Como cavaleiro, eu integrei a equipe francesa entre as décadas de 80 e 90, fui medalha de bronze no Campeonato Europeu de equipe, juntamente com Hervé Godignon, Roger-Yves Bost e Alexandra Ledermann. Minha primeira experiência com o treinamento internacional foi em 96, com o Japão. Eu trabalhei quatro anos para o Japão. E então, em 2000, depois de Sydney, eu assinei um contrato de quatro anos na Federação Francesa para ser treinador “selector” e Chef d’Equipe. Ganhamos a WEG [Jogos Equestres Mundiais], em 2002, e também Nation’s Cups como La Baule, Dublin, Hickstead, Roma, por três vezes, Rotterdam... Vencemos também a Final da Copa do Mundo, em 2004, em Milão. Enfim, tivemos resultados bastante consistentes. Eu parei no final do ano de 2006 porque perdemos os jogos em Atenas. Tivemos dois cavalos com problemas e, em seguida, as relações dos cavaleiros que não foram selecionados com a federação ficaram um pouco tensas. Então, eu decidi parar.

38

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HS: COMO VOCÊ FOI CHAMADO PARA SER O CHEFE DE EQUIPE DO BRASIL? JM: Em 2007, eu voltei com uma vida normal, como treinador. Eu treinei Luciana Diniz, Simon Delestre, e, em seguida, Athina Onassis e Doda Miranda. Em 2010, eu fui para o WEG [Winter Equestrian Games] em Lexington com Doda, como treinador particular, e eu conheci Betão [Luiz Roberto Giugni] por lá. Então, Doda me pediu para organizar uma reunião com Betão porque o comitê representante desejava desenvolver um trabalho com novos cavaleiros, para criar uma nova geração de ginetes. E, então, eu disse: “ok, me deixe trabalhar nisso e eu te darei um retorno”. Então, preparei e enviei algumas propostas e eles me pediram para ser a pessoa encarregada de executá-las. Eu assinei meu primeiro contrato em 2011, até os Jogos de Londres, em 2012. Depois, eles me pediram para continuar até o Rio em 2016. HS: MAS NESTE MEIO TEMPO, EM 2012, A FEDERAÇÃO FRANCESA CONVIDOU-O PARA SER DIRETOR. JM: Sim, como você sabia? Bom, eles me propu-

seram ser o responsável por todo o esporte, gerenciando o salto, “eventing”, “vaulting”, tudo. Eu tinha a minha experiência como treinador, como chefe de equipe, mas eles me propuseram algo novo. Foi emocionante porque era um novo desafio para mim. Mas eu tinha meus brasileiros e eu amava-os. E, para mim, era... Como eu poderia dizer? HS: VOCÊ JÁ ESTAVA ENVOLVIDO COM ELES, CERTO? JM: Eu realmente tinha criado uma forte relação com os cavaleiros, como Doda e Rodrigo, e eu tinha a sensação de que não era justo deixá-los sozinhos. Sabia que eles queriam continuar porque não era uma tentativa qualquer, era realmente para preparar os jogos olímpicos, já que os dois primeiros anos foram como um pouco de “pagar pra ver”, entende? Para me sentir confortável ou não com eles, também para que eles se sintam confortáveis e para mensurar se eu era a pessoa certa para assumir esta responsabilidade. É uma responsabilidade enorme quando você organiza os jogos em seu próprio país. Então, eu tenho que dizer que passei algumas noites em claro para pensar nisso. E uma noite eu decidi: “Não, eu não posso deixá-los agora, não é justo.” Seria muito difícil para mim passar por eles e dizer: “eu desisto”. Então, finalmente, era óbvio para mim continuar. Porque foi algo realmente baseado numa relação de confiança humana. Eu expliquei isso para a Federação Francesa e eles compreenderam. HS: NO BRASIL, ALGUMAS PESSOAS ACHAM QUE O TREINADOR DA EQUIPE DEVE SER BRASILEIRO. O QUE VOCÊ ACHA DISSO? JM: Eu acho que eles estão certos! E eu posso entender isso, mas eu não sou a pessoa que escolhe! Talvez eu tenha que dizer que, quando comecei, percebi que entre os brasileiros havia muitas histórias, desentendimentos etc. Eu tentei fazer esse processo de forma pacífica. Estamos aqui para trabalhar em conjunto, para criar boas condições para que cada cavaleiro, primeiramente, consiga fazer parte da equipe e, então, para que possa defender a bandeira brasileira. Esse é o único objetivo para a Federação e para mim. Então, sim, talvez no futuro por causa da língua, por causa da cultura. Eu sou francês, mas eu amo os brasileiros, é verdade! E isso é importante porque eu não poderia fazer esse trabalho se eu não me sentisse um pouco brasileiro, de uma certa forma.

“Eu sou francês, mas eu amo os brasileiros, é verdade! E isso é importante porque eu não poderia fazer esse trabalho se eu não me sentisse um pouco brasileiro, de uma certa forma” HS: QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA SER O TREINADOR DA EQUIPE E COMO FUNCIONA ESTE TRABALHO? JM: Por causa dos jogos, o Brasil solicitou mais de 30 treinadores estrangeiros para trabalhar para o país até que eu aceitasse. O meu contrato é pago pelo Comitê Olímpico através CBH [Confederação Brasileira de Hipismo]. Eu preciso organizar o sistema, acompanhar os ginetes, ir para o Brasil, porque nós também estamos tentando elevar o nível do esporte no Brasil. Eu trabalho com Caio Carvalho, que está no comando dos juniores, dos jovens cavaleiros, dos mirins. Normalmente, todos os anos eu venho ministrar clínicas e observar os campeonatos. Desta forma, podemos acompanhar as novas gerações chegando. Isto é muito importante para o primeiro objetivo da Federação, para o desenvolvimento do esporte. No Brasil, temos bons locais, boas instalações e tentamos elevar o nível com bons desenhadores de percursos. Eu acho que nós podemos realizar boas competições. Mas não sou apenas eu, trata-se de um trabalho feito em conjunto com a CBH, para criar um ambiente positivo para o desenvolvimento do esporte e para que os cavaleiros com base no Brasil não fiquem muito distantes do nível top. Principalmente neste momento, em que temos um enorme problema com a doença do mormo. É realmente difícil enviar os cavalos do Brasil para a Europa e fazer parte do nosso sistema aqui. Além disso, os cavaleiros no Brasil têm seus negócios lá, então é difícil vir para a Europa porque eles não ganham dinheiro aqui, eles ganham dinheiro no Brasil. Eu entendo isso. É uma situação delicada e temos de nos adaptar. Sabe, quando eu estava no comando da França, que é um país pequeno, era fácil ter todos os cavaleiros por perto. Aqui eu tenho cavaleiros em três continentes: Europa, Brasil e Estados Unidos. Então, eu precisei adaptar a minha forma de trabalho. Hoje eu sei quem eles são, onde eles estão. Eu sei como eles estão organizados etc.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

39


ENTREVISTA

HS: ENTÃO OS GINETES BRASILEIROS NÃO PODEM PARTICIPAR DOS JOGOS PORQUE OS CAVALOS NO BRASIL NÃO PODERÃO IR, CERTO? JM: Sim, eles podem, mas eles têm que vir através de Estados Unidos ou Argentina. Via Argentina demora cerca de três meses! Então, é realmente complicado e custa dinheiro.

