Revista a jangada novembro 2014

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A Jangada www.jangadeiros.com.br

Fernanda Oliveira, o limite é o ouro

Posse da nova Comodoria. Velejaço da Primavera. Projeto “Amigos da Escola”.

Novembro de 2014


EDITORIAL

Palavra do Comodoro

Rua Ernesto Paiva, 139 – Tristeza Porto Alegre – 91.900-200 Tel. 51 3094 5777 www.jangadeiros.com.br jangadeiros@jangadeiros.com.br

DIRETORIA DO CLUBE DOS JANGADEIROS – Gestão 2014-2016 Manuel A. Ruttkay Pereira Comodoro Pedro Antonio Pereira Pesce Vice-Comodoro Administrativo Alexandre Dias Paradeda Vice-Comodoro Esportivo Antonio Joaquim Machado Vice-Comodoro de Obras Gunther Reginaldo Staub Vice-Comodoro de Desenv. e Marketing CONSELHO DELIBERATIVO Paulo Renato Möller Paradeda Presidente Waldemar Bier Vice- Presidente Claudio Roberto B. da Silva Secretário CONSELHO FISCAL Tuffy Calil Jose Michael Weinschenck Paulo B. Arruda dos Santos Caio Mario F. Netto da Costa Fabio Luiz Zanon Jose Antonio I de Lemos DIRETORIA DE VELA Jorge Aydos Diretor de Vela de Monotipos Rodrigo Castro Diretor de Oceano André Wahrlich Diretor de Técnico de Vela Olímpica Pedro Boletto Diretor de Cruzeiro Priscila Plentz Diretora da Escola de Vela Barra Limpa ADMINISTRAÇÃO Christina Silveiro Gerente Geral

A Jangada A Revista A Jangada é uma publicação da Assessoria de Comunicação, com circulação dirigida aos seus sócios, clubes náuticos, entidades esportivas, órgãos do Governo e imprensa. Jornalista responsável: Guto Moisés – Fenaj 6543/RS Fotos: Cláudio Bergmann, William Dias, Guto Moisés e Arquivo CDJ Projeto gráfico e editoração: Imagine Design Revisão: Press Revisão

O Clube dos Jangadeiros é uma associação multifacetada! Criado para estimular o iatismo e tendo obtido destaque na vela de competição nacional e internacional, nosso clube também abriga hoje um número considerável de velejadores de cruzeiro e motonautas, além de sócios que não possuem embarcação. Responder aos anseios de todos tem sido uma preocupação constante e um desafio permanente para as Comodorias, e não será diferente nos próximos dois anos! Para que histórias como da dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, registradas nesta edição, perpetuem-se e reproduzam-se constantemente, o Clube está empenhado em participar de projetos de incentivo ao esporte como forma de garantir recursos para o desenvolvimento das novas gerações de velejadores. A própria Escola de Vela Barra Limpa é objeto de reestruturação cuidadosa para que atenda, cada vez melhor, à sua vocação primária de estimular o gosto pela prática do iatismo e de ser celeiro de novos campeões. É o Clube dos Jangadeiros buscando manter e ampliar o que já conquistou ao longo da sua trajetória na vela de competição! Com a mesma importância, o guincho do porto está em processo final de aperfeiçoamento e atualização, permitindo que, em um futuro próximo, aconteça a ampliação da tolerância de peso. Também o desassoreamento das áreas contíguas às rampas e colocação de flutuantes novos atenderão às necessidades de fundeio temporário e atracação. A finalização das novas churrasqueiras, com construção iniciada na Comodoria anterior, o redimensionamento de área livre de veículos durante os finais de semana, cuidados com o paisagismo, a renovação e limpeza do restaurante da Ilha, a confecção de novas placas de aviso e a pintura da ponte e muros do continente fazem parte da atenção justa que os “sócios em terra” merecem e devem ter! Banheiros no térreo do restaurante da Ilha e a modernização da ponte são projetos de execução próxima, desde que contemos com um pouquinho de sorte e com o apoio do quadro social, expresso através da manutenção das contribuições mensais atualizadas, pois sei que estamos unidos em prol de objetivos comuns. Funcionários satisfeitos e proativos são o esteio de qualquer instituição! Estes já começaram a ser ouvidos em inédito café da manhã com a Comodoria, na sede da Ilha, ocasião em que puderam expressar suas expectativas de trabalho e de relacionamento com os sócios. Por fim, a competência e a experiência de Pedro Pesce, Antonio J. Machado, Alexandre Paradeda e Günther Staub, Vice-Comodoros escolhidos “a dedo”, juntamente com o trabalho de seus Diretores, indiscutivelmente garantem que alguns dos meus desejos, que acredito sejam também de todos vocês, venham a se tornar realidade! Bons ventos a todos!

