Carta da Mata 161 - André de Meijer - "Platzmann"

Page 1

Carta 161. No tempo de Júlio André de Meijer, 17 de outubro de 2015

Foto: Lophophytum leandri (fel-da-terra), estrutura reprodutivo com florada. Fotografia de Donald Elmar Schause: 17 de agosto de 2011, na Reserva Natural Salto Morato (‘Trilha da Figueira’), Guaraqueçaba.


Como tem sido bom este último inverno! Chegaram até mim dois livros tão nutritivos que estarei abastecido por um bom tempo para diante. Imaginem a sorte: descobrir dois livros de pessoas que viveram numa situação semelhante à minha, em vários sentidos: (a) eram europeus que se mudaram para cá; (b) foram morar nessa mesma região: o atual município de Guaraqueçaba; (c) viveram no mesmo relativo isolamento; (d) escreveram cartas para dar vazão às emoções e registrar as descobertas. Lendo essas obras percebi que também eles estavam felizes em poder viver nessa parte mais bem preservada da Mata Atlântica. Os dois livros são verdadeiros hinos de amor. O primeiro - Böse & Westphal 1957 - contêm as cartas da imigrante Johanna Meibohm e o seu conteúdo me inspirou para escrever a circular “Tratando (d)os imigrantes”, de 28 de junho. O segundo - Platzmann 1872 – contêm as cartas enviadas por Julius Platzmann aos seus pais, complementado com alguns ensaios e o conteúdo daquela obra me levou a escrever a circular de hoje. Um aspecto fascinante na sequência de três estrangeiros escrevendo cartas é o seguinte: quando Julius Platzmann morou aqui (de 1858 a 1864), Johanna Meibohm nem tinha nascido. Quando Johanna veio para cá (1924), a concepção do assinante deste texto nem tinha sido cogitada. Como resultado, a história contada pelos três europeus deslumbrados é de alguma forma complementar. Ao mesmo tempo, todos eles relatam aspectos não dependentes do seu próprio período histórico e para mim este foi talvez o aspecto mais interessante na leitura: Johanna e Julius descrevem fenômenos que, nos meus doze anos de vida em Guaraqueçaba, eu vim a conhecer profundamente. Para listar alguns: enchentes, dias muito frios do inverno, dias muito quentes do verão.

TRADUÇÃO Böse & Westphal 1957 e Platzmann 1872 são livros na língua alemã e o primeiro não foi traduzido para o português ainda. O grande Reinhard Maack, há meio século, encantou-se com o livro de Platzmann e concluíu: “(...), seu livro merece ser traduzido ao vernáculo” (Maack 1963, p. 14). Mesmo assim, acabou demorando até este milênio para, dos 26 capítulos contidos no livro, uma seleção de cinco capítulos serem traduzidos e publicados, por Edilberto Trevisan, de Curitiba (Trevisan 2002). Quando, há alguns anos, li aquela primeira tradução, fiquei decepcionado: há trechos difíceis de serem compreendidos, sinal seguro de que a tradução deixa a desejar. Bem recentemente soube que, neste meio tempo, o livro tem sido traduzido integralmente, por Francisco Paulo Lothar Lange e publicado pelo próprio tradutor (Platzmann 2010). Quando, há um mês, um amigo me passou em PDF a versão original do livro em alemão (Platzmann 1872), fui logo em busca daquela tradução integral (Platzmann 2010), mas descobri que não estava mais disponível para compra, nem nos sebos e, pior, estava ausente de todas as bibliotecas públicas de Curitiba!(a) Então entrei em contato com o próprio editor e tradutor do livro, que, generosamente, presenteou-me com o penúltimo exemplar do seu estoque pessoal, afirmando que o livro de fato está esgotado. Muito feliz com o presente especial voltei para casa e comecei a ler a versão traduzida. Agora teve a vantagem de, ao encontrar dúvidas, poder comparar com a versão original. Assim prossegui gradualmente, fazendo muitas correções e quando, finalmente, tinha terminado a leitura a minha “Errata” estava imensa. Pretendo logo passar essas correções e notas ao tradutor-editor (Sr. Lange), para que possam ser aproveitadas numa segunda edição, que espero seja produzida sem demora, para que todos vocês possam adquirir o seu exemplar. Para o leitor desta primeira edição da versão traduzida (Platzmann 2010), faço o seguinte alerta: - a linguagem da obra original (Platzmann 1872) é clara e livre de erros. Ao encontrar, na tradução, uma expressão estranha ou um fragmento de difícil compreensão, pode se ter certeza que ali a tradução foi imprecisa. - Julius, na obra original (Platzmann 1872), expressa-se de forma sempre positiva, sobre todas as coisas e


sobre todas as pessoas que encontrou neste país. Assim, ao encontrar uma ‘nota falsa’ na versão traduzida (Platzmann 2010), pode se ter a certeza que houve engano na tradução.(b) - A versão original do livro é extremamente bem acabada: o autor tomou o máximo de cuidado com a grafia, tanto dos nomes vernáculos brasileiros quanto dos nomes científicos. Na versão em português foram introduzidas discrepâncias na transcrição. - Na tradução (Platzmann 2010), muitas palavras, partes de frases e até algumas frases inteiras do original foram suprimidas, uma vez chegando a excluir uma página inteira (aquela que contém a magnífica descrição de uma árvore do manguezal: Laguncularia racemosa). Lendo o livro na sua versão original (Platzmann 1872), percebe-se que o autor tomou cuidado com cada detalhe, escolhendo as palavras com precisão. Sendo assim, nada deve ser omitido. É muito importante que surja uma versão em português na qual tenham sido tomados os mesmos cuidados. Apesar dessas observações todas, devemos admitir que sem o gigantesco trabalho de tradução executado pelo Sr. Lothar Lange, a obra de Platzmann até hoje continuaria inacessível para a maioria dos não fluentes em alemão, eu inclusive! JULIUS PLATZMANN nasceu em Leipzig, Saxônia, Império Alemão, em 1832. Uma imagem realista e poética, em gravura, da floresta virgem brasileira,(c) pendurado na parede da casa dos seus pais, pode ter contribuído para ele, à idade de 26 anos, ter embarcado num navio rumo ao Brasil (p. 214).(d) Ele viveu na Baía de Paranaguá de 31 de julho de 1858 a 16 de abril de 1864, em quatro localidades atualmente situadas dentro de duas áreas de preservação permanente no município de Guaraqueçaba: a ‘Área de Relevante Interesse Ecológico das Ilhas do Pinheiro e Pinheirinho’ e a ‘Estação Ecológica de Guaraqueçaba’. Em 1864, Julius voltou para Leipzig, onde permaneceu até a sua morte em 1902.

JULIUS PLATZMANN NO BRAZIL: 1858-1864 Straube (2013, p. 138) opinou que Julius, cuidadosamente, escolheu a baía de Paranaguá como local de pesquisa. Eu acho isso pouco provável: havia terras mais incógnitas do que o litoral do Sul do Brasil. Para mim faz mais sentido o que é sugerido por Lothar Lange, em Platzmann 2010 (p. 12): Julius pode ter conhecido na Europa parentes dos fundadores suíços da Colônia Suíça de Superagui, que o convidaram para vir conhecer aquela região. Julius, no Brasil, atuou como naturalista: descreveu plantas e animais, comportamentos e atividades humanos, aspectos linguísticos e desenhava e pintava aquarelas. Para o seu trabalho de campo, sem dúvida, ele se inspirou em viajantes europeus anteriores, por exemplo, o príncipe alemão Maximilian von WiedNeuwied e o francês Auguste F. C. P. de Saint-Hilaire. Maximilian, de 1815 a 1818, tinha percorrido a pé todo o litoral do Rio de Janeiro a Bahia, coletando, desenhando e anotando tudo, inclusive nomes populares e lendas. Auguste, de 1816 a 1822, tinha viajado boa parte do leste e sul do Brasil, executando as mesmas atividades que Maximilian. Julius conhecia a obra de ambas, ou veio a conhecê-la logo depois do seu retorno, pois na p. 134 ele cita Wied-Neuwied 1820-21 e nas p. 135 + 190 cita Saint-Hilaire 1851. Na p. 210 cita Saint-Hilaire 1830, mencionando que aquele livro lhe foi emprestado enquanto vivia no Brasil. Julius foi um naturalista dedicado e persistente. Nem hesitava em escalar um alto embiruçu para coletar a florada lá bem no topo (p. 103). Na Tabela 1 são listados os capítulos do livro de Julius, com o conteúdo resumido e o período ou a data provável em que foram escritas as cartas contidas na obra. Na Tabela 2 são listadas as pessoas que


aparecem no livro.

Tabela 1. As cartas e ensaios contidos em Platzmann 1872, relacionadas à cronologia da estada do autor no Brasil e os destinatários das cartas.(1)

Título

Resumo

Data aproximada em que o texto foi encerrado

Destinatário da carta

No oceano

Relata a viagem de Hamburg para Rio de Janeiro num barco à vela, com uma tripulação de nove pessoas e apenas um passageiro: Julius Platzmann. Saíram de Hamburg em 12 de maio de 1858 (p. 47) e chegaram no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1858 (p. 42). Assim, a viagem durou 69 dias. Relata a chegada à baía do Rio até o momento da atracação do barco.

Julius comeca a escrever este ensaio quando está a 9˚11' N / 24˚18' (p. 32), no meio do oceano e a encerra quando vislumbra a costa brasileira pela primeira vez. 20 de julho de 1858 (p.47). O texto foi extraído do seu diário (p. 41). 7 de setembro de 1858 (p. 56)

(é um ensaio)

deve ter sido escrita na segunda metade de 1859

mãe

± outubro de 1860 (nove meses após da sua saída da casa de José Maria [p. 91] e um pouco depois da sua mudança para o rio Poruquara [p. 105])

pai

± metade de setembro de 1860

mãe

fim de dezembro de 1860

pai

data indefinida Domingo de Ramos: 24 de março de 1861

mãe pai

fim de abril (p. 134) de 1861

mãe

início de 1861: verão (é mencionada a florada da ‘guaricica’, que floresce naquela estação) Estes ensaios devem ter sido finalizados após o seu retorno à Alemanha, aproveitando-se das anotações muito detalhadas feitas em campo. No segundo texto fica bem claro que foi finalizado na Alemanha, pois ele exclama: “Oh terra rica! Terra das minhas saudades!” (original: O reiches Land! Land meiner Sehnsucht!)

ambos os pais

Entrada na Baía do Rio de Janeiro Eclipse solar total

Na casa de José Maria

Segunda estadia na ilha dos Pinheiros

Sete de setembro

Aniversário do imperador. Natal Taquaruçu Telhado com folhas de palmeira Na companhia de Agostinho Na praia

Impressão geral das terras da costa brasileira a 25 graus de latitude sul Caçada aos porcos selvagens

Uma contribuição ao conhecimento dos manguezais da Baía de Paranaguá Sobre o plantio de mandioca e a produção da farinha Pesca de ‘biraguay’ Pentecostes

Resuma a viagem Hamburgo – Rio de Janeiro e a viagem Rio de Janeiro Paranaguá, onde chegou em 30 de julho de 1858 (p. 49). Em 31 de julho embarcou numa canoa, indo à ilha dos Pinheiros, sua nova moradia, onde chegou à noite (p. 49). Nessa ilha assistiu ao eclipse total do sol, que aconteceu em 7 de setembro de 1858, às 21h36min (p. 56). Relata a sua mudança para Bertioga, na Ilha das Peças, onde foi morar com a família de José Maria para poder aprender o português. Ele descreve o convívio com essa família. Descreve em detalhe a grande tempestade de 1 de março de 1859 (p. 77). São incluídas muitas observações naturalistas. Ele permaneceu com a família de José Maria até janeiro de 1860, quando voltou para a ilha dos Pinheiros. Relata a sua vida na segunda estadia na ilha dos Pinheiros. Descreve a chuva torrencial que aconteceu na sextafeira de Paixão (p. 91): 6 de abril de 1860. Contrata ‘Naninha’, como doméstica e cozinheira. Sofre outra ‘enchente’ na sua casa em julho de 1860 (p. 104). Acaba se mudando para o continente, alugando uma casa no rio Poruquara (p. 105).(2) São incluídas muitas observações naturalistas. Descreve a sua breve estadia em Paranaguá, onde produz uma pintura para o Dia de Independência do Brasil (7 de setembro), encomendada pela prefeitura de Paranaguá. A exposição da pintura se torna um desastre. Descreve a sua produção, numa segunda estadia em Paranaguá, de uma pintura para o Natal e a exposição bem sucedida desta pintura. Observações naturalistas, principalmente referente às poáceas locais. Descreve em detalhe a construção de um telhado com ramos de palmeira, como foi executado na sua casa no rio Poruquara. Observações naturalistas. Descrição da refeição quente básica da região. Descreve o seu primeiro encontro com o guará. Descreve a sua visita à praia da Ilha de Superagui, onde estuda detalhadamente a florada da piteira. Apresenta sua impressão geral da flora e fauna do trecho do litoral que conhece. Contém uma declaração de amor ao estilo de vida que ali está levando e ao povo caiçara que lhe circunda. Relato de uma caçada de dois dias. Não somos informados da data, mas certamente aconteceu no inverno, pois Lophophytum leandri foi encontrada florida; no litoral do Paraná, esta espécie floresce somente no período de julho a setembro, principalmente em agosto. Levantamento do manguezal.

Descrição do preparo e da plantação da roça e do equipamento usado para produzir farinha de mandioca. Levantamento dos peixes da baía e dos métodos de pesca artesanal. Descreve as visitas de várias pessoas que recebeu neste feriado e as plantas que encontra floridas.

ambos os pais pai

(são ensaios)

Dia de Pentecostes, de um dos anos em ambos os que estava morando na primeira pais residência no rio Poruquara: 19 de maio de


Inverno

Descrição de um período de geadas no litoral.

Floresta virgem sob chuva

Relata uma caminhada em dia de chuva (em busca de inspiração para escrever essa carta ao pai)

Tempo de advento

Relata um período de dias excessivamente quentes

Na minha própria terra

Relato da compra de um terreno no rio Poruquara e a construção da sua casa ali

Festa no Rocio

Descreve a paisagem dentro da cidade de Paranaguá e relata a antecipação da igreja Nossa Senhora do Rocio, e a própria festa, naquela cidade Descreve como matou uma cobra-coral que tinha entrada na sua casa

Sobre o ‘Rancho’ nas rochas Esboço da vegetação em um sambaqui

Pronto para viajar Despedida do Rio de Janeiro

Descreve a mudança, da sua casa construída (capítulo “Na minha próprio terra”) para a casa – em cima de um sambaqui – do proprietário anterior do terreno. Descreve as plantas encontradas logo em volta desta casa. Lamenta-se da decisão difícil que tem de tomar – ficar ali, ou voltar à terra natal -, mas nas entrelinhas se percebe que a decisão (de voltar) já tem sido tomada. Relata os últimos dias antes da partida do seu terreno no rio Poruquara. Relata a saída, em 16 de abril de 1864, do terreno no rio Poruquara e a viagem a Rio de Janeiro. Descreve algumas maravilhas de Rio de Janeiro: Passeio Público, Jardim Botânico, Mercado Municipal e o Monumento de Dom Pedro I. No Rio ele aguardará a partida do barco, em 1 de maio de 1864, para voltar à Alemanha.

1861, ou 8 de junho de 1862, ou 24 de maio de 1863 maio ou junho (pois ele menciona que a árvore ‘boguaçu’ havia florido em novembro, ‘há seis meses’ e agora se encontrava com frutos maduros), de 1861, 1862, ou 1863 primavera ou verão (pois havia muitas mutucas no manguezal e o tempo estava muito quente) de 1861, 1862, ou 1863 período de Advento: dezembro, de 1861, 1862, ou 1863 poucas semanas após da partida da sua primeira moradia no rio Poruquara (onde tinha morado durante três anos; p. 229), que aconteceu no Dia de Santa Anna (p. 229): 26 de julho de 1863 novembro de 1863, pois a festa no Rocio sempre acontece na primeira quinzena de novembro lua cheia do final da primavera: 25 de novembro de 1863 início de 1864

março de 1864 abril de 1864

mãe

pai

mãe pai

mãe

pai mãe

pai ambos os pais

(1)

Os números das páginas referem-se à Platzmann 2010.

(2)

Platzmann escreve consistentemente rio Poruguara. Nesta carta decidi escrever o nome da maneira atualmente corrente: rio Poruquara.

Tabela 2. As pessoas em Platzmann 1872, por ordem de entrada. NOME Sr. Melly (2)

Charles Perret Gentil Florenza José Maria Pereira das Neves

PÁG. (1) OBSERVAÇÃO (50), 92

51 51 65 (229)

x Maria (‘Marica’) - Fausta (3 anos; filha de José Maria x Maria) - Vicente (7 anos; filho de José Maria x Maria) - Rosa (11 anos; adotada pelo José Maria e Maria, sendo a filha de um irmão de José Maria) - Antônio (20 anos; enteado de José Maria e Maria) Anna Lizarda

69 68 69 69

Ignazio As famílias Albino, Martin, Correa, Rodrigo e Adotto

80 81

francês, proprietário e residente da casa na Ilha dos Pinheiros onde Platzmann residiu de 1858-1859 e, pela segunda vez, em 1860. Melly, irmão de um sócio genovês de Charles Perret-Gentil, é mencionado nominalmente pela primeira vez na pág. 92 do livro. fundador da Colônia Superaguhy, que morava na sede da colônia, na desembocadura do rio Segredo, na Ilha de Superagui (Dysarz 2013, p. 27). trabalhou como doméstica para Charles Perret-Gentil. proprietário e residente da casa em Bertioga (parte leste da Ilha das Peças) onde Platzmann residiu em 1859. José Maria é o inspetor do distrito e a sua profissão é carpinteiro. dona de casa.

69 80

reside na Ilha das Peças. É negra e foi escrava, mas o seu patrão inglês a libertou por ordem explícita do seu governo.(3) Tem duas filhas: Belbiana (casada) e Rita reside na Ilha das Peças. É mulato e um talentoso contador de histórias. residentes da Ilha das Peças. Bento Martin é mencionado também na pág. 95.


Anna Maria do Carmo (‘Naninha’)

95

- Gertruda, ou Ajitrud (24 anos; filha de Anna Maria, casada e com filhos de 6 a 10 anos) - José (filho de Anna Maria) - ‘Maneco’ (±12 anos; filho de Anna Maria) Alexandro

95 95 95 103

João Lopez

105

senhor Schwantach José ‘Pequeno’ Manuel de Farias

108 (238) 117 121

(é escrito como Manoel somente na primeira ocorrência no livro; nas páginas seguintes é escrito como Manuel)

Agostinho Camillo Bernardo Benedicto, João, Antônio Camilo Tenente-coronel Domingos Affonso Coelho Maneco Carvalho Antonio Alexandro Cardoso Massiel Francisco de Farias Paula Antonio de Sigüeira José de Farias + Joaquim de Farias Benedicto de Sigüeira senhorita Amalie Simão de Farias duas primas de Maneco Sr. Gross

129 130 (253) 149 150 201 202 (227) 204 210 211 228 229 232 (260) 235 (260) 238 259 260 264

viúva; reside em Tibicanga (parte norte da Ilha das Peças). Tem duas filhas e dois filhos e tem cinco netos. Ela trabalhou como doméstica para Platzmann a partir de 1860, até a saída dele para Alemanha, mantendo morando consigo o seu filho ‘Maneco’. A filha mais velha, casada, reside em Paranaguá (ver pág. 129) e o seu nome não é mencionado no livro.

inicialmente solteiro; posteriormente (ver p. 121) ele se casou com Laurinda. compadre de ‘Naninha’; reside no Barigui. Tem três filhos: dois meninos e uma menina de 13 anos. jovem viúvo; proprietário da casa em Poruquara que Platzmann alugou no fim de 1860, por um período de dez meses. marceneiro alemão em Paranaguá, em cuja residência Platzmann geralmente se aloja durante as suas visitas a aquela cidade o maior homem da região do rio Guaraqueçaba. um vizinho no rio Poruquara e morador do terreno posteriormente comprado por Platzmann (p. 227); esposo de Maria Lopes de Ascensão (p. 228). filho de um vizinho no rio Poruquara. filho de um vizinho no rio Poruquara. famoso caçador; proprietário dos cães de caça Feio e Batalha (p. 150). os companheiros da caçada: Benedicto é um jovem adulto, casado; João tem 15 anos e Antônio tem 8 anos. um vizinho no rio Poruquara. Cavaleiro de Ordem de Cristo; subdelegado do distrito. algum conhecido. proprietário do terreno onde Platzmann reside. irmão de Manuel de Farias. morador da região. filhos de Manuel de Farias Irmão casado de Antônio de Sigüeira jovem alemã que trabalha na casa de senhor Schwantach, em Paranaguá filho de Joaquim de Farias cônsul alemão no Rio de Janeiro, Carl Wilhelm Gross. Ele é natural de Leipzig (p. 11)

(1)

PAG. = número da página em Platzmann 2010 na qual o nome da pessoa aparece pela primeira vez.