HS: E QUANTO À PREPARAÇÃO FÍSICA? JM: Bem, eu tenho que dizer que com os brasileiros isso fica muito fácil, porque todos fazem esportes, fitness. Eles têm essa cultura no Brasil, mas para o mental que eu gostaria de adicionar, não. Eu preciso do apoio da CBH, mas eu realmente acredito que isso é primordial, é realmente importante. Como em todos os campeonatos, eu não sei qual vai ser o resultado, mas eu sei que precisamos oferecer 150 por cento do nosso melhor. Não 100, mas 150. O meu papel, meu trabalho, é pensar sobre isso. É criar e providenciar ajuda. Se precisamos da ajuda em algum lugar, precisamos dar essa ajuda, para atingir os resultados, o objetivo que temos.

40

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HS: QUE TIPOS DE POSTURA E DE ATITUDE O CAVALEIRO PRECISA PARA ESTAR NA EQUIPE BRASILEIRA? JM: Eu quero pilotos com caráter forte. Eu quero cavaleiros que odeiam falhar e que realmente queiram vencer e possam fazer tudo para vencer. Estou realmente trabalhando para desenvolver o espírito de equipe. Quando você pratica um esporte individual como o nosso, é realmente emocionante participar de uma Copa das Nações ou uma competição por equipes. Quando você ganha uma medalha de equipe, você pode compartilhar isso com muito mais pessoas e isso para mim é a prioridade. É por isso que eu peço agora, quando eles montam em um CSI, para montar em todas as provas com a casaca verde. É como o exército, quando você está com o mesmo Facebook/Doda Miranda

HS: EXISTEM OUTROS PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM VOCÊ NA EQUIPE? NÃO É SÓ VOCÊ E OS CAVALEIROS, CERTO? JM: Eu tenho Rogério Saito como veterinário da equipe. Começamos a trabalhar juntos no início. Eu o conheci no Brasil e senti que ele estava realmente envolvido, apaixonado. Agora, eu trabalho para encontrar um treinador mental, porque quando vi a Copa do Mundo de futebol no ano passado, fiquei decepcionado vendo homens, atletas, chorando como bebês. E eu percebi que, numa próxima vez, podemos ser nós! No nível top, existem tantos bons cavaleiros e eles têm mais ou mesmo o mesmo nível, então, uma boa preparação mental pode fazer a diferença.

HS: EM QUE LÍNGUA VOCÊ FALA OFICIALMENTE COM OS CAVALEIROS? (RISOS) JM: Todos falam francês mais ou menos. Caso contrário, nós falamos inglês e falo um pouco de português. Mas, no final, eu falo com o meu coração e eles entendem isso. (risos)

Eduardo Menezes, Jean-Maurice, Rodrigo Pessoa, Yuri Mansur e Doda Miranda

“Eu quero pilotos com caráter forte. Eu quero cavaleiros que odeiam falhar e que realmente queiram vencer e possam fazer tudo para vencer”

uniforme, você se sente mais forte. Todas essas pequenas coisas podem fazer a diferença em um momento. Também quero transparência entre eles e eu porque, caso contrário, fica difícil criar esse tipo de espírito. E eu sempre procuro ser claro com eles. Eu explico o que eu vou fazer e faço o que eu explico. Claro que, às vezes, é difícil porque você tem alguns impasses, porque selecionar significa que você tem também que dizer “não”. E como qualquer atleta de alto nível, eles precisam entender que, se eles não estão dentro, poderão estar numa próxima vez. Eu explico o que eles precisam para melhorar e isso é assim em qualquer esporte. HS: ENTÃO, VOCÊ ESTÁ OBSERVANDO ALGUNS GINETES. VOCÊ TEM UMA LISTA DE TOP 10 POSSIBILIDADES PARA A EQUIPE BRASILEIRA DE HOJE? JM: A questão é muito mais interessante para aqueles que serão no futuro. Porque a lista, você tem a mesma que eu. Porque agora nós estamos há apenas um ano dos Jogos Olímpicos e eu não sou David Copperfield. Não posso mudar nada. É um longo processo para desenvolver os ginetes, para deixá-los trabalhar juntos. É por isso que é bom ter quatro anos para criar isso, para observar como eles se comportam na equipe, como eles se sentem entre eles. Mesmo que eles não sejam amigos, eles têm de desenvolver esse tipo de atitude. E também para os cavalos, com certeza, não é definitivo ainda. Doda está em processo de encontrar um cavalo e Rodrigo está desenvolvendo um novo cavalo também. Pedro com Quabri é uma combinação forte. E Marlon também desenvolveu novos cavalos porque Clouwni foi vendido durante o WEG no ano passado. Mas também temos Eduardo Menezes com Quintol, Karina, Felipe, Yuri. Mas, então, temos Barcha, temos Zé Roberto. O problema é como trazer os cavalos aqui para a Europa porque, no final das contas, todos eles sabem, eu observo no Brasil, mas se eles quiserem estar na equipe de alto nível, eles precisam vir para a Europa para competir na série de 1,60m e contra os melhores ginetes do mundo, o que faz uma enorme diferença. HS: E SOBRE OS JOGOS OLÍMPICOS, QUAIS SÃO AS SUAS EXPECTATIVAS? JM: A minha primeira expectativa é de ser capaz de fazer uma seleção. Eu não quero apenas poder colocar os “sobreviventes”. Gostaria de realmente fazer uma seleção, de escolher os quatro melhores dentre um grupo forte. Esta é a minha primeira expectativa.

foto: CM

HS: E, SOBRE O PROBLEMA DO MORMO, VOCÊ ACHA QUE ISSO VAI SER ALGO PARA SE PREOCUPAR? O QUE AS PESSOAS AQUI NA EUROPA PENSAM SOBRE ISSO? ELES ESTÃO FAZENDO PERGUNTAS SOBRE O ASSUNTO? JM: Eles estão me fazendo perguntas, mas eles realmente não sabem aqui na Europa. Eles não percebem exatamente o que é. Eles apenas se preocupam com a quarentena para os jogos. Vai ser uma zona de quarentena, ou seja, não é um problema para os jogos, mas é um problema para os brasileiros.

Jean Maurice com Caio Sérgio de Carvalho,

“Estamos aqui para trabalhar em conjunto, para criar boas condições para que cada cavaleiro, primeiramente, consiga fazer parte da equipe e, então, para que possa defender a bandeira brasileira” O sistema criado pelo COB é chamado “Ouro para o Rio”, então, eu não tenho medo de dizer que eu trabalho para o ouro. Eu sei que é um enorme desafio, mas se nós não formos para o ouro, temos que ficar em casa. Eu realmente quero retribuir a confiança que o Brasil depositou em mim. HS: QUAL É O SEU PONTO DE VISTA SOBRE OS BRASILEIROS E O APOIO QUE TÊM OFERECIDO À EQUIPE BRASILEIRA DE HIPISMO? JM: Deveria ser melhor. Às vezes, os cavaleiros aqui na Europa se sentem um pouco sozinhos e eu acho que talvez seja porque, num primeiro momento, não temos uma boa comunicação com o Brasil e as pessoas não conseguem perceber o que estamos fazendo. Talvez seja uma consequência desta pouca comunicação. Mas eu realmente desejo que, no próximo ano e também agora que as pessoas estão atrás de nós, nos apoiando, nos concedam este tipo de energia positiva. Isso pode fazer a diferença. Posso dizer-lhe que os nossos ginetes merecem isso porque eles são ótimas pessoas, os melhores desportistas. E eu sei o quão duro meus cavaleiros trabalham para serem parte da equipe. Eu realmente espero que a família equestre possa entender isso e nos apoiar. Nós precisamos disso para conseguir desenvolver, juntos, o hipismo brasileiro!