Tiragem: 1.500 exemplares Comercialização: Marketing marketing@jangadeiros.com.br

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Manuel Ruttkay Pereira Comodoro


INFORME JANGADEIROS

Jangadeiros na França Como representantes do Clube dos Jangadeiros, os sócios Aristóteles e Cleonice Bourscheid estiveram em visita ao Le Cercle de la Voile de Paris, na França, no mês de agosto. Recepcionados pelo presidente do tradicional clube do iatismo francês, François Laborde, o casal conheceu os ambientes sociais e náuticos do clube fundado em 1858, o segundo yacht club com sede no país. “O que mais nos surpreendeu foi a gentileza do Presidente (Comodoro) François Laborde, em nos acolher e contar a história do clube, a respeito da qual ele muito se orgulha. A sede ainda é a original desenhada pelo pintor Caillebotte,” finalizou.

Inflável doado por Medaglia

Piscinas e a temporada de verão

Está em processo de finalização a montagem do novo inflável do clube, que foi doado pela família do sócio Geraldo Medaglia, falecido neste ano. Com capacidade para cinco tripulantes, o inflável conta com um amplo paiol na popa. O inflável estará à disposição para busca e salvamento de associados. Ainda estão sendo concluídas as tampas dos paióis de proa, o estofamento dos bancos, a confecção e instalação do tanque combustível em inox e a parte elétrica. Para a instalação da direção e do comando do motor, está sendo produzido o console em fibra de vidro. A expectativa é de que em dezembro, mês de aniversário do clube, seja realizado o batismo do inflável Medaglia.

O verão começa no Jangadeiros já no dia 15 de novembro, quando acontece a abertura das piscinas adulto e infantil. Além das atividades recreativas e de lazer, também a Escola de Vela Barra Limpa terá aulas de iniciação à vela na piscina, com o tradicional Projeto A Jangadinha. E como verão combina com período de férias, a Ilha dos Jangadeiros oferece ainda campos de futebol, quadra de vôlei, pista de skate, circuito para caminhadas, espaço para andar de bike e das novas churrasqueiras na parte sul e norte.

Churrasqueiras recebem cobertura de taquaras Os churrascos de final de semana oferecem mais conforto para os sócios. Diferentemente da área sul, onde as churrasqueiras já estão cobertas pelas árvores, as novas churrasqueiras do setor norte da Ilha receberam cobertura natural de taquareiras, projeto executado pela equipe de manutenção. As coberturas foram feitas para evitar que o sol afete as pessoas que utilizarem o local, proporcionando um novo ambiente para quem for aproveitar os momentos de churrasco e lazer na Ilha. A Jangada • 3


OBRAS & PATRIMÔNIO

Os cuidados permanentes com a nossa Ilha Inaugurado na década de 1980, o espaço mais nobre do clube, com sua fauna e flora, é um ambiente que precisa de conservação e manutenção permanentes.

O deck junto ao porto e posto de abastecimento foram totalmente recuperados

Existe um mundo à parte para quem passa do Continente para a Ilha, seja por sua exuberante paisagem, seja pela importância deste espaço para seus sócios, uma vez que a maior parte das atividades sociais, esportivas e de lazer acontece neste paraíso inaugurado em 1981, já com maior infraestrutura física e paisagística e com o acesso para tráfego de automóveis. Anteriormente, em 1975, havia sido inaugurada a Escola de Vela Barra Limpa. É neste cenário, de barcos e de amplos gramados, que a Vice-comodoria de Obras e Patrimônio tem um maior envolvimento na gestão e organização dos espaços utilizados pelos associados. Uma das mais recentes melhorias foi a inauguração da Rua de Recreio, que fica em direção ao Porto. Com uma pequena alteração no acesso do estacionamento do setor

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norte, foi possível fechar a rua aos finais de semana e feriados, privilegiando as atividades de lazer das crianças e também maior conforto aos usuários das churrasqueiras, as quais receberam telhados de bambu e de vegetação. Já em termos de conservação, a ponte recebeu nova pintura, que, além do piso e dos bancos laterais, também foram recuperadas, em amarelo, as linhas de segurança em toda sua extensão. Outra área que recebeu cuidados foi o prédio da Sede Ilha e restaurante, um dos espaços favoritos dos sócios. Além da pintura do deck, dos tetos e das colunas de alvenaria, o telhado também foi restaurado. Já em nosso porto houve a reforma do guincho e o aumento da capacidade de carga, que agora permite tirar da água barcos de até 20 toneladas. Isso foi possível pela troca das roldanas, agora com maior diâmetro, como também com


Tratamento e pintura especial no deck da sede Ilha

o novo eixo da caixa e o mancal novo, onde se apoia o eixo. Além da revisão de todos os rolamentos, foi feita também a troca de óleo da caixa. E para os sócios que utilizam lanchas, a marina recebeu novos flutuantes para atender ao acesso das lanchas entre os trapiches 1 e 2, permitindo assim nova opção para atracar e desatracar as embarcações.