(2)

Trata-se de Robert Melly, provavelmente o responsável pela administração das finanças da Colônia Superagui. (Dysarz 2013, p. 119). Esse inglês, David Stevenson, em 1815 tinha adquirido terras na ilha de Superagui. Ele era negociante em Londres e na década de 1830 a coroa inglesa o obrigou a emancipar os seus escravos. Em 1852, ele vendeu as suas terras na ilha ao suíço Perret-Gentil. (Dysarz 2013, p. 26).

(3)

IDENTIFICAÇÃO DAS PLANTAS E ANIMAIS BRASILEIROS Após Julius ter voltado à terra natal, em 1864, ele demorou até 1872 para publicar o seu livro. Imagino que, nos oito anos que antecederam a publicação, ele empreendeu um grande esforço para obter as identificações científicas corretas das plantas e animais brasileiros, através de visitas a bibliotecas, consultas a museus e por meio de visitas a alguns especialistas e a correspondência com os mesmos. O mais frutífero, neste processo todo, pode ter sido o seu encontro com o grande Karl [Carolus] F. P. von Martius, que “ficou encantado com os desenhos primorosos de plantas da zona tropical, executados por ele” (Schüller, citado em Trevisan 2002, p. 106). Julius teve muita sorte de ainda conhecer Martius vivo, pois o último veio a falecer em 1868, quatro anos depois do retorno de Julius à terra natal. Segundo Kammler (1994) e Trevisan (2002, p. 106), Julius ganhou no seu encontro com Martius uma obra-prima: o recém-publicado Glossaria linguarum brasiliensium. Glossarios de diversas lingoas e dialectos, que fallao os Indios no imperio do BraziI. Wortersammlung brasilianischer Sprachen (Martius 1863). Eu tive a grande felicidade de poder conhecer este livro na divisão de obras raras da biblioteca da PUC/PR, em Curitiba. Para Platzmann, as seções mais importantes deste livro devem ter sido Pflanzennamen in der Tupisprache (p. 371-427) e Thiernamen in der


Tupisprache, mit Synonymen aus anderen Sprachen und Dialekten, besonders Brasiliens (p. 428-486), que em alguns casos devem ter lhe ajudado na identificação de organismos observados por ele na Baía de Paranaguá. Posso imaginar Julius mostrando ao grande Martius os seus desenhos, um por um. Provavelmente, de muitas destas pranchas Martius conseguiu lhe providenciar o nome do gênero ou espécie na hora, pois o cientista estava no auge da sua experiência: da monumental Flora brasiliensis, organizada e editada por Martius a partir de 1840, um grande número de fascículos já tinha sido publicado. Após da morte de Martius, essa tarefa foi continuada por August Wilhelm [Augustus Gulielmus] Eichler. Julius, infelizmente, não informa o seu leitor sobre o desenrolamento do processo de identificação das plantas e animais por ele observados no atual território paranaense. A única exceção é uma nota (p. 75) em que menciona o fato de o especialista belga Édouard Morren, então diretor do Jardim Botânico da Universidade de Liége, ter recebido para identificação as suas aquarelas de bromeliáceas. Não há sinais que Julius levou à Europa exsicatas de plantas, nem peles de espécies de vertebrados, ou mesmo penas de aves. As poucas espécies novas de plantas baseadas nas coletas de Julius no Brasil, não têm uma exsicata como ‘material tipo, mas uma ilustração (citada nas obras como: Platzmann Icon). Os seguintes táxons novos são baseados em plantas ilustradas por Julius Platzmann na Baía de Paranaguá: - a balanoforácea Lophophytum leandri Eichler in Martius, Flora brasiliensis 4(2): 59, t. 15. Eichler, já mencionado acima, tipificou este nome com uma ilustração baseado no desenho publicado por Platzmann em 1865 no jornal Leipziger Illustrierten Zeitung. Julius encontrou a espécie na região do rio Sebuí,(e) conforme ele descreve na p. 154 do capítulo “Caçada aos porcos selvagens”. Uma foto desta planta foi anexada a esta carta. - a bromeliácea Tillandsia coccinea Platzmann ex E.Morren, Belg. Hortic. 30: 191. 1880). Este nome foi posteriormente sinonimizado com T. geminiflora Brongn. 1929 var. geminiflora, uma planta não endêmica, no Brasil conhecido do Nordeste (PB, PE, BA), Centro-Oeste (GO, DF), Sudeste (MG, ES, SP, RJ) e Sul (PR, SC, RS) (JBR 2010), na Mata Atlântica e no Cerrado. - a bromeliácea Vriesea psittacina var. erythrodactylon E.Morren, Belg. Hort. 32: 287. 1882. O tipo (Platzmann Icon) é de “uma ilha na baía de Paranaguá” (Reitz 1983, p. 184). Este táxon foi renomeado como V. erythrodactylon (E.Morren) E.Morren ex Mez 1896, e a espécie é endêmica e conhecida somente do Sudeste (ES, SP, RJ) e Sul (PR, SC), na Mata Atlântica. - a bromeliácea Vriesea platzmannii E.Morren 1875; veja Tabela 3. São listadas, na Tabela 3, as espécies de bromeliáceas que receberam um nome em homenagem a Julius Platzmann. Não descobri outros nomes, de plantas ou animais, com o epiteto platzmannii.

Tabela 3. As três espécies de bromeliáceas com nome em homenagem a Julius Platzmann e o seu material tipo.(1) Nome, seu autor, local e ano de publicação. Material tipo

Status atual do nome

Aechmea platzmannii Wittm., Bot. Jahrb. 13(3-4, Beibl. 29): 2, 12. 1891. Tipo: São Francisco, Santa Catarina, Schenck 1234 (B ?), 20 Nov 1886. Hoplophytum platzmanni E.Morren, Belg. Hortic. 25: 362. 1875; “nomen”. Tillandsia platzmannii (E.Morren) Baker, J. Bot. (London) 26: 104. 1888.

sinônimo taxonômico de Aechmea caudata Lindm. endêmica; Sudeste (ES, SP, RJ), 1891, var. caudata Sul (PR, SC, RS); Mata Atlântica sinônimo nomenclatural de Vriesea platzmannii E.Morren 1875 -

Vriesea platzmannii E.Morren, Belg. Hortic. 25: 349, pl. 23. 1875. Tipo: Platzmann Icon (LZ), Ilha das Peças, Paraná, 1859. Vriesea platzmannii Mez, in Martius, Flora Brasiliensis 3(3): 546. 1894; “in part, sinônimo taxonômico de Vriesea lancifolia (Baker not as to type”. 1889) L.B.Sm. 1941 (1)

Fontes: Butcher & Gouda 2015, Reitz 1983, Smith & Downs 1977, 1979.

Distribuição da espécie (2)

endêmica; Sudeste (SP), Sul (PR, SC, RS); Mata Atlântica

endêmica; Nordeste (BA); Mata Atlântica


(2)

Fonte: JBR 2010.

Sem dúvida para baratear os custos da publicação, em Platzmann 1872 foi incluído apenas uma ilustração em preto e branco: um desenho da esteira do telhado com folhas de palmeira (p. 126 de Platzmann 2010). Onde estão os seus outros desenhos e aquarelas feitas no Brasil? Straube (2013, p. vi) fez um esforço para descobrir o paradeiro deste material, mas não obteve resultados. Se o material foi guardado em Dresden ou Leipzig, é quase certo que foi destruído pelos bombardeamentos dos aliados em 1945. Seria importante alguém na Alemanha checar se outras ilustrações de Julius foram publicadas no Leipziger Illustrierten Zeitung, nos primeiros anos após o seu retorno do Brasil, além daquela já citada de Lophophytum leandri. Também peço aos alemães para fazer um esforço de resgatar a história da gênese de Platzmann 1872. Será que a correspondência do autor nos oito anos que precederam a publicação foi preservada? Já que Julius não teve descendentes, na sua morte talvez houve pouco interesse em examinar e preservar essa correspondência toda. Em Platzmann 1872 são mencionadas para a Baía de Paranaguá, 196 espécies de plantas e 99 espécies de animais (veja Tabela 4), provavelmente em alguns casos se tratando do primeiro registro da espécie para o território atualmente pertencente ao Estado do Paraná. Tabela 4. Número de espécies de plantas e animais, nativas e exóticas, mencionadas em Platzmann 1872 para a região da Baía de Paranaguá. plantas vasculares

Grupo / Número de espécies (1) Nativas do litoral paranaense Exóticas deste litoral ? TOTAL

(1)

angiospermas 112

gimnospermas -

52

aves

samambaias 6

1

-

mamíferos

répteis

peixes

moluscos

crustáceos

insetos

outros grupos

36

21

5

18

4

4

8

3

-

-

-

-

-

-

-

-

25

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

189

1 Plantas: 196

6

36

21

5

18

4

4

8

3

Vertebrados: 80

Invertebrados: 19

Animais: 99

Baseado no Apêndice 1.

Tabela 5. Qualidade das identificações e ‘resistência ao tempo’ dos nomes usados em Platzmann 1872 para as plantas e animais da região da Baía de Paranaguá. Qualidade da identificação; status atual do nome usado em Platzmann 1872 Identificação científica correta em nível de espécie Identificação científica correta em nível de gênero, mas errado em nível de espécie

Nome atualmente usado

CEAT

Sinônimo nomenclatural

CESN

angiospermas

samambaias

2 2 1 1

Sinônimo taxonômico

CEST

Nome atualmente usado

CGAT

Sinônimo nomenclatural

CGSN

Sinônimo taxonômico

CGST

66 17 53 15 8 15

EG

5

da espécie

POPE

do gênero

POPG

da família ou ordem

POPF

4 3 1 2

Identificação científica errada em nível de gênero

Identificada somente com o nome popular...

CÓDIGO

Não identificada (apenas caracterizada)

Total

NID

189

aves

mamíferos

répteis

peixes

10 7 9 1 2 2

2 6 7 4 1

2

3

1

1

1

1

3

1

1 6

Plantas: 195

2 36

21

moluscos

3 4 4 1

Vertebrados: 81

insetos

outros grupos

1 1

1 1 1

1 1

5

2

4

8

2

1

3

2 1 6

crustáceos

18

4

Invertebrados: 17

Total

Identificação científica correta em nível de espécie: 199 Identificação científica correta em nível de gênero, mas errado em nível de espécie: 53 Identificação científica errada em nível de gênero: 11 Identificada somente com o nome popular: 27 Não identificada: 5

293


Como se vê na Tabela 5, uma grande parte dos nomes científicas fornecidos por Julius é correto, apesar de, no meio tempo, muitos nomes terem se tornados sinônimos. Em Platzmann 1872 não é mencionada a famosa, na época muito comentada obra Für Darwin, de Fritz Müller, publicado em Leipzig no exato ano em que Julius voltou do Brasil e, cinco anos depois, também em Londres. Acho curioso, o silencio de Julius sobre este livro, já que na referida obra (Müller 1864, 1869) são tratados organismos marinhos da Ilha de Santa Catarina, situada no mesmo bioma em que Julius trabalhou e somente 250 km mais para o sul. Obviamente, Fritz e Julius tinham personalidades bem diferentes: Fritz era anticlerical, contestador, livre-pensador, cientista puro, enquanto Julius, através do seu livro, mostra-se um católico fiel, grande diplomata, apreciador das tradições e, ainda por cima, um romântico! MAPA “Platzmann anexou ao seu livro um mapa que obteve da marinha brasileira, a qual observou na ilha dos Pinheiros um eclipse solar total, no dia 7 de setembro de 1858. Este mapa, que data de meiados do século XIX, quando o Paraná era ainda Província, já permite uma ótima orientação sôbre a baía de Paranaguá, ilustrando muito bem as informações hidrográficas e topográficas de Antonio Vieira dos Santos, em 1850.” (Maack 1963, p. 14). É uma coincidência interessante que o limite leste deste belo “Mappa da Bahia de Paranaguá, comprehendendo a entrada do Mar pequeno de Iguape”, corresponde ao limite leste do atual APA de Guaraqueçaba. Na versão traduzida (Platzmann 2010, p. 59), infelizmente, apenas a metade do mapa foi reproduzido, com alguma perda de qualidade. GRUPOS DE ORGANISMOS E O SEU TRATAMENTO NO LIVRO DE PLATZMANN

A) GRUPOS BEM TRATADOS - Fanerógamas Platzmann revela (p. 203): “O que diz respeito a mim, mais e mais percebo ter na botânica minha vocação. O pequeno espaço que tinha destinado às minhas folhas de estudos, expande-se mais e mais, para se tornar o campo principal da minha atividade. Também em trimestres anteriores o seu número tem aumentado.” (original: Was mich anbelanget, so erblicke ich in der Botanik mehr und mehr meinen Beruf. Der kleine Rahmen, den ich meinen Studienblättern zugemessen habe, erweitert sich mir mehr und mehr zum Felde meiner Thätigkeit. Auch im vergangenen Quartale hat sich ihre Zahl vermehrt.). De fato, o livro de Julius é leitura obrigatória para os botânicos do Paraná. A maioria das plantas mencionadas por ele é comum no litoral norte deste estado, mas uma delas, o cipó-escada (Bauhina microstachya) tenho encontrado aqui poucas vezes. Já que Julius, como ilustrador botânico e pintor de aquarelas, sentiu se atraído por floradas chamativas, surpreende-me a ausência no livro de algumas espécies atualmente muito comuns na região. Exemplos: o arbusto Mimosa bimucronata (maricá), de flores brancas; e as seguintes plantas herbáceas: a orquídea epifítica Coppensia flexuosa (chuva-de-ouro), de flores amarelas; Crinum americanum (cebolama), de flores brancas, do ambiente da marisma; Hedychium coronarium (lírio-do-brejo), de flores brancas; Musa ornata (bananeira-de-semente), com brácteas róseas; Impatiens walleriana (beijo-de-frade), de flores variando entre vermelhas e brancas. As últimas três são exóticas, de caráter invasivo e atualmente muito abundantes (a


última mais no planalto do que na baixada litorânea). Será que na metade do Século XIX ainda não eram comuns na região? Segundo Ascheri et al. (2009), Hedychium coronarium foi introduzido no Brasil somente em 1987, mas essa informação é obviamente errada. Citando Macedo 1997: “Segundo Zurlo & Brandão (1989), H. coronarium teria sido introduzida no Brasil pelos escravos, que utilizavam na alimentação a fécula retirada dos rizomas, enquanto Joly & Brandle (1995) atribuem a introdução desta espécie no Brasil aos portugueses há, aproximadamente, 300 anos.”

- Aves Das 36 espécies de aves mencionadas no livro, algumas são dignas de nota. Nas suas passagens de canoa, Julius algumas vezes encontrou exemplares solitários de Ciconia maguari (maguari) e Jabiru mycteria (tuiuiú). Também encontrou no manguezal um par de Fulica armillata (carqueja-de-bico-manchado) e na Ilha de Superagui, junto ao Morro Barbado, um exemplar de Tachybaptus dominicus (mergulhão-pequeno). Estas quatro espécies eu não tenho visto no litoral paranaense, onde, pelo que saiba, não há registros recentes das primeiras três e a quarta é rara no litoral. Julius relata um único encontro com um solitário jacutinga (Aburria jacutinga), dentro da floresta, bem no ponto da divisora das águas dos rios Sebuí, dos Patos e Banhado.(f) Será que já naquela época, como hoje, esta espécie era rara no litoral paranaense? Nas passagens pelo mangue, várias vezes Julius encontrou guarás, em bandos de até vinte exemplares. ‘Naninha’, a cozinheira de Julius, lhe contou (p. 132) que na infância dela havia bandos enormes da espécie, “cujo revoado parecia o rugir de uma tempestade se aproximando”. Mas, segundo ela, vieram pessoas que aproveitavam a noite, quando as aves estavam pousadas no seu dormitório ou ninho, para ir até lá de canoa e matar todos com perchas, cada animal morto sendo vendido a um comerciante por “uma moeda e meio”. Julius opinou que o objetivo dessa matança era provavelmente o comércio de pele destas aves, para a confecção de ‘flores de penas’.(g) No litoral norte do Paraná, eu tenho encontrado até agora 327 espécies de aves: 164 pássaros (Passeriformes) e 163 não-Passeriformes. Julius identificou apenas dois pássaros, ambos bem conspícuos (tiê-sangue e guaxe), todas as outras espécies mencionadas no livro sendo não-Passeriformes. Obviamente, Julius se limitou a anotar apenas aquelas realmente inconfundíveis. Ele não colecionava as aves (algumas ele matava para comer) e não existiam esses atuais livros que chamamos de ‘guias de campo’. - Mamíferos Várias caiçaras relataram a Julius a presença na região de um tatu enorme, na prática visto por poucas pessoas. Se o relato dessas pessoas for correto, pode realmente ter sido o tatu-canastra (Priodontes maximus), o maior tatu existente e atualmente considerado extinto no Paraná (Reis et al. 2009). Enquanto o tatu-galinha (única espécie de tatu comum no litoral paranaense) tem comprimento corporal máximo (excluindo a cauda) de 57 cm, o corpo do tatu-canastra pode alcançar um metro (Reis et al. 2009). ‘Naninha’ contou a Julius (p. 196) de uma vez ter visto um tatu morto, boiando na água, cujo corpo tinha a “circunferência de um barril”. Será que este tamanho enorme foi mera consequência do intumescimento com água? Julius visitou a Ilha de Superagui no mínimo quatro vezes: em 1858, para visitar Charles Perret-Gentil (p. 51); em 1859, quando matou o mergulhão-pequeno no pé do Morro Barbado (p. 86); em 1860, para fazer compras (p. 100); em 1861, para conhecer a florada da piteira (p. 136). Em nenhum lugar do livro ele menciona ter


ouvido falar da presença de um pequeno macaco nativa, aquele que mais de um século depois (em 1990) seria descrito como espécie nova: o mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara). - Peixes São mencionadas duas espécies de raias, duas de tubarão e 16 outras espécies de peixes. Duas são de água doce (incluindo uma raia), o restante é marinho.

B) GRUPOS TRATADOS DE FORMA PRECÁRIA - Crustáceos São mencionadas quatro espécies de crustáceos marinhos. Crustáceos não marinhos, como os tatuzinhosde-quintal (Assel, em alemão), não são mencionadas. Aliás, os crustáceos são o grupo de enfoque de Müller 1864. - Outros artrópodes: Spinne (aranha), Weberknecht (opilião), Milbe (carrapato), Skolopender (centopeia), Tausendfüβer (piolho-de-cobra), Insekt (inseto) De todos estes grupos são mencionados no livro apenas um carrapato (o ‘micuim’) e nove insetos, incluindo duas borboletas, ambas do gênero Morpho. - Moluscos: Muschel (concha), Seeschnecke (caramujo), Schnecke (caracol) e Nacktschnecke (lesma) As únicas mencionadas são duas espécies de ostra e também a “iraburama” e o “belbigão”. A última foi encontrada por Julius nos sambaquis, aos quais ele dedica um belo parágrafo (p. 173). - Répteis São mencionadas cinco espécies: o jacaré, o teiú e três espécies de serpentes, incluindo duas peçonhentas: jararacuçu e cobra-coral-verdadeira (Micrurus corallinus). Julius não mencione a existência na região de uma coral-falsa (Liophis aesculapi) com padrão de cores idêntica a coral-verdadeira. Será que naquela época a população local achava que existia apenas a espécie peçonhenta? - Líquens Flechte(n), como substantivo, ocorre quatro vezes: (a) foram encontrados líquens entre os materiais de construção de um ninho de beija-flor (p. 115); (b) um líquen longamente pendente contribua muito à fisionomia externa do manguezal (p. 166) (original: Viel zur äussern Charakteristik trägt eine langherabhängende Flechte bei.). Certamente se trata de Usnea; (c) Julius ficou maravilhado com a beleza das gotas de água guardadas após da chuva nos “copinhos” (apotécios?) dos líquens (p. 218); (d) os troncos da palmeira jerivá, plantadas na beira-mar da cidade de Paranaguá, são levemente manchados de uma líquen vermelho-coral (p. 239). Deve tratar-se de Cryptothecia sanguineum, uma espécie crustosa. C) GRUPOS TOTALMENTE OMITIDOS - Anfíbios Nenhuma espécie de anfíbio é mencionada. Das palavras Frosch (rã), Kröte (sapo) e Baumfrosch (perereca) só a primeira ocorre duas vezes (na sua forma plural, Frösche = rãs), na última página do capítulo “Festa no Rocio”, mas não é fornecida qualquer informação a respeito da espécie.


Acho surpreendente o fato de Julius não fazer nenhum comentário a respeito da tremenda diversidade local em pererecas, algo que tem de ter lhe impressionado tanto quanto a mim impressiona, já que em nosso continente de origem ocorre apenas uma espécie, que ali é rara. - Minhocas (Regenwurm; pl.: Regenwürmer): nenhuma menção delas no livro.