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

41


M O DA

HORSE SOCIETY AR

foto: Xico Diniz

E W T R O P S

Camisa Competição UV 98+ Preta Horse Society Sportwear Culote Treino UV 98+ Preta com Grip Anti-derrapante Horse Society Sportwear

42

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Fitness Style

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

43


M O DA

Camisa Competição UV 98+ Listras Verticais Horse Society Sportwear Culote Competição UV 98+ Branco com Grip Anti-derrapante Horse Society Sportwear Camisa Competição UV 98+ Masculina com Prendedor de Gravata Horse Society Sportwear

Criadas para a prática do hipismo clássico, a linha Horse Society Sportwear chegou para proporcionar o máximo de conforto e proteção aos atletas, sem perder o foco no estilo e a elegância próprios do esporte equestre Veja mais em www.horsesociety.com.br

44

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

45


Top UV 98+ Preto Horse Society Sportwear

Top UV 98+ Branco Horse Society Sportwear

Camisa Treino UV 98+ Masculina Preta Horse Society Sportwear

46

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

47


Revendedor autorizado horse society sportwear

Camisa Treino UV 98+ Branca Horse Society Sportwear

Make-up: Robson Caramendes | Fotografia: Pedro Accioly Direção de Arte: Aida Nunes | Produção: Márcia Nunes

S E L A R I A

Rua Itaboraí , 560. Passare. Fortaleza - CE Tel -085 3295-2898 48

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

49


50

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

51


INTERNACIONAL

Por lá, o clima quente faz um convite irrecusável ao banho de mar ou ao passeio de barco nas águas incríveis da Costa Azul do Sul da França. Construída no século 19, a avenida La Croisette, principal rua na orla de Cannes, é um dos mais belos atrativos da cidade, onde estão instalados grandes hotéis, lojas de grife, restaurantes, bistrôs e beach clubs. A baía, decorada por iates luxuosos, fica a 50 metros de distância do Stade des Hesperides, estádio onde foi realizada a sexta etapa do Global Champions Tour.

“La Croisette”

Com um clima cool e tendo o turismo como principal atividade econômica, Cannes tem localização privilegiada, próxima de Nice, uma das cidades mais fantásticas da Europa, e a uma hora e meia da paradisíaca Saint-Tropez. Durante o Festival de Cinema de Cannes, que acontece em maio, a cidade recebe grande número de turistas, mas continua sendo um destino badalado o ano inteiro.

Monumento do Palais des Festivals

Muito além do

Festival de Cinema Se Cannes é mundialmente conhecida pelo seu festival internacional de cinema, a cidade em nada deixa a desejar quando o assunto é hipismo. Durante três dias, a pista de areia montada no Stade des Hesperides fez as vezes de “red carpet” e verdadeiras estrelas do esporte competiram na região.

S

ituada à beira do Mediterrâneo, na belíssima Cotê d’Azur, a luxuosa cidade de Cannes sediou, de 11 a 13 de junho, a sexta rodada do Global Champions Tour (GCT), conhecido como a Fórmula 1 do hipismo. O circuito é o maior do esporte e acontece até novembro, passando por 15 cidades, 13 países e três continentes.

52

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Quem foi até a cidade teve a oportunidade de prestigiar os conjuntos do mais alto nível no cenário internacional, além de curtir as maravilhas encontradas bem no coração da Riviera Francesa. Para possibilitar a combinação perfeita entre esporte e entretenimento, as provas mais importantes desta etapa foram realizadas à noite. Assim, o público pôde aproveitar despreocupadamente a badalação da região durante o dia.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

53


INTERNACIONAL

Disputa acirrada Fundado em 2006 por Jan Tops, o Global Champions Tour reúne os melhores cavaleiros e amazonas do mundo em uma disputa que dura praticamente o ano inteiro, dividida em 15 etapas. A competição passou por Miami Beach, Antuérpia, Madri, Xangai e Hamburgo antes de chegar a Cannes, onde teve a armação de percurso a cargo dos course designers Uliano Vezzani e Serge Houtman. O Longines Global Champions Tour Grand Prix, com obstáculos a 1.60m, foi dividido em duas fases, sendo somente os melhores 18 conjuntos classificados para a segunda, em uma disputa para lá de acirrada. O Brasil, é claro, marcou presença na competição e foi representado por Doda Miranda, que ficou na 23ª posição montando AD Rahmannshof’s Bogeno, e Rodrigo Pessoa, que montou o cavalo Status e foi o 26º colocado, ambos cumprindo a primeira volta com uma falta. Na noite anterior, 12 de junho, Pessoa levou o 6ª lugar com zero falta, saltando a 1.50m.

54

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

O prêmio principal do GP, no dia 13, ficou com a francesa Pénélope Leprevost, montando Ratina d’la Rousserie, que terminou o segundo round do GP com zero penalidades e um tempo de 36.86s. O vice-campeonato ficou com o sueco Rolf Göran Bengtsson, que, montando Casall Ask, teve o tempo de 37.82, também sem faltas. O terceiro lugar no pódio ficou com Luciana Diniz, com tempo de 37.97, sem penalidades. O Global Champions Tour passou ainda pelas cidades de Mônaco, Paris, Estoril, Chantilly, Londres, Valkenswaard, Roma e Viena. Após as 14 etapas, o inglês Schott Brash segue na liderança, com 279 pontos, e apenas dois pontos o separam do segundo lugar, posto ocupado pela amazona Luciana Diniz, que acumula 277 pontos. A grande final promete ser emocionante e será realizada em Doha, capital do Qatar, de 12 a 14 de novembro.

Porto velho de Cannes

R E S U LTA D O S 1. Ratina d’la Rousserie - Pénélope Leprevost, FRA 2. Casall ASK - Rolf-Göran Bengtsson, SUE 3. Fit For Fun 13 - Luciana Diniz, POR

4. VDL Groep Arera C - Maikel van der Vleuten, HOL 5. First Devision - Sheikh Ali Bin Khalid Al Thani, QAT 6. Argento - John Whitaker, GBR

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

55


P A P O VET

GASTRITE em equinos de esporte

A

gastrite em equinos ocorre frequentemente em animais de esporte, como baliza e tambor, salto, corrida, enduro, polo,vaquejada e Adestramento , mas pode ocorrer também em animais a pasto. A incidência de tal enfermidade normalmente esta associada a estresse, ritmo intenso de treinamento, viagens constantes, após uso excessivo de antiinflamatórios , comum em confinamentos e grandes centros hípicos e jockeys. Os sintomas apresentados por esses equinos são: diminuição do apetite, da condição física e da performance atlética, além de salivação excessiva, ranger dos dentes e cólicas.

por Rogério Saito*

O diagnostico deve ser baseado no histórico do animal, manifestações clínicas, resposta a terapia e ao exame gastroscópico, sendo que o ultimo é a única maneira de identificar a presença, localização e severidade das ulceras gástricas. A prevenção da gastrite consiste na eliminação das causas bases, como diminuir o nível de estresse, com manejo extensivo e volumoso de boa qualidade à vontade. O tratamento consiste na administração de medicamentos que inibem a produção acida que causam as lesões no estômago.

*Rogério Saito é médico veterinário CRMV-SP: 11.000

56

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

57


M U S EU OLÍMPIC O

Museu Olímpico A cidade de Lausanne, na região francófona da Suíça, é a sede de grandes organizações internacionais. Lá se estabeleceram importantes órgãos que atuam no mundo inteiro, como as Organizações das Nações Unidas (ONU), a Federação Internacional de Futebol (FIFA), a Federação Equestre Internacional (FEI) e o Comitê Olímpico Internacional (COI), que reconhece oficialmente a cidade como a Capital Olímpica.