Meio ambiente Já está em execução o projeto de análise ambiental que envolve as diferentes espécies da flora nativa e de árvores que fazem parte do paisagismo inicial da Ilha. De acordo com Antonio Joaquim, Vice-comodoro de Obras e Patrimônio, “o inventário da vegetação tem a finalidade de possibilitar uma análise do que existe e criar possibilidade de manejos

Bióloga faz registro das árvores da Ilha

Novas roldanas e cabos no guincho do porto

e projetos para adequá-la”. Com a participação de biólogos, a totalidade das árvores já foi catalogada através do Laudo de Cobertura Vegetal. E, atualmente, estão sendo validadas as espécies de cada árvore e a colocação de plaquetas de identificação, conforme definição atual da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM). A placa fixa em cada árvore possui um número que corresponde com a descrição da espécie, identificando sua altura, diâmetro do tronco, diâmetro de sombra, ou projeção de copa, além das condições fitossanitárias (existência de doenças, danos físicos, senescência ou condições de boa saúde). Através da análise dos dados, a prefeitura pode ter o conhecimento para controlar atividades de impacto sobre a vegetação, autorizar a retirada, reposição, transplantes ou analisar a viabilidade de algumas obras que possuam impactos sobre a vegetação.

Pinturas e sinalização na ponte A Jangada •5


BALANÇO

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO

PASSIVO

30/06/2014 R$

30/06/2013 R$

30/06/2014 R$

CIRCULANTE

747.742,45

674.347,68

CIRCULANTE

DISPONIBILIDADES

420.023,39

121.290,05

CRÉDITOS

327.719,06

553.057,63

10.755.976,53

10.320.626,15

VALORES A RECEBER

3.034.215,90

2.888.061,88

IMOBILIZADO

7.721.760,63

7.432.564,27

11.503.718,98

10.994.973,83

NÃO CIRCULANTE

TOTAL DO ATIVO

487.987,13

454.220,72

NÃO CIRCULANTE

3.071.042,25

2.771.843,70

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

3.071.042,25

2.771.843,70

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

7.944.689,60

7.768.909,41

11.503.718,98

10.994.973,83

TOTAL DO PASSIVO

NOTA 01 - CONTRIBUIÇÕES A RECEBER - ATIVAS A redução no valor das contribuições a receber refere-se: 1 - Demissão de 07 Associados Contribuintes por inadimplência a mais de 6 meses. 2 - Inativação de 26 Associados por inadimplência a mais de 12 meses. 3 - Recuperação de contribuições atrasasadas no valor de R$ 107.148,00. 4 - Baixa das contribuições sociais de 03 Associados por postergação de jubilamento. Medidas tomadas em função da informatização da Portaria que impede a entrada do Associado com mais de 03 meses em atraso.

30/06/2013 R$

NOTA 02 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO A variação do Patrimônio Social refere-se: 1- Demissão de 07 Associados Contribuintes por inadimplência a mais de 6 meses. 2- Inativação de 26 Associados por inadimplência a mais de 12 meses. 3- Baixa das contribuições sociais de 03 Associados por postergação de jubilamento.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 30/06/2014 R$

30/06/2013 R$

RECEITA OPERACIONAL ORDINÁRIA

3.370.251,09

3.184.362,77

( - ) DESPESA OPERACIONAL

-3.751.925,39

-3.389.897,75

RESULTADO OPERACIONAL

-381.674,30

-205.534,98

RECEITA EXTRAORDINÁRIA

1.008.429,14

906.301,83

-207.768,75

-220.585,66

261,79

59,59

( - ) DESPESA FINANCEIRA

-80.513,75

-73.967,34

RECEITA EVENTUAL

79.622,08

118.151,06

( - ) DESPESA EVENTUAL

-6.471,34

-4.010,19

411.884,87

520.414,31

( - ) DESPESA EXTRAORDINÁRIA RECEITA FINANCEIRA

SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Demonstração das Mutações Saldo em 30/06/2012

Patrimônio Líquido

Títulos Patrimoniais

Resultado do Exercício

5.927.345,12

1.057.222,02

Resultado do Exercício Anterior

188.345,74

-

Transferência Refis

(15.753,18)

-

-

(15.753,18)

(40.049,75)

-

-

(40.049,75)

-

90.288,24

-

90.288,24

Correção de Mensalidades Baixa de Mensalidades Recebimento de Títulos Patrimoniais Resultado do Exercício Saldo em 30/06/2013 Resultado do Exercício Anterior Transferência Refis Baixa de Mensalidades

41.096,97

-

-

332.068,51

332.068,51

6.100.984,90

1.147.510,26

520.414,25

7.768.909,41

(520.414,25)

-

520.414,25 (17.348,54)

(17.348,54)

(302.170,08)

(302.170,08) 83.413,94

Resultado do Exercício 6.301.880,53

Baixa de Mensalidades refere-se: 1- Demissão de 07 Associados Contribuintes por inadimplência a mais de 6 meses. 2- Inativação de 26 Associados por inadimplência a mais de 12 meses. 3- Baixa das contribuições sociais de 03 associados por postergação de jubilamento.

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7.172.912,88 188.345,74

41.096,97

Recebimento de Títulos Patrimoniais Saldo em 30/06/2014

188.345,74

Total

1.230.924,20

83.413,94 411.884,87

411.884,87

411.884,87

7.944.689,60


Manuel Ruttkay Pereira assume Administração para a gestão 2014/2016.