- Fungos A palavra Schwamm (fungo), como substantivo, ocorre uma única vez no livro, mas é usado no outro significado alemão da palavra: esponja. Também a palavra Pilz (cogumelo) é usada apenas uma vez, mas num sentido figurativo: a florada da planta parasita Lophophytum leandri surge do solo “como cogumelos”. - Musgos (Laubmoose), Hepáticos (Lebermoose), Algas (Algen): Destas palavras, somente o termo genérico Moosen (briófitas) ocorre uma vez no livro, sem que seja oferecida qualquer informação.

LINGUÍSTICA Julius Platzmann se interessou muito pela língua. Pouco tempo após de ter chegado neste país, foi morar numa casa de brasileiros para, no convívio, aprender o português. No seu livro, escrito em alemão, foram inseridas várias expressões e palavras usados na região. Na versão traduzida (Platzmann 2010), as mesmas foram corretamente destacadas pelo uso do grifo itálico. Julius colheu os nomes vernáculos usados para as plantas e animais da região, como todos os naturalistas costumavam fazer (Martius 1863 apresentou uma síntese deste conhecimento). No território que hoje pertence ao Paraná, antes de Platzmann, provavelmente os jesuítas em Paranaguá tinham coligido dados deste tipo, antes de serem expulsos do país em 1759. Julius oferece no livro os nomes vernáculos regionais de 93 espécies de plantas e 72 espécies de animais. Esses nomes são os mesmos usados na região até hoje, com uma exceção notável: a ave que hoje conhecemos como guaxe por Julius é chamado de ‘japu’. Será que existiam pessoas na região que usavam tal nome? Após da sua volta à Alemanha, a linguística se tornaria o seu campo de interesse principal e ele se tornou mundialmente conhecido pela cuidadosa reimpressão fac-símile de antigos dicionários e gramáticas de línguas sul-americanas (Kammler 1994).

AMBIENTALISMO PRECOCE Julius andou com espingarda o tempo todo, não para a caça ‘esportiva’, mas para suprir de carne as três pessoas na sua casa: ele, Naninha e o filho caçula dela, Maneco. Assim, para os animais silvestres ele era um sujeito perigoso! Mas na Tabela 6 é mostrado que ele já tinha um olho aberto por algumas questões ambientais.


Tabela 6. Questões ambientais levantadas por Julius Platzmann. PROBLEMA

TEXTO ORIGINAL (PLATZMANN 1872)

TEXTO TRADUZIDO (PLATZMANN 2010)

Empobrecimento paisagística como consequência do conceito estético predominante

Nichts steht in Reih und Glied, Nichts ist geradlinig angel e gt, bewahrt aber eben desw e gen einen Hauch der Poesie, einen Anklang an ein glücklicheres Zeitalter, welchen der civilisirtere Staatsbürger seinen noch so schön angestrichenen Spalieren um rechtwinkelig angel - Assim, Julius expressou o seu encanto com o jardim da casa onde em 1859 está hospedado, em Bertioga, Ilha das Peças. Bestimmtheit findet man ihn einige Zeit darauf neben Struve'schen Sodawasser-, East-India-Pale-Ale-Flaschen und anderen von der Betriebsamkeit Europas erzählenden Industrieproducten am offnen Strande über der Brandung; den ‘das Meer behält Nichts', sagt Jose Maria. (p. 47). - Assim, em 1859, Julius descreveu uma praia da Ilha das Peças, onde ele acabou de matar a tiro um jacaréde-papo-amarelo (o “ihn” sublinhado) que ali estava nadando. Ein oberflächlicher Beobachter könnte meinen, in diesen paar Dutzend Palmenblättern bestehe die ganze Bedachung. 3600 Guaricannablätter gehören dazu — so viel und mehr li e Ich habe nun schon lange am Manguewalde gelebt, ohne einen schädlichen Einfluss von seiner Nähe empfunden zu haben, und glaube nicht, dass er, unangetastet, der Gesundheit schädlich werden könne. Aber wo der Manguewald abgeschlagen wurde, ohne durch Aufschüttung sein Terrain der Fluth zu entziehen, da entstehen jene Blossen, wie man sie häufig in der Nähe von Städten und Ansiedelungen findet. (p. 157) Wenn h ier einem Waldbewohner nach Obst verlangt, schlägt er den Baum um, an dem er Früchte sieht. Neulich war ich zug e gen, als der Hochwald gefällt wurde. Da lagen sie da mit zersplitterten Armen, die gewaltigen Stämme, aus Rinde und Wunden reichlich quellend an milc h igen, wasserhellen, goldigen, selbst purpurrothen Säften, ein penetrantes Gemisch der kräftigsten Aromata aushauchend. Wieviel harrt da der Darstellung! Und doch kann blos eins auf einmal vorgenommen werden. Welche verborgenen Kräfte, welche unerkannten Zwecke mögen da verloren gehen! Vielleicht mehr als C

Nada é plantada ordenadamente, em linhas, mas justamente por isso o jardim guarda uma fragrância poética, lembrança de tempos mais felizes, aos quais os mais civilizados habitantes das cidades nunca mais conseguirão conferir, com seus canteiros de forma simétrica e plantas enxertadas. Sucintamente o conjunto de tudo o que se avista é tão belo como se teriam achado belo um Ludwig Richter, um Schnorr von Carolsfeld, um Claude Lorrain se eles, da praia estendessem seus olhos para uma rara paisagem. (p. 70-71).

Poluição da natureza

Extinção local

Insalubridade ambiental como consequência da destruição florestal

Abate de árvores por mera ignorância Perda da biodiversidade

Quase com certeza, depois de um tempo ele é encontrado na praia acima do nível da arrebentação, junto às garrafas de soda da marca Struve, de cerveja da marca East-Indian-Pale-Ale e outros produtos do labor da indústria europeia; “pois o mar nada retém”, diz José Maria. (p. 77). - Muitos de vocês, leitores, devem conhecer aquela praia deserta na parte sul da Ilha das Peças, entre a Ponta de Superagui e a Vila das Peças, sempre cheio de entulho de fabricação humana e jogado ali pelo mar. É impressionante saber que essa situação já existia na metade do Século XIX. Um observador superficial poderia achar que todo o telhado utilizaria algumas dúzias de palmeiras. São necessárias 3600 folhas de guaricana – tantas ou mais jazem frente à minha casa – para cobrir uma pequena habitação de 24 por 18 pés. (p. 125). Vivi por longos anos no manguezal sem encontrar nenhuma influência prejudicial em razão da sua vizinhança e não acredito que ela, intacta, pudesse prejudicar a saúde de alguém. Mas onde foi cortada, sem aterrar o terreno para afastar a maré-cheia, aí surgem áreas desnudadas como encontradas muitas vezes nas proximidades das cidades e assentamentos (p. 172) Aqui, quando um habitante da selva deseja frutos, ele derruba a árvore na qual ele enxerga os mesmos. Para uma colheita na mata, um valioso tronco vai de encontro à podridão. (p. 208) Dia passados estive presente quando a mata virgem era derrubada. Ali as árvores estavam tombadas com seus braços despedaçados, da casca e dos ferimentos brotando intensamente seiva leitosa, clara como a água, dourada e mesmo vermelho-púrpura, exalando uma penetrante mistura dos mais fortes aromas. Quanto custou este espetáculo! E, no entanto, poderá ser exibido somente uma vez. Que forças ocultas, quais os desconhecidos desígnios que aqui podem ter sido perdidos! Talvez mais do que quinino, mais do que algodão, café e chá. Assim, as mais raras árvores são sacrificadas, nobres representantes de gerações em extinção, em nome do progresso da civilização do globo terrestre, mais e mais saqueadas pelo fogo e serra; testemunhos dos tempos passados cujos últimos germes devem desaparecer sob rebanhos de gado pastando, antes que possam ser implantadas lavouras e fundadas cidades! (p. 221222)

William MICHAUD e Julius PLATZMANN William (= Guillaume) Henri Michaud nasceu em Vevey, Suíça, em junho de 1829, e emigrou para o Brasil em 1848, desembarcando no Rio de Janeiro em 1 de fevereiro de 1849. Viveu na Ilha de Superagui, de janeiro de 1852 até a sua morte. William Michaud é bastante conhecido no Paraná, principalmente pela grande quantidade de lindas aquarelas, retratando a vegetação e alguns aspectos da vida humana na referida ilha, que produziu e deixou para a posteridade.


Julius era três anos mais novo que William e, coincidentemente, os dois vieram a morrer no mesmo mês do mesmo ano: setembro de 1902. Durante a sua estadia no Brasil, de 1858 a 1864, Julius sempre morou ao lado da Ilha de Superagui. Como William, Julius era aquarelista e ambos estavam igualmente fascinados pela natureza que lhes circundava. Assim, teria sido estranha se Julius não tivesse, pelo menos, ouvido falar de William e vice versa. Já na sua chegada em 1858, Julius foi visitar a ilha de Superagui, para se encontrar com Charles Perret-Gentil, o fundador da colônia da qual William era membro.(h) Durante a maior parte de 1859 Julius morou em Bertioga, um povoado na Ilha das Peças bem em frente ao Morro Barbado na Ilha de Superagui, onde morava William.(j) Assim, teria sido estranha de Julius nunca ter encontrado William. Mesmo assim, William Michaud não é mencionado no livro de Julius e o único sinal de que os dois podem ter se conhecido é a seguinte frase (p. 210): “Casualmente, por meio de um colono de Superaguhy, tive em mãos o primeiro volume de viagem de St.-Hilaire pelo Brasil (...)” (original: Zufällig ist mir durch einen Colonen von Superaguhy der erste Band der Reise St.-Hilaire’s in Brasilien zu Händen gekommen, (...)). Julius se refere a Saint-Hilaire 1830 (o texto citado por Julius se encontra na página indicada daquele livro), uma grandiosa obra em que é descrita a flora e a fauna, a vida e costumes dos brasileiros e as atividades econômicas. Não é o tipo de livro que se espera encontrar nas mãos de um colono qualquer; teria de ser uma pessoa mais culta, com interesse nos tópicos citados e dominador da língua francesa. É muito provável que esta pessoa tenha sido William Michaud, ainda mais considerando o seguinte: “Entre os participantes de projeto de Perret-Gentil, Michaud era, provavelmente, o único que tinha recebido uma formação e educação de melhor nível.” (Scherer 1988, p. 34). Assim, acredito que foi mesmo William que passou o livro a Julius. Porque será que não se desenvolveu uma amizade entre os dois? Talvez foi uma consequência da realidade tão diferente que viviam. Julius levou uma vida fácil, tendo de cuidar apenas de si mesmo e sem preocupações financeiras. William, ao contrário, tinha se casado com uma filha de pescadores locais - Maria Custódia [Amérigo] de Carmo - e no ano em que Julius voltou à Alemanha, William e Maria já estavam com cinco filhos, do futuro total de nove.(k) Guisan & Lambert 2002 apresentam boa parte da correspondência e das aquarelas de William Michaud e chama atenção o fato de não haver cartas do período 1851 a 1882 – um período de trinta anos! Como pai de uma família numerosa, William viveu uma batalha dura de sobrevivência, tendo muitas responsabilidades, sem tempo sobrando para se dedicar às ciências e às artes (Guisan & Lambert 2002, p. 30). Na correspondência de William está totalmente ausente o nome de Julius Platzmann. Será que William veio a conhecer o livro de Julius (Platzmann 1872)? Acho isso bastante provável e quem sabe a leitura deste livro foi para William um estimulo a mais para, após finalmente ter se aposentado, retomar a pintura. Graças aos esforços de Julius Platzmann e William Michaud, a segunda metade do Século XIX tem sido bastante frutífera no que se refere à documentação, em texto e imagem, das maravilhas naturais e culturais do litoral norte do Paraná.

GENTE Ao que parece, Julius voltou para Alemanha sem ter se envolvido afetivamente com qualquer moça brasileira, apesar de tê-las admirada à distância. Ele realmente se concentrou nessa missão de observar, ilustrar e descrever plantas, animais e gente. Pois, sim, ao contrário do que algumas pessoas pensam, naturalistas também se interessem pela espécie humana! Veja as palavras de Julius a seguir: PLATZMANN 1872

PLATZMANN 2010

Worin li e

Onde estão as diferenças? Eu as conheço bem. Mas logo que sejam feitos os laços espirituais, que ligam uma alma a uma família, comunidade e estado, é preciso só o trabalho de uma geração para das às pessoas novamente uma


gt der Untersc h ied? Ich weiss es wohl. Sobald aber diese geknüpft sind, die geistigen Bänder, welche eine Seele an eine Familie, an eine Gemeinde, an einen Staat binden, so bedarf es blos der Arbeit einer Generation, um dem Menschen eine Heimath wiederzugeben. (p.56) Vor einigen Tagen war aber etwas noch viel Anziehenderes in Jose Maria's Hause zu sehen als ein Tatu. Die Familie einer seiner Brüder aus der Nähe von Guarakeçaba, einer dorfartigen Vereinigung von mehreren Häusern in der Bai das Laranjeiras, war gekommen, bestehend aus den Aeltern und einem zweijährigen Kinde mit so wunderbar ru h igen und schönen Augen, dass Fausta und Vicente es bei seiner Ankunft ordentlich mit Ehrfurcht behandelten, lange voll der höchsten Bewunderung ansahen und erst nach geraumer Zeit schüchtern zu streicheln wagten. Auch die Mutter, welche das Kind auf dem Schoosse h ielt, hatte einen so edeln Ausdruck, dass man sich des mächtigen Einflusses reiner Schönheit auf Gemüth und Stimmung nicht erwehren konnte. Wäre ich nicht von jeher ein zu ungeübter Historienmaler gewesen, ich hätte mich zu einem Madonnenbilde verleiten lassen können. Es gehört die Einsamkeit solcher Wälder, die ungestörte Harmonie des Nervensystems durch Generationen h indurch dazu, bevor sich die geerbten Züge zu dieser Höhe des Ausdrucks veredeln, bevor sich innere Seele n ruhe in Gesicht und Augen in so hohem Grade ausspricht. (p. 59-60) Die Tochter des Hauses, die doch entsc h ieden nie Unterricht gehabt hatte, zeichnete so gut wie manches Fräulein, das viel Geld für Zeichnenunterricht ausg e geben hat. Sie wurde deshalb von ihrer Familie in hohen Ehren gehalten. Ihre Brüder rühmten von ihr, dass sie jedes T h ier und jeden Menschen, den sie gesehen, wiedergeben könne. Ihre Mutter brachte Stickereien von ihr, die von einem seltenen Sinne für Arabeske zeugten und ganz wie Spitzen aussahen, obgleich die Muster blos durch Entziehung von Fäden und Benutzung der restirenden entstanden waren. Die ganze Thür war beklebt mit ihren Malereien. Die Farben hatte sie wahrscheinlich aus dem Walde zusammengesucht. Von ihr modellirte und selbst gebrannte, mit eigenthümlichen Constellationen von Eindrücken versehene Pfeifenköpfe; ihr Zuckergebackenes — phantastische Vögel, Eidechsen u. s. w., Stück für Stück anders — trugen einen so entsc h ieden amerikanischen Charakter, dass ich durch sie an vor Jahren gesehene mexicanische Alterthümer erinnert wurde. (p. 75-76) (…) die Folía — singende und musicirende Diener der Kirche, welche von Haus zu Haus ziehen, um Beiträge zur B e gehung des Pfingstfestes zu sammeln — mit der Heiligengeistfahne in den Rio Poruguara eingezogen war. Es sah ganz malerisch aus in der Abendröthe das geschmückte Canoe, von dem der Musik langentbehrte, lockende Töne ausgingen, wie es h inglitt über den Wasserspi e gel einer noch so ursprünglichen Landschaft, ausgesendet von Rom an die Enden der Erde, Träger froher Botschaft. In der Einsamkeit der Wälder gehört die Ankunft der Folía mit zu den grossen Ereignissen des Jahres. (p. 105) Gross ist die durch solche Umstände herbeigeführte Vereinfachung menschlicher Zustände. Einzeln und selten tritt der Mensch auf. Wo er sich seinem Mitmenschen zeigt, ist er willkommen als das einzige ebenbürtige Wesen in der meilenweiten Einöde, dem die

pátria. (p.84)

Há alguns dias, porém, havia alguma coisa ainda mais atraente para ver na casa de José Maria do que um tatu. A família de um dos seus irmãos, residente nas proximidades de Guarakeçaba – um conjunto de casas formando uma aldeia na baía das Laranjeiras -, tinha chegado constituída dos pais e uma criança de dois anos de idade com olhos tão maravilhosamente tranquilos e bonitos que, quando da sua chegada, Fausta e Vicente a trataram com veneração e, depois, por longo tempo a admiraram, antes que timidamente ousaram acaricia-la. Também a mãe, com a criança ao colo, tinha uma expressão tão nobre que não se podia evitar a poderosa influência da beleza pura na alma e na disposição. Não fosse eu, desde sempre, um maltreinado pintor de história, poderia ter deixado me seduzir para a pintura de uma Madona. É necessária essa solidão da floresta e a harmonia não perturbada do sistema nervosa por gerações, antes que os traços herdados se enobreçam tão intensamente, antes que a paz interior se manifeste em tão alto grau no rosto e nos olhos. (p. 87)

A filha da casa, que certamente nunca teve escola, traçava tão bem como muitas moças que despenderam muito dinheiro com lições de desenho. Por isso, era tida em alta consideração pela família. Seus irmãos, falando dela, contam que poderia reproduzir cada pessoa ou animal que tivesse visto. Sua mãe nos mostrou bordados da filha que testemunhavam de uma rara tendência para arabescos e pareciam-se muito com rendas embora elaboradas com linhas tiradas de sobras. A porta toda era coberta com suas pinturas. As tintas provavelmente foram obtidas na mata. Fornilhos de cachimbos, por ela mesma modelados, queimados e pintados com figuras as mais diversas; seus confeitos representando aves imaginárias, lagartixas etc., peça por peça diferente uma da outra, possuíam características americanas tão profundas que através delas me lembrei de antiguidades mexicanas vistas há anos. (p. 104)

(...) a Folia – cantores e músicos a serviço da Igreja, que vão de casa em casa pedindo uma contribuição para a celebração da festa do Pentecostes -, com a bandeira do Espírito Santo, ter chegado no rio Poruquara. Tinha um aspecto muito pitoresco na cor avermelhada do crepúsculo, a canoa enfeitada donde saíram sons convidativas para aqueles há muito tempo privados da música, deslizando pela água numa paisagem ainda tão original, carregando uma mensagem alegre mandada de Roma até o fim da terra. Na solidão da floresta, a vinda da Folia pertence aos grandes acontecimentos do ano. (p. 128-129)

Sob essas circunstâncias, ficam muito simplificadas as condições de vida para o homem. Algumas raras vezes ele interfere. Onde se revela aos seus iguais, é bem-vindo como único ser semelhante no imenso ermo, onde o falar e,


Sprache und in ihr der Austausch der Gedanken verliehen ist. Alle Schattenseiten und Consequenzen einer dichtgedrängten Bevölkerung fallen vollständig w e g, weil ihre Ursachen fehlen. (p. 118) Mit Vergnügen nähere ich mich der Charaktersc h ilderung des Brasilianers oder vielmehr der kleinen Bevölkerung, die in den Verzweigungen der Bai von Paranaguá Zurückgezogenheit in Wäldern, wenig Verkehr nach aussen und ein Leib und Seele stärkendes Klima in jener Harmlosigkeit und Unbefangenheit erhalten hat, welche jugendlichen christlichen Völkern eigen ist. Aufgewachsen in der unbeschränktesten persönlichen Freiheit, edler Gestalt, voller Anstand, beneidenswerth unabhängig von Bedürfnissen, einnehmend natürlich, aufopfernd gefällig, stolz, wenn es dienen heisst, g e gen den Fremden ohne Vorurtheile, zu jeder Zeit gastfreundlich, g e gen sich selbst massig in Speise und Trank, ist ein Signalement, das nicht zu viel sagt. Ausserdem könnte grosse Reinlichkeit, was Körper und Kleidung anbelangt, ein Zug sein, der Allen zukommt. Keiner schmutzigen Hand, keinem unsaubern Fusse b e g e gnen je die Blicke. Die Nägel, die Zierden beider, sind vollkommen entwickelt und rein. Selbst Sclaven, mit einem einzigen oder wenigen Kleidungsstücken angethan, machen dadurch einen der Menschenwürde gemässen Eindruck. Die Gesichtsfarbe tritt sehr untersc h iedlich auf. Keine kann als vorherrschend bezeichnet werden. Es giebt Weisse mit den schönsten rothen Wangen; es giebt Weisse mit durchscheinendem bleichen Teint; es giebt Gelbe, Braune und Schwarze. Die saftig bräunliche Farbe möchte die anziehendste und ohne Zweifel auch die gesündeste sein. Die Abkömmlinge von Indianern oder N e gern und europäischem Blute sind es, die gedeihen, deren Leiber sich zum vollsten Ebenmaasse der Glieder entwickeln, die den Kern des Volkes ausmachen. Und wie bei Kreuzung der Racen sich die Vorzüge fortpflanzen sollen, so erreicht in ihnen die menschliche Bildung hohe Schönheit, den kleinsten Umfang der Gelenke, bei den grossten Breiten und Längen der vollen Gliedmaassen. (p. 126) Durch Argwohn und eingebildete Gefahren habe ich mich h ier und da einer Ruhe beraubt, die ich bei gesünderer Einsicht hätte gemessen können. Die Menschen sind h ier einfacher in ihrem Handel und Wandel, und harmloser, als man sich drüben vielleicht vorstellt, auch sieht man Vieles, was uns in Europa gefahrvoll erscheint, mit der Zeit mit ganz anderen Augen an, wird mehr und mehr von der Freundlichkeit der Erdoberfläche überzeugt, (...). (p. 252-253)

juntamente, a troca de ideias são raras. Todo lado sombrio e consequências de uma população muito densa, deixam de existir porque falta o que os promovem. (p. 140)