E

m termos de qualidade de vida, não há dúvidas: a Suíça é um dos melhores países para se viver. A terceira edição do Relatório Mundial da Felicidade 2015, pesquisa comandada pela ONU, apontou o país como o mais feliz do mundo, baseada em fatores como expectativa de vida saudável, percepção de corrupção ou ausência dela no governo, sistema de ajuda social e PIB per capita. Apesar de ter um território relativamente pequeno, se comparado ao de países como o Brasil, que alcançou o 16º lugar do ranking, a Suíça é uma das principais economias mundiais e um importante centro financeiro internacional. A movimentação turística na região também merece destaque, sendo os seus gelados Alpes parte do imaginário de visitantes das mais variadas origens.

Estátua de bronze do campeão olímpico de 1988, Jappeloup, que media apenas 1,58m e foi montado pelo cavaleiro francês Pierre Durand nesta ocasião em Seul

58

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Situada em um cenário belíssimo, às margens do Lago Léman e cercada por montanhas, Lausanne não fica de fora do circuito turístico suíço e é a combinação perfeita entre cidade comercial e destino de férias, com grande movimentação cultural e esportiva. A capital do Cantão de Vaud abriga a mais importante coleção dedicada aos esportes do mundo. É lá que funciona o Le Musée Olympique, fundado em junho de 1993 por Juan Antonio Samaranch, sétimo presidente do Comitê Olímpico Internacional.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

59


M U S EU OLÍMPIC O

Com um incrível acervo de mais de 10 mil peças, o Museu Olímpico é um dos pontos turísticos mais famosos de Lausanne e recebe cerca de 250 mil visitantes por ano. Do lado de fora, já dá para se ter ideia do clima encontrado em cada metro quadrado das instalações do museu, que possui inúmeras obras de arte ao ar livre, todas exclusivamente com tema esportivo, e até mesmo um pedaço da calçada da vila olímpica de Barcelona.

Escultura equestre na entrada da sede da FEI (Federação Equestre Internacional) em Lausanne

Passeando pelas galerias do museu, é possível saltar dos Jogos Olímpicos na Antiguidade até os tempos atuais em poucos minutos, passando por coleções de objetos valiosos da Grécia Antiga, documentos, filmes e até mesmo exposições interativas, que se utilizam de recursos tecnológicos para ilustrar passado e presente. Que tal conferir de perto uma coleção de troféus e medalhas olímpicas? Ou, quem sabe, passar na lojinha oficial de souvenires e levar um pedacinho dos Jogos Olímpicos para casa. Uma coisa é certa: os apaixonados por esportes vão sair do museu satisfeitos com a mostra, que é o maior centro permanente de informações sobre o tema no mundo. Lá, o passeio completo e inesquecível pela história das Olimpíadas é um prêmio garantido.

60

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

61


ICNHI T ERNACION O ROTTE R DA A LM

O cavaleiro suíço Pius Shwizer

tórica, Rotterdam é formada por construções modernas e de grande variedade, já que foi completamente devastada por um bombardeio comandado por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, no que ficou conhecida como a Batalha dos Países Baixos. Entre os destaques da arquitetura moderna da região, estão as famosas casas cúbicas, projetadas em 1977, que atraem diversos turistas curiosos. Além disso, a cidade respira cultura, com muitas opções de museus e atrações locais. Os coffee shops, famosos em Amsterdam, também são encontrados por lá e frequentados por moradores e turistas, embora de maneira mais escassa e discreta. As características geográficas de Rotterdam favorecem a prática do ciclismo e é possível visitar praticamente todas as áreas da região de bicicleta, veículo muito utilizado para passeios casuais e também como meio de transporte cotidiano.

Lucy Davis recebe o prêmio do primeiro lugar

Rotterdam A moderna e histórica Rotterdam promove, anualmente, um tradicional concurso hípico 5 estrelas. Entre os dias 18 e 21 de junho, a cidade recebeu os melhores cavaleiros e amazonas do ranking internacional no CHIO Rotterdam, que, desde 1948, movimenta o hipismo na região.

L

ocalizada a apenas uma hora a trem de Amsterdam, Rotterdam se estabeleceu como a segunda cidade mais importante da Holanda, ficando atrás apenas da capital. O município está localizado às margens do rio Nieuwe Maas e, atualmente, é a sede do maior porto da Europa. O destaque na área de transporte marítimo começou em um período conhecido como o “século de ouro” dos Países Baixos, no final do século XVII. De lá para cá, Rotterdam se estabeleceu como o centro financeiro da Holanda, exercendo um papel de grande importância para a economia europeia. O turismo também é forte na cidade, embora sem o mesmo furor juvenil da vizinha Amsterdam. E não só o clima turístico é diferente, mas também o conjunto arquitetônico da região. Embora seja uma cidade his-

62

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Kralingsee Plas

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

63


I N T ERNACION A L

Copa das Nações A cidade também é famosa por sediar um dos mais importantes eventos hípicos do mundo, o CHIO Rotterdam, um prestigiado concurso 5 estrelas que completa 67 anos em 2015. O mais antigo evento esportivo internacional de Rotterdam aconteceu entre os dias 18 e 21 de junho e movimentou as pistas da Kralingse Bos, um pedacinho de floresta urbana cheio de charme e belezas naturais, à beira do belíssimo lago Kralingse Plas, em Kralingseweg. Perfeito para a prática de esportes como corrida, ciclismo, golfe e equitação, o lugar recebeu disputas de salto e adestramento, com destaque para o Longines Grand Prix Porto de Rotterdam e a Furusiyya FEI Copa das Nações. Com um prêmio total de 200 mil euros, o GP de Rotterdam foi disputado no último dia do evento e teve um jump-off emocionante, com a vitória da americana Lucy Davis. Montando Barron, ela terminou o percurso sem penalidades, com 39,49s, apenas 0,4 segundo mais rápido que o segundo colocado, o

Equipe da Grã-Bretanha, campeã da Copa das Nações

alemão Daniel Deusser (39,86). O terceiro lugar ficou com o top alemão Marcus Ehning, montando Comme II (40,78). O único brasileiro na prova foi o campeão sul-americano Felipe Amaral, que terminou a segunda volta na 22ª posição, contabilizando 4 faltas e 76,06s. Karina Johannpeter

Felipe Amaral

Yuri Guerios Pedro Veniss

No dia 19, o Brasil foi representado por uma equipe de peso na Copa das Nações, formada pelos atletas Felipe Amaral, Karina Johannpeter, Pedro Veniss e Yuri Mansur, sob o comando do técnico Jean-Maurice Bonneau. Apesar do esforço, o grupo terminou a prova em 7º lugar, empatado com a Bélgica, depois de cometer 11 faltas na primeira volta e 17 na segunda. A equipe da Grã-Bretanha, formada por Ben Maher, Joe Clee, Jessica Mendoza e Michael Whitaker, foi a grande campeã da Copa das Nações de Rotterdam, levando para casa o prêmio de 64 mil euros. Eles completaram a segunda volta com 5 penalidades, deixando para trás a equipe da França, em segundo lugar, e a Suécia, em terceiro. A equipe da Alemanha, que completou a primeira rodada sem penalidades e estava na frente, viu o jogo virar e acabou amargando o 4º lugar, terminando a prova com 12 faltas.