Em toda a história da administração do clube (atuais 72 anos de fundação), é a primeira vez que o Presidente do Conselho Deliberativo é eleito Comodoro. “O contrário, quando o Comodoro se torna presidente do Conselho, já aconteceu em dez oportunidades”, lembra Cláudio Alberto Aydos, atual conselheiro. Ele recorda também que o comodoro Manuel Ruttkay Pereira é o segundo médico à frente da gestão executiva do clube. “O 7º Comodoro foi o Dr. João Rodolfo Bade”, informou após consulta aos documentos que fazem parte da memória do Jangadeiros. A posse da nova administração seguiu o ritual com a formalização da Comodoria em reunião do Conselho Deliberativo, realizada no dia 28 de julho de 2014, presidida por Paulo Renato Paradeda e acompanhada pelos Conselheiros. Manuel Ruttkay Pereira assumiu como Comodoro, juntamente com os Vice-comodoros Pedro Antonio Pereira Pesce (Vice-comodoro Administrativo/ Financeiro), Antonio Joaquim Machado, (Vice-comodoria de Obras e Patrimônio), Gunther Reginaldo Staub (Vice-comodoria de Desenvolvimento e Marketing) e Alexandre Paradeda (Vice-comodoro Esportivo).

Manuel discursa na posse

Conselheiros e nova Diretoria

Reunião do Conselho Deliberativo formalizou posse da nova gestão para 2014-2016

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COMODORIA

Conselho dá posse à nova Comodoria


CRUZEIRO

Velejaço da Primavera rumo à praia do Arado O dia não poderia estar melhor para uma saída de barco. Tradicional evento do Grupo de Cruzeiro reuniu 35 barcos, um sucesso de participação.

O Velejaço da Primavera contou com a participação de Cruzeiristas e suas tripulações

Uma velejada perfeita. Ventos favoráveis, dia de sol e temperatura agradável. Esta é a sinopse da travessia entre a largada no trapiche do clube e a chegada à praia do Arado, local da confraternização do Velejaço da Primavera, que reuniu 26 barcos e uma tripulação de cerca de cem pessoas. Com apoio da equipe de serviços, que chegou ao local com o barco Leopoldo Geyer e botes para a descida à praia dos participantes que chegavam aos poucos para o tradicional churrasco de chão, o evento faz parte da programação anual do Grupo Cru8 • A Jangada

zeiro, que é liderado por Pedro Boletto. “Se o nosso hobby é velejar ou andar de lancha, o melhor que temos a fazer é esvaziar a marina, deixar limpa, fazendo valer, na prática, o espírito de aventura de quem escolheu o lazer náutico para aproveitar os bons momentos com os amigos e com a família”, disse o Diretor de Cruzeiro. Durante o evento também aconteceram sorteios de produtos da Termolar e de um voucher com direito a duas diárias no barco Wind34, em Parati, RJ, que ficou com o comandante Paulo Angonese, do Kauana.


Confraternização dos comandantes e tripulações na praia do Arado. E sorteios de brindes da Termolar e Wind34

A Jangada • 9


VELA OLÍMPICA 10 • A Jangada


Fernanda Oliveira, o limite é o ouro Com uma carreira iniciada nas aulas do Projeto Jangadinha da Escola de Vela Barra Limpa, a velejadora se prepara em competições mundiais para garantir uma vaga, juntamente com a Ana Barbachan, nos Jogos Olímpicos do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2016. Por Guto Moisés Desde seus 11 anos, quando recebeu os primeiros ensinamentos sobre vela na colônia de férias de verão no Clube dos Jangadeiros, a vitoriosa Fernanda Oliveira já esteve em quatro Olimpíadas e foi a primeira velejadora a conquistar uma medalha olímpica, de bronze, em Pequim, na China, em 2008. Da época das regatas de Optimist, passando direto para a classe 470, só uma coisa não mudou: sua determinação em desejar sempre o alto do pódio e a medalha de ouro. E há cinco anos este desafio tem a companhia de Ana Barbachan, que, na função de proeira, faz uma carreira igualmente vitoriosa, formando uma dupla que tem domínio e vocação pela arte de velejar. E os resultados falam por si: são títulos brasileiros, sul-americanos e mundiais, muitas medalhas de ouro! Nesta entrevista especial, Fernanda Oliveira relembra sua carreira olímpica, dos momentos iniciais na Escola de Vela, da sintonia fina com a Ana, do apoio da família e de sua filha Roberta, que, aos nove meses, já acompanhou a mãe-velejadora nas competições na Europa e no Brasil. Depois dos Jogos Olímpicos de Londres, como tem sido a preparação para a disputa do Rio 2016? Depois da Olimpíada de Londres (2012) nós fizemos uma temporada brilhante em 2013. Foi o primeiro ano deste ciclo olímpico com objetivo aos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e vencemos 6 das 7 competições que participamos. Ganhamos três etapas da Copa do Mundo de Vela, que foi em Miami, Palma de Mallorca e Hyères. Vencemos também o campeonato brasileiro e sul-americano. Foi