Com prazer chego à essa descrição do caráter dos brasileiros, ou melhor, a pequena população que vive retirada na mata em meio às ramificações da Baía de Paranaguá, com pouco contato para fora, num clima que fortalece corpo e alma, tendo conservado a inocência e a despreocupação próprio de jovens povos cristãos. Criados na mais ilimitada liberdade pessoal, porte nobre, respeitável, invejável independência de necessidades, atrativamente natural, prestativo, orgulhoso, se for o caso, sem prejulgamentos em relação ao forasteiro, hospitaleiro a qualquer tempo, consigo mesmo comedido no comer e beber, é uma descrição sem exageros. Fora isso, muita higiene no que diz respeito ao corpo e vestimenta pode ser um caraterístico comum a todos. Nenhuma mão suja, nenhum pé sujo é visto. As joias de ambas, as unhas, estão sempre totalmente desenvolvidas e limpas. Mesmo os escravos, vestidos somente com uma ou poucas peças, assim causam uma impressão digna de uma pessoa. A cor da face é muito variável. Nenhuma pode ser tida como predominante. Existem brancos com as mais lindas bochechas rosadas; existem brancos com cor pálida transparente; existem amarelos, morenos e pretos. A pele amorenada picante seria a mais atrativa e, sem dúvida, a mais saudável. São as descendentes do índio, ou do negro com sangue europeu que prosperam, cujos corpos se desenvolvem com os membros melhor proporcionadas, que representam o cerne do povo. E, como no cruzamento das raças as vantagens devem se transmitir, com este, a forma humana alcança grande beleza, o menor tamanho das articulações combinado ao maior largura e comprimento dos membros inteiros. (p. 147)

Por meio de suspeitos e perigos imaginários aqui e ali eu me privei de uma paz a qual, com uma compreensão mais saudável, eu poderia ter gozado. Aqui as pessoas são mais simples na sua conduta e mais inofensivos do que lá na Europa talvez se imagina. Também, muito do que lá nos parece perigoso, com o tempo enxerga-se com olhos bem diferentes ficando-se mais e mais convencido da superfície terrestre ser um lugar amigável, (...). (p. 254)

Julius se encantou com a ‘graciosidade’ das mulheres que viviam na floresta brasileira. Ele também as admira pela sua habilidade nas artes de sobrevivência, mas aqui eu faço uma pergunta: será que as mulheres rurais alemãs neste aspecto eram tão diferentes? Imagino que na metade do Século XIX, no mundo todo, qualquer morador da área rural tinha de ser polivalente. Aliás, também os naturalistas de então eram polivalentes, tanto no conhecimento quanto na atuação. A gratidão que Julius sente em relação às mulheres e aos homens da sua vizinhança litorânea é sincera e, também, compreensível: como intelectual ele sabia tudo dos clássicos gregos e da história da pintura, mas dos trabalhos da rotina doméstica ele não tinha noção alguma. Já que pertencia a nobreza alemã (Trevisan 2002, p. 77), na sua terra natal sempre teve empregados para fazer essas tarefas. Assim, nem no Brasil ele


se envergonhou em manter uma empregada doméstica por tempo integral (p. 227), durante os seus últimos quatro anos aqui, com a bela desculpa que “cozinhar é a ocupação que menos combina com a atividade de desenhar e pintar” (p. 95) (original: (...) kochen (...) - die mit dem Zeichnen und Malen sich wohl am wenigsten vertragende Beschäftigung (…)). Obviamente, ele também era muito dependente do conhecimento e da experiência dos seus vizinhos. Mas Julius foi um ótimo vizinho também, pois, além deste emprego fixo para Naninha, ele oferecia empregos temporários quando, por exemplo, tinham de ser construídas as suas respectivas moradias no rio Poruquara. Percebe-se que Julius estava muito contente com a sua vida lá no rio Poruquara. Como os seus pais então conseguiram convencê-lo de voltar à terra natal? Já que era o único filho masculino, imagino que ele voltou para assumir as responsabilidades diante da família. Provavelmente, a mãe também estava preocupada para que ele pudesse se casar com alguma bela brasileira que ela talvez nunca viesse a conhecer. No livro há uma única indicação, indireta, da existência de uma irmã: numa carta à mãe ele diz: “(...), chegou sua querida carta com o retrato do meu novo cunhado, (...)” (p. 128) (original: (...), als Dein lieber Brief mit dem Bildniss meines neuen Schwagers eintraf, (…)). Somente na última frase do livro Julius revela, através de um poema, que tem mais irmãs: “Já posso beijar meus pais, e todas as minhas irmãs” (original: Darf ich küssen schon die Aeltern, Der Geschwister volle Zahl). Após da volta à terra natal, Julius nunca encontrou uma mulher à altura das graciosas caiçaras, as suas vizinhas brasileiras. Ele morreu solteiro, sem herdeiros, dando fim a uma linhagem Platzmann.

COMO JULIUS PLATZMANN SE SUSTENTOU NO BRASIL? Julius, no livro não revela como conseguiu se manter no Brasil, financeiramente, por seis anos consecutivos e ainda se dar ao luxo de empregar pessoas. Já que pertencia à nobreza, provavelmente era proprietário de terras na Alemanha e podia viver dos lucros do arrendamento. Assim, ele tinha condições de decidir rápido pela compra do terreno no rio Poruquara, quando este de repente lhe foi ofertado (p. 227). Possuía dinheiro em espécie o suficiente para pagar imediatamente as pessoas que o ajudavam na construção da nova casa (p. 234) e conseguiu encomendar uma bela roupa de gala para participar na festa de Rocio em Paranaguá (p. 237). Julius tinha cursado a Academia de Belas Artes em Dresden (p. 25 + 97), mas no meio da selva é difícil sobreviver da arte. Mesmo assim, houve duas ocasiões em que ele conseguiu ganhar um pouco através da pintura: no capítulo “O Sete de Setembro” ele conta que produziu uma pintura em homenagem à Independência do Brasil, encomendada pela prefeitura de Paranaguá e pela qual foi rapidamente pago. No capítulo “Aniversário do Imperador. Natal” ele descreve que produziu uma pintura com o tema de Natal e a expôs em Paranaguá na noite de Natal, cobrando um pequeno ingresso para as pessoas que vieram vê-la. Será que estes dois quadros (aquele da Independência do Brasil pegou fogo, mas ele o refez para as festividades do aniversário do imperador) ainda existem, em algum porão de Paranaguá?

DEPOIS Julius, um pouco antes de voltar à Alemanha e imaginando que não mais conseguiria voltar, doou a sua terra e casa no rio Poruquara a Maneco, o filho de Naninha. Julius teve com Maneco (então com aproximadamente 16 anos) a seguinte conversa: 'Maneco, willst Du mir versprechen, Deine Mutter zu pfl

‘Maneco, quer você prometer cuidar da sua mãe como o faz um bom filho?’ “Eu prometo.”


e gen, wie es einem guten Sohne zukommt?' "Eu prometto." 'Gut. Es wird Dir nicht schwer fallen, denn Du bist sowohl ein gewandter Jäger als ein perfecter Fischer, und der Rio Poruguara ist in der ganzen G e gend bekannt als ein Ort, wo man an Nichts Mangel leidet. Aber Du könntest mehr als den blossen Lebensunterhalt davontragen. Die beste Lage am Flusse ist so gut wie Dein. Ein entwaldeter, noch nicht ausgebeuteter Abhang g e gen Norden bietet Dir durch vorzügliche Qualität der Erde Gel e genheit, einen Cafezal zu errichten. B e ginne mit tausend Bäumen. Sie werden Dir schon nach zwei Jahren Ernten liefern, die vom fünften Jahre an bei sorgsamer Pfl e ge jährlich sich auf zweitausend Pfund Kaffee belaufen können. Ohne alle Unkosten kannst Du diesen Ertrag eigenhändig im Canoe auf den Markt bringen und für zehn Goldunzen oder zweihundert und achtzig Mil Reis, schlechtgerechnet zu jeder Zeit verwerthen. Eine schöne Einnahme auf mindestens fünfzehn Jahre h inaus für einen jungen Menschen Deiner Condition.’ Maneco war jetzt Feuer und Flamme. Er wollte mehr als zehntausend Bäume pflanzen, und Wein, Aepfel, Pflaumen, Weizen, Roggen und was noch, damit ich bei der Rückkehr lauter Pflanzen aus dem Vaterlande fände und gar nicht wünschte wieder fortzugehen. (p. 257-258)

‘Bem, não será muito difícil pois você é tanto um hábil caçador quanto um perfeito pescador e o Rio Poruquara é conhecido em toda a região como um local onde nada falta. Mas você poderia obter mais do que um mero sustento da vida. A melhor localização no rio é praticamente a sua. Uma área desmatada ainda não explorada no lado norte lhe oferece, através da excelente qualidade da terra, oportunidade para introduzir um cafezal. Comece com mil árvores. Após dois anos já lhe ofertarão colheitas, a qual a partir de cinco anos, com bons cuidados, anualmente poderá chegar a duas mil libras de café. Para evitar despesas, você mesmo poderá levar essa produção numa canoa ao mercado e por dez onças ouro ou duzentos e oitenta mil-réis, calculado por baixo, a qualquer tempo negociá-la. É uma boa receita por, no mínimo, quinze anos para uma pessoa jovem nas suas condições.’ Agora Maneco pegou fogo. Ele queria plantar mais do que dez mil pés de café e também uvas, maças, ameixas, trigo, centeio e sabe lá o que mais para que, quando eu na minha volta encontrasse apenas plantas da minha pátria, nem mais desejasse partir. (p. 257-258)

Lendo este texto, a gente entendo que Maneco queria agradar; não deve ter lhe passado pela cabeça plantar trigo e cevada no baixada litorânea, nem de plantar no terreno dez mil pés de café! Esses dias estive na cidade de Guaraqueçaba, onde encontrei João Amadeu Alves, proprietário da Pousada Chauá, e lhe perguntei se já tinha ouvido falar de Julius Platzmann. Recebi a seguinte resposta intrigante: “Sim, a minha mãe sempre falou dele. Nasci e me criei no terreno que pertencia a ele e que na minha infância estava cheio de pés de café.”(m) Como o mundo é pequeno! Mostrei para João Amadeu o livro de Julius. Ele nem tinha ouvido falar da existência deste livro. Então li para ele o trecho reproduzido no parágrafo anterior. Visivelmente emocionado, João exclamou: “Agora entendo porque a minha mãe sempre falava de Julius Platzmann. Eu nunca entendi enquanto ela vivia!”. Então João Amadeu seu para mim uma surpresa ainda maior: na sua casa ele foi buscar e me mostrou um documento oficial manuscrito, herdado da sua mãe e datada de 22 de julho de 1875, em que Manuel Antônio de Miranda, o nosso querido ‘Maneco’, vende ao seu irmão, José Ereno de Miranda, o terreno “cujas terras houve por herança que fes-me Julio Platzmann, em 31 de março de 1864”. Segundo consta no documento, ele não vende o terreno todo, mas apenas a metade que pertence a ele. Suponho que a outra metade era de Naninha. O preço dessa venda: “secenta mil reis”. O irmão comprador, José, é o único outro filho homem de Naninha e é mencionado por Julius várias vezes: nas páginas 95, 96, 102 e 121 (Platzmann 2010). João Amadeu nasceu em 1939 e a mãe dele em 1905. Maneco nasceu por volta de 1848. Existe uma distância de três ou quatro gerações entre João Amadeu, de um lado, e Maneco e José, de outro lado. Se pelo lado materno João Amadeu for descendente de Naninha, como imagino, ele pode ser tri ou tetraneto


dela. João Amadeu me contou que em 1948 a família dele acabou se mudando para a cidade de Guaraqueçaba e então o seu pai vendeu essa propriedade no rio Poruquara. Mais tarde, os novos proprietários abandonaram aquela área e a floresta tomou conta, causando a morte dos cafezeiros. Já que ninguém mais reivindicou o terreno, em 1970, João Amadeu voltou a morar ali, tomando posse da terra ancestral. Em Platzmann 2010, o tradutor-editor Lothar Lange incluí fotos que ele mesmo tirou (na primeira década deste milênio), do terreno no rio Poruquara que na época pertencia a Julius Platzmann. Ao ver essas fotos no livro, João Amadeu exclamou que realmente se trata do local, mas o “fogão com base de pedras” (p. 231) não é da época de Julius: foi construído em 1970 pelo pai de João Amadeu. Também a telha-canal mostrada na p. 231, não foi da casa de Julius, mas foi comprado pelo pai de João Amadeu. Os pés de Pinus mostradas na foto da p. 229 foram plantados em 1970 pelo próprio João Amadeu. João Amadeu diz que na família dele não existem imagens fotográficas dos ancestrais remotos. Trevisan 2002 (p. 78) mostra uma foto de Julius Platzmann na idade avançada (cabelo, barba e bigode brancos). Será que em algum lugar há um retrato de Julius quando mais novo? Será que na Alemanha existe uma biografia detalhada sobre Julius, fornecendo informações complementares sobre o seu período brasileiro também? Está mais do que na hora para algum historiador brasileiro começar o resgate das informações ainda obtiveis da vida de Platzmann neste lado do oceano. Quem se candidata?!

ENSINO MÉDIO O livro de Julius Platzmann (numa tradução melhorada)(n) e o livro de Böse & Westphal 1957 (ainda não traduzido) têm como destino natural um uso amplo no ensino médio do litoral paranaense. Não é à toa que, na Alemanha, o segundo livro foi exatamente publicado para o leitor jovem escolar. Ambas as obras passam uma mensagem muito positiva sobre a vida nessa parte mais bem preservada da Mata Atlântica, mostrando aos leitores litorâneos, jovens e adultos, que são muito sortudos em poder viver ali.

AGRADECIMENTOS - a Francisco Lothar Lange Jr., de Curitiba, por ter intermediado o meu contato com o seu pai, Francisco Lothar Paulo Lange, que me providenciou o penúltimo exemplar de Platzmann 2010; - a Júlio Cesar de Moura-Leite, de Curitiba, por ter me fornecido Platzmann 1872 em PDF; - a João Amadeu Alves, de Guaraqueçaba, pelas informações sobre o terreno que pertencia a Platzmann e por ter me mostrado um documento histórico referente à venda deste terreno; - a Donald Schause, pela cuidadosa leitura final desta carta.

NOTAS a

b

Em Curitiba, o livro Platzmann 2010 está ausente das bibliotecas da UFPR, PUC/PR, Goethe Institut e Biblioteca Pública do Paraná. Nas bibliotecas do litoral, está presente na UFPR-Litoral. Segundo Straube 2013 (p. 143, nota 115): “O livro (no original alemão) (...), tão raro que se tornou, podia ser encontrado à venda em alguns sites da internet, pelo preço médio de quase 500 euros! Foi apenas no fim da primeira década do Século XXI que o www.archive.org franqueou a obra, em formato pdf para acesso gratuito.”. Para mencionar apenas dois exemplos: (a) p. 92: onde se lê “O senhor Melly, cuja imperturbável indiferença (...)” – mudar para - “O senhor Melly, cuja imperturbável


c

c d e

f g h

j

k

m

n

tranquilidade (...)” (original, no contexto: Herr Melly, dessen unerschütterlicher Gleichmuth einen blossen Staubregen sehen will, ist zur Stunde über mir beschäftigt, die Regengüsse in die hohlen Ziegel zu leiten.); (b) p. 114: onde se lê “(...) marujos, remando lenta e festivamente, trouxeram a terra o sarcófago (...) – mudar para - “(...) marujos, remando lenta e solenemente, trouxeram a terra o caixão (...)”. (original, no contexto: Wir, die Deutschen von Paranaguä, haben soeben eine Landsmännin zur Erde bestattet, die Tochter des Capitains einer Hamburger Barke, welche vor wenigen Tagen hier eingelaufen war. Vier mit kräftigen blonden Burschen bemannte Boote brachten unter feierlich langsamen Ruderschlägen den mit der wohlbekannten Flagge bedeckten Sarg an das Land.) Com apenas uma notável exceção: na p. 85, após da descrição da morfologia externa do jararacuçu, lemos: “Se formas pudessem falar, então aqui encontraríamos o oposto total de belo e do divino” (p. 85) (original: Wenn überhaupt Formen sprechen können, so findet sich hier aller Gegensatz des Schönen und Göttlichen.). Obviamente, temos de ver este comentário no contexto do tempo: hoje nenhum amante de natureza pensaria desta forma. O título da gravura era “Forêt Vierge du Brésil”. Creio que Straube 2013 (p. 135) está certo na sua suposição de que se trata da obra de Rugendas com o mesmo título (a gravura é mostrada na p. 136 de Straube 2013). Onde nessa carta um número de página é dada sem referência, sempre se trata da versão traduzida do livro: Platzmann 2010. Lophophytum leandri (fel-da-terra) pertence à Balanophoraceae, uma família de parasitas obrigatórioas cujos representantes, pela sua aparência, podem ser confundidos com fungos (Souza & Lorenzi 2008). Lophophytum leandri parasita as raízes de árvores fabáceas nas subfamílias Caesalpinioideae e Mimosoideae. Ela é distribuída de Corrientes e Missiones (Argentina) a Rio de Janeiro e sua florada, que ocorre de julho a setembro, cheira a mel fermentado e atrai abelhas e principalmente moscas. Alguns decênios antes que Julius encontrou e desenhou esta espécie, Saint-Hilaire já a tinha coletada em Rio de Janeiro. (Extraí todas essas informações de Falcão 1975 e Hansen 1980.) Eu mesmo encontrei a espécie florida em agosto de 2011, em duas localidades no município de Guaraqueçaba: a Reserva Ecológica do Sebuí (o material encontrado e desenhado por Julius é da mesma região!) e a Reserva Natural Salto Morato (esteve na companhia de Donald Schause, que fotografou o material e a sua foto está anexada a esta carta). Platzmann escreve consistentemente rio Sibui. Nesta carta decidi escrever o nome da maneira atualmente corrente: rio Sebuí (com acento). Straube 2013 (p. 159-161) faz comentários interessantes, baseadas na literatura não recente, a respeito da presença do guará no Paraná. Platzmann informa (p. 56), por ocasião da sua visita a Perret-Gentil, que naquele momento viviam na ilha de Superagui aproximadamente 12 famílias de imigrantes europeus, plantando café. Já naquela época reivindicaram um canal interno como conexão com Iguape (p. 60). Este canal surgiria somente em 1952, o ano da inauguração do Canal do Varadouro. No capítulo “Na casa de José Maria”, que corresponde ao período que Julius viveu em Bertioga, o autor menciona o Morro Barbado, três vezes: é o local onde o enteado de José Maria tem uma roça, onde as mulheres da casa vão lavar as roupas brancas (na própria Ilha das Peças, sem morros, a água potável não era branca), e em cujo pé Julius uma vez encontrou uma ave rara: o mergulhão-pequeno. Bertioga e o Morro Barbado (hoje conhecido como Barbados) estão situados em lados opostos do chamado Canal de Superagui, que naquele ponto tem 1,4 km de largura. Lothar Lange, numa “nota de tradutor” em Platzmann 2010 (p. 177), diz acreditar que a farinheira descrita por Platzmann no capítulo “Sobre o plantio de mandioca e a produção da farinha” é aquela que pertencia a William Michaud, no morro Barbado. Isto é mera especulação! Naquela época certamente havia uma farinheira na sede da colônia (situada na desembocadura do rio Segredo; Dysarz 2013, p. 27) e não sabemos se Michaud já tinha construído uma farinheira própria. As sete filhas e os dois filhos de William Michaud são: Maria Louise (nascida em 1856), Leocadia (1859), Elise (1860), Robert (1862), Julia (1864), Joseph (1866), Maria Joanna (1868), Antonia (1873) e Anna (1875). (Guisan & Lambert 2002, p. 21). Quando Platzmann comprou o terreno, em 1863, já tinha no terreno cerca de 300 pés de café (p. 228). Não sabemos se os cafezeiros vistos por João Amadeu foram daqueles já presentes em 1863, ou que se trata de cafezeiros plantados posteriormente. Para vocês ter uma ideia do que estou falando, comparem Saint-Hilaire 1995, p. 171-172 (uma excelente tradução e revisão) com Platzmann 2010, p. 135. Trata-se do mesmo texto, em traduções independentes.