R E S U LTA D O S 1. Barron - Lucy Davis, EUA 2. Cornet D’Amour - Daniel Deusser, ALE 3. Comme Il Faut 5 - Marcus Ehning, ALE

64

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

4. Utamaro D Ecaussines - Joe Clee, GBR 5. Chiara 222 - BEERBAUM Ludger Beerbaum, ALE 6. Giovanni van Het Scheefkasteel - Pius Schwizer, SUI

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

65


RO DENBU RGH STA BLE S

Experiência única Quem vem do Brasil sabe que ter a oportunidade de treinar na Europa é uma experiência única: é lá que estão os melhores cavaleiros e as provas mais importantes do mundo. A Holanda tem uma localização privilegiada e fica na região central do hipismo internacional, ao lado de países como a Alemanha e a Bélgica. Mas se engana quem pensa que viver por lá é só badalação. A rotina nos países europeus é bem diferente da brasileira e todo atleta precisa trabalhar muito, já que a mão de obra no continente costuma ser mais cara do que aqui. “Quando você chega aqui, você tem que se dispor a fazer de tudo um pouco, fazer o trabalho com os cavalos, não importa o que seja”, conta Lucas. E isso inclui limpar cocheiras, materiais e preparar sozinho o animal para a monta.

O Brasil na Holanda Um porto seguro para os cavaleiros brasileiros na Holanda. Assim pode ser chamada a Rodenburgh Stables, propriedade recentemente adquirida pela paulistana Camila Mazza Smit com seu marido, o holandês Michiel Smit, e a família dele. Localizado na cidadezinha de Knegsel, a apenas uma hora de Amsterdam, o empreendimento já começa a movimentar o hipismo na região.

O

ano de 2015 é, sem dúvidas, especial na vida de Camila Mazza. Radicada na Holanda desde o ano passado e vivendo na Europa há 18 anos, a amazona olímpica que é considerada a melhor do Brasil inaugurou, em fevereiro, um centro hípico que vai dar apoio aos atletas que querem se fortalecer no esporte. A propriedade, comprada pelos sogros de Camila, fica nos arredores de Eindhoven e conta com uma extensa área de 45 mil metros quadrados. “A gente estava procurando cocheiras pra mandar nossos cavalos e coincidiu de ele [Elt Smit, pai do marido] achar esse lugar, gostar e acabar comprando”, conta a amazona. Além de possuir muito espaço e estar rodeado de belezas naturais, a coudelaria Rodenburgh Stables

66

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

“Hoje em dia, aqui na Europa, tem muito cavaleiro bom, não são poucos. Então, você tem que trabalhar, não adianta”, analisa Camila. E foi pensando nisso que ela começou a organizar clínicas para os brasileiros e atletas de outras nacionalidades, oferecendo uma infraestrutura completa para o aprendizado. A ideia da amazona é trabalhar em parceria com os instrutores do Brasil. “Cada profissional fecharia pelo menos um grupo entre quatro e sete pessoas, pra dar uma atenção boa pra cada um. A gente disponibiliza Camila Mazza Smit

oferece condições excelentes para a prática do hipismo, com picadeiro coberto, pistas de grama e areia, piquetes, andador para cavalos, casa de hóspedes e 40 cocheiras. Destas, 23 são ocupadas pelo também brasileiro Lucas Coimbra, que vive na Europa há oito anos e, atualmente, trabalha para um proprietário árabe. “A gente divide o espaço e, é claro, um ajuda o outro”, diz Camila. Ela também explica que a propriedade está aberta para outros cavaleiros e amazonas que queiram trabalhar com eles e fazer parte da equipe. Esta abertura reflete o maior objetivo do local, que é se tornar uma referência no país para atletas brasileiros e estrangeiros que queiram se aprimorar no esporte.

Michiel Smit o cavalo, a estadia, com duas refeições, e as aulas”, explica. O treinamento é intensivo e acontece durante uma semana, na qual os alunos montam todos os dias, intercalando trabalhos de plano e salto. Além disso, as clínicas também contarão com a presença de cavaleiros renomados na Holanda, dependendo apenas da agenda de trabalho destes atletas. Com a vida agitada na Holanda, Camila acha cada vez mais difícil voltar para o Brasil. A ideia é continuar tocando o projeto em Knegsel, que já é a casa dos brasileiros na Holanda. “O plano, no futuro, é ter um time de cavalos aqui, uma equipe que represente a gente. É fazer esse intercâmbio de gente vindo não só do Brasil, mas de outras partes do mundo também”, conta. E para quem pretende se mudar para a Europa e trilhar o mesmo caminho que a amazona iniciou há quase 20 anos, ela tem um conselho. Trabalho, paciência e humildade são o segredo de tudo.

Lucas Coimbra

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

67


PAN 2015 fotos: Elizabeth Brosnan

Foi por pouco. Montando Quabri de L’isle, Veniss acabou cometendo mais uma falta no desempate e terminou na 5a colocação. “Infelizmente, não conseguimos medalhas, que era o nosso principal objetivo. Mas acredito que estamos no caminho certo para lutar por elas no Rio de Janeiro”, avalia Veniss. O bronze ficou com a americana Lauren Hough, única a zerar o jump-off pela medalha. Os Estados Unidos também levaram o ouro no desempate, com Mclain Ward. O cavaleiro desbancou o ginete Andrés Rodríguez, da Venezuela, que ficou com a prata e garantiu a primeira medalha na história do hipismo venezuelano em Jogos Pan-americanos. O cavaleiro Marlon Zanotelli, brasileiro mais bem colocado no ranking internacional, não chegou a ir para a final. Já Felipe Amaral, que tem apenas 23 anos, terminou a competição em 11o lugar. Amaral conta que disputar o Pan-Americano com a equipe brasileira foi a realização de um sonho, ainda mais podendo contar com a ajuda dos experientes cavaleiros Rodrigo Pessoa e Doda Miranda. “Todos os cavalos chegaram bem, em forma, e fizemos boas apresentações. Claro que queríamos voltar de lá com a medalha, mas passamos perto”, destaca.

Pedro Veniss montando Quabri de L’isle

Pan-Americano 2015

Para Jean-Maurice Bonneau, o resultado foi positivo, mesmo sem medalhas. “Estou muito satisfeito com os resultados individuais. Eduardo Menezes fez bem. Ele estava na liderança pouco antes da final e, infelizmente, o cavalo perdeu uma ferradura e ele fez uma falta. Pedro Veniss terminou em quinto, no desempate para a medalha. Marlon tem um novo cavalo, Rock’n Roll, que é jovem. Era um teste e ele foi realmente consistente, com apenas uma falta. Felipe Amaral nos mostrou que ele é muito, muito resistente. E nós aprendemos muito através desses percursos”, avalia.

Realizados entre os dias 10 e 26 de julho, os Jogos Pan-Americanos de 2015 não foi dos melhores para o hipismo de salto brasileiro. Após terminar a competição por equipes em quarto lugar, o Brasil também ficou fora do pódio na disputa individual. Foi a primeira vez desde 1987 que o time de saltos voltou para casa sem nenhuma medalha.

A

68

|

equipe brasileira de hipismo terminou a disputa por equipes no Pan Toronto 2015 em 4º lugar, amargando 14 pontos perdidos, apenas dois a mais que os Estados Unidos, que levaram o bronze. O Brasil competiu com os cavaleiros Eduardo Menezes, Marlon Zanotelli, Pedro Veniss e Felipe Amaral e teve o medalhista olímpico Rodrigo Pessoa na reserva.

O técnico da equipe brasileira, Jean-Maurice Bonneau, explicou que os Jogos foram a última oportunidade para testar novos ginetes. “Foi bastante importante fazer isso se considerarmos os Jogos Olímpicos como uma prioridade. Então, mesmo que o resultado no Jogo Pan-Americano não tenha sido bom, ganhamos duas Copas das Nações seguidas, o que nunca aconteceu na história da equipe brasileira”, destacou.