Fernanda entra na Escola de Vela Barra Limpa

1992

um ano muito bom. Em um dos campeonatos já corri grávida. Eu velejei até quando foi possível, até o sétimo e o oitavo mês, mas a partir dos seis meses de gravidez parei de competir para não correr riscos desnecessários. Fizemos uma pausa entre o nascimento da minha filha, que nasceu em 29 de dezembro de 2013, e após 45 dias já voltei aos treinos, claro em um ritmo inicial, mas já em treinos de dupla com a Ana Barbachan, no mês de fevereiro. Qual é a estrutura do Brasil no apoio aos velejadores? O Brasil hoje possui uma estrutura muito interessante para seus atletas. A gente não chega nos eventos internacionais com desigualdade de condições. Os velejadores possuem uma estrutura da Confederação de Vela que dispõe de equipamentos e materiais para os barcos, de apoio técnico, de fisioterapia, e de uma equipe bem completa que nos acompanha em todas as competições. Nós competimos em iguais condições aos velejadores estrangeiros. O esporte Vela tem tido muito apoio do COB e da Confederação. A vela é um esporte muito caro e vem sendo representada por um time muito grande. Este foi um ano que a Confederação apoiou pelo menos duas tripulações de cada classe, com vários campeonatos no exterior e foram investidos muitos recursos nestas competições. Como são avaliadas as competições e também os resultados? A gente faz análises técnicas de cada evento, tanto em relação aos concorrentes como em relação à nossa dupla. A busca é

Campeã Europeia de Optimist

1995 A Jangada • 11


Momentos de Fernanda Oliveira em sua trajetória de títulos e conquistas

sempre pela melhor performance. É difícil estar sempre no seu máximo. Esta análise é feita verificando cada cenário, condições de vento, é um esporte muito subjetivo, muito amplo, não temos uma raia igual e usamos leituras dos cenários anteriores para buscar avaliar o futuro. Metas, treinos, competições e tabela do ranking mundial são sempre o ponto de referência. Qual é a avaliação que você faz deste contexto? O ano passado foi muito importante, onde conseguimos nos consolidar no grupo da frente. Isso é muito importante fazer esta análise, não tem como acreditar que a gente é merecedor ou que se tem capacidade de uma medalha olímpica se a gente não circula naquela zona de pódio em alguns eventos. Isso foi muito importante em 2013. E mesmo neste ano nós ficamos entre as seis melhores do mundo. Isso nos indica que dentro dos Jogos Olímpicos a gente tem que fazer uma semana muito boa. Todas as concorrentes que estão entre as sete melhores do mundo possuem chances de conquistar uma medalha olímpica. E vai conquistar a medalha olímpica a dupla que cometer menos erros na semana dos jogos, que tiver uma semana mais estável, que cometer menos erros. É uma competição longa, tem que ter média, pode errar, mas não pode errar muito. O termômetro são os resultados que a gente

Campeã Brasileira de 470

1996 12 • A Jangada

O esporte Vela tem tido muito apoio do COB e da Confederação. A vela é um esporte muito caro e vem sendo representada por um time muito grande. Este foi um ano que a Confederação apoiou pelo menos duas tripulações de cada classe, com vários campeonatos no exterior e foram investidos muitos recursos nestas competições

Jogos Olímpicos de Sydney (19 anos)

2000

Jogos Olímpicos de Atenas (23 anos)

2004


Fernanda Oliveira com sua proeira Ana Barbachan

vem conquistando e as necessidades que diagnosticamos. Com isso, montamos um plano de treinos. Certamente, em alguns dias de treinos, é mais focado na função de uma ou de outra, como também na sincronia da dupla. Cada dia de treino nós temos objetivos. O trabalho é muito em sintonia. Uma contribui para a outra, o barco é um só. Como tem sido a sintonia entre timoneira e proeira em um esporte que exige muita técnica e equilíbrio no desempenho das duas funções? A gente está sob pressão permanente. Isso não é uma coisa muito simples. Uma dupla que tem cobrança de resultados seja por nós, seja do técnico, da Confederação e do COB, como também dos patrocinadores que nos apoiam. Não é a maneira mais fácil de trabalhar todos os dias. Mas um dos grandes pontos positivos da nossa dupla é o fato de termos um relacionamento muito bom, saudável, harmonioso, dentro e fora do barco. A Ana é uma grande amiga, é uma pessoa maravilhosa para estar ao lado e conviver estes momentos ao lado dela tem sido bom. E tem algo muito importante, que foi o fato da Ana me lembrar como eu gostava de velejar. Isso porque, depois de 2008, eu vinha velejando sob pressão total, quando também conquistei a medalha de Bronze na China, mas foi de maneira tão tensa, com a cabeça tão baixa. E fazer dupla com a Ana foi uma

maneira de voltar a desfrutar novamente de tudo isso, de quanto gosto de velejar. E isso se deve por ela ser uma pessoa muito doce, muito queridona e uma grande velejadora. Temos uma parceria de cinco anos e é muito bacana ver a evolução dela, não só no barco, mas em termos de maturidade. Quando iniciamos, ela tinha 18 anos e estava entrando na faculdade. Hoje é uma Psicóloga formada. Nós temos objetivos muito claros. É muito bacana a nossa parceria, um dos grandes segredos do nosso sucesso. Como era a medalhista olímpica de hoje em sua época escolar? Gostava de esportes? E a decisão pela Vela? Sempre fui bem esportista. Eu gostava de praticar outros esportes. Eu nadava, jogava tênis, e as modalidades esportivas da escola que eu gostava muito, participava de todas as equipes, participam dos jogos intermunicipais. Sempre gostei muito disso. Já a Vela foi ocupando maior espaço desde a classe de Optimist. Eu morava na Zona Sul e tinha algumas amigas que velejavam. E na escola também tinha o pessoal que também velejava. Meus pais resolveram se associar ao Clube dos Jangadeiros por ser perto de casa. E eu fui fazer um curso de férias, juntamente com minhas irmãs Gabriela e Camila. Hoje elas têm filhos pequenos e eu fiquei responsável por comprar um Optimist para que os sobrinhos iniciem no esporte de vela.

