Uma viagem ao passado

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UMA VIAGEM AO PASSADO…. Escola Secundária Abel Salazar

6/02/2013

Evolução do conceito do trabalho A palavra trabalho deriva do vocábulo latino labor, que significa dor, esforço, fadiga. Nos séculos XII e XIII as pessoas mais ricas não precisavam de trabalhar para sobreviver. Mais tarde, as Elites recorriam o trabalho dos escravos e dos assalariados para a sua sobrevivência. Até ao século XVI, o trabalho agrícola era a principal ocupação, mais tarde, outras funções começaram a atrair a população, quer fosse nas colónias, quer fosse nas manufacturas que entretanto começaram a surgir, o que viria a contribuir para a revolução industrial que teria lugar no século XVIII. Também neste século teria lugar uma revolução agrícola que contribui-o para o aumento da produtividade agrícola e para o aumento da população. A Banca tam-

bém se desenvolveu com acumulação do capital, pois tudo se podia vender, da terra à força de trabalho. Nesta altura, o trabalho possa ser fundamental para valorizar o individuo na sociedade ocidental A noção de direito e dever que ocupa grande parte da

nossa vida, não existe nos povos isolados cultural ou geograficamente. Nessas culturas não existem palavras para designar o conceito de trabalho da sociedade ocidental.

A atividade do individuo só vas. e considerada trabalho Os trabalhadores ficam amequando remunerada. Todo açados e perdem a segurano trabalho remunerado ça do posto de trabalho que está relacionado com a antes parecia estável e gaprodução ou a prestação rantido para toda a vida. de serviços. No Ocidente, o grande difeNas sociedades modernas, sobretudo desde o século renciador do valor da mão-de -obra passou a ser a formaXIX, o operário é progressição contínua, a flexibilidade vamente substituído de tarefas e a mobilidade por máquinas. profissional e geográfica. O sector de serviços cresceu e emprega hoje a maioria da poSeja qual for o conceito sopulação ativa nos paí- bre a natureza do trabalho, o ses desenvolvidos. facto é que a sobrevivência Criaram-se novas prodo ser humano sempre defissões, substituindo pendeu do esforço da maiooutras tornadas absoria para a garantir. letas. Além disso, a globalização da economia ocidenEscrito por: tal tem facilitado a deslocalização dos meios da produção para os países em João Maia desenvolvimento com vantagens comparati-

Da recolecção ao esclavagismo No inicio da civilização humana a sobrevivência dependia da recolecção e da caça que migrava, forçando o ser humano ao nomadismo. A invenção da agricultura e da domesticação de animais resultou na sedentarização. Nas primeiras cidades (+ de 5000 anos) havia já a especialização do trabalho. O trabalho tornou-se a principal forma de ocupação das pessoas e contribui para formar hierarquias sociais basea-

das na riqueza e no poder. As disputas por mais território produziram uma sociedade de dominadores que submetiam os m ais fracos ao trabalho escravo, uma prática que decorria em todo o mundo antigo. Ao longo da história, destacamse alguns períodos de escravatura, como na Grécia Antiga e no Império Romano. Nem sempre a escravatura implicava trabalho duro. Os escravos podiam exercer várias funções, até intelectuais, e a alguns eram-

lhes reconhecidos direitos e a possibilidade de obter a liberdade. O que caracteriza a escravatura é a privação da liberdade e da cidadania e a exploração do trabalho. A escravatura perdurou até à Idade Média (inicio do século IX), quando acabou por ser substituída pelo servilismo.

Escrito por: André Rocha


Do esclavagismo ao Servilismo O esclavagismo foi sendo substituído pelo servilismo até ao inicio da Idade Média devido aos novos ideais de igualdade do cristianismo e à necessidade de obter mais produtividade. A agricultura era a principal fonte da riqueza e o feudalismo foi a nova forma de organização sociopolítica baseada no direito do senhor sobre as pessoas, coisas e terras. A libertação voluntária do escravo transformou-o em servo da gleba e artesãos, que se mantinham, dentro dos ofícios que herdavam de seus pais.

A servidão implicava que os camponeses trabalhassem para senhores de terras, nos seus campos em troca de protecção e de utilização de uma parcela das terras para subsistência, o que os forçou ao êxodo rural.