Os canadenses foram os grandes campeões da disputa, realizada no dia 23, e levaram para casa a medalha de ouro, com 7 pontos perdidos. A Argentina, que tem como técnico o cavaleiro brasileiro Victor Alves Teixeira, perdeu 8 pontos e ficou com a prata. Em 24 anos, esta é a primeira vez que o time brasileiro de saltos termina o Pan sem medalhas.

No dia 25 de julho, foi a vez da final individual de saltos. Após Eduardo Menezes ficar em 8o lugar nas provas realizadas no dia anterior e não se classificar, o paulista Pedro Veniss era a esperança do Brasil. O cavaleiro perdeu 4 pontos na primeira apresentação e zerou a segunda, terminando a terceira empatado com outros cinco conjuntos, valendo o bronze.

HORSE SOCIETY Lifestyle

Eduardo Menezes saltando com Quintol

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

69


HS

PING PONG

P R I M E I R A AU L A G R ÁT I S

Pedro Veniss

O

paulista Pedro Veniss se aproximou do hipismo ainda garoto, já que seu avô sempre trabalhou com cavalos. Hoje, aos 32 anos, o top é uma das apostas do Brasil no esporte e coleciona títulos importantes, como uma medalha de ouro por equipe nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e o primeiro lugar nos GPs de La Baule e Strazeele, ambos em 2014. O galã, que também gosta de andar de skate, jogar futebol e surfar, foi o brasileiro melhor colocado na disputa individual de saltos nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015. Junto com a equipe, ele se prepara para representar o Brasil nas Olimpíadas de 2016.

UM PERFUME: Issey Miyake UMA MÚSICA: One, do U2 UM FILME: Intouchables UM LIVRO: Transformando Suor em Ouro UMA FRASE: A gente colhe o que planta UM LUGAR ESPECIAL: Praia de Maresias UMA CIDADE: Barcelona UM CAVALO: Baloubet UM AMIGO: O que sempre está ao meu lado UMA VITÓRIA: Medalha de ouro por equipe no Pan do Rio de Janeiro UMA DERROTA: A lesão do meu cavalo, dez dias antes do Mundial de Aachen 2006 UM MOMENTO: O dia em que fui pai UM SONHO: Uma medalha olímpica UM RECADO PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO NO ESPORTE: Respeite os cavalos e seja determinado

Venha aprender a arte da equitação sob a supervisão do cavaleiro olímpico André Luís Giovanini. Aulas para crianças e adultos de todas as idades* Av. Praia de Tramandaí, 829 - Vilas do Atlântico - Bahia Tel. (71) 3369-2640 | e-mail: academiabaianadehipismo@hotmail.com Horário de funcionamento: terça a sexta das 8h às 18h; sábado e domingo das 8h às 12h * Aulas lúdicas para crianças a partir de 2 anos.

70

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

71


C A M PEONATOS B R A SIL EIRO S

O Nordeste

no Topo O Nordeste tem se destacado no cenário nacional do hipismo e, em, 2015 teve dois nordestinos no topo do pódio em importantes campeonatos brasileiros. Apesar de competir com poucos atletas, a região teve participação expressiva com as categorias Pré-junior e Senior. O destaque ficou com o pernambucano Paulo Miranda e a baiana Lívia Neves, nomes já bem conhecidos do esporte no Brasil.

Q

uando Paulo Miranda entrou em cena no percurso desenhado pelo belga Luc Musette, na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro, não teve para ninguém. O jovem, que exibe uma invejável lista de títulos nas categorias de base, já pode se orgulhar de uma nova conquista: o título de campeão brasileiro Pré-junior. Sob o dorso de Charleston, cavalo que monta há dois anos, o queridinho pernambucano fez jus às expectativas em sua estreia na categoria.

“O título de campeão brasileiro me estimula e mostra que estou indo na direção certa” Paulo Miranda

72

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

“Treinei bastante desde o início do ano, com as instruções do meu técnico, Alberto de Souza, saltando provas e participando de clínicas. Achava que podia ter alguma chance, pois meus cavalos estão em ótima fase”, conta o cavaleiro. Saltando obstáculos a 1.30m, Paulo Miranda completou a final do Campeonato Brasileiro Pré-junior sem pontos perdidos, deixando para trás as amazonas Gabriele Fontoura Berger e Giovana Lara de Freitas, respectivamente em segundo e terceiro lugar. Montando Sydney Método, o cavaleiro também o ocupou o quarto lugar do pódio, totalizando 8,10 pontos perdidos. “A vitória foi muito emocionante porque tinham concorrentes muito bons. O título de campeão brasileiro me estimula e mostra que estou indo na direção certa”, comenta o jovem.

Paulinho tem muito mais a comemorar. É que o Brasileiro Pré-junior, que aconteceu de 7 a 12 de julho, é última seletiva e observatório para o Americano e Sul-Americano da Juventude 2015, que será realizado na Argentina entre os dias 6 e 11 de novembro. “Meu plano, a partir de agora, é focar nos treinos e ter muita dedicação para chegar no Americano bem e tentar uma vitória”, diz.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

73


HS

C A M PEONATOS B R A SIL EIRO S

foto: Juliana Ribas

Campeonato Brasileiro de Seniores ntre os dias 27 e 30 de agosto, a Sociedade Hípica Paranaense, em Curitiba, sediou o Campeonato Brasileiro de Seniores, com participação de 48 conjuntos e percurso assinado pelo course-designer Vailton Jaci Cordeiro (Baíca), com obstáculos a 1.40m. Com um total de cinco percursos, a competição é a mais importante e difícil da categoria, levando às pistas atletas de nível profissional. O título vai para o atleta que acumular o menor número de pontos perdidos ao longo dos três dias de provas. Seguindo na liderança desde a primeira prova, a baiana Lívia Neves terminou a final do campeonato com o primeiro lugar do pódio, montando seu fiel companheiro Estoril HV. A amazona fez uma campanha elogiável, com apenas 5 pontos perdidos em toda a competição, e levou a melhor à frente dos tops Denis Gouveia e Rodrigo Tsau, que ocuparam o segundo e terceiro posto, com 7,05 e 8,48 pontos perdidos, respectivamente.

“Ganhar esse título representando a Bahia é uma honra sem tamanho” Livia Neves Apesar da excelente performance ao longo dos três dias, a vitória foi uma surpresa para a atleta. “Eu me mantive na liderança o tempo inteiro, mas, de fato, não esperava ter ganhado no final. Esse campeonato foi a tradução de um trabalho que vem sido feito já há muitos anos”, explica. Inédito na carreira de Lívia, o título também é importante para a Bahia, que tem novamente um representante em primeiro lugar e na categoria Senior. O primeiro foi o cavaleiro Marcos Ribeiro, campeão brasileiro Senior Top em 2006, quando era filiado à

RESULTADO GERAL CATEGORIAS Campeão: Leandro Alecrim Vice: Maithe Carolina PRÉ-MIRIM Campeão: João Victor Custodio Vice: Maria Luiza Vieira

74

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Federação Hípica da Bahia. Para Lívia, levar o estado ao topo do pódio é um privilégio. “Ganhar esse título representando a Bahia é uma honra sem tamanho”, conta a amazona. Além de uma conquista individual, os campeonatos de Paulo Miranda e Lívia Neves são uma vitória para o hipismo nordestino, que segue mostrando competitividade na briga por títulos importantes. O presidente do Circuito Norte e Nordeste de Hipismo e coordenador regional Norte-Nordeste da Confederação Brasileira de Hipismo, Carlos Avelar, concorda. “A importância para o hipismo do Nordeste é mostrar que temos, na nossa região, cavalos de qualidade e cavaleiros e amazonas de nível nacional e internacional”, avalia. Para ele, os títulos podem atrair mais patrocinadores para os atletas nordestinos.