4º lugar Campeonato Mundial de 470

Jogos Olímpicos de Pequim (27 anos) Medalha de Bronze Vice-Campeã da Semana Olímpica da Holanda (Delta Lloyd Regatta)

2006

2008 A Jangada • 13


E fazer dupla com a Ana foi uma maneira de voltar a desfrutar novamente de tudo isso, de quanto gosto de velejar. E isso se deve por ela ser uma pessoa muito doce, muito queridona e uma grande velejadora Você é uma pessoa determinada, com uma visão muita clara dos objetivos e resultados que espera conquistar. Esta personalidade competitiva já fazia parte da iniciação à Vela? Este é até um problema que eu tenho. Na verdade, eu não sei fazer nada sem competir. É meio ruim isso, não sei se é saudável isso, mas é meu jeito. Eu gostava de treinar, tinha disciplina. Participei de três campeonatos brasileiros e, com 14 anos, ganhei o Campeonato Europeu de Optimist, na Holanda. Foi o primeiro grande título, em 1995. E você passou direto para a classe 470? Não havia classes intermediárias na época para você competir? Eu entrei muito nova na classe 470. E por uma deficiência que existia na época no Brasil e, em Porto Alegre também, não tinham flotilhas com maior número de barcos de outras classes. E pelo meu biótipo pequeno eu não tinha tamanho para velejar em outras classes, como a classe Europa, que era um barco-escola importante para a vela olímpica na época. Já o Snipe precisava fazer muita força e manter mais peso, e a classe 420 não existia. Com isso, eu acabei passando do Optimist para o barco de 470. Foi um salto muito grande. Em termos técnicos é muito diferente. Eu demorei um pouco a dominar a técnica,

Jogos Olímpicos de Londres (31 anos)

2012 14 • A Jangada

patinei um pouco no início em função disso. Mas isso não me impediu de chegar aos 19 anos nos Jogos Olímpicos da Austrália, em Sidney, foi maravilhoso, foi uma grande conquista. Participar de uma Olimpíada é algo bem difícil. O apoio da família é essencial e até decisivo na formação de um atleta de alto rendimento, que é exigido de forma permanente e com exigências de resultados. Quem foi e tem sido teus apoiadores nesta carreira olímpica? Decisivo foi meu pai, que me possibilitou continuar velejando até ter apoio da Confederação. E meu marido é junto com meu pai o grande incentivador, fundamental. Se eu chego um dia desanimada após um evento, ele é o primeiro a me levantar o moral. Ele não cogita a hipótese de eu desanimar. Ele é uma pessoa fundamental, que me apoia muito. É muito compreensivo e parceiro. Não é fácil conviver com uma mulher que viaja muito. E agora leva a filha para longe dele. Ele é totalmente compreensível. E me admira muito. É único, não vejo igual no ambiente em que vivo nas competições. Ele faz o possível para estar junto e, quando é possível, está presente nas competições fora do país.

Dupla olímpica nos Jogos de Londres

Campeã das Etapas da Copa do Mundo Miami, Palma de Mallorca e Hyeres

2013


Os treinos seguem visando vaga para Rio 2016

E para encerrar esta entrevista, nos fale sobre a chegada da Roberta, que em menos de um ano já foi cinco vezes para a Europa para te acompanhar nas competições? Eu sou muito presente como mãe. Tenho esta condição de levar a Roberta sempre nas competições. Ela fica comigo direto. E tenho uma babá que viaja junto e me apoia quando não posso, no momento dos treinos e das competições. E na medida do possível, meus pais também estão presentes, durante as principais competições. Vão junto para dar o carinho de avós e curtir também a neta. O Diogo, meu marido, de alguma forma está presente sempre que possível. Isso me dá uma tranquilidade quando estou em uma disputa. Em termos de logística, exige um pouco mais de planejamento. Hoje, nas viagens, quem leva o tubo de vela é a Ana. E a mala do barco a Ana e o Paulo, nosso técnico, é que cuidam. Porque eu tenho outra mala grande, banheira, berço para levar. Mas tudo compensa. Eles me ajudam nesta função com a Roberta e curtem muito esta novidade. E ela já está adorando tudo isso, já é um membro da equipe. Ela é muito querida, já foi cinco vezes para a Europa e não armou choro em nenhuma viagem. Acho que ela vai ter muito orgulho destas aventuras no futuro.