Escrito por: Maria Inês

Estes servos adquiriam essa condição desde a nascença e sem o consentimento do senhor não se podiam libertar. Mesmo nos tempos medievais a escravatura continuou a existir porque os senhores feudais faziam grande número de prisioneiros, principalmente bárbaros e infiéis.

Revolução Industrial e o proletariado Enquanto em Portugal e Espanha dominava o mercantilismo que estava assente na exploração das colónias países como a França, Holanda e Reino Unido investiam na produção e exportação dinamizadas por uma classe burguesa forte e escolarizada. No século XVIII, foram estes factores entre outros que deram inicio á Revolução Industrial no Reino Unido. O desenvolvimento de indústrias têxteis e do ferro atraíram grande quantidade de mão-de-obra para as cidades e estas cresceram. As famílias era numerosas por

isso as crianças tinham que ir trabalhar foi assim que se formou uma nova classe de operários, o proletariado, que vivia da venda da sua força de trabalho. As indústrias modificaram e apareceram máquinas vieram substituir as máquinas a vapor, a energia hidráulica apareceu e substituo o carvão. As mudanças também produziram alterações de trabalho e na divisão social. A relação entre os proprietários das indústrias e das minas e os assalariados baseava-se na subserviência e na exploração da mão de obra. Um dia de trabalho podia atingir 15h e os salá-

rios eram miseráveis e muitos tinham de recorrer à mendicidade. Estavam a preparar-se os alicerces das grandes indústrias do século XIX e XX baseados no liberalismo económico, cujos efeitos sociopolíticos a ser estudados por Marx e Engels, entre outros. Escrito por: Maria Inês

A revolução industrial foi outra daquelas coisas

que nos fez dar um saltar na história da Humanidade”

Trabalho no século XX O século XX fica marcado na história da humanidade como um momento de viragem da sociedade humana a partir da vitória da revolução socialista de Outubro e da constituição do primeiro Estado de operários e camponeses. Passos gigantescos no processo de libertação dos trabalhadores e dos povos Página 2

foram dados pelas revoluções socialistas, pela derrota do nazifascismo, pelo ruir do colonialismo, pela conquista da independência por povos secularmente submetidos ao jugo colonial, pela conquista de direitos e liberdades fundamentais pelos trabalhado-

res dos países capitalistas. Depois de milénios de sociedades cujos sistemas socioeconómicos e cujo desenvolvimento se basearam sempre na exploração de umas classes por outras classes, na exploração dos que trabalham e constituem a grande maioria dos povos por uma Uma viagem ao passado….


minoria detentora dos meios de produção, do Estado e do Poder - as revoluções socialistas, com o poder dos trabalhadores, empreenderam a construção de uma nova sociedade sem exploradores nem explorados,

sem classes antagónicas, sem discriminações e injustiças sociais, uma nova sociedade na qual o bem-estar material e espiritual do povo e a democracia nas suas vertentes económica, social, política e cultural

tem necessariamente de ser um objectivo básico de toda a política.

Escrito por: João Maia

Transformações tecnológicas do séc XX ao séc XXI Depois da 2º Guerra Mundial, o consumo aumentou e foi necessário produzir mais. As empresas introduziram novas formas de organização e o Toylorismo e aperfeiçoaram-se os sistemas de automatização e de automação. A partir da década de 90, generalizou-se o uso de computador e as industrias introduzem a produção por sistemas robóticos em que máquinas sofisticadas são controladas por programas informáticos desenvolvidos para um grande conjunto de tarefas. O desenvolvimento científico – tecnológico do final do séc XX, acelerou a substituição dos processos industriais electromecânicos pelos de tecnologia digital de base microelectrónica, levando

a criação de novas profissões. Essas transformações exigem aos trabalhadores dos séc XX. Parte significativa dos processos e dos meios de produção desmaterializaramse e foram substituídos por trabalho intelectual. As tecnologias dão maior liberdade na realização das tarefas como o teletrabalho, mas permitem o maior controlo do trabalhador. É possível trabalhar a partir de casa, mas isso conduz ao isolamento social e reduz a dependência hierárquica. As tecnologias e os transportes intensificaram á globalização da economia e todas as empresas– grandes e pequenas– tem acesso ao mercado mundial. Para usufruir das vantagens comparativas muitas deslocalizam-se podendo produzir num país, transportar os produtos para outro, controlar a gestão a

partir de outro e, ainda, operar financeiramente a partir de outro. Trabalhadores e empresas enfrentam hoje, não a concorrência da sua região, ou o país, mas a de qualquer outro onde se verifiquem melhores condições de produção com menores custos.