MIRIM Campeão: Thales Gabriel Marino Vice: Felipe Pereira Teixeira

BRASILEIRO YOUNG RIDERS Campeão: Alberto Sinimbu Vice: Rafael R. Moderno

PRÉ-JUNIOR Campeão: Paulo Miranda Vice: Gabriele Berger

SÊNIOR Campeã: Lívia Mendonça Neves Vice: Denis Gouvea

JUNIOR Campeão: Pedro Backheuser Vice: Alberto Sinimbu

SÊNIOR ESPECIAL Campeã: Anna Paula de Noronha Vice: Thiago Rhavy de Sá e Silva

CLÍNICAS E CONSULTORIAS Desenvolvimento de programas de trabalho, palestras técnicas e reciclagem para profissionais e amadores FORMAÇÃO DE CAVALOS NOVOS Uma forma racional e qualificada para a “construção” de seu Cavalo Novo TREINAMENTO E PREPARAÇÃO TÉCNICA PARA CAVALEIROS Toda a experiência e Know How na formação de cavalos e cavaleiros de todas as categorias Integrante da equipe Olímpica de CCE do Brasil em Athenas 2004 . Campeão Brasileiro do Ranking de senior Top 2013 Campeão FEI World Cup da Liga Sul americana 2014 . Vice Campeão Sul americano de Senior Top 2014 Vencedor do Prêmio Brasil Olímpico/CBH 2010 . 7 vezes Campeão Mineiro de Senior Top . 2 vezes Campeão Brasileiro de CCE

CONTATO: (31) 9208-1006 sergiohmarins@hotmail.com

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

75


PERFIL

Novos Talentos

A GUERREIRA

GIULIA Giulia Mello está nas pistas para provar que não veio ao mundo a passeio. Dona de uma determinação admirável, a amazona de apenas 13 anos teve a sua primeira conquista ainda na maternidade, ao resistir a um parto prematuro. A força e a coragem passaram a ser, então, uma característica da adolescente, que começa a galgar seu caminho no cenário do hipismo baiano.

O

amor que Giulia sente pelos cavalos veio, definitivamente, junto com o DNA. Foi por incentivo do pai, Luiz Mello, que ela começou a montar, quando ainda tinha 5 anos. A partir daí, a jovem baiana não parou mais e segue treinando firme, focada em um sonho: tornar-se amazona profissional. “Ela é apaixonada pelo esporte e tem evoluído bastante”, conta a mãe da menina, a fisioterapeuta Jaqueline Mello. E ela tem toda razão. No ano passado, Giulia foi campeã do ranking da Federação Hípica da Bahia, saltando na categoria de 1m. Em 2015, ela passou a saltar provas de 1.10m e já se prepara para competir pela primeira vez no Campeonato Brasileiro de Amazonas, que acontece em São Paulo. Para isso, a adolescente concilia os estudos da 8ª série com um treinamento esportivo no Equus Clube do Cavalo, em Vilas do Atlântico, quatro vezes por semana. Foi lá que ela viveu o que considera uma de suas maiores conquistas no hipismo. “Quando eu era da escolinha, que eu era menor, sempre olhava a pista grande de lá, com Manu Cunha e Renata Lima saltando. Meu sonho sempre foi montar naquela pista e, quando eu comprei o meu primeiro cavalo, eu me lembro da primeira vez que saltei. Eu me senti o máximo”, relembra Giulia. É nesta mesma pista, onde saltaram grandes amazonas baianas, que Giulia treina cerca de duas horas por dia, aos cuidados do instrutor André Giovanini, que é o maior ídolo da garota, junto com os pais dela. Normalmente, o plano de treinamento inclui saltos uma ou duas vezes na semana e mais dois dias de cavalete e ginástica. Não fosse a distância entre sua casa e a hípica, a atleta garante que treinaria muito mais.

76

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

“Eu sempre quis levar o hipismo realmente a sério, como profissão. É muito difícil, mas, se tiver como levar, eu não vou desperdiçar a chance” Giulia Mello “Ela é muito responsável, focada”, diz Jaqueline. Ela conta que Giulia também tem um ótimo desempenho na escola e, mesmo com a rotina puxada de treinos e estudos, nunca precisou de puxão de orelha. “Eu acho que o próprio hipismo ajudou muito ela a ter responsabilidades”, completa. Apesar da pouca idade, a amazona sonha em disputar uma Olimpíada e já sabe que o hipismo não é brincadeira. Muitas vezes, ela deixa de fazer programas como se divertir com as amigas para treinar. A garra é a sua maior aliada no esporte, característica que faz dela uma amazona destemida. Com determinação e desenvoltura, Giulia segue saltando os obstáculos das pistas e da vida. O que vai fazer quando sair da escola, daqui a quatro anos, ela ainda não faz a menor ideia. Mas de uma coisa, tem certeza: vai continuar se dedicando ao esporte. “Eu sempre quis levar o hipismo realmente a sério, como profissão. É muito difícil, mas, se tiver como levar, eu não vou desperdiçar a chance”, conta.

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

77


E SPECIAL

Uma grande festa Localizado a cerca de 20 minutos da capital baiana, o Sítio Chuin foi criado originalmente para servir como uma casa de veraneio e, em 2004, transformado em centro de treinamento hípico. A primeira edição da Copa JL Sítio Chuin de Hipismo aconteceu no ano seguinte, com o objetivo de celebrar o aniversário de Oliveira Neves, pai de Lívia e um dos organizadores do evento. O sucesso do primeiro ano se repetiu nas edições seguintes e, hoje, a competição é uma das mais aguardadas do calendário nacional. Para o mineiro Pedro Paulo Lacerda, diretor técnico da Copa, o segredo é a soma da hospitalidade dos anfitriões e da qualidade técnica das provas. “É um concurso que todos os cavaleiros gostam de participar porque recebe as pessoas muito bem. Tem todo o jeito de ser do baiano, de ser alegre, ser receptivo. Tudo isso sem esquecer a parte técnica, que sempre foi olhada com critério”, diz.

10 anos da Copa Chuin O evento mais badalado do calendário do hipismo brasileiro completa uma década este ano. Para comemorar, a baiana Lívia Neves vai promover uma verdadeira festa no Centro Hípico Sítio Chuin, com direito a competições acirradas e muita diversão.

C

onhecida pelo requinte e pelas emocionantes competições entre tops do hipismo nacional e internacional, a Copa JL Sítio Chuin de Hipismo completa 10 primaveras em 2015. Este ano, o evento será realizado nos dias 30, 31 de outubro e 1 de novembro, com a participação de 120 conjuntos convidados. O lugar é referência entre os amantes do esporte. Localizado em Barra de Jacuípe, Região Metropolitana de Salvador, o Centro Hípico Sítio Chuin é símbolo de qualidade e oferece uma estrutura completa para o evento. Tudo planejado com muito carinho pela amazona Lívia Neves, proprietária do sítio, e sua equipe, com o objetivo de garantir uma grande festa do hipismo, reunindo amigos e familiares. As instalações contam com uma pista gramada, duas pistas de areia, 61 baias, um camarote para 600 convidados, áreas de lazer, um lounge com capacidade de acomodação de 150 pessoas e uma vila.