A Jangada • 15


MONOTIPOS

Tiago e Andrei, uma dupla em ascensão Com determinação e muito treino, Tiago e Andrei são parceiros de muitas vitórias e fazem parte da Vela Jovem brasileira, com participação em regatas válidas pelo Mundial de 470. Por William Dias Novo barco, nova classe, competições mais difíceis e a dupla vitoriosa de sempre. Se você for à Ilha dos Jangadeiros em qualquer dia da semana, certamente os verá lá em um forte treinamento e preparação para os campeonatos do final do ano. Assim são Tiago Brito e Andrei Kneipp, que, após estrearem na classe 470 no Mundial de Santander, na Espanha, têm o objetivo de garantir bons resultados na Copa Brasil de Vela, em dezembro. Depois da fase vitoriosa na classe 420, como o título conquistado no Campeonato Brasileiro deste ano e a vitória na Semana de Vela, em San Isidro, e a participação no Mundial Aberto em Valência, no ano passado, a dupla começou

Revelados pela Escola de Vela, Tiago e Andrei formam dupla das classes 420 e 470

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o segundo semestre do ano já na nova classe, tendo como o primeiro teste um dos maiores campeonatos da classe 470: o Mundial da ISAF, que aconteceu nas raias da Espanha. Após vários dias de regatas, Tiago e Andrei encerraram a competição com o 60 º lugar e trouxeram na bagagem a experiência de ter competido entre os gigantes da vela mundial. “Foi experiência pura. Estava faltando uma competição com essa grandeza para nós, realmente, ver como é o nível desta nova classe”, destacou Tiago.

Volta aos treinos para a Copa Brasil Já no final do mês de setembro, Tiago e Andrei voltaram aos treinos na raia da Tristeza, para uma das competições mais importante do país: a Copa Brasil de Vela, competição que vai reunir grandes nomes da vela brasileira nas raias olímpicas do Rio de Janeiro. Foi exatamente nessa mesma competição, que aconteceu em janeiro deste ano, que a dupla estreou na nova classe, ficando com o sétimo lugar. “Foi muito diferente. Naquela ocasião, nós percebemos que faltava corpo, ou seja, melhorar o físico e também teríamos que ter mais preparação. Mas serviu como um bom parâmetro para nós continuarmos treinando depois”, acrescenta Tiago. Mas agora o foco é grande. Além de garantir um bom resultado na competição, a dupla vai para assegurar a vaga na equipe de vela olímpica, que irá disputar os campeonatos no ano que vem. E, para isso, os velejadores voltaram com força aos treinos para dar os últimos ajustes no barco, além das manobras e do condicionamento físico. “Tem sido bem difícil treinarmos sozinho. Agora nós vamos começar a treinar com o Xandi Paredada, para termos um olhar de fora, pois ele conhece o barco, já correu Olimpíada e vai dar uma grande ajuda para nós evoluirmos mais rápido. Nós estamos fazendo de tudo para garantir a vaga na equipe”, finaliza Andrei.


Fábio Pillar agora na classe Nacra 17 Após anos em disputas de Hobie Cat, o experiente velejador faz agora dupla com a carioca Tati, com quem treina no Rio de Janeiro na classe Nacra.

Com experiência no Hobie Cat, Fábio Pillar, que participou da Olímpiada de Pequim, agora compete na classe Nacra 17

Mudanças sempre acontecem em uma hora ou outra em nossas vidas, seja radical ou aquela a qual somos destinados. No caso de Fábio Pillar, que já participou da Olimpíada de Pequim, em 2008, um dos grandes velejadores gaúchos da atualidade, a segunda opção foi a que entrou em seu destino. Depois de um bom tempo velejando no catamarã do barco da classe Hobie Cat, Fábio volta agora para outro catamarã, mas desta vez o da classe Nacra 17. Como já tinha bagagem neste tipo de barco e sua parceira Tati velejava de Nacra, o ponto mais difícil no início foi se acostumar com a instabilidade do barco com ventos fortes. “Ainda estamos aprendendo, cada dia um aprendizado sobre o posicionamento do barco e principalmente das bolinas, que fazem muita diferença em altas velocidades”, destacou. Em preparação para o campeonato Sul-americano e a Copa Brasil de Vela em dezembro, nas raias olímpicas do Rio de Janeiro, o velejador comenta sobre a troca de classe e também suas expectativas para as próximas competições: “Pra mim, não foi nada radical. Velejo de hobie

cat desde recém-nascido porque meu pai é um apaixonado por catamarãs. Eu sabia que hora mais hora menos o catamarã também entraria na minha vida. Está no sangue! Então velejar no trapézio, em altas velocidades, com vento aparente e popas ‘angulados’ não foram um mistério. Mistério mesmo é desvendar os ajustes dessa classe, que é novidade no mundo inteiro”. Um dos objetivos da dupla é estar na equipe de Vela Olímpica do Brasil no Rio 2016 e, para isso, espera bons resultados na Copa do Brasil. “A ideia da troca de classe foi justamente para vir morar e treinar no Rio de Janeiro. Nesse ciclo olímpico, é aqui que temos que estar em função do intercâmbio com velejadores estrangeiros que já treinam na raia olímpica e até mesmo pelo contato com Confederação de Vela e Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O objetivo maior é a classificação e uma boa apresentação na Olimpíada de 2016. Mas o catamarã também significa a abertura de novas portas na Vela, visto que a America’s Cup e outros eventos da vela comerciais são disputados nesse tipo de barco,” finalizou. A Jangada • 17