REFERÊNCIAS Ascheri, D.P.R, W. de S. Moura, J.L.R. Ascheri & E.A. Freitas Jr. 2009. Propriedades termodinâmicas de adsorção de água do amido de rizomas do lírio-do-brejo (Hedychium coronarium). Ciênc. Tecnol. Aliment. (Campinas) 29: 454462. Bento, R.T. & G.A.S. de Melo. 2010. Morphological considerations and range extensions for species of the superfamily Squilloidea (Crustacea: Stomatopoda) in the southwest Atlantic. Pan-American J. Aquatic Sci. 5: 147-152. Bérnils, R.S. & H.C. Costa (Org.). 2012. Brazilian reptiles - List of species. Version 2012. Disponível em http://www.sbherpetologia.org.br/. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acesso em: 14 de janeiro de 2013. Bonvicino, C.R., J.A. de Oliveira & P.S. D'Andrea. 2008. Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseados em caracteres externos. Centro Pan-Americano de Febre Aftosa - OPAS/OMS, Rio de Janeiro. 120 pp. Bornatowski, H. & V. Abilboa. 2012. Tubarões e raias capturadas pela pesca artesanal no Paraná: guia de identificação. Hori Consultoria, Curitiba. 124 pp.


Böse, G. & F. Westphal. 1956. Heimat am Bananal. Ein brasilianisches Tagebuch. Verlag der Gesellschaft der Freunde des vaterländischen Schul- und Erziehungswesens / Georg Westermann Verlag, Hamburg. 79 pp. Butcher, D. & E. Gouda. 2015. The New Bromeliad Taxon List. Online Database; http://botu07.bio.uu.nl/bcg/taxonList.php [permanentemente atualizada; acesso em outubro 8 de 2015]. Callaghan, C.J., M.M. Casagrande, G. Lamas (Ed.), O.H.H. Mielke, T.W. Pyrcz, R.K. Robbins & A.L. Viloria. 2004. Atlas of the Neotropical Lepidoptera. Checklist: Part 4A. Hesperioidea – Papilionoidea. Scientific Publishers, Gainesville/Washington/Hamburg/Lima/Taipei/Tokyo. 439 pp. Carvalho, F.L. de. 2014. Sistemática do gênero Palaemon Weber, 1795 (Decapoda, Palaemonidae): uma abordagem molecular e morfológica de padrões filogeográficos, evolução de características ecológicas e status taxonômica das espécies no Brasil. Thesis, PH.D., Universidade de São Paulo, FFCLRP – Departamento de Biologia, Ribeirão Preta / SP. 192 pp. CBRO (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos). 2014. Listas das Aves do Brasil. Versão 1/1/2014. Disponível em: <http://www.cbro.og.br>. Acesso em 17 de maio de 2014. Corrêa, M.F.M., A.A. de M. Cordeiro & I.M. Justi. 1986. Catálogo dos peixes marinhos da coleção da Divisão de Zoologia e Geologia da Prefeitura de Curitiba - I. Nerítica 1: 1-83. Dysarz, C.M. 2013. Os suíços de Superagui: colonização e imigração no Paraná do Século XIX. Thesis, M.Sc., Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Curitiba. 190 pp. Falcão, W.F. de A. 1975. Balanoforáceas. Flora Ilustrada Catarinense, I Parte. As plantas. Fascículo: BALA. 43 pp. Guisan, M. & F. Lambert. 2002. William Michaud (1829-1902): lettres, dessins et aquarelles d’un émigrant vaudois au Brésil. Association des Amis de William Michaud e Musée historique de Vevey, Vevey 236 pp. Hansen, B. 1980. Balanophoraceae. Fl. Neotrop. Monogr. 13: 1-80. Houaiss, A. & M. de S. Villar. 2001. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Objetivo, Rio de Janeiro. lxxxiii, 2925 pp. JBR (Jardim Botânico do Rio de Janeiro). 2010. Catálogo de plantas e fungos do Brasil. Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1699 pp. (2 Vol.). Kaehler, M., R. Goldemberg, P.H. Labiak Evangelista, O. dos S. Ribas, A.O.S. Vieira & G.G. Hatschbach. 2014. Plantas vasculares do Paraná. Universidade Federal do Paraná, Departamento de Botânica, Curitiba. 190 pp. Kammler, H. 1994. Karl Julius Platzmann: ein Leipziger und die Indianersprachen. QUETZAL (Politik und Kultur in Lateinamerika) Online-Magazine. Disponível em: http://www.quetzal-leipzig.de/themen/ethnien-und-kulturen/karl-julius-platzmann-ein-leipziger-und-dieindianersprachen-19093.html

Lorenzi, H. 1992. Árvores brasileiras. Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Editora Plantarum, Nova Odessa. 368 pp. Maack, R. 1963. Notas para a história, geologia e geografia de Paranaguá. Bol. Inst. Hist. Geogr. Etnogr. Paranaense (Curitiba) 8: 8-22. Macedo, J.F. 1997. O gênero Hedychium Koenig (Zingiberaceae) no Estado de Minas Gerais. Daphne 7(2): 27-31. Martius, K.F.P. von. 1863. Glossaria linguarum brasiliensium. Glossarios de diversas lingoas e dialectos, que fallao os Indios no imperio do BraziI. Wortersammlung brasilianischer Sprachen. Junge & Sohn, Erlangen. 548 pp. (obra reimpressa em 1969, por M. Sandig, Wiesbaden). Miretzki, M. 2003. Morcegos do Estado do Paraná, Brasil (Mammalia, Chiroptera): riqueza das espécies, distribuição e síntese do conhecimento atual. Papéis Avulsos Zool. 43: 101-138. Müller, F. 1864. Für Darwin. Wilhelm Engelmann, Leipzig. (mit 67 Figuren in Holzschnitt). Müller, F. 1869. Facts and arguments for Darwin, with additions by the author. (Translated by W.S. Dallas from the original [Für Darwin. Wilhelm Engelmann, Leipzig. 1864]). John Murray, London. (com ilustrações). Platzmann, J. 1872. Aus der Bai von Paranaguá. B.G. Teubner, Leipzig. 271 pp. Disponível em: https://archive.org/stream/ausderbaivonpar00platgoog#page/n11/mode/2up

Platzmann, J. 2010. Da Baía de Paranaguá. (Traduzido por F.L.P. Lange do original [Aus der Bai von Paranaguá. B.G. Teubner, Leipzig. 1872]). Edição do tradutor, Curitiba. 272 pp. Reis, N.R. dos, A.L. Peracchi, M.N. Fregonezi & B.K. Rossaneis. 2009. Guia ilustrado mamíferos do Paraná - Brasil. (Manuais de Campo USEB – 13). União Sul-Americana de Estudos da Biodiversidade (USEB), Pelotas. 264 pp. Reitz, R. 1959. Os nomes populares das plantas de Santa Catarina. Sellowia 11: 3-148. Reitz, R. 1983. Flora Ilustrada Catarinense. Bromeliáceas e a malária-bromélia endêmica. Herbário 'Barbosa Rodrigues', Itajaí. 559 pp. Romanini, R.P. & F. de Barros. 2007. Flora fanerogâmica da Ilha de Cardoso (São Paulo, Brasil). Orchidaceae. Flora fanerogâmica da Ilha de Cardoso (São Paulo) 12: 29-275. Saint-Hilaire, A.F.C.P. de. 1830. Voyages dans l’intérieur du Brésil, première partie: Voyage dans les provinces de Rio de Janeiro et de Minas Gerais, tome premier. Grimbert et Dorez, Paris. xiv, 458 pp.


Saint-Hilaire, A.F.C.P. de. 1851. Voyage dans les provinces de Saint-Paul et de Sainte-Catherine, 2 Vol. Arthus Bertrand, Paris. Vol. 1 (pp. i-vi, 1-464), Vol. 2 (pp. 1-423, Table des matières). (Voyages dans l’interieur du Brésil. Quatrième partie). Saint-Hilaire, A.F.C.P. de. 1995. Viagem pela comarca de Curitiba. (Traduzido por C.L. Carollo do original [Voyage dans les provinces de Saint-Paul et de Sainte-Catherine, Vol. 2, chapitres XIV-XXII. Arthus Bertrand, Paris. 1851]). Fundação Cultural (Coleção Farol do Saber), Curitiba. 182 pp. Scherer, E. 1988. Michaud, o pintor de Superagui. (Traduzido por J. Graf do original [William Michaud von Vevey (18291902). Verlag Fuer Recht und Gesellschaft, Basel. 1960]. Imprensa Oficial, Curitiba. 103 pp. Smith, L.B. & R.J. Downs. 1974. Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Fl. Neotrop. Monogr. 14(1): 1-658. Smith, L.B. & R.J. Downs. 1977. Tillandsioideae (Bromeliaceae). Fl. Neotrop. Monogr. 14(2): 663-1492. Smith, L.B. & R.J. Downs. 1979. Bromelioideae (Bromeliaceae). Fl. Neotrop. Monogr. 14(3): 1493-2142. Souza, V.C. & H. Lorenzi. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II, Ed. 2. Editora Plantarum, Nova Odessa. 704 pp. Straube, F.C. 2013. Ruínas e Urubus: história da ornitologia no Paraná. Período de Natterer, 2 (1835-1865). Hori Consultoria, Curitiba. 312 p. Trevisan, E. 2002. Visitantes estrangeiros no Paraná. Tschudi, Platzmann, Fric, Helling: vida e algum texto. Gráfica Vicentina Edit., Curitiba. 333 pp. Wied-Neuwied, (Prinz) M. 1820-21. Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817, Vol. 1.2. Frankfurt am Main.

Apêndice 1. Espécies de plantas e animais referidas em Platzmann 1872 para o Brasil, com o seu nome atualizada ou a sua identificação corrigida.(1) Apêndice 1. Espécies de plantas e animais referidas em Platzmann 1872 para o Brasil, com o seu nome atualizado ou a sua identificação corrigida.(1) P1

P2

Nome usado em Platzmann 1872

CO

Nome científico atualizado,(2) ou identificação corrigida

Família à qual atualmente pertence

GRU

N C / M E A

Micuim são fases juvenis de ácaros, vivendo como parasitas da pele de vertebrados. água-viva (há várias gêneros)

Trombiculidae

AI-AC

N

Cnidaria (filo)

AI-CN

N

É sinôn. nom. de Cloridopsis dubia (M.Edw.), que ocorre no litoral brasileiro entre Pará e Santa Catarina (Bento & Melo 2010) e, assim, certamente ocorre no PR. Sp. X (camarão) Nada descobri a respeito de Palaemon guaricuru e o nome não é citado em Carvalho 2014. No litoral do PR, ocorre Palaemon northropi (Rankin) (Carvalho 2014). É sinôn. nom. de Achelous spinimanus (Latreille) (siri) É sinôn. tax. de Ucides cordatus occidentalis (caranguejo-uca) Ident. Melipona sp. (mandaçaia)

Lysiosquillidae

AI-CR

N

Palaemonidae

AI-CR

N

Portunidae

AI-CR

N

Ucididae

AI-CR

N

Apidae

AI-IN

N

certamente Platzmann se refere aos pernilongos (Culicidae), cujo nome alemão atual é Stechmücke e Moskitos pernilongos

Culicidae

AI-IN

N

+

É sinôn. nom. de Photina vitrea (louve-a-deus) Ident. corrig.: Morpho epistrophus catenaria No PR, Morpho epistrophus epistrophus (sinôn. tax. M. laertes) não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida da subespécie é RJ),

Mantodea (ordem) Nymphalidae

AI-IN AI-IN

N N

+

(na obra não é feito uso do grifo itálico) PLANTAS E ANIMAIS DO LITORAL DO PARANÁ

166

180

Micuim (Trombidium sp.)

...

183

197

POPF

179

194

Aguaviva (não é fornecido nome científico) Tambarutaca (Squilla dubia MEdw.)

60

87

Camarão (Palaemon Guaricuru Fabr.)

CGST?

179

194

Siri (Lupea spinimana MEdw.)

CESN

154

170

Caranguejo (Uca laevis M. Edw.)

CEST

258

258

POPG

208 (120)

217 (143)

Mandaçaia (não é fornecido nome científico) Mosquitos, “unsre Schnaken” (não é fornecido nome científico)

210

218

POPF

56 55

84 83

“langbeinige Mücken” (não é fornecido nome científico) Mantis vitrea Burm. Morpho Laertes L.

CESN

POPF

CESN CEST

+

+


55

83

Morpho Menelaus L.

CEAT

227

234

Bariguim (não é fornecido nome científico) ‘

POPF

120

143

“Mücken” (não é fornecido nome científico)

POPF

120

143

POPF

208

217

‘Bremsen’ (não é fornecido nome científico) Mutucas, “unsre Schmeissfliegen” (não é fornecido nome científico)

157

173

POPE

155

171

155

171

106

130

33

63

Belbigão (não é fornecido nome científico) Segundo Platzmann é um dos componentes principais dos sambaquis do tipo cônico. Ostra do Mangue (Ostrea arborea Chem.) Segundo Platzmann esta é a espécie que cresce nas raízes de mangue, ao contrário da seguinte, que cresce nos rochedos. É correto, mas o nome científico que ele fornece pertence à seguinte. Ostra da Pedra (não é fornecido nome científico) Iraburama (não é fornecido nome científico) Segundo Platzmann, trata-se de um bivalve com mais de um palmo de comprimento e que vive fundo na lama. “Ardentia, das Leuchten der See” (Traduzida: ardentia, a luminescência do mar) (não é fornecido nome científico)

156

172

Pato (Cairina moschata L.)

CEAT

155 155

171 171

Ardea Cocoi L. Ardea Leuce Illig.

CEAT

155

171

Ardea nivea Licht.

CGST

130

151

EG

155

171

Soco (Ardea erythromelas Vieill.) (“(...) massas de lama oferecendo o pequeno almoço a numerosas pequenas e dispersadas garças cinzentas, chamados socós (Ardea erythromelas Vieill.); esses animalzinhos espiam pacientemente e prosseguem devagarzinho e, mesmo estando distantes umas das outras, curiosamente vão todas na mesma direção sobre o úmido terreno.”) Ardea erythromelas Vieill. (“Uma calma e melancólica garça, com vários pés de altura, mesclado de cinca, branco e marrom.”)

POPF

Morpho menelaus No leste do PR ocorre a subespécie Morpho menelaus coeruleus barigui, flebótomo: “designação comum a diversos mosquitos hematófagos, de diminutas proporções, da fam. dos psicodídeos, vetores de diversas doenças, em várias partes do mundo, esp. a leishmaniose” (Houaiss & Villar 2001) Provavelmente Platzmann se refere aos borrachudos (Simuliidae), cujo nome alemão atual é Kriebelmücke mutucas mutucas (Obs. Atualmente, na Alemanha se usa o nome Bremsen para Tabanidae (mutucas) e Schmeissfliegen para Calliphoridae (moscasvarejeira)) Ident.: Trachycardium muricatum (berbigão, mijamija, rala-coco)

Nymphalidae

AI-IN

N

+

Psychodidae

AI-IN

N

+

Simuliidae

AI-IN

N

+

Tabanidae

AI-IN

N

+

Cardiidae

AI-MO

N

+

CGSTt

Ident. corrig.: Crassostrea brasiliensis (ostra-defundo).

Ostreidae

AI-MO

N

+

POPE

Ident.: Crassostrea rhizophorae (sinôn. tax.: Ostrea arborea) (ostra-da-pedra) Ident.: talvez Tagelus plebeius (unha-de-velha, saramambí, canivete, unha-de-urubu), que no litoral do PR alcanca 67 mm de comprimento.

Ostreidae

AI-MO

N

+

Tagelus pertence a Psammobiidae

AI-MO

N

(+)

fosforescência-do-mar, ardência, ardentia, buxiqui, noctilúcio: designação comum aos dinoflagelados planctônicos marinhos; quando numerosos, tornam-se responsáveis pela fosforescência das águas dos oceanos à noite, devido à sua bioluminescência. Cairina moschata (pato-do-mato)

Dinoflagellida (ordem)

AI-PR

N

Anatidae

AV-AV

N

+

Ardea cocoi (garça-moura) É sinôn. tax. de Ardea alba egretta (garça-brancagrande) Ident. corrig.: Egretta thula (garça-brancapequena) Egretta garzetta (sinôn. tax. Ardea nivea ) é restrita ao Velho Mundo. Ident. corrig.: Nycticorax nycticorax (savacu) Platzmann certamente errou na identificação, já que Ixobrychus exilis erythromelas (sinôn. nom. Ardea erythromelas) (socoí-vermelho) é uma ave rara, solitária e difícil de ser observada. Também Straube (2013, p. 213, nota 138) se enganou, em acreditar que Platzmann se referiu a Butorides striata (socozinho), pois também aquela espécie é solitária e arisca, não se expondo em lamaçal aberto.

Ardeidae Ardeidae

AV-AV AV-AV

N N

+ +

Ardeidae

AV-AV

N

+

Ardeidae

AV-AV

N

+

POPE

POPF

CEST

EG

Ident. corrig.: Nycticorax nycticorax (savacu)


155 130, 155 156 54 (165) (69), 134 69 54

171 151, 172 172 82 (179) (99), 154 99 83

121, 241

143, 246

76

Ardea coerulea L. Baguari (Ciconia Maguari Temm.)

CEAT

Jabiru, Tujuju (Ciconia Mycteria Illig.) Guaraponga (Chasmarhynchus nudicollis Temm.) Jacu tinga (Penelope Pipile Gmel.)

CESN

Egretta caerulea (garça-azul) Ciconia maguari (maguari)

Ardeidae Ciconiidae

AV-AV AV-AV

N N

CESN

É sinôn. nom. de Jabiru mycteria (tuiuiú) É sinôn. nom. de Procnias nudicollis (araponga)

Ciconiidae Cotingidae

AV-AV AV-AV

N N

+

CEST

É sinôn. tax. de Aburria jacutinga (jacutinga)

Cracidae

AV-AV

N

+

Jacu guaçu (Penelope cristata Gmel.) Sirigaita, Alma do Gato (Coccygus cajanus L.) ‘Fregattvögel’ (Tachypetes aquila Vieill.)

CEST

É sinôn. tax. de Penelope obscura (jacuaçu) É sinôn. nom. de Piaya cayana (alma-de-gato)

Cracidae Cuculidae

AV-AV AV-AV

N N

+ +

Fregata magnificens (tesourão) (= Tachypetes aquila (nec Vieillot) de Wied, 1893; segundo

Fregatidae

AV-AV

N

+

104

Japu (Cassicus albirostris Vieill.)

CGST

Icteridae

AV-AV

N

+

180

194

Larus maculipennis Licht.

CESN

Laridae

AV-AV

N

+

180 156, 180, 241 29, 136

194 172, 194, 246 61, 155

Larus vociferus Gray Biguá (Halieus brasilianus Spix)

CEST

Laridae Phalacrocoracidae

AV-AV AV-AV

N N

+ +

CEST

Odontophorus capueira (sinôn. tax.: O. dentatus Licht.)

Phasianidae

AV-AV

N

+

54 54 59

82 82 86

Uru (Odontophorus dentatus Licht.) Obs.: Na p. 29 / 61, Platzmann identifica o uru como Perdix guianensis Lath., um erro que ele corrige na p. 136 / 155, da seguinte forma: “Odontophorus dentatus Licht., perperam Perdix guianensis Lath. supra”) (perperam supra significa: erradamente acima) Platzmann tem razão: Odontophorus gujanensis [sinôn. nom.: Perdix guianensis] não ocorre no PR. Campephilus robustus Freyr. Celeus flavescens Gmel. Podiceps dominicus Lath.

CEAT

Picidae Picidae Podicipedidae

AV-AV AV-AV AV-AV

N N N

+ +

53, 188

82, 201

Psittacus amazonicus L.

CGSN

Psittacidae

AV-AV

N

+

53

81

Conurus guianensis Briss.

EG

Psittacidae

AV-AV

N

+

46, 154, 208

76, 171, 217

Saracura (Aramides cayennensis Gmel.)

CEST

Campephilus robustus (pica-pau-rei) Celeus flavescens (pica-pau-de-cabeça-amarela) É sinôn. nom. de Tachybaptus dominicus (mergulhão-pequeno) Platzmann caçou esta espécie na costa de uma enseada junto ao Morro Barbado, Ilha de Superagui, em 1859. Ident. corrig.: Amazona brasiliensis (papagaio-decara-roxa) Na pág. 53 / 82 é descrito o comportamento típico da última espécie: a revoada, aos pares, ao dormitório em outra ilha. No litoral paranaense, Amazona amazonica (sinôn. nom. Psittacus amazonicus) não ocorre. Ident. corrig.: Brotogeris tirica (periquito-rico) Segundo Straube (2013, p. 149, nota 128) Conurus guianensis (Statius Muller, 1776) é sinôn. tax. de Psittacara leucophthalmus, espécie ausente do litoral paranaense. Brotogeris tirica é o único periquito verde com longa cauda em forma de cunha (é assim que Platzmann a caracteriza) comum no litoral. É sinôn. tax. de Aramides cajanea (saracura-trêspotes) (sinôn. Fulica cayennensis Gmel.) Na pág. 2018 / 217 é oferecida uma caraterização convincente: a espécie tem peito marromavermelhado e canta: tricoke-tricoke-tricokeumpot-umpot-umpot.