78

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Em uma ampla pista outdoor recém-reformada, cavaleiros e amazonas amadores e profissionais vão competir por um generoso prize money de R$ 302 mil. Os três dias de disputa terão, ao todo, 11 provas, com séries de 0.90m a 1m45 e percursos desenhados pelos armadores Lúcia Alegria Simões, Moisés Pereira e Davi Navarro, com apoio dos course-designers Vailton Jaci Cordeiro e Sérgio Villaça de Freitas. A anfitriã Lívia Neves fala com carinho da trajetória do concurso nestes 10 anos e destaca a sua relevância para o hipismo baiano e nacional. “Na Bahia, e eu englobaria o Nordeste também, representa um momento de competição com cavaleiros e amazonas de diversos cantos do país, o que infelizmente não ocorre com muita frequência no calendário hípico baiano e nordestino. Nacionalmente, traz aos competidores Brasil afora a representatividade e o valor dos eventos realizados no Nordeste”, pondera.

Em 2015, não será diferente e os convidados podem esperar disputas de tirar o fôlego e a excelente recepção que já se tornou tradição na família Neves. “Não queremos ser os melhores, mas a nossa busca é sempre fazer diferente. Nós temos que levantar essa bandeira, de saber receber bem os convidados e fazer uma coisa sempre honesta”, explica Oliveira. Para ele, tratar bem não só o público, mas também os animais, cavaleiros e tratadores é indispensável para o hipismo em qualquer região. A novidade é que, além de ter ganhado um dia a mais de competições (anteriormente, as provas eram realizadas em dois dias), o tema do evento passa a ser fixo a partir deste ano, com foco na elegância e aventura da Era Medieval. Além da minuciosa decoração inspirada em castelos e cavaleiros da Idade Média, os convidados também podem esperar por competições temáticas, como uma brincadeira com dardos e argolas, com premiação especial para os campeões. Em seu último dia, o evento vai ser animado por disputas de tirar o fôlego pelo Elmo Dourado, nas séries de 1.30m e 1.45m, que serão realizadas no dia 1º de novembro, e distribuirão, juntas, uma premiação total de R$160 mil. “O Elmo Dourado vai estar escondido aqui, vocês vão ver. Ele vai aparecer, mas vamos ver se os cavaleiros medievais vão conseguir pegá-lo”, conta Oliveira, mantendo o mistério sobre as provas.

“É um concurso que todos os cavaleiros gostam de participar porque recebe as pessoas muito bem. Tem todo o jeito de ser do baiano, de ser alegre, ser receptivo. Tudo isso sem esquecer a parte técnica, que sempre foi olhada com critério” Pedro Paulo Lacerda, diretor técnico da Copa

A diversão também está garantida com muita música. Na quarta-feira, antes mesmo do evento começar, a banda Negra Cor vai animar a festa dos tratadores. Na sexta-feira, a festa no Sítio Chuin fica por conta do cantor sertanejo Daniel Vieira. No sábado, o agito vai ser com a banda Psirico no Tivoli Ecoresort, localizado na Praia do Forte, a 10 minutos da competição. O encerramento da 10ª edição da Copa JL Sítio Chuin, no domingo, contará com o show da Timbalada, banda ícone da Axé Music. As expectativas para a comemoração são as melhores possíveis e o evento promete ser muito especial. “Independentemente do que virá ainda no futuro, representa o fim de um ciclo. Dez anos não são 10 meses, sequer

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

79


E SPECIAL

10 dias. Honraremos este momento da maneira mais alegre e festiva possível, afinal de contas, no final, tudo não se passa de uma grande festa”, garante Lívia. Para Oliveira, completar 10 anos de competição é um sonho realizado. “Tivemos vários momentos marcantes. Lívia abraçou a vontade de fazer as provas, a vontade de colocar os amigos aqui no Sítio, fazer essa festa de confraternização”, diz. Ele conta que os preparativos para a grande festa estão em fase final. “A expectativa é criar aquele laço de família, com os amigos. Esse, para mim, vai ser o melhor troféu que nós conquistamos em 10 anos”, completa.

Oliveira e Shirley Neves

“A expectativa é criar aquele laço de família, com os amigos. Esse, para mim, vai ser o melhor troféu que nós Oliveira Neves conquistamos em 10 anos”

Galeria

Rodrigo Sarmento e Pedro Paulo Lacerda

Davi Navarro e Christian Eckert

80

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

Nelson Pessoa e Lucas Araújo

Larissa Neves e Maria Gabrielle Sampaio

Pedro Zulauf, Fabio Vargas, Diana Martins e Livia Neves

Ana Victoria de Andrade Palhares

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

81


FILANTROPIA

Cavalo Sem Sela: um projeto necessário

por Bruna Matos*

Um grupo de pessoas observando situações de negligência e abandono, e decidindo tentar modificar essa realidade. Foi assim que nasceu o “Cavalo Sem Sela”. Os cavalos aparecem. São originalmente de “donos” que não os querem mais, não querem mais ter custos, não acham que o cavalo serve mais e assim, os descartam. Desconhecem absolutamente suas responsabilidades legais e morais para com eles. Mesmo porque, no processo todo, ninguém costuma avisá-los que talvez estejam errados. Desta forma, parte do projeto envolve ações para melhoria da consciência e do conhecimento por parte destes proprietários e envolvidos em geral. Quando alguém escolhe ter um cavalo, certas condições legais vêm junto, e não podem ser ignoradas. O assunto é moderno no mundo todo. Vemos desde o famigerado Sea World ser processado por maus tratos às baleias, até um cidadão comum ser condenado a pagar cestas básicas por ter sido flagrado abandonando seu cão. Então, por que não “engrossar esse caldo” e procurar caminhos melhores e dentro da lei para nossos cavalos? Os cavalos do projeto são tratados de suas enfermidades - já que a maioria é abandonada por estar doente - por um grupo multidisciplinar de profissionais, com seus próprios recursos e com ajuda de doações de parceiros, enquanto os trâmites de adoção são concluídos. O adotante visita seu novo cavalo, fornece fotos do local para onde ele vai, assina os documentos.

Quando o animal recebe alta , vai para sua casa nova e continua sendo acompanhado pelo projeto Cavalo Sem Sela. Notícias gerais dos cavalos são postadas em nosso Instagram @cavalosemsela e no blog www.cavalosemsela.wordpress.com. O próximo passo será formalizar o projeto como ONG. O nome “ONG” infelizmente já não conta com a credibilidade da qual gozou 20 anos atrás. Dentre as aproximadamente 100 mil existentes no Brasil (muitas ligadas à causa animal), muitas estão envolvidas em fraudes ou sequer realizam de fato seus trabalhos. Por isso o projeto conta, desde o início, com pessoas de reconhecida idoneidade e assim pretende prosseguir. Além disso, visitações aos animais podem ser feitas contactando o projeto através do e-mail: cavalosemsela@hotmail.com. Qualquer um pode colaborar acessando o blog, seguindo e marcando amigos em nosso Instagram, divulgando nossa causa e doando. Os cavalos agradecem.

*Bruna Matos é atleta de hipismo profissional e responsável pelo projeto Cavalo Sem Sela

82

|

HORSE SOCIETY Lifestyle

HORSE SOCIETY Lifestyle

|

83


JUNTE-SE AOS CAMPEÕES Há mais de 4 anos, o Centro Hípico Zona Sul oferece aulas de hipismo para adultos, jovens e crianças, ministradas por profissionais competentes e especializados.

www.chzs.com.br Rua Corumbá, 4000

Candeias, Jaboatão dos Guararapes - PE | 54430-200

Tel. 81 3469-3290 | 8737-5009

e-mail: chzs@chzs.com.br

HS


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.