Proa & Popa Com Rolf Peter Nehm*

O barco e a bicicleta

1

Leme

2

Escota

3

Corpo

Dia da Criança com passeio de barco

Guidom (Direção) Pedal Peso

Corpo

Imagine-se andando de bicicleta em uma calçada esburacada com pessoas caminhando em volta. Para que possamos pedalar sem cair, vamos não só usar o guidom como também o nosso corpo e o pedal para mantermos o equilíbrio e andar fluente. No barco é da mesma maneira que vamos trabalhar, ora usando somente o leme, a escota ou o corpo ou até tudo ao mesmo tempo, para mantermos o barco equilibrado e velejar fluentemente. Este trabalho de leme-escota-corpo é sutil, às vezes bem sutil. A sutileza vai sendo deixada de lado e de uma maneira compatível quando o vento é (muito) inconstante (lestadas, oestadas) ou com muitas ondas. Vento forte sem ondas

Asfalto com curvas suaves

Vento forte com ondas

Bicicross

O bom velejador (na parte da condução do barco pela água) vai trabalhar somente o suficiente e no momento certo, para manter o barco equilibrado ou para corrigir algum desequilíbrio que aconteça na velejada. As pessoas que estão iniciando na vela geralmente sofrem para deixar o barco fluente (e, consequentemente, a elas mesmas confortáveis no barco). Elas costumam corrigir o barco tarde demais, “deixam o carro bater para depois frear”. A grande maioria dos ciclistas e biciclistas (passeio) já deve ter tentado pedalar sem as mãos na direção e deve ter notado também que, para virar para a esquerda ou direita, basta inclinar a bicicleta com o corpo para o lado que se quer. No barco funciona da mesma maneira, só não vamos para a direita ou esquerda, e sim, orçar ou arribar.

* Rolf Peter Nehm é técnico da Escola de Vela Barra Limpa

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Brincadeiras e passeios de barco animaram a criançada

De forma inédita, o Dia da Criança ganhou o apoio da Escola de Vela com passeios de barco. A tradicional festa do Dia da Criança movimentou a Ilha dos Jangadeiros com a presença dos sócios e de seus filhos. Além dos tradicionais brinquedos e da recreação, a festa deste ano contou com a participação da Escola de Vela Barra Limpa através de sua equipe de instrutores e dos professores dos cursos de vela. Enquanto em terra havia a animação artística, com jogos, cama elástica e escorregador gigante, na água a criançada participava de passeios de bote e de barco a vela, uma diversão que começou a partir das 14h e seguiu pela tarde toda. Entre uma atividade e outra, a meninada passava pelo Bar Snipe e carregava as energias com cachorro-quente, salgados, doces e refrigerantes. E os pais acompanhavam tudo, curtindo a alegria dos filhos neste parque de diversão com atividades nos brinquedos e protegidos com coletes salva-vidas nos passeios dos botes e dos barcos da Escola de Vela Barra Limpa.


O Projeto “Amigos da Escola” é uma iniciativa que visa à aproximação do associado e de empresas do setor náutico com a Escola de Vela Barra Limpa, por meio de doações que possam apoiar o desenvolvimento do esporte de vela. Através de eventos esportivos e atividades sociais, a escola busca estar mais presente na vida do clube. “Esse projeto é importante para que a escola de vela tenha uma infraestrutura ainda melhor e que os associados se envolvam mais com as atividades desta importante peça da formação dos velejadores do clube,” ressaltou Alexandre Paradeda, Vice-comodoro Esportivo. A participação dos sócios e das empresas apoiadoras irá assegurar o melhor desenvolvimento do Projeto Amigo da Escola e garantir a iniciação e crescimento dos velejadores desde a classe inicial de Optimist. Os interessados em fazer parte do Projeto “Amigos da Escola” podem entrar em contato com a Secretaria da Escola e Vela através do telefone (51) 3094-5764 ou pelo email escoladevela@jangadeiros.com.br .

Xandi Paradeda, Vice-comodoro Esportivo

Priscila Plentz é a nova Diretora da Escola de Vela Barra Limpa

Priscila Plentz, Diretora da Escola de Vela Barra Limpa

Ao assumir a direção da Escola de Vela Barra Limpa, Priscila Plentz inaugurou a sua gestão com o programa “Escola para Todos”, que é um novo espaço de lazer e entretenimento para os sócios nos ambientes da Escola de Vela. “Este programa integra as ações Projeto ‘Amigos da Escola’, que têm como objetivo arrecadar doações de jogos, filmes, livros e brinquedos, para a criação de uma área lúdica”, exemplifica a nova Diretora. Com o desafio de multiplicação dos cursos de vela e o aumento do número de crianças que utilizam a escola, Priscila Plentz diz que a nova direção já estuda uma maneira de reformular os cursos para que as crianças e os adolescentes possam optar por seguirem para as flotilhas ou ficarem velejando pela escola durante a semana. A Jangada • 19

ESCOLA DE VELA

Projeto “Amigos da Escola” quer apoio de empresas e dos sócios



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