Rallidae

AV-AV

N

+

CEAT

CESN CEST

CESN

CEAT CESN

Straube 2013 p. 171, nota 54) Ident. corrig.: Cacicus haemorrhous (guaxe) No litoral do PR, Cacicus chrysopterus (sinôn. tax. Cassicus albirostris) não ocorre. Platzmann claramente se refere a C. haemorrhous, já que a espécie observada por ele nidifica em colônias, enquanto C. chrysopterus constrói ninhos solitários. É sinôn. nom. de Chroicocephalus maculipennis (gaivota-maria-velha) É sinôn. tax. de Larus dominicanus (gaivotão) É sinôn. nom. de Phalacrocorax brasilianus (biguá)

+


58, 156

86, 172

Fulica armillata Vieill.

CEAT

54

82

Ramphastus Temminckii Wagl.

CEST

22

51

Pteroglossus Aracari L.

CGAT

180 121

194 143

CEAT

21

50

Talhamar (Rhynchops nigra L.) “Scharfsichtige Taucher, ihren Flug hemmend, stossen senkrecht in das Wasser, (...)” (Traduzida: Mergulhadores de vista acurada, detendo o voo, mergulham verticalmente na água, (...).). (não é fornecido nome científico) Tanagra brasiliensis L.

NID

CGSN

Fulica armillata (carqueja-de-bico-manchado) Na pág. 58 / 86 é oferecida uma descrição convincente. É sinôn. tax. de Ramphastos vitellinus ariel (tucano-de-bico-preto), segundo Straube 2013 p. 151, nota 129. É oferecida uma descrição convincente desta espécie. Ident. corrig.: Pteroglossus bailloni (araçaribanana) O animal visto por Platzmann foi verde. Assim, entre os ranfastídeos do litoral paranaense, pode ser somente a araçari-banana. No PR, Pteroglossus aracari (araçari-de-bicobranco) ocorre somente no interior, não no litoral. Rynchops niger (talha-mar) Ident.: Sula leucogaster (atobá-pardo)

Rallidae

AV-AV

N

Ramphastidae

AV-AV

N

+

Ramphastidae

AV-AV

N

+

Rynchopidae Sulidae

AV-AV AV-AV

N N

+ +

Ident. corrig.: Platzmann certamente se refere a Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), já que a caracteriza como um “pardal cor de papoula”. Na opinião de Straube (2013, p. 146, nota 122), Platzmann fez confusão com o nome Tanagra bresilia L., um sinônimo de Ramphocelus

Thraupidae

AV-AV

N

+

Threskiornithidae

AV-AV

N

+

107, 155 (121) 155 72, 136

131, 171 (143) 171 101, 155

Guará (Ibis rubra L.)

CESN

bresilius. No PR, Tangara brasiliensis (sinôn. nom. Tanagra brasiliensis L.) não ocorre. É sinôn. nom. de Eudocimus ruber (guará)

Colhereiro (Platalea Ajaja L.)

CEAT

Platalea ajaja (colhereiro)

Threskiornithidae

AV-AV

N

+

Macucu (Trachypelmus Tao Licht.)

CEST

Tinamus solitarius (macuco) “Realocação no gênero Trachypelmus, do Crypturus tao de Temminck (1823), sinônimojúnior de Tinamus solitarius (Vieillot, 1819)”

Tinamidae

AV-AV

N

+

89

115

Trochilus colubris Wilson

EG

AV-AV

N

54

82

Surucua (Trogon viridis L.)

CEAT

AV-AV

N

+

29

61

NID

AV-AV

N

+

62, 145

89, 162

“einer grossen weissen Eule” (Traduzida: uma grande coruja branca) (não é fornecido nome científico) Platzmann encontrou ela na Ilha dos Pinheiros, na abertura de uma parede de pedras partidas e nuas. Bugio (Mycetes fuscus Geoffr.)

Atelidae

AV-MA

N

+

73

101

CEST

Caviidae

AV-MA

N

+

62, 137

89, 156

Capybara (Hydrochoerus Capybara Erxl.) Macaco (Cebus Fatuellus L.)

Cebidae

AV-MA

N

+

CGSN

CGSN

(Straube 2013, p. 155, nota 133) Ident. corrig.: beija-flor local não identificado Trochilidae Platzmann observou uma fêmea, sentada no seu ninho feito num arbusto. No PR, Archilochus colubris (sinôn. nom.: Trochilus colubris) não ocorre (é restrita à America do Norte e América Central). Trogon viridis (surucuá-grande-de-barrigaTrogonidae amarela) Ident.: provavelmente, Tyto furcata (coruja-daTytonidae igreja)

Ident. corrig.: Alouatta guariba clamitans (bugioruivo) No PR, Alouatta fusca (sinôn. nom. Mycetes fuscus) não ocorre (o limite sul da sua distribuição é RJ). É sinôn. tax. de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) Ident. corrig.: Cebus nigritus (macaco-prego, mico) No PR, Cebus apella fatuellus (sinôn. nom. Cebus fatuellus) não ocorre (a espécie é restrita à região amazônica).


63, 189

90, 201

Veado (Cervus rufus Illig.)

CGSN

62, 71 59

89 87

Paca (Coelogenys Paca Cuv.) Tatu (Dasypus longicaudus Pr. Max.)

CESN

182

196

Tatuaçu (Dasypus Gigas Cuv.) Platzmann mesmo nunca viu esta espécie, mas a sua ocorrência na região foi lhe relatada.

CEST

62, 70

89, 99

Aguti (Dasyprocta Aguti Erxl.)

CGST

121, 180 62 62 111

143, 194 89 89 134

“Delphine”

POPF CEAT

111

134

62 69, (131) 62, 89

“kleine” Tamanduá (Myrmecophaga tetradactyla L.) Phyllostoma hastatum Geoffr. “(...) é um dos maiores morcegos do Brasil. Derrubei um (...) e cuidadosamente fiz o seu desenho, exceto da cabeça (...)”.

CESN

61

89 98, (151) 89, 116 88

Gambá (Didelphys aurita Pr. Max.) Felis Onca L. Onça parda, Onça vermelha (Felis concolor L.) Jagua tiriga (Felis Yaguarundi Desm.) „Die schwarze Art nennen die Leute Jagua tiriga“ (Traduzida: A espécie preta o povo chama de Jagua tiriga) Irara (Galictis barbara Wagn.) Lontra (Lutra brasiliensis Pr. Max.)

62, 216 154

89, 223 171

Cuati (Nasua socialis Pr. Max.)

54 (165)

82 (180)

62, 111 138, 142 183

Ident. corrig.: Mazama sp. No PR, Mazama rufa (sinôn. nom. Cervus rufus) não ocorre, mas ocorrem quatro outras espécies deste gênero. É sinôn. nom. de Cuniculus paca (paca) É sinôn. tax. de Dasypus novemcinctus (tatugalinha) É sinôn. tax. de Priodontes maximus (tatucanastra), espécie atualmente considerada extinto no PR. “É o maior tatu existente, apesar disto é raramente visto devido ao seu hábito noturno e semifossorial. Pode permanecer na mesma toca por vários dias.” (Reis et al. 2009) Ident. corrig.: Dasyprocta azarae (cutia) No PR, Dasyprocta leporina (sinôn. tax. D. aguti) não ocorre (a espécie é restrita à região amazônica; Bonvicino et al. 2008). Ident.: Sotalia guianensis (boto-cinza)

Cervidae

AV-MA

Cuniculidae Dasypodidae

AV-MA AV-MA

N N

Dasypodidae

AV-MA

N

Dasyproctidae

AV-MA

N

+

Delphinidae

AV-MA

N

+

Didelphis aurita (gambá-de-orelha-preta) É sinôn. nom. de Panthera onca (onça-pintada) É sinôn. nom. de Puma concolor (onça-parda)

Didelphidae Felidae Felidae

AV-MA AV-MA AV-MA

N N N

+ + +

CESN

Felis yagouaroundi é sinôn. nom. de Puma yagouaroundi (gato-mourisco)

Felidae

AV-MA

N

+

CESN

É sinôn. nom. de Eira barbara (irara) É sinôn. tax. de Lontra longicaudis (lontra)

Mustelidae Mustelidae

AV-MA AV-MA

N N

+ +

Myrmecophagidae

AV-MA

N

+

Noctilionidae

AV-MA

N

+

CEST

É sinôn. nom. de Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim) Ident. corrig.: Noctilio leporinus (morcegopescador-grande) No litoral do PR, Phyllostoma hastatus (Pallas) não ocorre (no PR, é restrita ao Terceiro planalto; Miretzki 2003, fig. 7A). A espécie é uma das maiores das Américas (Reis et al. 2009) e Platzmann deve ter baseado a sua ‘identificação’ somente no tamanho grande, já que o seu desenho não incluí a cabeça (assim faltando no seu registro a folha nasal, característica da Phyllostomidae). Noctilio leporinus é um pescador comum nas margens da baía de Paranaguá e é tão grande quanto P. hastatus. É sinôn. tax. de Nasua nasua (quati, coati)

Procyonidae

AV-MA

N

+

Cachorro do Mangue (Procyon cancrivorus Desmar.) Serelepe (Sciurus aestuans L.)

CEAT

Procyon cancrivorus (mão-pelada)

Procyonidae

AV-MA

N

+

CGSN

Sciuridae

AV-MA

N

+

89, 134 157, 160 197

Anta (Tapirus suillus Blum.) (Tapirus Bairdii Lond. Zool. Gard.?) Taitetu (Dicotyles torquatus Cuv.)

CEST

Ident. corrig.: Guerlinguetus ingrami (esquilo, caxinguelê) No PR, Guerlinguetus aestuans (sinôn. nom. Sciurus aestuans) não ocorre (a espécie é restrita à Amazônia; Bonvicino et al. 2008). É sinôn. tax. de Tapirus terrestris (anta)

Tapiridae

AV-MA

N

+

CEST

É sinôn. tax. de Pecari tajaca (cateto)

Tayassuidae

AV-MA

N

+

arraia (Trygon Aiereba J. Müller et Henle)

EG

...

AV-PE

N

180

194

Timbucu (Belone Timucu Cuv.)

CESN

Belonidae

AV-PE

N

229

236

Robalo (Sciaena undecimalis Bloch)

CESN

Ident. corrig.: ? No PR, a raia de água doce Paratrygon aiereba (sinôn. nom. Trygon aiereba) não ocorre. É sinôn. nom. de Strongylura timucu (timucú, timbucú) É sinôn. nom. de Centropomus undecimalis (Bloch), que ocorre de RJ para o norte. O congênere paranaense é C. parallelus Poey (robalo-peva)

Centropomidae

AV-PE

N

CEST

CESN CESN

CEST

EG

+

+ +


Tainhupé (não é fornecido nome científico) É um tubarão Tropepó (não é fornecido nome científico) É um tubarão Paru (Pomacanthus Paru Cuv.) Jamanda (não é fornecido nome científico) É uma arraia gigante que Platzmann pessoalmente não viu, mas que o seu informante mencionou como ocorrente na região. Parati (Mugil brasiliensis Spix)

POPE

Não sei de qual espécie de tubarão se trata. O nome não ocorre em Bornatowski & Abilboa 2012.

Elasmobranchii (subclasse)

AV-PE

N

POPE

Não sei de qual espécie de tubarão se trata. O nome não ocorre em Bornatowski & Abilboa 2012.

Elasmobranchii (subclasse)

AV-PE

N

CEAT

Pomacanthus paru Ident.: Manta birostris (raia-jamanta) A espécie pode atingir até 7 m e ocorre dos EUA até o norte da Argentina (Bornatowski & Abilboa 2012)

Ephippidae Mobulidae

AV-PE AV-PE

N N

CEST

É sinôn. tax. de Mugil liza (tainha)

Mugilidae

AV-PE

N

Tainha (Mugil liza Cuv.) Guacari (Loricaria cataphracta L.) Platzmann acrescenta que é encontrada no meio da floresta. Breiereva (Pleuronectes Aramaca Cuv.) Platzmann acrescenta os nomes vernáculos alemãs de duas espécies europeias: “Scholle” pertence a Pleuronectidae e “Zunge” pertence a Soleidae. Acará (não é fornecido nome científico) Pristis antiquorum Lath. Biraguay (Pogonias fasciatus Cuv.)

CEAT CEAT

Mugil liza (tainha) Loricaria cataphracta De fato, é uma espécie de água doce.

Occocephalidae ?

AV-PE

CEST

É sinôn. tax. de Syacium papillosum (linguado)

Pleuronectidae

AV-PE

N

POPF

Ident.: cf. Abudefduf saxatilis (acará-da-pedra)

Pomacentridae

AV-PE

N

CEST

Pristidae Sciaenidae

AV-PE AV-PE

N N

POPF

Sciaenidae

AV-PE

N

197

Pescada (não é fornecido nome científico) Solteira (Cybium maculatum Cuv.)

Scombridae

AV-PE

N

180

194

Hippocampus guttulatus Cuv.

CGAT

Syngnathidae

AV-PE

N

181

196

Baiacu (Tetrodon testudineus L.)

CESN

Tetradontidae

AV-PE

N

183 47, 154, 179

197 77, 170, 194

Trichiurus lepturus L. Jacaré (Alligator sclerops Cuv.) Na pág. 179 / 194 é mencionado o “ururá”, que seria maior e mais raro do que o “jacaré”, tendo “desenhos amarelos e vermelhos no pescoço”.

CEAT

Trichiuridae Alligatoridae

AV-PE AV-RE

N N

236

243

NID

Colubridae, ou Dipsadidae

AV-RE

N

239

245

“eine kleine schwarze Schlange” (Traduzida: uma pequena serpente preta) (não é fornecido nome científico) Bicoraia (Elaps corallinus Pr. Max.)

É sinôn. tax. de Pristis pectinata (peixe-serra) É sinôn. tax. de Pogonias cromis (miraguaia, piraúna) Ident.: Cynoscion sp., ou Isopisthus sp. (pescada) É sinôn. nom. de Scomberomorus maculatus (serra) Ident. corrig.: Hippocampus sp. (cavalo-marinha) No Brasil, Hippocampus guttulatus não ocorre (é uma espécie da costa Atlântica e mares europeias) É sinôn. nom. de Sphoeroides testudineus (baiacú-mirim, baiacú-malhado, baiacú-pintado) Trichiurus lepturus (espada-preta) Ident. corrig.: Caiman latirostris (jacaré-do-papoamarelo, ururau) Platzmann está errado na suposição de que ocorrem duas espécies no litoral do PR. Acontece que no jacaré-do-papo-amarelo os machos podem atingir um tamanho maior do que as fêmeas. No PR, Caiman crocodilus (sinôn. tax. Alligator sclerops) não ocorre. Ident. ? O animal foi encontrado dentro da sua residência.

Elapidae, ou Dipsadidae

AV-RE

N

+

30

62

Teius Monitor Merr.

CGST

Teiidae

AV-RE

N

+

56, 239

84, 245

Jararaca (anderwärts, Surucucú, Lachesis rhombeata Pr. Max.) (“anderwärts” significa: em outras regiões chamada de...)

EG

É sinôn. nom. de Micrurus corallinus (cobra-coralverdadeira). Na realidade, a serpente vista por Platzmann pode também ter sido a cobra-coral-falsa Liophis aesculapi Ident. corrig.: Salvator merianae (teiú) No PR, Tupinambis teguixin (sinôn. tax. Teius monitor) não ocorre. Ident. corrig.: na realidade deve se tratar de indivíduos muito grandes do jararacuçu (Bothrops jararacussu). No PR, Lachesis muta rhombeata (sinôn. nom. L. rhombeata) (surucucu, pico-de-jaca) não ocorre (o limite sul da sua distribuição é RJ).

Viperidae

AV-RE

N

+

183

197

183

197

183 183

197 197

174, 229 174 174

190, 236 190 189

183

196

174

189

184 175

198 190

174

189

183

POPE

CEST

CESN

CGST

CESN

+

+


56

84

Jararaca guaçu (não é fornecido nome científico)

POPE

251

253

NID

97

122

Tabucuba (não é fornecido nome científico) É uma planta que queima, lançada verde ao fogo. Aphelandra variegata Morel

152

169

Siriuba (Avicennia nitida L.)

CGST

97 164

122 179

CEAT

164

179

42

73

164 30 42 177, 257

179 61 73 193, 257

Justicia carnea Lindl. “Swiebel” (não é fornecido nome científico) “Schnittlauch” (não é fornecido nome científico) Bracayanamby (Lasiandra Maximiliana Mart.) Caruru (Amarantus melancholicus L.) Amaryllis Belladonna L. Susenna (Lilie, Amaryllis Reginae L. f.) Pinda-úba (Guatteria Candolleana Schlecht.)

224, 250 29 29

228, 253 61 61

Perova (Aspidosperma australe Müll. Arg.) Cynanchum stellatum Vellozo Echites thyrsoidea Vellozo

CEAT

29

61

Tabernaemontana echinata Vellozo

CGST

43

74

Ca-una (Ilex daphnogenea Reiss.)

CGAT

241, 250 164, 189 164

246, 252 179, 201 179

Caladium bicolor Vent.

258

258

249

251

256 178, 214 250 100, 258 74, 160 53, 248 160

257 193, 221 252 125, 258 102, 176 81, 251 176

CGAT

Ident.: Bothrops jararacussu (jararacuçu) Obs.: Platzmann oferece uma descrição convincente. O animal morto tinha sete pés (= 230 cm) de comprimento e o corpo tinha oito polegadas (= 22 cm) de contorno. Ident.: ? ...

PL-AN

?

Acanthaceae

PL-AN

?

Acanthaceae

PL-AN

N

POPE

Ident. corrig.: ?Aphelandra sp. No PR, Aphelandra variegata Morel não ocorre (a sua distribuição se restringe a ES). Ident. corrig.: Avicennia schaueriana Stapf & Leechm. ex Moldenke (siriúba) Platzmann oferece uma descrição detalhada do material florido e não relata a presença de pelos no interior da corola. Esses pelos são presentes em Avicennia germinans (L.) L. (sinôn. tax.: A. nitida Jacq.) e são ausentes em A. schaueriana, razão pelo qual suponho que Platzmann coletou a última espécie, que no PR é muito mais comum do que a outra. Justicia carnea Lindl. Ident.: Allium cepa (cebola)

Acanthaceae Alliaceae

PL-AN PL-AN

N E

POPE

Ident.: Allium schoenprasum (cebolinha-francesa)

Alliaceae

PL-AN

E

CESN

É sinôn. nom. de Chamissoa maximiliani Mart. ex Moq. É sinôn. tax. de Amaranthus tricolor L. Amaryllis belladonna L. É sinôn. nom. de Hippeastrum reginae (L.) Herb. Ident. corrig.: Guatteria australis A.St.-Hil. No PR, Guatteria candolleana Schltdl. não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MG e RJ). Aspidosperma australe Müll. Arg. (peroba)

Amaranthaceae

PL-AN

E

Amaranthaceae Amaryllidaceae Amaryllidaceae Annonaceae

PL-AN PL-AN PL-AN PL-AN

E E E N

Apocynaceae

PL-AN

N

Apocynaceae Apocynaceae

PL-AN PL-AN

N N

Apocynaceae

PL-AN

?

Aquifoliaceae

PL-AN

?

CEAT

É sinôn. nom. de Fischeria stellata (Vell.) E.Fourn. É sinôn. nom. de Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. Ident. corrig.: Tabernaemontana sp. No PR, Tabernaemontana siphilitica (L.f.) Leeuwenb. (sinôn. tax.: T. echinata Aubl.) não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MS), mas sim quatro outras espécies deste gênero. Ident. corrig.: Ilex sp. No BR, Ilex daphnogenea Reissek não ocorre. Caladium bicolor (Aiton) Vent.

Araceae

PL-AN

N

Mangarito (Caladium sagittifolium Vent.)

CESN

É sinôn. nom. de Xanthosoma sagittifolium Schott

Araceae

PL-AN

E

Taia (Colocasia Antiquorum Schott)

CEST

Araceae

PL-AN

E

Sipó Timbópemba (Heteropsis oblongifolia Kunth) Sipo guaçú (Monstera pinnatipartita Schott) Monstera Adansonii Schott. Sipó de Imbé, Sipó Truguá (Philodendron cordatum Kunth) Philodendron crassinervium L. Sipó de Imbé (Philodendron Imbe Schott), (Philodendron de Imbé Schott) Tucum (Bactris setosa Mart.)

CEAT

É sinôn. tax. de Colocasia esculenta (L.) Schott (inhame) Heteropsis oblongifolia Kunth (cipó-imbé)

Araceae

PL-AN

?

Ident. corrig.: Monstera sp. No BR, Monstera pinnatipartita Schott não ocorre. Monstera adansonii Schott Philodendron cordatum Kunth ex Schott (imbé)

Araceae

PL-AN

?

Araceae Araceae

PL-AN PL-AN

N ?

Philodendron crassinervium Lindl. (timbupeva) Philodendron imbe Schott ex Endl. (tracoá, tricoá, trucoá, tripa-de-galinha) Bactris setosa Mart. (tucum)

Araceae Araceae

PL-AN PL-AN

N ?