Escrito por: Maria Inês Teixeira João Maia

e

Taylor foi o 1º a desenvolver a ideia de que

Taylorismo

“quem mais trabalha mais ganha”

Frederick Winslow Taylor trabalhou na Pensilvânia. De operário passou a engenheiro-chefe, e investigou o trabalho manufatureiro. A expansão do mercado exigiu o aumento da produtividade. Esse tema estudou Taylor; Os sistemas de produção para tornar o trabalho mais eficaz e rápido. As tarefas eram cronometradas e cada trabalhador exercia apenas a função em que se especializava. Tudo era analisado desde as instalações até ao produto final para produzir com o menor desperdício de tempo, esforço e recursos. Este método permitia que a mão-deobra pouco qualificada pudesse lidar com as máquinas novas.

A individualização do trabalho Cada operário é responsável por actividades específicas em espaços separados. Os operários ganham em função da sua produtividade. O trabalho em equipa é desvalorizado.

A decomposição do trabalho O trabalho em cadeia é mais simples e mais fácil de assegurar por um operário menos qualificado. A evolução da carreira faz-se pela passagem por outras tarefas e não por aprendizagem.

uma descrição da tarefa a realizar. As chefias podem controlar se os gestos correspondem ao que está estabelecido.

A programação Os componentes das actividades estão fixados e os pormenores estão previstos. Os riscos de incerteza e de acaso são reduzidos.

Organização da empresa e circuitos de comunicação

A organização é vertical. A gestão concebe, e controla tudo. Os operários só executam. A comunicação é vertical: as informações podem subir, mas as decisões descem. A descrição pormenorizada dos Escrito por: postos Maria Inês Teixeira e João Maia A cada posto de trabalho corresponde Página 3


Fordismo O sucesso de gestão científica do trabalho de Taylor foi determinante para que Henry Ford desenvolvesse o modelo de produção em série que revolucionou a indústria automóvel e depois muitas outras. A grande inovação consistiu na ligação entre as diferentes tarefas anteriormente separadas que passam a fazer parte de conhecimentos contínuos. Ford aproveitou o modelo de organização de Taylor, o que lhe permitiu produzir em série. Outra ligação de Ford foi a ligação das diferentes tarefas e com isso inventou a linha de montagem. Passou a ser possível produzir em massa e com preços mais baixos.

As invenções introduzidas por Ford permitiram que passasse de 2500 automóveis fabricados no EUA em 1899 para cerca de 2 milhões em 1920. Em 1909, um Ford T custava 400 USD, metade do preço antes desse ano.

Crise dos modelos A Produção em massa é compatível com a industria automóvel, mas esta método não se generalizou a todos os tipos de industrias. As linhas de montagem mecanizadas Nome são estruturas de da empresa difícil alteração. Nos países onde a mão de obra é mais bem paga, a pesada máquina de produção em massa tem dificuldade de acompanhar a constante evolução técnica e de design. Como o custo das alterações aumentou as industrias durante o século XX deslocalizaram-se para países onde a mão de obra era mais barata. Outra debilidade dos modelos é o fator humano. Nos dois modelos, é exigida ao trabalhador uma rotina de tarefas de pequenas responsabilidade, como se o operário fosse apenas uma peça de um a máquina de linha de montagem– a autonomia do trabalhador é reduzida. Ele quase não intervém na melhoria do funcionamento. Isto gera insatisfação no trabalhador e distancia-o da empresa e dos seus objectivos.

Para ultrapassar alguns dos obstáculos dos modelos mencionados introduziram-se inovações na gestão, formação dos trabalhadores e flexibilização das tarefas. As empresas continuam a produzir em massa, mas adaptaram-se às exigências dos nichos de mercado.

Escrito por: André Rocha e Maria Inês

Este jornal foi criado por:

Ao agrupamento de Escolas Abel Salazar

Maria Inês Teixeira João Maia André Rocha

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Secundária Abel Salazar;

Técnico de Análises Laboratorial

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