+

Arecaceae

PL-AN

N

+

Jerová (Cocos Romanzoffia Cham.)

CESN

Arecaceae

PL-AN

N

+

Braia-uba (Astrocaryum Ayri Mart.)

CEST

É sinôn. nom. de Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (gerivá, jerivá) É sinôn. tax. de Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret (brejaúba)

Arecaceae

PL-AN

N

+

CEST CEAT CESN CGAT

CESN CESN

CGAT CEAT POPG CEAT CEAT CEAT

+


Indaiá (Attalea compta Mart.)

CEST

Guamiova (Chamaedorea pauciflora Mart.) Guaricanna (Geonoma parciflora Mart.)

CEST

124, 130, 175 138

Jiçara (Euterpe oleracea Mart.)

CGAT

Agave americana L.

CEAT

113 42 40

137 73 70

CEST

132 44 192 199

154 75 205 209

Pita (Fourcroya gigantea Vent.) Carqueja (Baccharis aphylla DC.) Suspiros d'Espanha (Chrysanthemum indicum L.) Lophophytum Leandri Eichl. Begonia coccinea Hook. Cuiete (Crescentia Cujete L.) Caroba (Jacaranda Caroba Vellozo)

226

233

Caixeta (Bignonia leucoxyla Vellozo)

CEST

51, 199, 224

80, 209, 228

Ipé (Tecoma speciosa DC.)

CGST

154

170

Ananas bracteatus Lindl.

CEAT

30 250

61 252

CEAT

45 30, 45 256

75 61, 75 256

Bilbergia amoena Lindl. Caraguatá (Hoplophytum coeleste C. Koch) Hoplophytum nudicaule C. Koch Tillandsia unispicata Vellozo Bromelia arvensis Yellozo

CEST

154, 178, 260 45

170, 193, 59 75

Caraguatá Pindá (Bromelia Pinguin Jacq.)

CGAT

Canistrum viride Morren

CEST

256

256

Nidularium splendens Hort.

CGST

256

257

Tillandsia comata Vellozo

CGST?

256

256

Bilbergia cruenta Graham

CGSN

45

75

Tillandsia concentrica Vellozo

CGSN

45

75

Encholirion Jonghei Libon

CGSN

40, etc.

70, etc.

“Ananas” (a espécie cultivada) (não é fornecido nome científico)

POPE

101, 160 160

125, 176 176

98

123

99, 106,1 60 115

CEST

CEAT CEST CEAT CEAT CEAT CEST

CESN CESN CEST

É sinôn. tax. de Attalea dubia (Mart.) Burret (indaiá) É sinôn. tax. de Geonoma gamiova Barb.Rodr. (gamiova) É sinôn. tax. de Geonoma schottiana Mart. (guaricana) Ident. corrig.: Euterpe edulis Mart. (juçara). No PR, Euterpe oleracea Mart. não ocorre.

Arecaceae

PL-AN

N

+

Arecaceae

PL-AN

N

+

Arecaceae

PL-AN

N

+

Arecaceae

PL-AN

N

+

Agave americana L. (agave, piteira-azul) Platzmann a encontrou plantada num jardim. É sinôn. tax. de Furcraea foetida (L.) Haw. (piteira) Baccharis aphylla (Vell.) DC. É sinôn. tax. de Dendranthema grandiflorum (Ramat.) Kitam. (crisântemo-da-china) Lophophytum leandri Eichler (fel-da-terra) Begonia coccinea Hook. (begônia-asa-de-anjo) Crescentia cujete L. (cueira) É sinôn. tax. de Jacaranda puberula Cham. (carobinha) É sinôn. tax. de Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. (caxeta) Ident. corrig.: Handroanthus umbellatus (Sond.) Mattos (ipê-do-brejo) No litoral do PR, Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose (sinôn. tax. Tecoma speciosa DC. ex Mart.) não ocorre. Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. & Schult.f. (ananás-de-cerca-vermelho) Billbergia amoena (Lodd.) Lindl. (gravatá) É sinôn. nom. de Aechmea coelestis (K. Koch) E.Morren (gravatá) É sinôn. nom. de Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. É sinôn. tax. de Aechmea nudicaulis var. cuspidata Baker (gravatá) É sinôn. tax. de Bromelia antiacantha Bertol. (banana-do-mato) Bromelia antiacantha Bertol. (sinôn. tax.: B. pinguin sensu Carrière)

Asparagaceae

PL-AN

E

Asparagaceae Asteraceae Asteraceae

PL-AN PL-AN PL-AN

N N E

+

Balanophoraceae Begoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae

PL-AN PL-AN PL-AN PL-AN

N N E N

+ +

Bignoniaceae

PL-AN

N

+

Bignoniaceae

PL-AN

N

+

Bromeliaceae

PL-AN

N

Bromeliaceae Bromeliaceae

PL-AN PL-AN

N N

Bromeliaceae Bromeliaceae

PL-AN PL-AN

N N

Bromeliaceae

PL-AN

N

É sinôn. tax. de Edmundoa lindenii var. viride (E.Morren) (gravatá-de-linden-verde) Ident. corrig.: ? No PR, Guzmania lingulata (L.) Mez. (sinôn. tax.: Nidularium splendens Hort.) não ocorre (o limitesul da distribuição conhecida é BA), nem qualquer outra espécie de Guzmania. Ident. corrig.: Aechmea sp. (Smith & Downs 1977, p. 1067) Ident. corrig.: Neoregelia sp. No PR, Neoregelia cruenta (Graham) L.B.Sm. (sinôn. nom.: Billbergia cruenta (Graham) Hook.) não ocorre (o limitesul da distribuição conhecida é RJ), mas sim quatro outras espécies de Neoregelia. Ident. corrig.: Neoregelia sp. No PR, Neoregelia concentrica (Vell.) L.B. Sm. (sinôn. nom.: Tillandsia concentrica Vell.) talvez não ocorre (o limitesul da distribuição conhecida é SP), mas sim 4 outras espécies de Neoregelia. Ident. corrig.: Vriesea sp. No PR, Vriesea jonghei (K.Koch) E.Morren (sinôn. nom.: Encholirion jonghii Libon ex K.Koch) talvez não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é SP), mas sim 27 outras espécies de Vriesea. Ident.: Ananas comosus (L.) Merril (abacaxi)

Bromeliaceae

PL-AN

N

Bromeliaceae

PL-AN

?

Bromeliaceae

PL-AN

?

Bromeliaceae

PL-AN

?

Bromeliaceae

PL-AN

?

Bromeliaceae

PL-AN

?

Bromeliaceae

PL-AN

E

+

+

+


45

75

“Une espèce à fleurs jaunes, sans noms, ni aucune note, mais fort bien analisées, est très remarquable et probablement nouvelle. Si vous la permettez, je lui donnerai votre nom.” (Traduzida: uma espécie de flores amarelas, sem nome e sem anotação alguma, mas muito bem analisada, é muito extraordinário e provavelmente nova. Se o senhor me permite, vou dar a ela o seu nome.) Tillandsia recurvifolia Hook.

Ident.: Vriesea platzmannii E.Morren, Belg. Hortic. 25: 349. 1875. (gravatá) - A citação em francês na coluna à esquerda, foi extraída por Platzmann de uma carta que ele recebeu da especialista em bromeliáceas C.J.E. Morren.

Bromeliaceae

PL-AN

N

149

166

É sinôn. tax. de Aechmea recurvata var. ortgiesii (Baker) Reitz Tillandsia stricta Sol. (cravo-do-mato) Vriesea psittacina (Hook.) Lindl.

Bromeliaceae

PL-AN

N

149 45, 97

Tillandsia stricta Vriesea psittacina Hook.

CEAT

250

166 75, 122 252

Bromeliaceae Bromeliaceae

PL-AN PL-AN

N N

“Königin der Nacht” (Cereus grandiflorus Haw.)

CGST

Ident. corrig.: ? Já que Platzmann encontrou a planta em ambiente nativa, pode ter sido Cereus fernambucensis Lem., conhecida da Ilha do Cardoso, SP (Rodrigues & Barros 2008), mas ainda não do PR. Também pode ter sido Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose (rainhada-noite), conhecida de SP, mas não do PR. Ident. corrig.: Platzmann pode se referir a R. grandiflora Haw. (erva-de-periquito), que é comum na região e parecida com R. baccifera. No PR, Rhipsalis baccifera (J.M.Muell.) Stearn (sinôn. tax.: R. cassytha Gaertn.) talvez não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é SP), mas sim 11 outras espécies deste gênero. Canna indica L. (caité-conta-de-rosário-da-índia) Carica papaya L. (mamoeiro, mamão)

Cactaceae

PL-AN

?

250

253

Rhipsalis Cassytha Gaert.

CGST

Cactaceae

PL-AN

N

(+)

247 21, 248 104 43

250 50, 251 128 74

Bariri (Canna indica Ait.) Mamoeiro (Carica Papaya L.)

CEAT

Cannaceae Caricaceae

PL-AN PL-AN

N E

+ +

Jaracatiá (Carica dodecaphylla Vellozo) Maytenus communis Reiss.

CEST

Caricaceae Celastraceae

PL-AN PL-AN

N ?

CEAT

É sinôn. tax. de Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. Ident. corrig.: Maytenus sp. No PR, M. communis Reissek não ocorre (é restrita ao cerrado de SP e RJ). Hedyosmum brasiliense Miq.

74

102

201

210

42, 200 151

73, 210 169

Herba Cidreira (Hedyosmum brasiliense Mart.) Guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess.) Mangue bravo (Clusia Criuva Cambess.)

Chloranthaceae

PL-AN

N

CEAT

Calophyllum brasiliense Cambess. (guanandi)

Clusiaceae

PL-AN

N

CEAT

Clusia criuva Cambess. (mangue-do-mato)

Clusiaceae

PL-AN

N

CEAT

PL-AN

N

Connaraceae

PL-AN

?

164

179

Batata (Batatas edulis Choisy)

CEST

Convolvulacea

PL-AN

E

+

68

96

Ipomoea palmata Forsk.

CEST

Convolvulaceae

PL-AN

N

+

68

96

Ipomoea carnea Jacq.

CEAT

Convolvulaceae

PL-AN

N

247 249 164, 218 163 178, 193, 256

250 251 178, 225 178 193, 205 257

Fortuna (Bryophyllum calycinum Salisb.) Trianosperma Tayuya Mart. Melancia (Cucurbita Citrullus L.)

CEST

Crassulaceae Cucurbitaceae Cucurbitaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

E N E

Abobora (Cucurbita Potiro Pers.) Lagenaria vulgaris Ser.

CEST

Laguncularia racemosa (L.) C.F.Gaertn. (manguebranco) Ident. corrig.: ... No BR, Connarus monocarpus subsp. malayensis Leenh. (sinôn. tax.: C. pinnatus Wight) não ocorre. No PR, ocorrem duas outras espécies de Connarus. É sinôn. tax. de Ipomoea batatas (L.) Lam. (batata-doce) É sinôn. tax. de Ipomoea cairica (L.) Sweet (campainha) Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Mart. ex Choisy) D.F.Austin É sinôn. tax. de Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. É sinôn. nom. de Cayaponia tayuya (Vell.) Cogn. É sinôn. tax. de Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai (melancia) É sinôn. tax. de Cucurbita pepo L. (abobora) Lagenaria vulgaris Ser. (porongo, cuia, cabaça)

Combretaceae

210

Mangue manso (Laguncularia racemosa Gaertn.) Connarus pinnatus Wight

201

Cucurbitaceae Cucurbitaceae

PL-AN PL-AN

E N

Carludovica Liboni Hort.

EG

Ident. corrig.: ? No PR, o gênero Carludovica não ocorre. As únicas ciclantáceas paranaenses são duas espécies de Asplundia.

Cyclanthaceae

PL-AN

E

CEST

CEAT

CEAT

CGAT

CGST

CESN CEST

CEAT

+

+

+

+

+


220

226

Pery (Malacochaete riparia N. et M.)

CEST

204

213

“Sclerie” (Omoscleria tenacíssima N. ab E.)

CGSN

247

250

Davilla lucida Presl

CGST

164 164 164 41

179 179 179 71

CEAT

41 250 199

73 252 209

Dioscorea dodecaneura Vellozo Dioscorea piperifolia Willd. Dioscorea sativa L. Camarinha (Gaylussacia pseudovaccinium Ch. et Sch.) Erythroxylum frangulaefolium St.-Hil. Pé da Noz (Aleurites molucana Willd.) Poinsettia pulcherrima Graham

148, 190 164

165, 202 179

Aipi (Manihot Aipi Pohl) (“die gute, die nicht giftige Mandiocaart”) Mandioca (Manihot utilissima Pohl)

CEST

250

252

Mançanilla (Sapium aucuparium Jacq.)

CEST

222

227

Canavalia ensiformis DC.

CEAT

260

260

Jacaranda (Ormosia nitida Vog.)

CESN

73

102

Guapirubu (Cassia Parahyba Vellozo)

CESN

43

74

Timbo-uba (Mimosa lusoria Vellozo)

CEST

247

250

Hecastophyllum Brownei Pers.

CEST

247

250

Hallelujah (Cassia bicapsularis L.)

CEST

258

258

Sipo de Escada, Unha de Boi (Bauhinia forficata Link)

CGAT

199

209

Erythrina isopetala Lam.

CGSN

106 163 193 26

130 178 205 57

CEAT

256

257

Phaseolus vulgaris Savi Phaseolus derasus Schrank Swartzia Flemmingii Raddi “Mimose” (não é fornecido nome científico) Alloplectus circinnatus Mart.

199

209

Heliconia psittacorum L.

CGAT

CEAT CEST CEST CEST CEAT CESN

CEST

CEAT POPE CGAT

É sinôn. tax. de Schoenoplectus californicus (C.A.Mey.) Soják (piri) Ident. corrig.: Scleria secans (L.) Urb. (navalhade-mico) No PR, não ocorre Scleria tenacissima (Nees) Steud. (sinôn. nom.: Omoscleria tenacissima Nees), uma espécie de distribuição amazônica. Ident. corrig.: ? No PR, Davilla kunthii A.St.-Hil. (sinôn. tax. Davilla lucida C.Presl) não ocorre. No PR ocorre Davilla rugosa Poir. Dioscorea dodecaneura Vell. Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. É sinôn. tax. de Dioscorea alata L. (cará) É sinôn. tax. de Gaylussacia brasiliensis (Spreng.) Meisn. (camarinha) É sinôn. tax. de Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. Aleurites moluccanus (L.) Willd. (nogueira) É sinôn. nom. de Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch (poinsétia, bico-de-papagaio, flor-depáscoa) É sinôn. tax. de Manihot esculenta Crantz (‘aipim’ é a forma ‘doce’ da espécie) É sinôn. tax. de Manihot esculenta Crantz (mandioca) É sinôn. tax. de Sapium glandulosum (L.) Morong (leiteiro) Canavalia ensiformis (L.) DC. Obs. Esta espécie é conhecida tanto da Amazônia quanto de RS, mas ainda não foi registrada para o PR. Do PR são conhecidas quatro outras espécies de Canavalia. É sinôn. nom. de Lonchocarpus nitidus (Vogel) Benth. É sinôn. nom. de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu) É sinôn. tax. de Abarema brachystachya (DC.) Barneby & J. W. Grimes É sinôn. tax. de Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. É sinôn. tax. de Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby (pau-cigarra, aleluia) Ident. corrig.: Bauhinia microstachya (Raddi) Macbr. (cipó-escada), pois essa é a espécie de cipó-escada que ocorre no litoral norte do PR. Bauhinia forficata Link é uma árvore, não é um “Sipo de Escada”. Ident. corrig.: já que Platzmann se refere a uma pequena árvore de flores vermelhas, deve ser Erythrina speciosa Andrews (mulungu). No PR, Camptosema isopetalum (Lam.) Taub. (sinôn. nom. Erythrina isopetala Lam.) não ocorre. Phaseolus vulgaris L. (feijão)

Cyperaceae

PL-AN

N

+

Cyperaceae

PL-AN

N

+

Dilleniaceae

PL-AN

?

Dioscoreaceae Dioscoreaceae Dioscoreaceae Ericaceae

PL-AN PL-AN PL-AN PL-AN

N N N N

Erythroxylaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

N E E

+

Euphorbiaceae

PL-AN

E

+

Euphorbiaceae

PL-AN

N

+

Fabaceae

PL-AN

N

Fabaceae

PL-AN

N

Fabaceae

PL-AN

N

Fabaceae

PL-AN

N

Fabaceae

PL-AN

N

+

Fabaceae

PL-AN

N

+

Fabaceae

PL-AN

N

+

Fabaceae

PL-AN

N

+

Fabaceae

PL-AN

E

Swartzia flaemingii Raddi Mimosa pudica (sensitiva, dormideira)

Fabaceae Fabaceae

PL-AN PL-AN

N N

Ident. corrig.: ? No PR, Drymonia coccinea (Aubl.) Wiehler (sinôn. tax.: Alloplectus circinnatus Mart.) não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MT), nem qualquer outra espécie de Drymonia. Ident. corrig.: Heliconia farinosa Raddi (caetêbanana, caeté) No PR, Heliconia psittacorum Lf. não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MG e ES). A espécie nativa no litoral do PR, a qual Platzmann deve se referir, é H. farinosa.

Gesneriaceae

PL-AN

?

Heliconiaceae

PL-AN

N

+

+

+


103, 151 103

127, 168 127

Cypella caerulea Seubert

CESN

Ferraria elegans Salisb.

CEST

103

127

CEST

251

253

67

96

74, 149 201

102, 166 211

Bareriçó (Lansbergia Caracasana De Vriese) Taroma (não é fornecido nome científico) Platzmann a descreve como uma árvore de folhas opostas e digitadas e de flores sem sépalas e pétalas Canella branca (Nectandra oppositifolia Nees) Struthanthus vulgaris Mart.

CEST

74, 199

103, 209

Boguaçu (Talauma fragrantíssima Hook.) Embiruçu (Pachira alba Walp.)

246

249

CGAT

199

209

“Baumwolle” (Gossypium vitifolium Lam.) Bombax septenatum L.

198

208

Eriodendron Maximiliani

CGST

154, 247

170, 250

Guanxuma (Paritium tiliaceum Adans.)

CGSN

24 218, 228

56 225, 235

Thalia geniculata Vellozo Inhacaradiró, Flor do Natal (Rhexia grandiflora Mart.)

CEAT

224

229

Cedrela odorata Vellozo

CEAT

250

252

Ficus indica Velloz.

CGST?

163

177

CEST

215

222

Banana (Musa paradisiaca L. + M. sapientum L.) Bucu-uba (Myristica officinalis Mart.)

113

137

Araçá (Psidium Araça Raddi)

CEST

213

221

Jambó (Jambosa vulgaris DC.)

CEST

89

115

Guajava (Psidium Guajava Raddi)

CEAT

Iridaceae

PL-AN

N

Iridaceae

PL-AN

N

Iridaceae

PL-AN

N

POPG

É sinôn. nom. de Neomarica caerulea (Ker Gawl.) Sprague (pseudo-iris-azul) É sinôn. tax. de Neomarica northiana (Schneev.) Sprague É sinôn. tax. de Trimezia martinicensis (Jacq.) Herb. Ident.: Vitex cf. polygama Cham. (tarumã)

Lamiaceae

PL-AN

N

CEAT

Nectandra oppositifolia Nees (canela)

Lauraceae

PL-AN

N

CEAT

Struthanthus vulgaris Mart. Ex Eichler (erva-depassarinho) É sinôn. tax. de Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. (baguaçu, boguaçu) É sinôn. tax. de Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns (embiruçu). Platzmann informa que o ‘embiruçu’ costuma desenvolver os seus botões floríferos em maio, o que é correto. Gossypium sp. (algodão, algodoeiro). Obs. Platzmann se refere à planta cultivada. Ident. corrig.: ? No PR, Pseudobombax septenatum (Jacq.) Dugand (sinôn. nom.: Bombax septenatum Jacq.) não ocorre: no Brasil é somente conhecida de AC. O congênere no litoral paranaense é P. grandiflorum (Cav.) A.Robyns, mas aquela espécie está sendo tratada por Platzmann sob outro nome, no mesmo parágrafo. Ident. corrig.: pela descrição de Platzmann fica evidente que ele se refere a Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. (mata-pau-de-espinho) Ident. corrig.: Talipariti pernambucense (Arruda) Bovini (uvira) No PR, Hibiscus tiliaceus L. (sinôn. nom. Paritium tiliaceum (L.) Juss. ex A. St.-Hil.) não ocorre. Thalia geniculata L. Ident. corrig.: Tibouchina pulchra Cogn. (jacatirão) Rhexia grandiflora Vahl se trata de um nome não resolvido taxonomicamente. Pela descrição de Platzmann (uma árvore da capoeira, cujas flores grandes são primeiro brancas, depois vermelhas e finalmente violetas, todas essas cores presentes ao mesmo tempo na mesma árvore) é evidente que se trata de T. pulchra. Cedrela odorata L. Esta espécie ocorre no Paraná, mas o congênere C. fissilis Vell. (cedro) é mais abundante no litoral. Ident. corrig.: Ficus sp. (figueira) Obs. Não encontrei “Ficus indica Velloz.” na literatura. Já que Platzmann usa o epiteto ‘indica’ ele deve se referir a um exemplar plantada e supostamente exótica. Musa cv. (bananeira)

Loranthaceae

PL-AN

N

+

Magnoliaceae

PL-AN

N

+

Malvaceae

PL-AN

N

+

Malvaceae

PL-AN

E

Malvaceae

PL-AN

?

Malvaceae

PL-AN

N

+

Malvaceae

PL-AN

N

+

Marantaceae Melastomataceae

PL-AN PL-AN

N N

+

Meliaceae

PL-AN

N

+

Moraceae

PL-AN

E

Musaceae

PL-AN

E

É sinôn. tax. de Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. (bocuva) É sinôn. tax. de Psidium cattleianum Sabine (araça)

Myristicaceae

PL-AN

N

Myrtaceae

PL-AN

N

É sinôn. tax. de Syzygium jambos (L.) Alston (jambo-amarelo) Psidium guajava L. (goiabeira)

Myrtaceae

PL-AN

E

Myrtaceae

PL-AN

E

CEST

EG

CGST?

CEST

+

+

+

+

+


CEST

É sinôn. tax. de Mirabilis jalapa L. (maravilha)

Nyctaginaceae

PL-AN

E

CESN

É sinôn. nom. de Ouratea parviflora (A.DC.) Baill. Jasminum officinale L.

Ochnaceae Oleaceae

PL-AN PL-AN

N E

166 75

Boa Noite, Bonina (Mirabilis dichotoma L.). Platzmann mencione ter visto material de corola branca, na Ilha dos Pinheiros, e material de corola vermelha, na Tibicanga. Gomphia parviflora DC. Jasmim do Cabo (Jasminum officinale L.) Brassavola cordata Hook. Zygopetalum Mackaii Hook.

Orchidaceae Orchidaceae

PL-AN PL-AN

N N

42 149

73 166

Epidendrum secundum Jacq. Epidendrum umbellatum Swartz

CEAT

Orchidaceae Orchidaceae

PL-AN PL-AN

N ?

44

75

Sobralia sessilis Lindl.

EG

Orchidaceae

PL-AN

?

41

71

Cyrtopodium Andersonii Lamb.

CGAT

Orchidaceae

PL-AN

N

41

71

Sumbaré, Sumaré (Cyrtopodium glutiniferum Raddi)

CGAT

Orchidaceae

PL-AN

N

43

73

Baonilha (Epidendron Vanilla Vellozo)

CGST

Orchidaceae

PL-AN

N

247

250

Physocalyx aurantiacus Pohl.

CGAT

Orobanchaceae.

PL-AN

?

24, 247 44 42

56, 250 74 73

Maracujá guaçú (Passiflora alata Ait.)

CEAT

É sinôn. tax. de Brassavola tuberculata Hook. É sinôn. tax. de Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay Epidendrum secundum Jacq. Ident. corrig.: Epidendrum sp. No Brasil, Epidendrum umbelliferum J.F.Gmel. (sinôn. tax.: E. umbellatum Sw.) não ocorre. Ident. corrig.: Cleistes libonii (Rchb.f.) Schltr., que é uma espécie terrestre e relativamente comum no litoral norte do PR. No PR, Sobralia sessilis Lindl. não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MG). As flores de S. sessilis são parecidas em cor e tamanho com aquelas de C. libonii (na primeira são sesseis e na segunda são pedunculadas). Ident. corrig.: Cyrtopodium sp. A No PR, Cyrtopodium andersonii (Lamb. ex Andrews) R.Br. não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MT), mas sim 8 outras espécies deste gênero e na Ilha de Cardoso, SP, apenas uma: C. flavum Link & Otto ex Rchb.f (sinôn. tax.: C. paranaense Schltr.) (Romanini & Barros 2007). Ident. corrig.: Cyrtopodium sp. B (sumaré, rabo de tatu, cola de sapateiro) No PR, Cyrtopodium glutiniferum Raddi não ocorre (è uma espécie do Norte e Sudeste do Brasil), mas sim 8 outras espécies deste gênero. Ident. corrig.: Vanilla sp. (baunilha). No PR, Vanilla mexicana Mill. (sinôn. tax.: Epidendron vanilla Vell.) não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é MG e RJ), mas sim 4 outras espécies do gênero. No litoral, a representante nativa mais comum é V. chamissonis Klotzsch (Romanini & Barros 2007). Ident. corrig.: ? No Pr, Physocalyx aurantiacus Pohl não ocorre: esta e as duas outras espécies brasileiras do gênero são endêmicas da Caatinga e do Cerrado em MG e de BA. Passiflora alata Curtis (maracujá-peroba)

Passifloraceae

PL-AN

N

+

CEAT

PL-AN PL-AN

N N

+

200

Piperaceae

PL-AN

?

247 94

250 120

Canna do Reino (Arundo Donax L.) Coix Lachryma Willd.

CEAT

Poaceae Poaceae

PL-AN PL-AN

E E

93 92 (169)

120 119 (183)

“Hirse” (Panicum horizontale Meyer) Taquarubu (Bambusa Tagoara Mart.) Platzmann observou e descreve a florada desta espécie. O povo local lhe contou que a espécie floresce a cada sete anos.

CESN

Passiflora edulis Sims (maracujá-de-comer) Ternstroemia brasiliensis Cambess. (manjuruvoca, pinta-moça) Ident. corrig.: Piper sp. No PR, Piper obliquum var. eximium (Kunth) C.DC. (sinôn. nom.: Artanthe eximia (Kunth) Miq.) talvez não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é SP), mas sim muitas outras espécies deste gênero. Arundo donax L. (cana-do-reino) Coix lacryma-jobi L. (capim-de-lágrima, capimlágrima-de-nossa-senhora) É sinôn. nom. de Digitaria horizontalis Willd. É sinôn. nom. de Guadua tagoara (Nees) Kunth (taquaruçu)

Passifloraceae Pentaphylacaceae

187

Passiflora edulis Sims. Manjuruvóca (Ternströmia brasiliensis St.-Hil.). Artanthe eximia Miq.

Poaceae Poaceae

PL-AN PL-AN

E N

68

96

257 220

257 226

149 44

CEAT CEST CEST

CGST

CEAT CGSN

CEAT

CESN

+


94, 187 94

120, 200 120

Ubá (Gynerium saccharoides Kunth).

CEST

Stenotaphrum glabrum Trin.

CGST

156

172

POPG

93

119

93 246 163 90

119 249 178 116

93 163 249

119 178 252

Paraturá (não é fornecido nome científico) Platzmann a relata como a planta principal das marismas. Taquamirim (Merostachys speciosa Spreng.) Taquahypoca (Olyra glaberrima Raddi) Oryza sativa L. Saccharum officinarum L. Taquaruçu (Schizostachyum Blumii Mart.) Streptochaeta spicata Schrad. “Mais” (Zea Mais L.) Talinum patens Willd.

149

166

Cantabu-uba (Rhizophora Mangle L.)

CEAT

30 250 251

62 253 253

CEAT

220 257

226 257

220

226

148

165

“Pfirsiche” Rubus imperialis Cham. et Schlecht. Rubus rosaefolius Smith. var. ß. coronarius Coffea arabica L. pão da anta (Psychotria brasiliensis Vellozo) Jasmim d'Hespanha (Gardenia jasminoides Sol. ß. flore pleno) Ipecacuana (Cephaëlis Ipecacuanha A. Rich.)

29

61

Posoqueria sp. Aubl.

CEAT

51 40 74

80 70 102

Citrus Aurantium Risso 3 Pé de Lima (Citrus Limetta DC.) Phoradendron latifolium Griseb.

CEAT

249

252

215

222

217, 224 (251) 192 40 21

224, 228 (253) 204 70 50

Pa-úma (Cardiospermum Halicacabum Willd.) Guaca (Passaveria obovata Mart. et Eichl.) Maçaranduba (Mimusops elata Freire Allemão)

21

É sinôn. tax. de Gynerium sagittatum (Aubl.) Poaceae P.Beauv. (ubá) Ident. corrig.: Stenotaphrum secundatum (Walter) Poaceae Kuntze No Brasil, Stenotaphrum dimidiatum (L.) Brongn. (sinôn. tax. S. glabrum Trin.) não ocorre, mas sim o congênere S. secundatum Ident.: Spartina alterniflora e S. densiflora (ambas: Poaceae capim-praturá)

PL-AN

N

PL-AN

?

PL-AN

N

CEAT

Merostachys speciosa Spreng.(taquara-poca)

Poaceae

PL-AN

N

CEAT

Olyra glaberrima Raddi Oryza sativa L. (arroz) Saccharum officinarum L. (cana-de-açúcar) Schizostachyum blumii Nees

Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae

PL-AN PL-AN PL-AN PL-AN

N E E E

Streptochaeta spicata Schrad. ex Nees Zea mays L. (milho) Talinum patens (Jacq.) Willd. (beldroega-grande, maria-gorda) Rhizophora mangle L. (candapuva, manguevermelho) Prunus persica (L.) Batsch (pêssego) Rubus imperialis Cham. & Schltdl. Rubus rosifolius Sm. var. coronarius Sims. (framboesa-silvestre, amora-brava) Coffea arabica L. (cafeeiro, café) É sinôn. tax. de Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra (grandiúva-d’anta) Gardenia jasminoides J. Ellis

Poaceae Poaceae Portulacaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

N E E

+ +

Rhizophoraceae

PL-AN

N

+

Rosaceae Rosaceae Rosaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

E N N

+

Rubiaceae Rubiaceae

PL-AN PL-AN

E N

+ +

Rubiaceae

PL-AN

E

Rubiaceae

PL-AN

N

Rubiaceae

PL-AN

N

Rutaceae Rutaceae Santalaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

E E N

+ + +

CEAT

Ident. corrig.: ? No PR, Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.Andersson (sinôn. nom.: Cephaëlis ipecacuanha (Brotero) A. Richard) talvez não ocorre (o limite sul da distribuição conhecida é SP), nem se conhecem outras representantes deste gênero para o estado. Posoqueria latifolia (Rudge) Schult. (baga-demacaco). Este é o único representante do gênero no PR. Citrus X aurantium L. (laranja-comum) É sinôn. tax. de Citrus X limon (L.) Osbeck (limão) É sinôn. tax. de Phoradendron piperoides (Kunth) Trel.. (erva-de-passarinho) Cardiospermum halicacabum L. (balãozinho)

Sapindaceae

PL-AN

N

+

CEST

É sinôn. tax. de Ecclinusa ramiflora Mart.

Sapotaceae

PL-AN

N

CEST

É sinôn. tax. de Manilkara subsericea (Mart.) Dubard (maçaranduba)

Sapotaceae

PL-AN

N

Lucuma glycyphloea Mart. et Eichl. Comarin (Capsicum frutescens W.) Datura ceratocaula Ortega

CEST

Sapotaceae Solanaceae Solanaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

N E E

50

Datura arborea (L.)

CEST

Solanaceae

PL-AN

N

40 247

70 250

CEST

Solanaceae Solanaceae

PL-AN PL-AN

E E

246 43 43

249 74 74

Capsicum umbilicatum Vellozo Tomate (Lycopersicum peruvianum Dun.), “Tabaks” (Nicotiana Tabacum L.) Camellia maliflora Lindl. Jacaré perana (Laplacea semiserrata St.-Hil.)

É sinôn. tax. de Pradosia lactescens (Vell.) Radlk. Capsicum frutescens L. (pimenta-malagueta) É sinôn. nom. de Brugmansia ceratocaula (Ortega) Court ex Gaede É sinôn. tax. de Brugmansia suaveolens (Willd.) Bercht. & J.Presl (trombeta, trombeteira) É sinôn. tax. de Capsicum baccatum L. É sinôn. tax. de Lycopersicon esculentum Mill. (tomate) Nicotiana tabacum L. (fumo) Camellia X maliflora Lindl. É sinôn. tax. de Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski (santa-rita)

Solanaceae Theaceae Theaceae

PL-AN PL-AN PL-AN

E E N

CEAT CEAT CEAT CEAT CEAT CEAT

CEAT CEAT CEAT CEST CEAT CGSN

CEST CEST

CEAT CESN

CEST CEAT CEAT CEST

+

+ +

+

+

+


177

192

Amba-ubëira (Cecropia peltata L.)

CGAT

191 103

204 127

Ortiga (Urera baccifera Gaudich.) Lantana Camara L.

CEAT

113

137

POPF

68, 88 140

96, 115 158

“gelbblühenden Gipfel der Vochysiaceen” (Traduzida: copas de flores amarelas das voquisiáceas) (não é fornecido nome científico da espécie) “Zerumbet” (Alpinia nutans Rose) Alpinia Paco-Serova Jacq.

EG

246 28

249 60

Zingiber officinale Roxb. Araucaria brasiliensis Lamb.

CEAT

251

253

Araucarie

POPE

42 88

73 115

Blechnum occidentale L. Lomaria capensis Willd.

CEAT

42

73

Mertensia dichotoma Vellozo

CGAT

29

61

Lygodium hastatum Mart.

CEST

154

170

Acrostichum aureum L. Platzmann a menciona como sendo abundante nos manguezais.

CEAT

41

71

Schizaea pennula Swartz

CESN

EG

CEST

CEST

CESN

Ident. corrig.: Cecropia glaziovii Snethl. (embaúba-vermelha) e C. pachystachya Trécul (embaúba) No PR, Cecropia peltata L. não ocorre (no Brasil, é restrita ao Norte). Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. (urtigão) Ident. corrig.: talvez Platzmann se refere a Stachytarpheta cayennensis (gervão), pois ele a descreve como um pequeno arbusto que se espalhe muito rápido e com florada violeta-pálida. Assim, não pode ser Lanta camara L., cujas flores sempre têm uma tonalidade de laranja, amarela ou vermelha. Ident.: Vochysia bifalcata (guaricica) No litoral norte do PR, a sua florada é de novembro a abril.

Urticaceae

PL-AN

N

+

Urticaceae Verbenaceae

PL-AN PL-AN

N N

+ +

Vochysiaceae

PL-AN

N

+

É sinôn. tax. de Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm. (gengibre-concha, louro-de-baiano) Ident. corrig.: Renealmia petasites Gagnep. No PR, Renealmia alpinia (Rottb.) Maas (sinôn. tax.: Alpinia paco-secora Jacq.) não ocorre ((o limite sul da distribuição conhecida é ME e ES). Zingiber officinale Roscoe (gengibre) É sinôn. tax. de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (pinheiro-do-paraná) Araucaria sp. Já que Platzmann não oferece detalhes, deve se tratar daquela que ele conhece: A. angustifolia Blechnum occidentale L. É sinôn. nom. de Alsophila capensis (L.f.) J. Sm. (xaxim) Ident. corrig.: Dicranopteris sp.. No PR, Dicranopteris linearis (Burm. f.) Underw. (sinôn. nom.: Mertensia dichotoma (Thunb.) Willd.) não ocorre (no Brasil é somente conhecido de MG), mas sim duas outras espécies deste gênero. É sinôn. tax. de Lygodium volubile Sw. (samambaia-trepador) Acrostichum aureum L. Obs.: Além de A. aureum, ocorre no manguezal também A. danaeifolium Langsd. & Fisch., a última sendo mais abundante no PR do que a primeira. É sinôn. nom. de Actinostachys pennula (Sw.) Hook.

Zingiberaceae

PL-AN

E

Zingiberaceae

PL-AN

N

Zingiberaceae Araucariaceae

PL-AN PL-GI

E E

Blechnaceae Cyatheaceae

PL-SA PL-SA

N N

Gleicheniaceae

PL-SA

Lygodiaceae

PL-SA

N

+

Pteridaceae

PL-SA

N

+

Schizaeaceae

PL-SA

N

PLANTAS ENCONTRADAS NO PASSEIO PÚBLICO E NO JARDIM BOTÂNICO DE RIO DE JANEIRO (Capítulo ‘Despedida de Rio de Janeiro’)

268

267

Araucaria excelsa R.

CEST

267

266

POPG

266

264

“Sagopalmen” (não é fornecido nome científico) Oreodoxa regia Kunth

268

266

Borassus flabelliformis L.

CEST

CESN

É sinôn. tax. de Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco Arenga sp. (palmeira sagüeira)

Araucariaceae

PL-AN

E

Arecaceae

PL-AN

E

É sinôn. nom. de Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook (palmeira-imperialde-cuba) É sinôn. tax. de Borassus flabellifer L.

Arecaceae

PL-AN

E

Arecaceae

PL-AN

E

+


268

266

Artocarpus incisa L.

CEST

268

266

Artocarpus integrifolia L.

CEST

264

263

CEAT

267

266

264

263

Nymphaea coerulea L. Pandanus (não é fornecido nome científico) Pontederia azurea Swartz

268

266

Urania speciosa Schreb.

CEST

264

263

Aloe (não é fornecido nome científico) Uma espécie com flores amarelas e vermelhas.

POPG

CEAT

CESN

É sinôn. tax. de Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg (fruto-pão) É sinôn. tax. de Artocarpus heterophyllus Lamarck Nymphaea caerulea Savigny Pandanus sp. (pândano)

Moraceae

PL-AN

E

Moraceae

PL-AN

E

Nymphaeaceae

PL-AN

N

Pandanaceae

PL-AN

E

É sinôn. nom. de Eichhornia azurea (Sw.) Kunth É sinôn. tax. de Ravenala madagascariensis Sonn. (árvore-daviajante) Ident.: Aloe arborescens Mill.

Pontederiaceae

PL-AN

N

Strelitziaceae

PL-AN

E

Xanthorrhoeaceae

PL-AN

E

ANIMAIS VISTOS NO OCEANO ATALÂNTICO (Capítulo ‘No oceano’)

5

36

Balaenoptera

CEAT

9

38

Platzmann observe o fenômeno de ‘maré vermelha’ e examina sob o microscópio os animais que a causam: são “inúmeras esferazinhos de madrepérola ou filamentosos em formação” (não é fornecido nome científico)

NID

Balaenoptera sp. (baleia) dinoflagelados

Balaenopteridae

AV-MA

Dinoflagellida (ordem)

AI-PR

(1)

CO = código: para o significado dos códigos veja Tabela 4. GRU = grupo de organismos: (a) INVERTEBRADOS: AI-AC = ácaros; AI-CN = cnidários; AI-CR = crustáceos; AI-IN = insetos; AI-MO = moluscos; AI-PR = protistas. (b) VERTEBRADOS: AV-AV = aves; AV-MA = mamíferos; AV-PE = peixes; AV-RE = répteis. (c) PLANTAS: PL-AN = angiospermas; PL-GI = gimnospermas; PL-SA = samambaias. P1 = página(s) em Platzmann 1872. P2 = página(s) em Platzmann 2010. Nome atualmente usado (espécie e família): baseado em Bérnils & Costa 2012 (répteis), Callaghan et al. 2004 (borboletas), CBRO 2014 (aves), Corrêa et al. 1986 (peixes marinhos), Kaehler et al. 2014 e <www.floradobrasil.jbrj.gov.br/> (angiospermas, gimnospermas e samambaias), Reis et al. 2009 (mamíferos). Nomes vernáculos alemães são colocados entre aspas. Identificação corrigida: a minha correção é baseada na descrição/informação fornecida pelo Platzmann e na minha própria experiência com a flora e fauna do litoral norte do Paraná. N/E = a espécie é nativa (N) do litoral norte do Paraná, ou é exótica (E). CMA = a espécie está incluída (+) no manuscrito do meu livro “Cartas da Mata Atlântica” (no texto, nas tabelas ou nos apêndices). (2)

Ident. = nome científico por mim fornecido, pois Platzmann mencionou somente o nome vulgar; Ident. corrig. = identificação de Platzmann por mim corrigida; sinôn. nom. = sinônimo nomenclatural; sinôn. tax. = sinônimo taxonômico. Os nomes vulgares de plantas por mim usados provém de Reitz 1959, os fascículos da Flora Ilustrada Catarinense e as obras de Harri Lorenzi e coautores. Além das espécies listadas neste Apêndice, Platzmann mencione no seu livro ainda seis outras com nome científico (entre parênteses: número da página em Platzmann 1872 / 2010, respectivamente): ‘Heidelbeere’ = ‘blueberry’ (Vaccinium myrtillus; planta da sua terra natal e a qual ele se refere nas p. 41+113 / 71+137); carqueja-europeia (Fulica atra; ave da sua terra natal e a qual ele se refere na p. 58 / 86); tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla); mamífero paranaense que não ocorre no litoral paranaense e ao qual ele se refere nas p. 62+89 / 89+116); Hemerocallis japonica (planta exótica que ele conhecia na sua terra natal e a qual ele se refere na p. 114 / 138); erva-mate (Ilex paraguariensis); planta paranaense que não ocorre no litoral paranaense e a qual ele se refere na p. 148 / 165); Georginen (Hemerocallis japonica (planta exótica que ele conhecia na sua terra natal e a qual ele se refere na p. 114 / 138).



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.